sábado, junho 03, 2023

A Feira do Livro do Parque em Lisboa.
Siri hesita quanto aos conselhos a dar.
Martin Amis felizmente deixou-nos alguns conselhos como este, para se escrever uma frase perfeita

 

No outro dia recebi um telefonema. Na sequência desse telefonema mais dois telefonemas inesperados. De então para cá tem sido uma coisa extraordinária. 

Aliás, quando os recebi disse logo ao meu marido: 'Acabou-se-me o sossego". E não é que o desassossego tenha sido total mas tem sido significativo e, sobretudo, uma experiência fantástica. 

Para começar tem sido um incrível reavivar de memórias, algumas das quais há uns dirias juraria que estavam desde há muito apagadas. 

E, globalmente falando, tem sido muito agradável.

No outro dia também fui à Feira do Livro. São muitas barraquinhas, aquilo. Para mim, tudo aquilo é grande demais,. E cada barraquinha está repleta de cores e cores e cores, por detrás das quais, em alguns casos, talvez haja literatura. 

Mas parece que já me desabituei de muita gente, de muita coisa, de barafundas. Durante a semana não é que estivesse muita gente mas era dia da Criança, havia muito movimento, pessoas mascaradas a fazer alguma animação, estava calor e, sobretudo, eu, como sempre, não tinha levado nenhuma lista e, portanto, não ia para uma visita dirigida.

Mas, também, não tinha feito nenhum estudo sobre a localização dos stands. Por isso, tive que ir à descoberta. Portanto, percorri todo o espaço. Obviamente não parei em todas as capelinhas mas calcorreei toda a via sacra.

Sinceramente, não sei como é possível haver tantas editoras, tanto livro publicado. Se é verdade que os portugueses não são bons de leitura, então qual a justificação para tal fenómeno?

E depois há as capas dos livros. As capas, senhores. Um folguedo. Um festival de exuberância e, tantas vezes, de mau gosto. 

As editoras são empresas, não são associações de benemerência. Por isso, devem saber o que fazem. Provavelmente há mercado para tanto livro. E, provavelmente, quanto mais fotografias, cores, tules e laços, melhor se vendem.

Eu é que, pelos vistos, não percebo nada de nada.

Entretanto, ponho-me a ver o que a inteligência artificial que move o algoritmo do Youtube tem para me mostrar. Acerta sempre. 

Estes dois vídeos são bastante interessantes.

Siri Hustvedt about writing and the idea of success — CHANEL and Literature


Martin Amis: How to write a great sentence 


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Um bom sábado
Saúde. Boa disposição. Paz.

3 comentários:

ccastanho disse...

UJM, viva.

Eu confio muito mais neste Mestre do constitucional, do que o gajo da inteligência artificial.

A propósito, permita-me que faça aqui, uma colagem da eminência do constitucional ,o Vital Moreira roubado ao seu blog " Causa Nossa",

- EXTA-FEIRA, 2 DE JUNHO DE 2023

O que o Presidente não deve fazer (36): O poder desestabilizador
Publicado por Vital Moreira
1. Acusando o Presidente da República de «estar ele próprio a transformar-se num fator de instabilidade [política]», e de «estar obcecado com eleições antecipadas e crise política» - tendo falado em dissolução parlamentar cerca de 20 vezes (!!) nos últimos meses -, o colunista do Jornal de Negócios, Pedro Sousa Carvalho, invoca um recente estudo universitário sobre os custos de uma crise política, baseado em mais de cem casos, calculando que «cada evento de mudança de governo reduz a taxa de crescimento anual do PIB per capita real em 2,39 pontos percentuais [em média]» - o que é uma perda impressionante.
Ora, mesmo que a crise política acabe por não se consumar, parece evidente que o clima prolongado de instabilidade política alimentado pelo PR e o receio de que a crise venha a ocorrer afetam, só por si, o clima de confiança ecónomica, com impacto negativo no crescimento económico.


2. Tal como outros autores, desde há muito que qualifico como "poder moderador" o papel do PR no triângulo dos órgãos do poder político previstos na Constituição, junto com a AR e o Governo, o qual consiste designadamente em velar pelo cumprimento da Constituição e pelo regular funcionamento das instituições democráticas, incluindo o respeito pelos poderes constitucionais do Governo e pelos direitos da oposição.
A missão constitucional do Presidente deve estar, por isso, ao serviço da estabilidade política e do cumprimento dos mandatos políticos, prevenindo os fatores de instabilidade e ajudando a superá-los, quando surjam. Em vez disso, porém, Marcelo Rebelo de Sousa tem-se vindo a tornar um fator quotidiano de instabilidade, por causa do seu "ativismo presidencial" à margem da Constituição, que afeta o desempenho governativo e esvazia o papel da oposição, através da permanente ingerência pública nos assuntos governativos, da referida obsessão com a dissolução parlamentar e do mais recente frenesi sobre uma remodelação governamental (que só ao PM cabe decidir).

Infelizmente, em vez de poder moderador, o atual PR tem preferido converter-se em verdadeiro poder desestabilizador -, com os inerentes custos para o País.

ccastanho disse...

Pra fim de tarde...uma gaitada sabe bem.

https://www.youtube.com/watch?v=QvYSckKSL5g

Um Jeito Manso disse...

Olá Ccastanho,

Também concordo com o que transcreveu. O Marcelo tanto tem feito que ainda acaba o mandato com a popularidade abaixo dos piores...

Quanto ao gaitada, obrigada, gosto muito da Tracy Chapman... mas eu, este sábado, fui curtir uma outra onda, um longo mar com um certo cheirinho a alecrim.

Um bom domingo!