domingo, setembro 14, 2025

Os grandes amores não morrem nem esmorecem

 

Não ando em grande forma e não sei porquê. Agora é um torcicolo que está a tolher-me completamente. Não consigo mexer o pescoço e até me custa a comer. Poderia atribuir isto a algum esforço ou a algum mau jeito. Mas não sei o quê. De quinta para sexta estive assim, tomei paracetamol e fiquei melhor. Fui ao ginásio pois pareceu-me que os exercícios não buliam com os músculos. Não sei se foi isso ou outra coisa qualquer, piorei. A meio da note tive que me levantar para tomar mais um comprimido. 

Mas, ao longo do dia, a coisa foi azedando e de que maneira.

Não obstante, não me apeteceu estragar o dia e, por isso, não apenas fomos tratar do que tínhamos que tratar, como, estando o dia tão lindo, me lembrei de, a seguir, ir matar saudades a um dos lugares do meu coração, o meu querido, queridíssimo Ginjal.

Claro que antes ainda fui comer um gelado à boa gelataria artesanal que há na ruazinha pedonal que sobe de Cacilhas para dentro de Almada.

Já lá não íamos há uns anos. E que diferença... Aqueles edifícios decadentes que tanto me impressionavam e inspiravam foram demolidos. E ainda bem, já eram um perigo. Essa zona está vedada e segura. E o pavimento está refeito, impecável. 

E montes de gente. Juventude e mais juventude, todas as línguas, diversos perfumes, muitos sorrisos, muitos abraços e beijos, e toda a gente envolta naquela luz tão especial. Apetece-me escrever que é uma luz mágica mas temo que o lugar comum estrague a descrição e não consiga passar o deslumbramento que é o sol a pôr-se sobre Lisboa, tão bela, sobre o rio, poderoso, estrada larga por onde deslizam os veleiros. 

O meu marido tem mais tendência para protestar que eu e acha que já é gente a mais. Não creio. Os lugares belos, desde que respeitados, devem conseguir acolher todos quantos queiram visitá-los.

Matei também as saudades de fazer fotografias, fiz dezenas e dezenas delas. Encantada, saciada.

Claro que agora estou pior. Dores, dores. Tolhida de todo. Já pus pomada, estou com um daqueles sacos de gel que se aquecem no microondas em volta do pescoço e vou ter que tomar outro comprimido. Estou a ver se não vou ao ibuprofeno, mas não sei se o paracetamol vai conseguir dar conta disto. Agora o que eu gostava de perceber é por que raio de carga de água é que fiquei neste estado. Caraças.

Fui ver a gaveta dos medicamentos e descobri um relaxante muscular, a caixa quase intacta. Não sei para que foi, não me lembro minimamente de o ter tomado. Terá sido o meu marido? O que vale é que está dentro do prazo de validade. Vai um destes. Se não me aliviar as dores, a seguir vai um paracetamol. Fico doida com estas gaitas, não tenho pachorra para estar incapacitada.

Mas, enfim, não quero parecer daquelas velhas que só sabem falar de doenças. Por isso, vou, antes, juntar mais uma das muitas fotografias e vou para a cama. O Ginjal e a fotografia são daquelas paixões antigas, eternas. Espero que a beleza deste lugar chegue até vós.

E vou para a cama que este domingo não posso preguiçar na cama, vou fazer um cozinhado demorado para o almoço, uma coisa que nunca fiz. Se ficar bom, depois conto.

Desejo-vos um feliz dia de domingo

1 comentário:

aamgvieira disse...

serão alergias?