A humildade de Judite de Sousa ao confessar, na conversa com Marcelo de Sousa, que não esteve bem na entrevista a Lorenzo Carvalho. Uma sexta feira negra, reconheceu ela. E assim revelou a sua dignidade enquanto profissional da comunicação social.

Não tenho visto televisão nos últimos dias. Por um lado, tenho andado ocupada com coisas melhores. Por outro, in heaven apenas temos os 4 canais e não há paciência para a programação generalista (música pimba a contaminar o país profundo, ou telenovelas identicamente pimbas ou palermices de toda a espécie e feitio). E, depois, a nível de notícias também só há desgraças ou parvoíces e, às vezes, convém desligar senão ainda corremos o risco de algum contágio. Foi o que aconteceu. Desde quinta à noite até agora, se vi alguma coisa foi de raspão, nem tenho ideia, já se me varreu.

E só agora à noite, lendo alguns blogues, me dei conta que a polémica sobre uma entrevista de Judite de Sousa a um puto milionário, um tal Lorenzo Carvalho, tatuado de alto abaixo, foi uma constante nas redes sociais e arredores. Parece que, na sexta feira passada, se terá armado em moralista ou que mostrou alguma agressividade sobre a forma como o jovem entrevistado gasta dinheiro esquecendo-se de ter algumas preocupações sociais. Não faço ideia de como reagiu o rapaz nem se a zanga dela foi em crescendo. Podia ir agora à procura pois o que não devem faltar são vídeos com a entrevista, mas não me apetece. Li também que o rapaz terá desvalorizado o facto no facebook, limpando um pouco a barra da Judite.

Anda em maré de pouca sorte, a Judite.

Mas o que agora, neste momento, me surpreendeu mesmo, foi ouvi-la com o Prof. Marcelo. 

Judite de Sousa,
encasacada em pleno Agosto (talvez para que não se veja que continua 'pele e osso' como lhe disse a semana passada o Prof Marcelo, quando lhe deu um saquinho de línguas de gato a ver se fica mais gordinha)
fazendo o seu mea culpa em relação à entrevista ao jovem Lorenzo Carvalho

É quase 1 da manhã e está a dar na TVI 24 a reposição do comentário semanal que passou no telejornal normal da TVI e que eu não tinha visto. 

E qual não é o meu espanto quando, respondendo a questões dos leitores, ele se pronunciou, com delicadeza, sobre os excessos da Judite  nessa entrevista e, a seguir, ela, com humildade, reconheceu que, de facto, não esteve bem. Uma profissional com tantos anos de trabalho e já com tantos galões, falou com sinceridade sobre o seu mau desempenho nessa entrevista. Não estive bem, foi uma autêntica sexta feira negra, reconheceu ela. E é em momentos assim se vê a verdadeira fibra de que as pessoas são feitas. 

Subiu uns pontos na minha consideração. Toda a gente tem dias assim. Os jornalistas são humanos. E saber reconhecer com humildade que não se esteve bem, é mostrar que se tem capacidade para melhorar, e isso é o que mais importa.

Além disso, um divórcio mediático não deve ser coisa simples de gerir. É certo que foi decisão dela aparecer em todas as revistas mas, ainda assim, não deve ser fácil. E depois há outra coisa. Não sei se é o caso mas, se não é, é bem capaz de andar por lá perto. Pela idade dela, é bem capaz de estar a entrar naquele período em que não apenas de vez em quando sobem uns calores súbitos, difíceis de controlar como, também por vezes, sobe uma onda de raiva que, identicamente, não é fácil de gerir. São coisas que vão como vêm mas que, enquanto duram, tornam a pessoa perigosa. 

Pelo menos é o que tenho ouvido dizer.

//\\