quinta-feira, junho 13, 2013

O 'bom astral' do Santo António não foi suficiente para afastar mais uma nuvem negra que veio dos lados do Governo, da troika, do FMI e do raio que os parta. Afinal o aperto de cinto aos funcionários públicos e pensionistas é mais a doer do que tinham dito. Parece que um diz mata, o outro esfola, o outro enterra. E eu, que tenho uma certa tendência para ser loura-burra, pergunto: e agora Cavaco? Afinal em que é que ficamos? Muito leão lá fora e aqui amocha e faz o que o Gaspar quer?


Transcrevo do Expresso (e o raio da grafia é do Aborto Ortográfico que os jornais seguem) :

O Governo apresenta um corte de 4,7 mil milhões de euros, no âmbito da reforma do Estado, até 2014, segundo o memorando de entendimento entregue pelo Executivo à troika e hoje divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).





A 3 de maio, o Governo enviou uma carta à troika (FMI, Banco Central Europeu e Comissão Europeia), em que especificava as medidas da reforma do Estado até 2015, apontando para um corte cumulativo de 4,7 mil milhões de euros neste horizonte temporal.

No entanto, no memorando hoje divulgado pelo FMI em conjunto com a análise da instituição no âmbito da sétima avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) de Portugal, o Governo afirma que "o pacote total de medidas para 2014 vai ascender a 4,7 mil milhões de euros".

O executivo refere que "as poupanças vão ser geradas sobretudo pela limitação dos gastos com salários e pensões, que ascendem a quase 60% da despesa primária", através da adoção de "medidas que aumentem a equidade e a eficiência na provisão de transferências socais e de serviços públicos".

Interrogado sobre se o Governo se comprometeu a antecipar em um ano, de 2015 para 2014, os cortes no âmbito da reforma do Estado, Abebe Selassie explicou que os números não são exatamente comparáveis e garantiu que o FMI não pediu mais ajustamento a Portugal nem em 2014 nem em 2015.


Transcrevo do Jornal Económico:

FMI: Pensões do Estado vão baixar para cerca de 80% do último salário 


O corte deverá variar segundo a situação de cada pensionista. É que o objetivo é aplicar a redução sobre a parcela da pensão calculada sobre o último salário e o peso desta parcela no valor total da pensão varia, sendo maior no caso de quem se aposentou até 2005 e menor para quem pediu a reforma mais recentemente.
O diploma que consagra esta medida terá que chegar ao Parlamento ainda nesta sessão legislativa, ou seja, até 15 de Julho.

Igualmente "prioritária" é a medida desenhada para garantir um "efectivo aumento em um ano" da idade de reforma para os 66 anos, conseguida através do agravamento do factor de sustentabilidade. Ao contrário do corte na CGA, esta decisão afecta tanto o sector público como o sector privado.


Finalmente, o Governo assumiu ainda o compromisso de aplicar, "se for estritamente necessário" uma taxa contributiva sobre todas as pensões, a chamada "TSU dos pensionistas".


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Má gestão, falta de consideração pelas pessoas, insensibilidade social, cobardia, incompetentes, má fé, irresponsabilidade - a quem enfiar estes barretes? A todos eles?

Cada um sacode a água do capote, a culpa é deste, é do outro, mas, na prática, todos fazem, todos são co-responsáveis, cúmplices. Tanta hipocrisia, tanto cinismo. 

Cavaco Silva, com as suas bravatas no estrangeiro, cá dentro, perante o doente do Gaspar e o insolente Passos, o que faz? Volta a mastigar em seco e a dizer coisa nenhuma?


E Paulo Portas? Voltou a hibernar a ver se passa despercebido entre os pingos da chuva? 


Até quando, senhores? Até quando?!


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As imagens são, uma vez mais, do inspirado blogue We Have Kaos in the Garden

2 comentários:

Maria Eduardo disse...

Olá UJM,
Subscrevo tudo o que diz.
Até quando, Senhores? Até quando, vamos aguentar tanto corte, tanta humilhação, tanta desolação?!
Um beijinho grande e uma boa sexta-feira.

Anónimo disse...

Estas medidas são aviltantes! Dá-me vontade de os matar a todos!
P.Rufino