quinta-feira, maio 02, 2019

O sexo real vai sobreviver ao sexo virtual?


Depois do Professor David Spiegelhalter revelar a tendência decrescente no número de relações sexuais praticadas (ver aqui e aqui), é agora o Guardian a vir alertar para que a Netflix está cheia de cenas a apelar ao amor e ao sexo por outras vias que não as que o Adão e a Eva inventaram. 


Mais uma vez limito-me a papaguear terceiros porque não sei mesmo já que, como contei há dias, não frequento (ainda) o Netflix. Mas o Guardian, que não engana ninguém, anda a levantar a lebre: diz que parece que, pelas bandas do Netflix, gostam muito de robots, bots, AI e quejandos para satisfazer as carências amorosas e sexuais do pessoal.


Digital love: does Netflix have an unhealthy robot sex obsession?


From VR sexcapades in Maniac to amorous AI in Osmosis, the streaming service keeps bombarding us with disturbing tech hookups. Enough! (...)

E ali li que já há bordéis com humanóides, bonecas 'inteligentes' (e ponham aspas nisso), nomeadamente em Barcelona, e que em Amesterdão, na rua das luzes encarnadas, terá aberto em Março deste ano um cinema 5D no qual, ao 3D, vai ser adicionado o cheiro e o tacto.



O Guardian tem, contudo, o cuidado de dizer que há coisas que não são de agora. Mas assinala o que é diferente e é para isto que o artigo chama a atenção.
Depictions of coitus with artificial beings is not an entirely new area of pop-culture fascination. The cyberpunk novels of William Gibson, Jude Law’s bittersweet robot gigolo from Kubrick and Spielberg’s AI, plus the romantic entanglements of the two heartbroken Blade Runners, Harrison Ford and Ryan Gosling, all come to mind. What is new, though, is a deeply antisocial trend about the depiction of artificial partners. Increasingly, robots, VR personas and digital proxies are not seen as cradles of consciousness, but as mere objects of (mostly male) sexual desire.
E continua:
Yet those examples seem to be the exceptions. So is our fascination with AI now turning into a fear, induced by deep fakes (digitally manipulated videos) and vicious AI deployed by nameless agents from all around the world? Are we just flirting with the idea of sexual gratification with someone (something) you don’t have to cuddle up to, make breakfast for or call up the next day, but can simply switch on and off depending on your desires?
Um dos casos que o Guardian refere é Osmose. 
The opening scene of the French-language thriller Osmosis sees Agathe Bonitzer perform the same feat, albeit in classier surroundings. Her virtual sexcapade takes place at once in a luxurious hotel bathroom and the offices of her company Osmosis, which aims to revolutionise the art of sex and love itself. Agathe is getting off through a nanobot-controlled brain transplant that builds up a mental image of one’s soulmate and embeds a friendly neighbourhood AI named Martin in the subjects’ heads that leads them to their ideal match. The show then goes on to contemplate whether this mindreading-AI-driven manipulation is a viable business model in a society so oversaturated with digital devices and virtual selves – and we find that for streaming television, it certainly is.
Não conhecendo eu o Osmosis fui cuscar. Aqui está o trailer:


E é isto. O admirável mundo novo. 

Eu, cá para mim e com vossa licença, prefiro coisa mais corpo a corpo sem bots ou AI's a atrapalhar. Assim, por exemplo, como a Dança Sinfônica pelo Grupo Corpo:



E, se é para ser virtual, virtual por virtual, prefiro coisas mais simples -- como, por exemplo, estes xilreios 



Mas isso sou eu e eu, cuidado, não sou exemplo para ninguém.

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E só me apetece desejar-vos uma boa semana -- mas hoje tenho que fazer um ajustamento ao acrescentar... a começar já por esta quinta-feira.

1 comentário:

Francisco de Sousa Rodrigues disse...

Nada dará cabo do sexo real "with lots of love"!

Um abraço para a rica UJM!