Ou, na maioria, temos acesso às nossas contas bancárias através do homebanking que assenta em comunicações que são também vulneráveis. Veja-se o que aconteceu esta segunda-feira com o apagão, em que muitas pessoas ficaram incomunicáveis. O dinheiro físico praticamente já só é disponibilizado via Multibanco mas, como se viu, o sistema ficou inoperacional e, em grande parte do comércio, sem terminais de pagamento, apenas faziam compras a dinheiro.
E não vou aventurar-me a falar de sistemas de chamada como o Uber ou outros serviços que ficam indisponíveis quando as comunicações falham ou quando falha a alimentação elétrica.
E hoje ficámos a perceber que, estando a energia a ser importada, quando falou em Espanha, ficámos nós todos 'às escuras'. Ainda não se sabe exactamente o que se terá passado mas as causas, para este efeito, são irrelevantes: o que é relevante é que tanta inteligência artificial, tantos avanços tecnológicos, tanta tecnologia gratuita ao dispor de todos... e afinal, uma borboleta bate as asas com mais força num qualquer outro país e, de súbito, tudo cai por terra.
Ninguém sabia o que estava a passar-se, começaram a surgir explicações para todos os gostos, não se sabia se íamos ficar às cegas e isolados por horas ou por dias, a malta correu para os supermercados sem saber o que fazer, não conseguíamos comunicar-nos uns com os outros, não se conseguia abastecer os veículos, o primeiro-ministro fechou-se em S. Bento sem falar à população e, de repente, parece que tínhamos voltado à pré-história tecnológica.
Ocorria-me que as casas deveriam ter pequenos geradores e reservas de combustível, painéis solares, qualquer coisa para garantir um mínimo de autonomia. Estamos completamente dependentes de tecnologia e ao mesmo tempo completamente vulneráveis.
Pela parte que me toca, fiquei sem conseguir contactar filhos e netos até à noite (e a minha filha esteve sem saber do mais velho durante horas). Em vão tentei contactá-los por todas as vias e só por volta das nove da noite comecei a ter notícias. Preocupava-me pois pensava que, mesmo se fosse ver se a minha filha precisava de alguma coisa (pois o fogão e forno são eléctricos e, portanto, não tinha mesmo como cozinhar), não tinha como chegar até ela pois a campainha do prédio não funcionaria e, mesmo que eu soubesse o código da porta, também não funcionaria. E preocupava-me pois, mesmo que os miúdos fossem a pé para casa, sem terem a chave da porta de baixo e sem campainha e sem telefones, como entrariam?
Mas, enfim, estão todos bem, em casa, sem problema, e já com energia em casa.
Concluindo: é isto, um progresso que, vendo bem, tem pés de barro.
Há uma reflexão a fazer sobre o que se passou. E espero bem que não seja como sempre acontece: mal tudo fica tranquilo mais ninguém quer saber de coisa nenhuma.
6 comentários:
Bom dia, os painéis solares não funcionam com um apagão, pois estão ligados á rede. Eu tenho instalado, e não tirei proveito nenhum disso. Era uma situação que podia e devia ser mudada. Cumprimentos.
Pois, não se sabe o que na verdade causou isto em primeira instancia e talvez não se venha a saber. Teorias há muitas, algumas de conspiração, sendo que uma delas era que seria um teste, para ver as reações da manada, tal como no covid, enfim. Mas sobre a causa secundária e resolução do problema recomendo ver a entrevista do ex-ministro e eng. da EDP , LUIS MIRA AMARAL, na SIC. Não sei a que horas foi, pois só vi on line.
Por acaso hoje na antena aberta ouvi um testemunho diferente do Sr Jpferra. Dizia este ouvinte que utilizando acumulador do painel solar teve luz. Não sei, o meu painel solar é de aquecimento de água portanto diferente.
Certo, mas eu não tenho acumulador.
Vi agora no EL PAÍS que o governo Espanhol não descarta nenhuma epótse ente elas a de ataque cibernético.
Nem bom vento nem bom casamento
Enviar um comentário