sábado, outubro 28, 2023

Uma sexta bem preenchida mas muito curta

 

Acordei com uma dor num dos pulsos. Não sei se dormi em cima da mão dobrada, se quê. O meu marido perguntou se não poderia ser da mudança de tempo? Questionei o ChatGPT se a mudança de tempo influi nas articulações. Pensava eu que me ia mandar dar uma volta ao bilhar grande com uma pergunta tão antiquada. Afinal, os antigos é que têm razão. Influi, sim senhor. Pode a diferente pressão atmosférica ter efeito na pressão interna nos líquidos sinoviais ou coisa que o valha, 

Subsistiu a dúvida sobre a mudança de tempo pois creio que tem estado igual, instável. Fomos passear para a praia e estava uma humidade tal, nem percebíamos se estava a chuviscar, se era o mar que estava a pulverizar-nos, se era, simplesmente, a humidade ambiente.

A minha mãe perguntou se esta dor incomodativa e inexplicável não será da ginástica em suspensão que é bem puxada. Não sei, creio que não. Contudo, no fim, na altura dos alongamentos, repuxamos os dedos e a própria mão e, na volta, também pode ser isso.

Mas não interessa.

Esteve cá hoje a anterior proprietária da casa. Admira-se sempre com o ímpeto das coisas. Nunca na vida tinha visto a árvore das limas de tal forma carregada. Tantas que não se sustêm, caem que se fartam.

A cameleira alta que ela nem estava a perceber. 

A árvore grande, que veio da Madeira e da qual não sei o nome, deixou-a pasmada, nunca imaginou que, em tão pouco tempo, crescesse desta boa maneira. 

Depois não reconheceu aquela que a minha amiga me ofereceu e que designava por árvore da baunilha até perceber que, afinal, é uma borboleteira. Não conhecia. Expliquei-lhe o que era e que ia dar florzinhas tão lindas que atraíam as borboletas.

Como sempre, vejo que tem pena. Diz que o seu novo jardim não tem nada a ver com este. E eu disse-lhe que também gosto muito dele e que, se fosse eu a fazê-lo, não ficaria tão bom com está. 

É sempre um vendaval de energia e boa onda. Estou-lhe muito agradecida. Foi ela e o marido, em conjunto com a irmã, que conceberam esta casa em que vivo. Escolheram o desejo, os materiais, tudo. E agora vivo cá eu. E parece que a casa foi feita para mim. Acho isto uma coisa fantástica. O acaso, a sorte. Poderíamos não ter vindo ver a casa quando estava à venda, poderiam os valores ser incomportáveis, poderiam mil coisas ter acontecido. Mas tudo convergiu. No caos que é a miríade de possibilidades desta vida, de vez em quando acontecem acasos virtuosos. Este foi um deles.

Diz que, para a próxima, me vai trazer um frasquinho de doce. Muito simpática.

Perguntou-me como tenho ocupado o meu tempo. Perguntou se tenho pintado. Não sei porquê, sempre achou que sou artista. Contei-lhe tudo o que tenho feito, incluindo que me deu para escrever a ver se um dia acontece o milagre de uma editora querer apostar em mim. Ficou admirada, disse que isso era uma coisa fantástica, que ela também gostava de ter uma ocupação assim que a motivasse a sério mas que não sabe a fazer o quê, que, para escrever, não se ajeita.

E, não sei como, entre isto, aquilo e o outro, e conversas e telefonemas, o dia passou-me sem eu dar por isso. Quando dei por ela era de noite e ainda não tinha feito algumas coisas que tinha querido fazer. Às sete já tinha anoitecido. Quando agora mudar a hora, será às seis. E isso é um bocado chato. Mas, enfim, todos os males fossem estes.

Tirando isto, só coisas ainda mais irrelevantes que as acima referidas.

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Desejo-vos um bom sábado

Saúde. Boa onda. Paz.

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