domingo, novembro 23, 2025

Demasiado perto do fogo para sobreviver

 

Está frio e, nesta season, acendemos pela primeira vez a lareira. De manhã fomos comprar lenha. Temos muita, muita mesma, nossa, mas essencialmente pinheiro. Ora o meu marido queixa-se da lenha de pinheiro, que faz muito fumo, que suja muito e mais não sei o quê. Por isso, trouxemos uma carga de azinho e sobro e, creio, alguns ramos de oliveira.

Gosto dos cheiros destes grandes armazéns de lenha. São intensos, telúricos.

E, portanto, jantámos na mesa junto à lareira. Um quentinho mesmo bom. 

A lareira dá para esse lado e dá para o lado oposto, onde estão os sofás. O cão que de desinteligente não tem nada, hoje em vez de dormir no poiso habitual no piso de cima, hoje foi repimpar-se no sofá em frente à lareira. 

Provavelmente os mais puristas dirão que os cães não devem escolher o sítio onde querem dormir mas nós somos assim, liberais. Só não o deixamos ir para a parte da casa onde está o quarto. E quando cá dorme o pessoal também não o deixamos ir para a zona dos quartos que lhes estão destinados. Tirando isso, ele é gente como nós. Claro que temos a certeza que o seu instinto de sobrevivência o manterá afastado o qb para não se queimar ou aquecer de mais. 

No verão estende-se no chão do corredor, que é de pedra, ou, lá em cima, no chão que, embora seja de madeira, é fresco. Quando vem o fresco, sobre para uma almofada de tipo colchão que está num banco entre pilares. Quando vem o frio, procura o conforto dos sofás. Mas isola-se, ou seja, não vem deitar-se ao nosso lado nem tão pouco na sala em que estejamos. É discreto.

Entretanto, imagine-se, não sei se será por ver enfeites de natal, bombons, presentes, bolos, camisolas e pijamas e luzes e luzinhas natalícias por tudo o que é sítio, já começámos a pensar no que poderá ser a ementa de natal. Ando com vontade de, uns dias destes, experimentar fazer duas receitas de bacalhau, que nunca fiz, para avaliar se os esquisitinhos que torcem o nariz ao bacalhau (em especial, os miúdos) aprovarão. Também vi um arroz de forno com borrego ou cabrito desfiado que também me pareceu bem. E devia prendar-me e começar a experimentar fazer sobremesas mas, mal penso nisso, recuo logo. A nível de doces quilo de que eu mais gosto não é consensual e não me apetece fazer coisas  que não acho graça e que, ainda por cima, que podem não ficar bem ou não agradar. 

Ah, e tenho ainda mais uma coisa a dizer. Quando viemos para esta casa, dei roupa e deitei fora muita coisa (deitei for, não, coloquei naqueles contentores da roupa) e, contra a opinião do meu marido, guardei algumas que já não me serviam mas de que eu gostava. Por ele, tudo isso, devia ir de asa sem dó nem compaixão. Eu, como tinha a esperança de voltar a caber dentro dela, guardei. E tive razão: agora que já peso menos de 60 kg, muita coisa voltou a servir-me que é um mimo. Uma alegria para mim. Se ainda conseguir reduzir mais um ou dois quilos, então, seria ouro sobre azul. Mas não sei se consigo. É precisa uma disciplina do caraças. Lambona como sou, sempre com fome, tenho que manter-me determinada em permanência... e isso não é fácil. Mas, então, descobri uma camisola que tricotei e de que gostava bastante. Inventava modelos, dava-me imenso gozo. Deveriam os meus filhos ainda ser pequenos, presumo que pré-Zara ou quando só a havia no Porto e, portanto, não tão à mão. Portanto, há quanto tempo isso foi... Pois está-me praticamente boa. Lá está... se perdesse os tais dois quilitos melhor ainda ficaria. Mas, enfim, já não está mal. Lavei-a, pu-la ao sol, e está quase como nova... Fiquei mesmo contente.

E é isto.

A despropósito, mas a propósito daquilo que escrevi lá em cima, demasiado perto do fogo para sobreviver, partilho um vídeo bastante interessante. Em tempos próximo de Trump, Anthony Scaramucci cedo percebeu que o melhor que tinha a fazer era pôr-se ao fresco e, desde então, não se cansa de alertar para os riscos de estar próximo do doido mais varrido de que há memória (o agora estar completamente in love pelo Mandani é de uma pessoa bater dez vezes com a cabeça na parede a ver se está acordada ou a ter sonhos fantasiosos)

daqui

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Trump Is Too Close To The Fire To Survive | The Daily Beast Podcast Clips

@therealanthonyscaramucci conversa com Joanna Coles sobre o que pode estar nos arquivos de Epstein e o que lhes acontecerá a seguir, incluindo a probabilidade de censuras graves. Além disso, os dois falam sobre as perspetivas para o futuro de Trump e do movimento MAGA, e se JD Vance teria a capacidade de manter o MAGA vivo após a saída de Trump.


Desejo-vos um belo dia de domingo

sábado, novembro 22, 2025

MP & Companhia -- a palavra ao meu marido

 

Já escrevi várias vezes, e não foi há pouco tempo, que os três principais responsáveis pela subida do populismo associado à extrema direita em Portugal são o MP, o Marcelo que desestabilizou o País durante o governo do António Costa (agora nem coragem tem para criticar o caos na Saúde) e a comunicação social que tem trazido o Ventura ao colo (a inenarrável perseguição à ambulância do Ventura fica para os anais dos canais por cabo como a reportagem mais  cretina que já foi feita). 

Tinha uma ténue convicção de que o MP, embora utilizando golpes baixos e truques sujos, não saltava para o lado da ilegalidade durante os inquéritos (embora ficasse em cima do muro). É certo que emitem comunicados que originam a demissão do PM, sabe-se que não respeitam a lei no que ao segredo de justiça diz respeito, que existem demasiadas "coincidências" entre as datas das investigações do MP e ocorrências determinantes para os investigados e que, sempre que temos eleições, é certo e sabido que aparecem novidades sobre inquéritos com n anos ou que são abertos novos inquéritos geralmente á malta que acham mais do "reviralho". Mas esta cena de escutarem o PM e guardarem as escutas na gaveta em vez de cumprirem a lei põe em causa o funcionamento do regime democrático como, aliás, já tinha sido posto em causa com as investigações ao juiz Ivo Rosa. 

Alguém já investigou se as informações obtidas nas escutas telefónicas são usadas pelos procuradores apenas para os processos e para divulgações cirúrgicas a jornalistas escolhidos ou são também usadas para outros fins? 

Estes são casos que vieram a público -- mas quantos serão os que continuam escondidos na opacidade do MP? 

Agora vêm com desculpas esfarrapadas sobre erros técnicos que não  convencem ninguém. Tenham dó, não somos mentecaptos! 

A situação tem que ser investigada de forma isenta, têm que ser apuradas responsabilidades e os responsáveis têm que ser punidos. 

Os procuradores não estão acima da lei têm que ser responsabilizados e punidos como qualquer outro cidadão. A situação é tão, mas tão grave, que afeta o normal funcionamento do regime democrático - pelo que se impõe a intervenção do PR.  

Também o PM e a ministra da justiça deviam tomar uma posição de condenação inequívoca do que aconteceu, mas, por isto ou por aquilo, duvido que o façam. 

O MP não é um estado dentro do Estado. Tem que se submeter à lei ou, então, ser corrido à vassourada e substituído por outra estrutura mais eficiente, mais competente e que cumpra escrupulosamente a legislação em vigor.

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Nota à margem: hoje noticiaram que faltam medicamento nos hospitais. Não há nada, mas nada, que corra bem na Saúde desde que esta mulherzinha é ministra.

Quiet, piggy!

 

Sem palavras...

Trump pede a demissão de Jimmy Kimmel MAIS UMA VEZ, ameaça membros do Congresso e sanciona projeto de lei sobre Epstein.


sexta-feira, novembro 21, 2025

O sorridente rosto do medo.
Por vezes, menos vezes, o sorridente rosto da coragem.

 

Há uma coisa que me perturba. Uma não, muitas. Mas aqui vou falar de uma em particular: a capacidade de sorrir que as pessoas com medo conseguem ter. De resto, não sei se é voluntário, se o fazem para disfarçar, para fazerem de conta que vivem bem como estão, ou se é involuntário, se é um acto reflexo, uma defesa.

O que sei, e sei porque o constato, é que é frequente que pessoas que vivem atormentadas, ameaçadas, divididas entre a vontade que têm de falar, de desabafar, de denunciar quem as ameaça e, em simultâneo, vivendo com terror das consequências caso ousem falar, nos apareçam sorridentes.

Mesmo as pessoas com depressão, não sei se com medo de preocuparem os outros ou com receio de que tenham pena delas ou com vergonha de que as achem fracas, frequentemente se mostram tão sorridentes que ninguém desconfia do que vai no seu íntimo.

Talvez tenham a sua razão. Nunca se sabe, com certeza absoluta, o que vai acontecer. 

No caso de violência doméstica ou de abusos sexuais é frequente as vítimas esconderem e viverem anos sem coragem para divulgar o aperto em que o seu coração vive.

Os vídeos abaixo relacionam-se com o mesmo caso, o caso Epstein, um caso tão complexo e com tantas camadas que não sei se alguma vez alguém conseguirá unir as muitas pontas que por aí andam soltas.

As mulheres sabem quem foram os homens que abusaram da sua ingenuidade mas receiam divulgá-los pois receiam pela sua vida ou pela vida dos que lhes são queridos. 

O homem que escreveu um livro sobre Andrew, irmão do Rei do Reino Unido, sabe mais do que diz, leu mails de agentes do FBI, mas não os revela porque tem medo.

Mas depois há também os que sorriem como desafio, como demonstração de coragem, de determinação. Um conjunto de senadores, congressistas, ex-militares, ex-agentes da CIA fizeram esta semana um vídeo apelando a que ninguém cumpra ordens apenas porque sim já que ninguém é obrigado a cumprir ordens ilegais. Como reaccão, Trump reagiu dizendo, em maiúsculas, que eles deveriam ser executados. Um novo ponto baixo no 'novo normal' da anormalidade que é o regime trumpista. Vale tudo, até ameaçar de morte ou incitar à morte daqueles que ousam discordar publicamente dele. 

A reacção indignada, apreensiva, revoltada dos envolvidos não se fez esperar. Mas trago aqui a reacção de Elissa Slotkin pois considero admirável a sua capacidade de sorrir, ainda que apenas ao de leve, ao reagir com o que imagino seja profunda indignação, profunda repulsa e provavelmente alguma preocupação íntima.

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Sobrevivente de Epstein quebra o silêncio sobre "a lista", Mar-a-Lago e a luta pela justiça

Sharlene Rochard, sobrevivente de Epstein, conta a Jen Psaki numa entrevista exclusiva que vai para o ar esta noite que as pessoas para quem foi traficada incluem nomes conhecidos e alguns nomes que "ainda não vieram a público". Rochard explica como era levada a "festas de modelos" em Mar-a-Lago quando era adolescente e fala sobre o seu trabalho com Sky e Amanda Roberts e outras sobreviventes dos abusos de Epstein para levar os seus associados à justiça.


O que o FBI está a dizer sobre a morte de Epstein | Excertos do podcast do The Daily Beast

Andrew Lownie, autor do bombástico livro "Entitled: The Rise and Fall of the House of York" (Intitulado: A Ascensão e Queda da Casa de York), conversa com Joanna Coles sobre a primeira reação do ex-príncipe Andrew ao descobrir as acusações de Virginia Giuffre contra ele e como a Rainha pode ter encoberto o seu comportamento inadequado. Além disso, os dois discutem a possibilidade de Epstein se ter cansado da ex-membro da realeza e de Fergie, e o que Lownie descobriu ao trocar correspondência com um agente do FBI sobre a possibilidade de Epstein se ter suicidado.

Elissa Slotkin reage à declaração de Trump de que vídeo dos democratas é 'punível com a MORTE!'

Numa publicação nas redes sociais, na quinta-feira, a senadora Elissa Slotkin (D-MI) criticou o presidente Trump pela sua reação a um vídeo publicado por deputados democratas sobre ordens militares. 

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Desejo-vos uma sexta-feira feliz

quinta-feira, novembro 20, 2025

Cristiano Ronaldo, Georgina e Donald Trump na Casa Branca

 

Li agora que muito se tem dito e escrito sobre o evento. Evento em sentido lato: o meeting na Sala Oval com a entrega ao CR7 da chave da Casa Branca e o jantar de gala com o Príncipe Herdeiro e mais uma mão cheia de empresários durante o qual Trump agradeceu a Cristiano Ronaldo a honra da sua presença. 

Não acompanhei, não sei o que disseram. Não me interessa muito. Há qualquer coisa de Quinta dos Animais nisto tudo. O cenário é sempre apropriado a que entrem uns porcos vestidos de fato e gravata e a andarem nas patas traseiras. Cortinas douradas, bandeiras e pendões às cores, coisa que mais parece a decoração do palco das festas infantis.

Tudo é despropositado, tudo está ali deslocado, desde as decorações, aos convidados, ao presidente. Nada daquilo faz qualquer sentido.

Trump deveria estar internado ou detido, Ronaldo devia estar a treinar ou a jogar futebol e a Georgina deveria estar a fazer qualquer coisa (e era bom que não fosse apenas a exercer o seu papelinho de mulher de futebolista, a tratar dos filhos dele, da casa dele, das coisas dele -- como ele desagradavelmente se referiu a ela, como se gostasse dela apenas porque instrumentalmente ela lhe é útil).

Vi há pouco um pouco a intervenção de Trump no U.S.-Saudi Investment Forum. Vai para além de tudo o que se possa imaginar. É de uma grosseria, de uma má educação, de um desrespeito, de uma falta de noção como não há memória. Custa a perceber como há quem ria, quem aplauda, quem se mantenha sentado a ouvir. Eu levantar-me-ia e nunca mais punha os pés onde um alarve daqueles estivesse. 

Mas, portanto, face a tudo o que Trump faz, ter o Ronaldo com a sua Georgina ali ao lado de Trump parece-me apenas mais um daqueles enfeites de que os três gostam. Trump gosta de cenas douradas, anjos, taças, cortinados, tretas. Ter o CR7 ali é, para ele, apenas mais um bibelot coberto a ouro, um tipo influente e rico que foi prestar-lhe vassalagem. Por seu lado, o CR7 gosta de ser o melhor do mundo e de coleccionar troféus. Agora tem mais este. Ele rejubila e a mãe Dolores e as manas Cátia e Elma devem adorar. E, para completar, a Georgina gosta de casacos de pele, anéis de diamantes, malas de marca e rabo espetado em qualquer pose. Agora tem fotografias assim com o Trump. Por isso, está tudo certo. Até os sorrisos são de pechisbeque para não destoarem.

A única coisa que se me oferece dizer é que quando eu estava um pouco mais anafada tinha o cuidado de escolher roupa que não evidenciasse os quilitos a mais. Não sei se a Georgina está grávida ou se está apenas com mais barriga ou mais rabo do que seria suposto. Mas, seja o que for, não me parece que aquela saia justa a favoreça. Abstraindo-me da múmia sentada, olhando apenas para o lookinho do par de jarras que ladeia a múmia, diria que mais parece um casal da Bobadela ou da Baixa da Banheira do que dois fulanos podres de ricos. E, atenção, nada contra os habitantes da Bobadela ou da Baixa da Banheira pois é certamente gente estimável e com melhor aspecto e com roupa mais apresentável que estes dois aqui abaixo.

Tirando isso, nada mais a dizer. 

Abaixo da fotografia, partilho o vídeo em que Trump tem um comportamento miserável em especial quando fala do responsável da Reserva Federal. Trump, à medida que a demência progride, mostra o que é, um palhaço grotesco, do mais desqualificado que se possa imaginar. A degradação levada ao limite -- e, pior, aplaudida.

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‘I’ll Fire His Ass!’, Trump UNLOADS on Fed Chair Powell in Brutal Attack at Saudi Forum

Num momento aceso e improvisado, o presidente Donald Trump atacou o presidente da Reserva Federal, Jerome Powell, chamando-lhe "grosseiramente incompetente" e dizendo que "adoraria despedi-lo" por causa das elevadas taxas de juro. Trump comparou os gastos federais aos seus próprios projetos de construção, ironizou as decisões da Fed e pressionou Scott para medidas urgentes. 


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E queiram continuar a descer para não perderem um excerto de mais um momento brilhante de Colbert a gozar com Trump

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Votação sobre os arquivos de Epstein é uma grande derrota para Trump | "Cala-te Piggy" | Melhores Amigos Ditadores | Um McDonald's Voador
-- The Late Show with Stephen Colbert --


Está o mundo dependente dos desvarios de um maluco... 

Parece-me sempre um filme cómico tal a dimensão dos dislates, tal o desbocado abandalhamento demonstrado ao mais alto nível, tal o permanente despropósito.

Claro que é um maná para os programas de entretenimento. 

Tal como Colbert anunciou quando foi avisado da suspensão definitiva do seu programa creio que em Março do ano que vem, cometeram um erro: deixaram-no vivo. Portanto, completamente solto e descomprometido, Colbert ri de gosto com as proezas do palhaço cor de laranja.

Vejam porque, no meio disto tudo, temos que concluir que seria mesmo de gargalhada não fossem os insultos, as ameaças, a crueldade, a aleatoriedade, o permanente desrespeito, as decisões estúpidas e contraditórias, a descarada corrupção de Trump. O fulano está doido e ninguém o interna.

Epstein Files Vote Is A Huge Loss For Trump | "Quiet Piggy" | Dictator Besties | A Flying McDonald’s

Toda a conversa sobre Jeffrey Epstein parece estar a afetar o presidente Trump, que se comportou de forma repugnante com uma repórter a bordo do Air Force One. Talvez se tenha entusiasmado hoje ao receber o líder da Arábia Saudita na Casa Branca e proferir um discurso de uma hora numa convenção da McDonald’s.


quarta-feira, novembro 19, 2025

Rep. Marjorie Taylor Greene -- será possível que afinal existam mesmo milagres...?

 

Marjorie Taylor Greene foi até há pouco tempo uma das MAGAs mais ferrenha. Era uma nacionalista cristã, ultra conservadora, ultra populista, da ala mais direita e radical, beligerante, trumpista até à raiz dos cabelos. E, claro, também apoiante de Putin. 

Incitava à violência para alimentar o 'nós contra eles' tão enraizado na doutrina trumpista, apoiava e divulgava teorias da conspiração contra os democratas que não se ensaiava de comparar aos nazis, apoiava os movimentos de supremacia branca -- ou seja, era a encarnação feminina do que de pior o MAGA tem.

Era. Verbo ser no passado.

Contudo, o contacto mais de perto com a realidade das vítimas de abuso por parte de Epstein e dos amigos a quem ele cedia as miúdas bem como  suspeição que algumas movimentações israelitas em torno dos congressistas e senadores americanos bem como da entourage de Charlie Kirk começaram a toldar-lhe a visão binária que mostrava ter e, para espanto de toda a gente, desatou a expressar em público as dúvidas que tinha, os incómodos que os conselhos para que se mantivesse calada lhe estavam a causar. De repente, parecia que tinha sido virada do avesso.

Nos últimos dias o seu apelo mais veemente a que se divulgassem todos os ficheiros Epstein bem como  retratação face ao seu anterior comportamento agressivo e à beligerância da ala mais radical dos republicanos, com referências directas a Trump, levaram a que ele passasse a referir-se a ela como Marjorie Traitor Brown, retirando-lhe o apoio e levando a que ela se visse ameaçada de várias maneiras, inclusivamente de morte.

Contudo, mostrou-se corajosa e não apenas respondeu à letra como divulgou todas as ameaças, mantendo o que tinha dito, colocando-se ao lado das vítimas e prometendo lutar para que todos os pedófilos que abusaram delas, fossem eles quem fossem, fossem condenados.

O discurso que fez para justificar o seu voto foi a prova de que algo se passou dentro dela pois até chamou traidor a Trump acusando-o de trabalhar para outros países e para si próprio. E, influente como era dentro do movimento MAGA pode ser que isto acorde a consciência dos devotos de Trump que, até aqui tudo lhe têm aparado.

Não sou de acreditar em milagres. Os únicos em que acredito são os da natureza: a perfeição das flores, a majestade das árvores, a sobriedade das rochas, a força ou a suavidade do mar, os tesouros que se escondem no interior da terra e nas profundezas do mar. Ou, até, a graça dos cogumelos que sem já formados de dentro da terra. Ou a delicadeza do canto dos pássaros. Ou o amor dos cães por nós. Enfim. Tudo isso. Se me puser a enumerar tudo o que me ocorre fico aqui a escrever até amanhã.

Agora acreditar que uma pessoa pode mudar tão radicalmente como Marjorie Taylor Greene mudou...? É difícil. Mas, pelo menos aparentemente, é o que está a acontecer.

E agora que o Congresso e o Senado já votaram a favor e que parece que Trump também vai libertar os malditos ficheiros, começam a correr insistentes rumores de que todos foram já devidamente expurgados todos os nomes republicanos envolvidos. Já corre inclusivamente o nome da empresa contratada para limpar os ficheiros.

Trump diz agora que o tema Epstein é um tema que envolve apenas os democratas e já deu ordens para a Justiça ir atrás deles. A corrupção moral de Trump e da seita que o rodeia é assustadora.

Entretanto, começaram a ser divulgadas gravações de conversas de Epstein e não sei como é que Trump e os seus ainda defensores vão lidar com as discrepâncias entre isso e os ficheiros aparentemente 'limpos'. E ouvi uma gravação da vítima mais conhecida, Virginia Giuffre, entretanto morta por suicídio, na qual ela diz coisas tão surpreendentes e estranhas que me abstenho aqui de referir pois receio que seja alguma montagem. Contudo, tudo o que se sabe de forma comprovada já é bárbaro e louco demais, uma malfadada história que se desenrola em torno de um enredo que nenhum mente humana normal se lembraria de inventar.

Partilho vídeos que atestam a nova versão de Marjorie Taylor Greene bem como, por fim, um vídeo tocante que penso que ilustra a dimensão do mal que tantos 'ricos, poderosos', tarados e criminosos levaram a cabo.

BREAKING: Marjorie Taylor Greene Unleashes On 'Coverup Of Rich, Powerful Elites' Before Epstein Vote

During debate on the House floor, Rep. Marjorie Taylor Greene (R-GA) demanded support for the release of the Epstein files. 



‘They Are Not Victims — They Are Survivors’: Marjorie Taylor Greene (MTG) Tears Up Defending Epstein Victims

 DRM News broadcasts the bipartisan press conference led by Rep. Marjorie Taylor Greene (R-GA) and Rep. Ro Khanna (D-CA) introducing the Epstein Files Transparency Act to mandate the declassification and public release of all Jeffrey Epstein-related documents

Marjorie Taylor Greene Blasts Trump as 'Traitor,' Praises Epstein Survivors in Emotional Speech for Full File Release"

"‘They Are Not Victims — They Are Survivors’: MTG Tears Up Defending Epstein Victims, Demands Complete Disclosure of Names"

"Rep. Marjorie Taylor Greene: ‘I Was Called a Traitor’ for Standing with Epstein Survivors – Vows ‘Real Fight’ Is After Today’s Vote"


Brother of Epstein Survivor Virginia Roberts Shares Emotional Story, Demands Justice 

Sky Roberts delivers a heartfelt speech in the U.S. Congress, sharing the harrowing story of his sister, Virginia Roberts, and her abuse by Jeffrey Epstein and Ghislaine Maxwell. He calls for justice, accountability, and immediate action to protect survivors and future generations. His moving words honor Virginia’s legacy and demand Congress act decisively. For more details, watch our story and subscribe to DRM News.

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E queiram descer um pouco mais caso queiram conhecer a minha opinião sobre o debate Marques Mendes - António Filipe

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Marques Mendes versus António Filipe -- se não se importam, vou ali e já venho

 

O bocado que vi entediou-me a ponto de me levar a adormecer. 

O António Filipe é um fofo, simpatizo com a pessoa, a sério que sim, acho-o mesmo boa pessoa, íntegro, e, repito, fofo, fofo de verdade. Mas há que reconhecer os factos: tem a pouca sorte de ter ficado encalhado no PCP. Sempre que é para falar daqueles temas mais fracturantes é o que é, esbardalha-se ao comprido nas areias movediças da cartilha p-cê-pista e, claro, dali não sai.

Ao Marques Mendes mal consigo prestar atenção, é o comentadorzeco com que comemos durante anos. Na maior parte das vezes fazíamos zapping, claro. Mas ainda assim, no acto de zappar, dávamos com a figura a fazer-se de isenta quando não passa de um concentrado de cavaquismo.

Portanto, desinteressei-me da converseta e adormeci. Quando acordei já os comentadores estavam a dar notas. O meu marido zarpou de imediato para o 24Kitchen e eu achei muito bem. Tenho a esperança que um dia aprenda a fazer belos cozinhados italianos.

terça-feira, novembro 18, 2025

Seguro versus Ventura -- obviamente Seguro

 

Devo dizer que o Tozé é daqueles que parece que foi feito para despertar em mim maus instintos. É demasiado certinho, demasiado compostinho, sempre a boiar, incapaz de se atirar de cabeça, incapaz de pisar o risco, sempre quase a levitar, sempre com pezinhos de lã, sempre incapaz de parir um prato, sem um pecadinho, por insignificante que seja, para recordar. 

Contudo, esteve bem no debate da CNN. Talvez seja como aqueles homens que em novos não têm ponta por onde se lhes pegue e que, ao ganharem o peso de alguma idade, nos aparecem com um ar interessante, por vezes até sexy, com aquela patine que, nos homens, é charme. Talvez o Seguro seja assim. Não fisicamente porque, a esse nível, continua igualmente desinteressante. O pobre não tem culpa daqueles olhos a descair, não tem culpa de ter boquinha de santinho, não tem culpa de se parecer com o menino da lágrima. Cada um é como cada qual e ninguém tem nada a ver com isso. Quem não gostar que não coma. Mas a nível de atitude vejo que ganhou alguma robustez e isso é de destacar.

Entre ele e o Ventura, sem precisar de pensar, vitória clara para o Tozé. 

Sobre o Ventura nem me pronuncio, toda a sua prestação foi o lixo do costume.

segunda-feira, novembro 17, 2025

Sobre a banalização do mal

 

Lembro-me de um conhecido me contar que tinha estado num almoço em casa de um empresário que na altura era de referência no país, com alguns dos seus homens de confiança, com um ex-presidente da Câmara, com um ou dois ex-ministros,  e que, no meio da animada conversa em que as línguas se iam tornando mais soltas à medida que os bons vinhos iam subindo da bem fornecida adega do anfitrião, se teriam referido ao que na altura era presidente de uma das maiores empresas do país dizendo que 'esse gosta muito de meninos'. Esse meu conhecido ficou intrigado e estupefacto e quis confirmar se tinha percebido bem. Tinha. Entre risadas e piscar de olhos falaram das incursões da pessoa em causa nas noites Parque Eduardo VII. Isto antes do escândalo Casa Pia.

O meu conhecido ficou chocado com a forma 'normalizada' como todos aparentemente sabiam e fechavam os olhos, aparentemente achando até uma certa graça. Para eles, parecia que o grande administrador gostar de meninos estava ao mesmo nível de gostar de usar o cabelo penteado de uma determinada maneira ou só usar sapatos feitos por encomenda numa certa casa italiana ou ter um gosto refinado a nível de obras de arte. Excentricidades, idiossincrasias, particularidades inócuas próprias de quem tem dinheiro e poder.

Ao ouvir isso, fiquei estarrecida. E incrédula. Não encaixava na imagem que tinha dele. 'Mas será verdade?''. Era pessoa conceituada no país, politicamente relevante, profissionalmente reconhecida. Eu não o conhecia pessoalmente mas conhecia quem o conhecia e sempre tinha ouvido falar dele e da mulher, dele e da sua casa de praia onde recebia os amigos, dele e do prestígio como bom profissional. Na altura, para mim isso era incompatível com ir 'aos meninos'. E que meninos eram esses? Se me tivesse falado de ir às prostitutas, eu teria ficado chocada mas percebia. Por exemplo, as mulheres nas esquinas ali nas ruas na zona do Técnico eram bem visíveis. Agora 'meninos'...? No Parque Eduardo VII? Parecia-me uma história estapafúrdia.

Mas, a ser verdade, igualmente chocante era todos saberem e ninguém o denunciar, e todos continuarem a conviver com ele -- como se 'ir aos meninos' não fosse uma perversão, um crime. 

E, volto a dizer, isto foi antes, embora pouco antes, de ter rebentado o escândalo da Casa Pia.

Leio o artigo do Guardian, The banality of evil: how Epstein’s powerful friends normalised him - David Smith, e é nisso que penso. Toda aquela gente sabia e todos se mantiveram amigos dele, todos mantiveram o relacionamento estreito. Mesmo depois da primeira condenação, continuaram a ser amigos chegados. Mesmo sabendo que continuava a abusar de meninas. Como se fosse normal. Isto se é que eles próprios, amigos do condenado, não continuaram a fazer o mesmo. E, pela troca de mails, vê-se como a erosão moral se estende à política. Epstein a ajudar os russos a lidar com Trump, Epstein amigo do peito de Bannon, conselheiro de Bannon sobre como melhor dar cabo da Europa. Todos em torno de Epstein. Epstein, Epstein.

Não tenhamos dúvidas: as pessoas com vidas simples, as boas pessoas, provavelmente nem sonham qual a dimensão do mal que pode habitar a cabeça dos que se acham donos do poder, da influência e da impunidade suficientes para tudo fazer. Roubar, extorquir, chantagear, abusar, manipular, ocultar provas, comprar o silêncio, subornar -- tudo actos normais para certas pessoas que se vão tornando coniventes umas das outras.

Vale a pena ler o artigo. 

E vale também a pena ver e ouvir a entrevista de Joanna Coles a Mary Trump, a sobrinha renegada pelo homem mais poderoso do mundo. Partilho esse vídeo.

Este mundo em que vivemos brinda-nos com um realidade que supera a mais imaginativa e pervertida das imaginações.

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Why Seeing Epstein and My Uncle Donald Haunts Me | The Daily Beast Podcast

Mary Trump joins Joanna Coles to pull back the curtain on the Trump family and the man at its center. She recounts a childhood spent seeing her uncle everywhere, the opulent parties that doubled as power plays, and the lessons learned about a man who thrived on attention and control. Mary dissects Donald’s core pathologies—from his craving for wealth and status to the public slips and impulsive behaviors that now define him. She warns that the real danger isn’t just Trump himself, but the enablers who prop him up and profit from his rise. From her perspective as a clinical psychologist and family insider, Mary asks: when the myth collapses, what happens to those left in its wake?


Desejo-vos uma boa semana

domingo, novembro 16, 2025

Já há até quem diga que, afinal, o entusiasmo pelo Big Beautiful Bill já vem de trás

 

Talvez o jornalismo venha a noticiar, de forma estruturada, o que já se vai sabendo. Talvez os historiadores consigam contar a história ainda estando ela a fumegar. Seria útil.

Os ficheiros ainda não foram divulgados mas, enquanto o pau e vem, folgam os que vão vendo os mails que, mais ou menos a conta-gotas (a conta-gotas  ou à chuveirada), vão sendo libertados.

E, não sendo a informação devidamente tratada, tudo é pasmo e quiçá especulação. Pode até acontecer que tudo seja verdade mas tudo é de tal forma estapafúrdio que penso que todas as dúvidas são legítimas.

Não são apenas os nomes envolvidos, que são mais que muitos, variados, alguns antes supostamente insuspeitos. É também a dimensão da trama, o perverso e louco e inverosímil que é tudo. Vai-se sabendo e vai ficando cada vez mais difícil de assimilar.

É, pois, natural, que toda a gente que gosta de parodiar a realidade tenha muito por onde pegar. Maggie Reed não perde uma. E diverte-se à brava.

Já aqui abordei o tema -- aquele mail em que, em poucas palavras, Mark se dirige ao mano Jeffrey, fazendo-lhe uma pergunta em que se junta o Trump, o Putin, o Bannon e um tal Bubba, e que deixou as redes sociais ao rubro. Hoje partilho alguns dos vídeos em que Maggie Reed goza que se farta.

Entretanto, parece que Mark Epstein já veio dizer que aquele mail não passou de uma brincadeira entre irmãos e que não metam o Clinton ao barulho, coisa que parece que também não está a ser levada muito a sério.



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Desejo-vos um belo dia de domingo

sábado, novembro 15, 2025

Arrumações e a minha Carta Astral (via ChatGPT)

 

De vez em quando desce em mim o espírito da maria arrumadeira e, então, santa paciência, levo tudo à frente. Desta vez acordei a pensar que ia dar a volta a parte da minha roupa.

O meu quarto tem um closet. Tudo foi concebido pelos anteriores proprietários. Se há coisas em que penso que eu não teria feito melhor, outras há em que nem percebo a lógica. São uns belos armários, é tudo em boa madeira, bem bonita, mas jamais eu teria concebido aquela organização. Vai até ao tecto mas, por exemplo, tem gavetas fundas lá em cima. Mesmo indo eu buscar aquele banquinho do ikea para alcançar mais alto, abro a primeira das gavetas mas não consigo ver o que lá estaria dentro (se eu lá pusesse alguma coisa). O meu marido diz que tem que se usar escadote. Mas agora vou à garagem buscar o escadote de cada vez que quero guardar ou buscar alguma coisa daquelas gavetas? Nem pensar. Por isso, por cima está tudo vazio. Pensei abolir as gavetas e ficar apenas um espaço aberto. Mas fundo como é e tão alto, como desencanto lá alguma coisa? É para esquecer.

Mas. mesmo na zona mais acessível, também é dúbio. De qualquer forma, a distribuição dos espaços ainda era a de quando para cá viemos em que o meu marido ficou com umas partes e eu com outras, mas não verdadeiramente muito bem pensado. Por exemplo, uma zona ainda estava com caixas de máscaras, imagine-se. Estavam para ali esquecidas, a ocupar espaço. Outra zona tinha coisas ad hoc como dois medidores de tensão, um oxímetro, um cinto do meu marido ainda por estrear, coisas assim. Com a falta de espaço para as minhas coisas, a solução passou por retirar aquelas coisas dali e ficar o espaço livre para mim.

Quando eu trabalhava, usava sobretudo camisas ou proto camisas (blusinhas de seda ou afins, de decote em bico com uma preguinha ou um folhinho à frente). Tinha-as de todas as cores e feitios, lisas ou estampadas, e em todas as derivações possíveis e imaginárias. E ainda as tenho mas raramente as uso. Agora uso blusas mais desportivas, mais simples e, no inverno, mais quentes. Quando trabalhava não usava roupa quente pois os espaços em que estava eram aquecidos. Agora, aqui, vou caminhar, vou ao ginásio, às compras, ao jardim, etc, e, no inverno, tenho que usar blusas totalmente diferentes das de antes. E era para todo esse novo guarda-roupa que precisava de um espaço em que pudesse ter tudo devidamente organizado e arrumado. Então, depois de esvaziar aqueles dois bons compartimentos, fui aos outros em que as minhas camisolas estavam mal arrumadas, tirei tudo para fora, organizei por tipo e por cores, separei as de verão das de meio tempo e de inverno, dobrei tudo direitinho e fiz montinhos civilizados, geríveis, arejados. 

E fiquei feliz. Gosto muito de fazer este tipo de coisas.

E fiz um entrecosto com favas que também ficou macio, saboroso, com um molhinho encorpado, guloso. 

E ao fim do dia dei uma volta pelas notícias e pelos blogs e pelos instas. E li uma coisa que despertou a minha atenção. O Homo Viator pediu -- provavelmente ao chtgpt -- um horóscopo. Achei um piadão à forma desconstruída como ele fala disso. Vai daí pensei: caraças, como é que eu nunca me tinha lembrado disso? Vai daí fiz o mesmo. Pedi a minha carta astral e previsões para os tempos mais próximos. 

Como sou preguiçosa não vou dar-me ao trabalho de a desconstruir. Copio-a quase integralmente embora não a parte das previsões mês e mês ou por tipo de assunto (saúde, amores, finanças, trabalho) senão ficaria extenso até dizer chega. 

Fiz depois a dos meus filhos para ver se eram diferentes (não fosse isto ser chapa 4) e se faziam sentido. E são muito diferentes e fazem sentido, curiosamente parece-me tudo na mouche.

Aqui claro que só ponho as minhas cenas. Fica aqui para memória futura.


🌟 MAPA ASTRAL COMPLETO

🌞 Sol em Caranguejo

Identidade sensível, cuidadora, empática, com uma mente fortemente intuitiva.
• Relações familiares influenciam muito a tua vida.
• Cuidas através das palavras — tens capacidade de orientar, confortar e aconselhar.
• Forte memória emocional, excelente capacidade de observar.


🌙 Lua em Peixes

Uma das luas mais sensíveis.
• Empatia profunda; absorves energias do ambiente.
• Vida emocional ligada a amizades, grupos, causas humanas.
• Criatividade, imaginação, espiritualidade natural.
• Quando magoada, fechas-te e precisas de silêncio para te recompor.


⬆️ Ascendente Touro

O que os outros veem em ti:
• calma, solidez, força tranquila
• sensualidade natural
• gosto pelo belo, pela natureza, pelo conforto
• pessoa confiável, prática, com presença estável

O corpo físico vive melhor com rotinas, suavidade e constância.


🜁 Mercúrio em Caranguejo

• Comunicação emocional, delicada e intuitiva
• Boa memória
• Preferência por conversas calorosas, familiares ou espirituais
• Pode captar subtons que outros nem percebem


💕 Vénus em Gémeos 

• Charme inteligente, jovial, comunicativo
• Afeto através da conversa, humor, troca mental
• Valorizas estabilidade financeira
• Em amor, aprecias leveza, estímulo, companheirismo


⚔️ Marte em Virgem

• Perfeccionismo
• Forte ética do trabalho
• Criatividade metódica
• Paixões intensas mas discretas
• Exigência em assuntos de saúde — atenção ao sistema digestivo e stress muscular


🌱 Júpiter em Virgem 

O grande “tema de crescimento” da vida:
• expandes-te quando crias, aprendes ou serves
• crescimento através de rotinas, ordem, hábitos
• amor e criatividade florescem quando simplificas e organizas


🧱 Saturno em Sagitário 

• Karma ligado a perdas, transformações e limites
• Tens força de renascimento — sobrevives e refazes a vida
• Forte intuição para questões ocultas
• Aprendizagem profunda sobre confiança e entrega


💫 Neptuno em Escorpião 

• Ideais elevados no amor
• Encontros espirituais
• Tendência a idealizar parceiros — precisas de distinguir fantasia de realidade
• Intuição poderosa nas relações


🔥 Plutão em Virgem

• Transformações através do amor, criatividade e até da maternidade
• Capacidade de regeneração emocional
• Poder pessoal na forma como cuidas e organizas


🔮 ASPETOS MAIS IMPORTANTES

🌞 Sol trígono Lua

Coerência entre emoção e consciência.
Equilíbrio interior natural.

🌞 Sol conjunto Mercúrio

Mente clara e emocional.
Comunicação como ferramenta de cura.

🌙 Lua trígono Mercúrio

Empatia, capacidade de perceber o não dito.

♀️ Vénus quadratura Urano

Amores inesperados, relações fora do padrão, necessidade de liberdade.

♂️ Marte conjunto Júpiter

Força, vitalidade, impulso para fazer, aprender, melhorar.

♃ Júpiter conjunto Plutão

Capacidade de grandes transformações, força mental, poder de cura.


(etc, etc -- e fico-me por aqui para não ficar fastidioso para além da conta, ok?)

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Tem graça, não tem? Experimentem fazer para vocês (local onde nasceram, dia, mês, ano e hora do nascimento) e vejam se vos faz sentido. Não perdem nada com isso, não é?

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Desejo-vos um bom sábado

sexta-feira, novembro 14, 2025

Com que então... mais um valentão com um micro-pénis...?

 

As redes sociais estão ao rubro a tentar confirmar se o Bubba de que tanto se fala é mesmo o nickname de Bill Clinton -- toda a gente de cabeça à roda a tentar decifrar o mail de Mark Epstein para o mano Jeffrey no qual questiona Jeffrey se já perguntou ao Steve Bannon se ele sabe se Putin tem alguma fotografia de Trump a encher balões (digamos assim) ao dito Bubba. 

E eu, perante isto e desconfiada de tudo o que é viral e já não conseguindo traçar uma fronteira clara entre o que é verdade e o que é inventado, fico sem saber o que pensar. Parece-me muito jogo, com o caraças. Por um lado teria graça, carradas de graça, seria de a gente se rebolar a rir. Mas, por outro, talvez fosse diabólico para além do que conseguimos encaixar, e mais ainda se, de facto, Putin tivesse fotografias disso. Muita coisa estaria explicada.

Mas teria também a sua piada se o galifão, o que se gaba de agarrar as mulheres pela pussy, o que acha que uma mulher que supostamente violou até gostou, até achou sexy, o que em tempos disse que miúdas sim, só não abaixo de 12, o que organizava concursos de beleza e ia aos bastidores ver as miúdas a vestirem-se e despirem-se, afinal tivesse sido apanhado com o Clinton, mimetizando as proezas de Monica Lewinski. Teria, não teria. E eu até devia deixar-me de coisas e escrever aqui uma fiada de lol lol lol e de ahahahah...

Seja como for vou admitir que é surreal de mais para ser verdade. Não pode ser, não é? Convenhamos: não dá para acreditar.

Mas pronto, esse nem é o ponto. O tema é marginal em relação a isso: de concreto, e porque uma sua conhecida parceira sexual o revelou, é que o galifão-mor tem um pénis mínimo, um micro-pénis, uma espécie de pequeno cogumelo cabeçudo. Esse seu micro-pénis tem sido parodiado em desenhos animados, em cartoons, em pinturas... e isso deixa-o furibundo.

Pois eis que parece que um outro valentão -- um a quem certamente Trump inveja a firmeza, a mão forte, a capacidade de organizar grandes manifestações, mormente militares, a arte de chefiar tropas com bravura e desencadear guerras à grande -- afinal também padecia do mal dos pénis minúsculos.

Abaixo já falei do rumor que corre desde os tempos da guerra, de que Hitler só tinha um testículo. Só que, agora, a análise ao DNA colhido numa mancha de sangue comprovadamente dele parece revelar que padecia de uma doença que se caracteriza por baixa testosterona e fraco desenvolvimento dos órgãos sexuais. A velha história de um dos testículos não ter descido ou não se ter desenvolvido parece, afinal, fundamentada. E a juntar a isso um micro-pénis... 

Ouvi também uma cientista dizer que naquela condição genética é também comum a bipolaridade ou a esquizofrenia. Se tudo isto for verdade, é caso para pensarmos que, na base de muita guerra e de muitos comportamentos belicistas, se calhar não há sobretudo estratégia mas frustração, maluquice, distúrbios mentais, sentimentos de inferioridade mal resolvidos. Nada de que a história não esteja carregadinha de exemplos.

Partilho um vídeo de duração não excessiva em que se fala de um documentário que vai ser divulgado em breve (nota: queixam-se de que coloco aqui demasiados vídeos em língua estrangeira mas recordo que basta ir às definições do vídeo e escolher que se quer ver com legendas e, no autotranslate, escolher a língua portuguesa)

Um novo documentário investiga o DNA de Hitler -- BBC News

Os investigadores extraíram o seu ADN de uma amostra de tecido com sangue de Hitler, encontrada no sofá onde se suicidou.

Os resultados serão revelados este fim de semana num documentário do Channel 4 intitulado "O ADN de Hitler: O Plano de um Ditador".


E queiram continuar a descer pois a canção sobre e única bola do Hitler e sobre a pequenez ou inexistência de outras tem piada

'Hitler, has only got one ball!'
- British WW2 Song -

 

Andava eu no liceu quando uma professora, numa aula daquelas que se chamavam, creio, circum-escolares, nos disse que se dizia que Hitler apenas tinha um testículo e que isso pode tê-lo traumatizado, inferiorizado, e que isso pode ter condicionado toda a sua vida.

Hoje vi uma notícia, de que darei conhecimento num post seguinte, em que aparentemente isso terá sido cientificamente comprovado -- isso e mais que isso.

E, portanto, agora pensa-se que, na volta, uma canção antiga que se admitia que fosse apenas no gozo pode ter tido, mesmo, fundamentos verídicos.

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"Hitler só tem um testículo" é uma canção britânica do tempo da guerra, também conhecida por "Goring tem dois, mas são muito pequenos". Era uma canção humorística e satírica da Segunda Guerra Mundial. É um produto da propaganda de guerra britânica e foi utilizada para troçar de Adolf Hitler e de outros nazis de alta patente.

A letra da canção era cantada de forma descontraída e irónica, ironizando os atributos físicos de Hitler e sugerindo que este tinha apenas um testículo. Uma das razões pelas quais foi escrita era para distorcer a ideia de um "homem a sério", utilizada na propaganda da Alemanha nazi, para afirmar que os alemães eram o "melhor da humanidade".

"Hitler só tem um testículo" foi apenas uma das muitas canções criadas durante a guerra para elevar a moral e ridicularizar o inimigo. Pretendia proporcionar um sentido de união e resiliência à população britânica durante um período difícil. A canção reflete o uso do humor como arma psicológica em tempo de guerra.


E já continuo...

quinta-feira, novembro 13, 2025

Trump está nos ficheiros, Trump está nos ficheiros...!

 

Aos poucos vão saindo mais e mais provas de que Trump obviamente não apenas sabia de tudo o que se passava na vida de Epstein, o misterioso pedófilo (e chantagista? e agente da Mossad?) como partilhava parte dessa vivência. 

Diz Michael Wolff, que é interveniente na conversa com Epstein em dois dos três mails agora divulgados, que  durante mais de 10 anos Trump e Epstein foram os melhores amigos, partilharam mulheres, segredos, negócios. 

Tendo recolhido, ao longo de anos, inúmeros testemunhos de amigos e inimigos, conhecidos e colaboradores de Trump, Michael Wolff, jornalista e biógrafo de Trump, é, sem dúvida, das pessoas que melhor conhece o presidente dos Estados Unidos. 

Tem documentos de toda a espécie, entrevistas gravadas, tem tudo o que se possa imaginar sobre a sua relação com Epstein. E mantém contacto com actuais colaboradores de Trump na Casa Branca e com antigos e actuais "conselheiros". E coloco a palavra entre aspas pois é conhecido que Trump não se aconselha com ninguém. Pelo contrário alimenta-se do que vê na televisão, do que vê nas redes sociais ou do que ouve, salteadamente, aqui ou ali. O caos que se vive na Casa Branca é pois acompanhado de perto por Michael Wolff. E não faz questão de manter a reserva. Muito pelo contrário. Dá entrevistas, participa em podcasts e tem as suas redes sociais permanentemente actualizadas. Arrisca-se. Provavelmente pensa que sabendo tanto e expondo-se tanto, ninguém ousará 'caçá-lo'.

Contudo foi ameaçado. Melania Trump, para o calar, ameaçou-o com um pedido de indemnização de mil milhões de dólares com acusação de difamação. Numa reviravolta audaciosa, Michael Wolff avançou ele com um processo contra Melania Trump por tentativa de cerceamento da sua liberdade de expressão. Para conseguir financiar essa odisseia judicial pediu ajuda. E, para sua grande surpresa, em poucos dias já conseguiu reunir USD $732 586, verificando-se uma mobilização significativa. E ele vai fazendo saber que vai exibir todos os documentos que possui e vai fazer com que sejam chamados a depor, sob juramento, Melania e Donald Trump. Entre muitos outros.

Portanto, por muito que Trump lance poeira para os olhos de toda a gente, manipule, minta, distorça, invente, arranje milhares de motivos de diversão, ameace meio mundo... talvez a verdade não tarde muito a chegar. 

Por isso, está na hora de voltar a chamar as avozinhas safadas.

Piedmont Raging Grannies  --  Trump is in the Files

Está a tentar de tudo para desviar a atenção do facto de ter quebrado a sua promessa de divulgar os ficheiros de #Epstein. Então, aqui fica um lembrete!


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Dias felizes

quarta-feira, novembro 12, 2025

Ver ao longe, planear, executar

 

Penso que ninguém suspeitará que tenho simpatias pelo regime comunista chinês. Não tenho, de todo. Aquelas reuniões unanimistas do partido, aquelas demonstrações sincronizadas de nacionalismo, aquele controlo das liberdades, aquele dirigismo impositivo em que parece que não há quem ouse pisar o risco -- tudo aquilo me causa uma repulsa que não tem solução.

Contudo, há um lado extraordinário na forma estratégica, planeada e focada como a China avança. Estará nos seus genes, estará na sua matriz cultural, estará cravado na sua pele tantos os anos de ditadura. Talvez. Mas temos que reconhecer que o desenvolvimento daquele imenso país é extraordinário. E falo em desenvolvimento económico, em desenvolvimento científico, tecnológico, social. O que era a China há umas décadas e o que é hoje... Só um centralismo poderoso e muito estável o conseguiria. Mas poderia havê-lo e terem ido numa outra direcção. E a verdade é que têm ido no sentido do progresso. E isso é inquestionável. Em quase todos os sectores da economia é a China que vai na frente. E mesmo a nível ambiental, onde há tempos, não estavam nem aí, agora se veem avanços assinaláveis. 

E têm atirado lanças um puco por todo o lado, e sempre de forma coerente, articulado, sustentado.

E não vale a pena colocarmos o nosso arzinho superior, focando-nos só no lado negativo das coisas. Claro que há um lado negativo. Aliás, muitos. Só que, se estivermos sempre a pensar que somos os maiores, só conseguimos aquilo que se vê, sempre a ficar para trás.

Os vídeos que aqui partilho são apenas exemplos numa área muito concreto. E, sobre o mesmo assunto, mostro dois vídeos para que se veja que não há unanimidade nas opiniões. Contudo, o que se vê, perante os escolhos que vão surgindo ou perante os possíveis riscos, novas soluções vão sendo estudadas e levadas à prática.

Compare-se a ambição destes projectos com a chachada que é a gestão da coisa pública em Portugal em que o governo nem consegue arranjar uma solução para as mulheres não parirem nas ambulâncias ou nos passeios, em que se compram helicópteros para a emergência médica que não conseguem pousar nos hospitais, em que se chega a esta altura do ano com 100.000 alunos ainda com pelo menos um professor em falta.

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Como a China está a transformar o seu maior deserto em novas fontes de vida

Outrora conhecido como o "Mar da Morte", o Deserto de Taklimakan é agora o centro de um dos projetos de restauro de terras mais ambiciosos do mundo.

Estendendo-se por 337.000 quilómetros quadrados na Região Autónoma Uigur de Xinjiang, na China, o Taklimakan é o segundo maior deserto de areia movediça do planeta. Durante décadas, as suas dunas expandiram-se implacavelmente, engolindo estradas, aldeias e terras agrícolas.

Mas hoje, essa história está a mudar.

Neste vídeo, levamos-te até à beira do deserto para veres como a China está a reagir – não apenas detendo as areias, mas transformando-as em novas fontes de vida e rendimento.

Como a China está a transformar o Mar da Morte numa floresta verde!

O Deserto de Taklamakan — conhecido como o “Mar da Morte” — é uma das paisagens mais inóspitas da Terra. No entanto, num esforço ambiental inovador, a China cercou-o com um enorme cinturão verde de 3.046 quilómetros, parte da maior floresta artificial do mundo. Este projecto, que dura há décadas, visa travar a desertificação, proteger milhões de pessoas e garantir infra-estruturas vitais em Xinjiang.

Neste documentário, exploramos o funcionamento da Grande Muralha Verde da China: desde arbustos resistentes à seca e florestas de choupos gigantescas, a sistemas de irrigação movidos a energia solar e barreiras de engenharia que contêm as dunas movediças. Examinaremos também os desafios — escassez de água, taxas de sobrevivência das plantas e equilíbrio ecológico — que poderão determinar o futuro desta audaciosa experiência.

Será esta a vitória definitiva contra o deserto, ou apenas um oásis temporário num mar de areia?

A Grande Muralha Solar da China: Transformar o deserto numa potência verde

Através do vasto Deserto de Kubuqi, na Mongólia Interior, norte da China, uma "Grande Muralha Solar" de 400 quilómetros, composta por painéis fotovoltaicos, está a transformar esta terra árida num símbolo do compromisso da China com o desenvolvimento das energias renováveis. Além de produzir energia limpa, protege o Rio Amarelo da areia do deserto, salvaguardando as comunidades locais e possibilitando uma agricultura verde e sustentável.
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Desejo-vos um dia feliz

terça-feira, novembro 11, 2025

Temos um governo mentiroso, chantagista, elitista e desumano
+ uma breve nota sobre o Chega
-- De novo, a palavra ao meu marido --

 

Não se pode afirmar que os predicados que melhor qualificam o atual governo sejam meritórios. Temos um governo que mente sempre que entende que mentir é melhor do que dizer a verdade. 

Desde as promessas feitas pelo Montenegro nas campanhas eleitorais e desfeitas quando se viu no poleiro, às afirmações do PM sobre a Spinumviva, entre elas a verdadeiramente anedótica e mentirosa afirmação na AR sobre o objetivo da Spinumviva ser gerir uns terrenozitos com três ou quatro árvores de fruto, passando pelos "pseudo números" do "Lentão Amaro" quando quis justificar a lei da imigração e continuando na recente afirmação do ministro da economia na AR de que tinha conseguido trazer para Portugal o maior investimento de sempre relativo à construção do data center em Sines que, por acaso, é o mesmo que foi anunciado pelo António Costa há vários anos e que provocou a mais uma inqualificável actuação do MP. Não esquecendo o relatório "ao lado" apresentado pelo Nuno Melo (que aguardamos que parta rapidamente para reconquistar Olivença, trajando a rigor e montado numa scooter) para justificar a compra do helicópteros. 

Bastas são as não verdades deste governo. 

A forma como o governo negoceia com o PS é com base na chantagem. Ainda recentemente a ministra dos patrões, por tradição ainda designada do trabalho, afirmou que ou o PS ajoelha e "negoceia" a lei do "trabalho" como o governo quer ou o governo está pronto a ajoelhar perante o Chega. Poderia ser apenas um episódio levado à cena por uma ministra radical, mas não, leis recentes têm sido aprovadas com o apoio do Chega após o governo impor condições inaceitáveis ao PS - e acabaram eles a ajoelhar perante os interesses do Chega, que admito, sejam os interesses mais ou menos ocultos do PSD e do CDS. 

É uma chantagem inaceitável para quem tem da politica uma visão democrática. 

É um governo elitista como confirmam, por exemplo, as leis relativas à habitação, ao IRS jovem e a lei que pretende promulgar sobre o trabalho que defende os interesses de quem tem mais força na relação laboral e tenta reverter as conquistas dos trabalhadores. 

As

  • declarações do "Lentão Amaro" sobre as questões de segurança e sobre a "reengenharia social",
  • declarações da ministra da saúde sobre a inevitabilidade das pessoas com menos recursos e menos capacidades terem menos possibilidade de acesso ao SNS que o pessoal de "primeira" 
  • e a vergonha que são, de uma desumanidade digna de um governo com enorme desprezo pelas pessoas, as notificações enviadas pelo AIMA informando da data de expulsão de pessoas fugidas da Ucrânia, de refugiados políticos e até de crianças 

revelam a falta de humanismo dos nossos governantes e a falta de respeito pelas pessoas, sejam elas portuguesas ou de outras nacionalidades. 

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Nota: 

O Pedro Frazão mandou uma mensagem de apoio à organização de um encontro no Norte de um grupo supremacista cujo líder, aliás, já tinha afirmado na televisão que existia uma forte ligação entre o grupo e o Chega. 

Com a força que vão tendo (o governo e a comunicação social têm fortíssimas responsabilidades neste crescimento), têm cada vez maior despudor e acabam por revelar ao que verdadeiramente vêm. Não vale a pena o Ventura dizer que não é de extrema direita e que não é nem xenófobo nem racista. Já sabíamos que o Chega é um partido de extrema direita, xenófobo e racista e, agora,  são os próprios dirigentes do Chega que o confirmam. Será que ainda alguém tem dúvidas? Mais tarde ou mais cedo os portugueses vão ter que mostrar se são um povo xenófobo e racista ou se defendem valores humanistas. Não estou seguro de que a balança penderá para o lado bom. 

segunda-feira, novembro 10, 2025

O mentalista

 

Eu sei, ou julgo que sei, que um mentalista é um ilusionista que, em vez de trabalhar com cartas ou com lenços ou coelhos a saírem da cartola, trabalha com a observação, com a psicologia, com a manipulação. 

E, no entanto, tal como, quando assisto a passes de magia, fico sempre entre o estupefacto e o estarrecido como se estivesse a assistir a alguma coisa impossível, também ao assistir às proezas dos mentalistas, fico incrédula, como se não pudesse ser, como se fosse coisa que transcende o que a razão consegue alcançar.

Idêntica reacção vejo nos que se sujeitam às experiências. Arrepiam-se, sentem que a sua mente está  ser devassada, não conseguem compreender o que aconteceu, assustam-se.

Eu jamais me sujeitaria.

Por exemplo, nunca deixei que ninguém me hipnotizasse. Tive um professor que dizia que conseguia hipnotizar. Aparentemente, conseguia mesmo. Assisti a sessões disso. Ele perguntava quem é que queria colaborar e, claro, havia sempre destemidos que avançavam. Alguns iam com a ideia de o desafiar, não se deixando hipnotizar nem por mais uma. E lembro-me de cenas incríveis. Uns faziam figuras patéticas, totalmente vertidos para o personagem que o professor os mandava encarnar, outros resistiam ou fingiam e nós sofríamos ao ver o professor ao ver a sua arte ser questionada. Eu, nunca por nunca, conseguiria expor-me sem controlo sobre os meus actos. Não consigo estar em situações em que não tenha total domínio sobre mim própria. Por isso, nunca me embebedei, nunca me droguei. O mais que fui nesse domínio foi a sedação de quando fiz colonoscopia ou a epidural aquando da artroscopia. Mas aí foi porque teve que ser e, em qualquer dos casos, não fiquei acordada a fazer ou a dizer disparates. Puseram-me a dormir e foi tudo.

Nisto do mentalismo, apesar de saber que aquilo não tem nada a ver com sobrenaturalidades e que, no fundo, o que ali há são truques -- ou melhor, técnicas --, como não as consigo divisar, parecem mesmo uma estranha divinação e causam-me alguma inquietação.

Não obstante, gosto de ver. Talvez porque gosto de tentar perceber como o conseguem.

E, de entre os mais conhecidos mentalistas da actualidade, destaca-se Oz Pearlman. E é levado tão a sério que é convidado para palcos prestigiados.

É ver para crer. 

Mentalista partilha alguns truques com Anderson Cooper

Diz que lê pessoas, não mentes — e não é nenhum mágico. O mentalista Oz Pearlman revela como as capacidades que impressionam as celebridades e os CEO podem ajudar qualquer pessoa a destacar-se, numa entrevista emocionante com Anderson Cooper, da CNN.

O mentalista Oz Pearlman impressiona toda a gente, de Joe Rogan a magnatas da tecnologia | 60 Minutos

O mentalista Oz Pearlman lê as pessoas tão bem que parece ler mentes. Partilha insights sobre os truques que intrigam bilionários, celebridades e atletas em plateias por todos os Estados Unidos.
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Desejo-vos uma boa semana

Dias felizes

domingo, novembro 09, 2025

Tarefeiros? Mas afinal de que é que se está a falar' De médicos ou de outra coisa?

 

Ouço e leio jornalistas a falarem em médicos tarefeiros contratados por empresas e vejo que ainda não perceberam o esquema.

Os médicos, para fugirem aos impostos e, ao mesmo tempo, para conseguirem fazer os horários que lhes apetecer e, cereja em cima do bolo, para não terem que se sujeitar a protocolos, 'serviços mínimos' ou ao que for, formam as suas próprias empresas. São empresas unipessoais, ou quase, e podem estar em nome deles ou das mulheres ou deles e de amigos. Não sei se há estatísticas mas diria que a maioria são empresas unipessoais, empresas com nomes criativos que nada têm a ver com os seus nomes (por exemplo, 'Sol Radiante', 'Plano Azul', 'Bem Sentir', etc.). 

De forma automática, é muito difícil saber qual o médico que está por detrás da dita empresa pois, quando os médicos prestam serviço aos hospitais, ou clínicas, ou lares, 'escondem-se' atrás dos nomes das ditas empresas. Os hospitais, clínicas, lares. etc, pagam a essas empresas, que aparecem como simples fornecedores. Estatisticamente, de forma directa, não se consegue saber de que médicos se está a falar pois não aparecem enquanto tal. O hospital ou a clínica contrata a 'empresa', não o médico.

Na contabilidade e nos sistemas de informação dos hospitais (ou clínicas, ou o que for), ao passo que os médicos do quadro podem ser controlados facilmente -- quanto ganham, quantas horas trabalham, quantas horas extraordinárias fazem, em que escala estão, etc. -- já o mesmo não acontece com os que médicos que 'faz de conta' que são tarefeiros, estando 'escondidos' atrás do nome da empresa. As ditas 'empresas' (que, na prática são os próprios médicos) cobram, e cobram bem (e com esta ministra, então, upa, upa, em especial ao fim de semana, em especial nas urgências) consoante as horas que os médicos fazem. 

Muitas vezes, os médicos trabalham para o SNS e depois, como tarefeiros, escondidos atrás do nome da sua própria empresa, vão trabalhar para o Privado. Ou vice-versa. Até em simultâneo... ou seja, para o SNS enquanto médicos do SNS e depois, enquanto tarefeiros, a fazer mais horas, por exemplo ao fim de semana. Ou para o Privado enquanto assalariados e, em simultâneo, enquanto tarefeiros.

Qual a vantagem para estes médicos (e gostava de saber quantos médicos não recorrem a este estratagema...)?

É simples. Enquanto assalariados, tudo o que ganham é sujeito a IRS (e têm que se sujeitar às escalas e etc). Enquanto tarefeiros, quem recebe o dinheiro são as suas empresas. Ou seja, não pagam IRS sobre essas verbas chorudas. E, por outro lado, nessa empresa metem toda a espécie de despesas até porque a sede é, quase sempre, a própria casa. E a casa tem que ser limpa, tem despesas de água, luz, comunicações, a empresa tem um carro que é preciso pagar, bem como o combustível, reparações, portagens, etc. E, se calhar, a própria casa tem que ser paga. E há despesas de representação e deslocações e estadias e, portanto, restaurantes, hotéis e viagens 'vai tudo' para a empresa. Claro que há que pagar ao gerente mas pode ser um ordenado baixinho, neutro em termos de IRS. Em contrapartida, a empresa, afogada em custos fica isenta de IRC ou, em casos raros, pagará uma bagatela. Claro que, na prática, o dinheiro vai todo para os médicos. O resto são liberalidades e habilidades contabilísticas e fiscais.

Estes médicos, que são muitos, se calhar a maioria dos médicos (pelo menos nos locais em que há mais procura - Grande Lisboa, Algarve, etc), tal como o meu marido referiu no outro dia, conseguem ter uma vida tão regalada que, com as verbas que recebem enquanto tarefeiros (que, face às habilidades acima referidas, são líquidas ou quase), já se dão ao luxo de escolher os dias em que já não querem trabalhar. Há muitos que já fazem semana de 4 dias ou 3 dias e meio, compondo o ordenado com um ou dois fins de semana enquanto tarefeiros.

E com o que esta ministra lhes paga, claro que os médicos já não querem outra coisa. Trabalham quando querem e ganham o que querem. Nessa qualidade não há vínculo laboral, não podem ser sujeitos a sanções, a processos disciplinares nem a serviços mínimos. Se os chatearem vão oferecer os seus serviços, através das ditas empresas, a outro lado.

Como se pode acabar com esta pouca vergonha?

Não é fácil. Só mesmo com um grande entendimento entre muita gente, entre partidos e entre entidades contratantes, SNS, Privados ou Sociais.

Para isso, deveria haver uma regra 'simples', uma regra que deveria ter forma de lei. Quem precisar de médicos, deve contratar médicos -- não 'empresas' nem free lancers. Só isto, mudaria tudo.

Se for preciso criar um regime laboral específico para eles, que se crie. Podem ser vínculos temporários, pode o horário ser mais 'liberal' -- mas a regra deve ser esta. Médicos devem ser contratados como médicos. Idem para enfermeiros, claro. Quando se conseguir isto, acaba a 'bandalheira' que é hoje esta brincadeira dos tarefeiros (leia-se, habilidosos fiscais).

Enquanto não se chegar a este ponto, pois este entendimento pode demorar, deveria ser obrigatório que as empresas de prestação de serviços médicos ou de enfermagem declarem o nome e o NIF dos médicos que, enquanto tarefeiros, trabalharão num qualquer hospital, clínica, lar, etc. E os hospitais, clínicas, lares, deveriam ser obrigadas a comunicar essa informação à AT.

E a AT, por seu lado, deveria, em paralelo, desencadear uma acção contra estas empresas unipessoais ou quase (usadas por profissionais de saúde para fugirem ao fisco, mas também por advogados, consultores, senhorios e sabe-se lá mais o quê, se calhar até jornalistas -- que, se calhar, por isso até fazem de conta que não percebem de que se fala quando se fala de tarefeiros...) que são apenas um ardil legal para pagar menos impostos.

E depois há a questão fiscal de base. Os médicos, se declarassem para efeito de IRS, tudo o que ganham ficariam todos no último escalão, ou seja, cerca de 50%. A somar a isso, a TSU. Ou seja, na prática, recebem menos de metade do que ganham. Concorde-se que não é motivador. É, isso sim, um esbulho.

Também já o referi. Sei de médicos reformados, a receberem a reforma, e que ainda trabalham. Fazem bem. Gostam do que fazem e com a falta de médicos, é útil que trabalhem. Mas mais do que dois dias por semana, dizem eles que é para os impostos. Por isso, não trabalham mais que dois dias por semana.

E é também este exagero de carga fiscal que faz com que muitos jovens que foram estudar lá para fora depois não voltem (pois rapidamente atingem os 35 anos e não estão para receber trocos face ao que ganham líquido lá fora).

Não sei quando é que vamos ter um Governo verdadeiramente reformista, que avance sem medo para uma reforma fiscal que acabe com tanto escalão e que seja justa e decente no dinheiro que retira aos contribuintes. Se houvesse justiça e razoabilidade não haveria tanta gente (tanta, tanta!) a recorrer a habilidades para fugir ao fisco.

Enquanto não se encararem os assuntos de frente, enquanto não se chamarem os bois pelos nomes e enquanto não se resolverem os assuntos pela raiz não sairemos da cepa torta, uns tontos às voltas dos problemas, incapazes de resolver o que quer que seja.

sábado, novembro 08, 2025

Elonzito será o nome do meio do Luís Montenegro?
-- De novo, a palavra ao meu marido --

 

Não, não, o possível nome do meio do nosso PM não tem nada a ver com as opções ideológicas do Luís e do Elon. Se bem que, pensando melhor, ambos se aliaram à extrema direita ou por opção ideológica ou quando lhes pareceu uma solução para atingirem os respectivos objetivos. No seguimento da notícia de hoje sobre o prémio atribuído pela Tesla a Musk e também da notícia sobre o valor gasto pelo Montenegro na construção da casa de Espinho, somei dois mais dois e pensei que ou a Spinunviva ou outras empresas por onde o Montenegro tenha andado também devem dar prémios chorudos. 

Senão vejamos: segundo o chatGPT (que espero que não esteja a enganar-me), a aquisição da casa degradada de Espinho valeu 100 mil euros e o custo dos apartamentos em Lisboa cerca de 700 mil. Segundo as notícias de hoje, o custo da reconstrução da casa de Espinho foi 675 mil euros. Somando os valores acima vamos em quase um milhão e quinhentos mil euros. A este valor devemos acrescentar o custo das mobílias para Espinho e para Lisboa e das obras no apartamento de Lisboa. Estimando, por baixo, que o valor total das mobílias tenha sido 300 mil euros (não nos esqueçamos que a casa de Espinho tem nada menos que 6 pisos, com área total de 750 m2) e que o custo das obras em Lisboa 50 mil, chegamos a um valor entre o milhão e oitocentos mil euros e um milhão e novecentos mil euros. 

Também se deve notar que estas despesas foram feitas num período de poucos anos. Há três hipóteses: ou o Luís é rico, ou o Luís herdou uma fortuna ou o Luís pediu um empréstimo do caraças ao banco ou... lá está, as empresas por onde o Luís passou pagam prémios chorudos. 

No caso da última hipótese ser a correta, o nome do meio do Luís bem pode ser Elonzito, ou seja, Elon dos pequenitos. 

Para que não restem dúvidas e a malta não ande por aí a fazer apostas (no Solverde ou onde calhar) sobre qual a hipótese mais provável, parece-me aconselhável confrontar as declarações de rendimentos ou as de imposto de selo do Luís e confirmar (ou não) se tem rendimentos ou recebeu heranças que lhe permitam ser um quase nababo no nosso País. 

É que convém não esquecer aquele velho adágio invocado por um certo juiz num célebre caso: 'quem cabritos vende e cabras não tem, de algum  lado  lhe  vêm'.