A cobra sibilante, essa criatura que destrói de forma sistemática o edifício do ensino público em Portugal, estraga mesmo tudo onde toca. Tudo. Com aquele seu ar de ratazana sombria e sorridente, só faz porcaria, só, só. Mas aparece sempre com aquela sua voz de mamar doce a fazer de conta que está tudo bem, que estava tudo previsto desde o início. Uma coisa e o seu contrário para ele é tudo igual e, pelo caminho, vai ficando um rasto de descrédito, de falta de carácter, de insustentável leviandade, desrespeito pelos outros (neste caso, acima de tudo, desrespeito pela classe docente) e falta de vergonha na cara.
Depois de ter inventado essa sevícia de obrigar os professores contratados a pagarem uma prova que poderia servir para os lançar no desemprego e de ter inventado toda a espécie de absurdos argumentos a defender a imprescindibilidade desse exame, eis que hoje, depois de uma reunião com a UGT, aparece de marcha atrás a dizer que assim é que é bom, ai tão bom, todos na maior amizade, e que afinal aquela prova que ia purgar os ignorantes que nem escrever sabem, só vai ser feita para a minoria que ensina há menos de 5 anos. E que até vai devolver o dinheiro a todos os outros...!
Nem mais!
Mal fora que lhes ficasse com o dinheiro mas daqui lanço uma pergunta ao ex-matemático Crato: sabe quanto é que esta sua brincadeira de mau gosto vai custar aos contribuintes?
Fazer os exames, distribuí-los, arranjar mecanismos de cobrança, e agora arranjar mecanismos de devolução do dinheiro, com toda a carga administrativa associada, quanto custa? Quanto?! E para nada. Dinheiro gasto para nada.
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Hoje estive a fazer baby sitting à hora de almoço e, depois do meu amor pequenino que está adoentadinho ter adormecido, entretive-me a ler a Sábado. Mais valia não ter lido: assessores e mais assessores no Governo, resmas deles, paletes, uma gaiatagem inexperiente, um que até tem como hobby jogar playstation, putos de 20 e tal anos sem experiência profissional de qualquer espécie. A ganharem belos ordenados para serem assessores, imagine-se...! Certamente para assessorarem outros tão ou mais ignorantes que eles.
E nós, meus Caros, a pagarmos esta desbunda. Não há dinheiro para as reformas, não há para os subsídios de desemprego ou para os abonos de família, não há para pagar os ordenados dos trabalhadores a sério - mas há para pagar a esta miudagem, tal como há para pagar pareceres a advogados, a agências de comunicação e a outros redis de boys e acólitos.
E ainda querem que eu me modere e use palavras doces para falar de gente tão estúpida e incompetente?
Bolas para isto!
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As imagens, como é bem patente, provêm do extraordinário blogue We Have Kaos in the Garden.
2 comentários:
Como dizia João César Monteiro:
Este país, senhores, é um poço onde se cai e um cu de onde se não sai.
O poço, leia-se, buraco é a governança, mas o cu não é o do Crato porque a m**** que faz está bem à vista.
Olá jeitinho,
Li no outro dia que um dos assessores é o filho do Ulrich, do aguenta aguenta. Uma vergonha
Beijinho Ana
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