Não sendo eu dada a ídolos ou a paixões assolapadas de cariz político, não tenho grandes arrebatamentos de alma nem a favor nem contra o regime castrista. Coisas boas, coisas más. Um ideal magnífico sem hipóteses de se concretizar, uma utopia sem motor -- qualquer coisa assim.
E a Castro sempre olhei como um combatente muitas vezes sem tropas suficientes, muitas vezes sem capacidade para avaliar melhores alternativas, muitas vezes cercado pelos seus sonhos.
A história o julgará. A mim falta-me competência para tal.
Mas sempre foi um inegável líder, um daqueles homens cujo carisma foi capaz de aguentar os quereres e os desquereres de um povo ao longo de décadas, um daqueles homens cujas palavras largas e gestos soltos atravessavam o coração de quem o ouvia -- quer se concordasse ou não com ele, já que a indiferença não foi reacção que ele tivesse aprendido a despertar nos outros.
Mas sempre foi um inegável líder, um daqueles homens cujo carisma foi capaz de aguentar os quereres e os desquereres de um povo ao longo de décadas, um daqueles homens cujas palavras largas e gestos soltos atravessavam o coração de quem o ouvia -- quer se concordasse ou não com ele, já que a indiferença não foi reacção que ele tivesse aprendido a despertar nos outros.
Discurso poético de Fidel Castro na ONU em 1979
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3 comentários:
por acaso concordo consigo quanto a Fidel. Que foi grande na sua maneira de ser.
Castro, goste-se ou não dele, contribuiu para que Cuba deixasse de ser o lupanar dos EUA, liderado por um autocrata fascista (antigo residente temporário nos EUA), Fulgêncio Baptista (que depois, já no exílio, ainda passou pela Madeira, com o apoio de Salazar), um país atrasado, iletrado, sem cuidados de saúde par a maioria da população e sem liberdades. Após a Revolução devolveu a Cuba o direito ao Ensino, à Saúde e à Habitação, falhando nos direitos da Liberdade (de expressão e política). E teve de conviver, décadas, com o embargo tirânico dos EUA. O mesmo país que, à altura, apoiava e financiava (e instalava) regimes ditatoriais de extrema-direita no Continente Sul-Americano, entre os quais os de Pinochet e dos generais argentinos. Castro libertou Cuba do atraso económico, social, educacional e cultural (e até moral) em que se encontrava ao tempo de Baptista, um homem de mão dos americanos. Hoje, em Cuba, o povo sabe ler, tem direito à saúde, a um tecto, não passa fome (embora não viva em abundância) e começa, aos poucos, a aprender o que é o direito à Liberdade (de pensamento, de expressão, religiosa, etc). Isto também graças ao fim, gradual, do Castrismo, com Castro presente. A História, como se diz, o julgará. Julgo, porém, que não lhe será, demasiado, madrasta. Embora não se possam esquecer as vítimas que lutaram por mais Democracia, que, ou morreram nas masmorras do seu regime, ou tiveram que fugir dele. Seja como for, as condicionantes políticas e outras circunstâncias, embora não sirvam de justificação para tais actos, poderão contribuir para melhor compreender as razões de tais decisões, mesmo não as desculpando. Castro foi uma figura indiscutivelmente relevante no panorama político daquela região, com impacto na política externa dos EUA, e mudou, par melhor, o tal lupanar que herdara de Fulgêncio Baptista. E com ele esteve uma outra personagem, cujo carisma, embora não tão evidente como o de Fidel, acabou por exercer uma influência ainda mais importante, sob certos aspectos, na América Latina à época, mas também no ideário revolucionário por esse mundo fora, sobretudo após a sua morte: Che Guevara. Ainda hoje tenho um poster dele, comprado há umas 3 e tal décadas.
P.Rufino
Ate sempre! COMANDANTE
Anabelina
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