sábado, agosto 20, 2016

Pessoas de cor


Hoje estive numa reunião com um homem negro. Um homem ainda jovem, gentil, sorridente, aparentando ser tímido. Quando começava a falar, parece que entrava a medo, quase como se fosse dizer uma irrelevância. E eu ficava em suspenso com medo que fosse mesmo uma irrelevância e que eu, depois, tivesse dificuldade em disfarçar. Mas depois ficava surpreendida porque não era nada irrelevante. E ele ficava a sorrir como que a desculpar-se por não ter nada mais para dizer. Falou pouco mas o que disse foi sempre oportuno. 

Não éramos só nós. E eu, por um daqueles reflexos condicionados completamente idiotas, de cada vez que a outra pessoa fazia perguntas como por exemplo, referindo-se, a um gráfico que estava a ser projectado: 'O que significa aquilo ali, escuro?' eu ficava com receio que ele achasse que aquilo do 'escuro' era uma indirecta. Absurdo. Parece que há estigmas que nunca foram nossos e que, no entanto, insidiosamente se inscreveram na nossa mente.

Nunca fui racista, nunca tive qualquer tipo de preconceito. 

De resto, acho a pele negra muito bonita e dois dos homens que, na actualidade, acho fisicamente mais interessantes são, de facto, negros. 

Usain Bolt, a todos os títulos excepcional

Omar Sy, a personalidade preferida dos franceses


Identicamente, em geral, acho as mulheres negras de grande beleza, uma beleza primordial. E, também em geral, acho que há uma implícita alegria, ternura e sensualidade na beleza negra.

Vem isto a propósito de umas fotografias que achei particularmente bonitas. The Coloured Girls.
“Colours are beautiful, different and unique in their own right. Not one shade is the same. Each colour holds special vibratory and spiritual qualities — just like people,” says Sasha Sarago, a subject in my exhibition, The Coloured Girls.
The Coloured Girls is inspired by a conversation I had with a model that was rejected by several agencies, despite being told they liked her look. One agency reportedly said, it was because they already had one of you. After querying, one of what? — The model was told they already had a black model on their books. This story shocked me. With 54 diverse countries in Africa, it had never occurred to me that anyone might consider there is only one type of African look.
Quem o diz é a fotógrafa Lisa Minogue que a cada uma das fotografadas perguntou o significado, para elas, da expressão 'Coloured Girl'. As respostas são as que se vêem como legendas das fotografias.

‘Being a girl of colour in a society where the majority of the people are white, I have had to get used to all the different ways people approach me. From being asked what kind of rap music you listen to and how you wash your hair, to getting told, “you don’t sound black”, “you’re pretty for a black girl” or “you’re not that black so it’s OK”, as if being black is such a bad thing.’

’The “colour” of my skin is the root of my history, my ancestors and most importantly my future. I will not let the pigments of my skin define me, however, and I will not let it be defined by others.’

Why make it harder for me to stay true to my culture and love my skin colour? Why take my culture, yet not me? Why make my sisters so weak that they feel they have to bleach their skin colour to belong and be excepted by the mainstream? … If [racism] was not the reason, why only show in the media that in order to be beautiful you need to be white?’

‘When I was at primary school, all these kids would touch my hair and rub my skin to see if the colour would come off. I would think, “It’s just skin … what do you expect?”’

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E que Seckou Keita nos traga a sua música.


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E, já agora, queiram por favor descer até à sexy Dama dos Kiwis, a Camarada Cristas, que consta que está a tratar de se filiar no MPLA, o glorioso partido democrátco capitaneado pelo bom amigo Zedu, o incontornável guru dos centristas.

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