sábado, setembro 18, 2010

Miguel Sousa Tavares e Fidel Castro, brothers in arms



No Expresso de hoje o Miguel Sousa Tavares esclarece-me sobre uma dúvida que eu já aqui tinha formulado no dia 28 de Agosto. Diz ele:

“Temos 3.5 milhões de pensionistas, 2.2 milhões de estudantes, do pré-primário ao universitário, subsidiados pelo Estado (…), temos 700.000 funcionários públicos, não incluindo os funcionários da profusão de empresas públicas e municipais, institutos públicos, fundações públicas e sei lá que mais; e temos 300.000 desempregados a receberem subsídio de desemprego mais os que recebem RSI. Façam as contas: são 7 milhões de portugueses, dois terços da população, que vivem integralmente dependentes ou subsidiados em grande parte pelo Estado. Nem Esparta! Já nem Cuba. Talvez só a Coreia do Norte.”

Refere também: “o que se chama Estado Social, traduzido financeiramente na despesa corrente do Estado (isto é, despesa não produtiva) aumenta a um ritmo de 2.5 milhões de euros…por hora! Vai já em 87% do PIB, isto é, de toda a riqueza produzida anualmente no país! O serviço da dívida pública rouba-nos todos os anos milhares de milhões que poderiam servir para financiar o desenvolvimento ou serem libertadas da carga fiscal e entrarem no circuito económico, gerando emprego e riqueza”


 (de Cartoon do António, hoje no Expresso)

Pois bem, noutra notícia do Expresso (Pedro Cordeiro, pag 39), podemos ver que esta semana Fidel Castro, ‘El Comandante’, que se diz "uma espécie de ressuscitado", afirmou que ‘o modelo cubano já não funciona, nem para nós’, isto enquanto foi anunciado o corte de meio milhões de funcionários públicos.

Os despedidos vão receber um mês de salário por cada 10 anos de trabalho (!). A intenção é que sejam recolocados no pequeno emprego privado e cooperativo.

A Central de Trabalhadores de Cuba, a única central sindical, aplaudiu a iniciativa governamental, defendendo o aumento da produtividade cubana através da redução dos “avultados gastos sociais, subsídios excessivos”.

Ou seja, não há Estado Social nem em Portugal, nem em Cuba, nem em lado nenhum do mundo, que resista a uma população com uma esperança de vida cada vez maior (implicando com isso, uma sobrevivência maior à custa do Estado, em todos os sentidos), com tanta dependência do estado, tantos funcionários públicos, tantos subsídios.

A receita de esmifrar com impostos os poucos que trabalham fora do estado dará o resultado que deu a dieta do cavalo do inglês.

Ou seja, tem razão o Miguel Sousa Tavares em chamar a este estado, Estado Fatal, e tem razão El Comandante ao reconhecer que nem em Cuba um Estado assim é já suportável.
.

1 comentário:

MARNO MATTE disse...

Se em Portugal está difícil, imagina o Brasil com tudo....ainda mais o bolsa familia...