A separação de um casal não deveria ser notícia pública. Ir uma pessoa ao supermercado, estar na fila para a caixa e só ver as revistas do coração cheias da Bárbara Guimarães e do Manuel Maria Carrilho a separarem-se é absurdo. O que temos nós a ver com isso?
Agora vejo que o assunto já saltou do Correio da Manhã para a primeira página do Expresso, que ambos emitiram comunicados para os meios de comunicação social, que as acusações são feias e que estão a subir de tom - e começo a ficar perplexa.
Não estamos a falar de gente que viva no Bairro da Belavista ou da Quinta do Mocho, não estamos a falar de gente de um estrato social que conviva de perto com cenas esdrúxulas como estas. Não, nada disso. Não estamos a falar da Vanessa de Sousa e do Idailson de Jesus. Não.
Estamos a falar de Bárbara Guimarães, uma das mais conhecidas apresentadoras de televisão, agora a apresentar o factor X, e de Manuel Maria Carrilho, antigo ministro da Cultura, antigo embaixador de Portugal na UNESCO, professor universitário.
Gente mediática, sempre vistos em atitudes de enlevo extremo (coisa que sempre me despertou alguma curiosidade porque ela, agora com 40 anos, é extrovertida, sensualona, um bocado desbocada e explícita para além da conta e ele é o oposto, 62 anos, viperino, ensimesmado, afectado). Pelo menos a mim, nada fazia prever uma coisa destas.
Leio agora que ela diz que vinha sendo vítima de violência doméstica continuada. Ele defende-se e garante que "nunca tocou" na mulher e que o problema está em que ela está a "actuar como uma pessoa enlouquecida, fruto de estar sistematicamente alcoolizada". Bonito serviço.
Devo confessar que nem um nem outro me são especialmente simpáticos.
Acho que Bárbara Guimarães vem funcionando num registo de exagero que não faz bem o meu género. Está uma Alexandra Lencastre em moreno e isso não é nada que abone a favor dela. Diz ela que "Sou atrevida por natureza. O meu marido adora, não acha mal nenhum". Pois.
Manuel Maria Carrilho, por outro lado, não me parece uma pessoa franca. Parece-me que facilmente tende para a afectação e para a deslealdade.
Quando foi aquele casamento no Alcântara-Café há uns dez anos, uma coisa tão mediatizada, um exclusivo Caras (se não estou em erro), pareceu-me uma coisa tão da boca da fora - em vez de ser do coração para dentro - que imaginei que aquilo devia ser fachada para qualquer coisa pelo que, na minha cabeça, não ia durar muito.
Nessa altura a comunicação social mostrou-nos um casamento que mais parecia uma reportagem fotográfica do que um momento de partilha e entrega. Muita impressão isso me fez na altura.
Que ela, habituada ao plateau, ao aplauso, às câmaras, se portasse como uma estrela de televisão em acção não me espantou nada.
Agora que ele, com uma vida académica e política significativas, já num segundo casamento (ou união, porque tenho ideia de que ainda não se tinha divorciado), já com mais de cinquenta anos, se predispusesse a andar por ali, distribuindo sorrisos e fazendo poses, já me pareceu extraordinário. Se me desse ao trabalho de andar a pensar neles (o que não é o caso) estaria, desde esse dia, com uma pedra no sapato. Penso que casamentos assim não costumam dar casais duradouros e/ou felizes. Acho que a coisa é mais forte se o afecto vier mais de dentro do que se andar sempre muito exposto, em permanentes e muito explícitas demonstrações. Parece que andam num cheeeeeese permanente, não sei.
Entretanto tiveram dois filhos e a imprensa mostrou-os a saírem do hospital, bebé ao colo, felizes, pais babados com a prole: Dinis Maria e Carlota Maria. Depois víamo-los a passear, modernos, bonitos, felizes. Tudo perfeito.
Durou, portanto, bem mais do que eu imaginava, este casamento.
Sistematicamente víamo-los na imprensa cor de rosa, sempre in love - e sempre me intrigou sobre o que levaria uma pessoa com o CV daquele homem a prestar-se a andar sempre a aparecer naquelas revistas, sempre agarrado à calmeirona da mulher como se fosse um daqueles empresários, agentes, profissões dessas que as apresentadoras gostam de ter como maridos. Geralmente as pessoas do mundo da docência, da política e/ou das artes preferem resguardar-se da voragem dos media. Mas, enfim, se achava que aquilo era demasiado artificial para poder durar eternamente, sempre imaginei também que o casamento de Bárbara e Manuel Maria acabaria com alguma classe, pelo menos com recato. Mas não: estrondo qb e difamação aos quatro ventos é aquilo a que assistimos.
Só espero que Bárbara Guimarães, a ser alguma outra, mal por mal, seja antes uma Lencastre e não uma Margarida Marante. Não sei o que se passa com ela ou se é verdade que anda sempre alcoolizada, nem sei se é verdade que ele vinha exercendo violência (física? verbal? psicológica?). O que sei é que, se ela está com problemas, deve tratar-se; se ele é um cobarde agressor, deve ser punido. Mas é escusado este espectáculo deprimente de andarem a exibir a sujidade caseira na praça pública.
... Que isto até parece manobra de diversão engendrada pela poiazinha madura para distrair as atenções do OE 2014, senhores. Só parvoíces neste país, credo, que ninguém me poupa. Até isto que estou a escrever é uma parvoíce, que nervos.
[Mas digam lá: esta ano isto não tem tem sido mesmo uma coisa...? Foi a Judite de Sousa, foi o Clint, agora é Bárbara. O que se vai seguir? A Maria Cavaca dar uma bolachada em público ao Cavaco?
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Mas olhem... que, pensando bem, até era capaz de não ser má ideia...].
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Mas olhem... que, pensando bem, até era capaz de não ser má ideia...].
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Bem. Como sempre, isto está longo e eu tenho sono - pelo que por aqui me fico.
Aproveito para dizer que, para completar o 'Estudo em Scarlett' de Pedro Mexia no O Malparado, juntei um filme que é uma graça e isso pode ser visto já aqui abaixo.
NB: Metade deste texto foi escrito em piloto automático: estou praticamente a dormir. Ou seja, já sabem: relevem, por favor, toda a espécie de erros e omissões, vírgulas a mais ou a menos. E etc.
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Resta-me despedir-me por agora.
Tenham, meus Caros Leitores, um belo fim-de-semana.
10 comentários:
As Bolsas mundiais vão-se ressentir.
Ah pois vão, sobretudo as de pele de jacaré, de onça, etc.
UJM, «seguranças à porta de Bárbara», francamente não me estou a fazer louro; mas a casa (já) não era do lustroso matrimónio?
Perguntar não ofende, fiufiu...
Olá UJM,
É uma pena que as pessoas não se respeitem mutuamente quando o amor(?) acaba! Haja violência física, verbal ou psicológica por parte dele, ou alcoolismo por parte dela, ambos estão a precisar de ajuda médica já que estão a destruir um lar e a pôr em risco o equilíbrio emocional dos filhos.
Enfim, em bom pano cai a nódoa! O verniz estalou e a cultura ficou em xeque!...
Um beijinho para si e bom fim de semana.
maria eduardo
Fallorca,
Pois. Acho que a loura sou eu. De facto a casa é capaz de ser dos dois e acredito que deva ser chato para ele não poder entrar em casa. Mas o que ouvi há pouco nas notícias da televisão deixa-me sem ser capaz de dizer mais o que quer que seja. Que coisa tão estranha tudo aquilo, não é?
Vou dar o meu "bitoque", posso? Ela até podia andar aos tombos todos dos dias com a bebida, coisa que não acredito, mas nem sei que nome dar a um homem que anuncia a toda a gente que a mulher e mãe dos filhos é uma bêbeda... Enfim...
Cristina Ferreira de Almeida Alves, com geração de Manuel Maria Carrilho - Wikipédia.
tristeza completa - so so sad
Eu também acho que ele nunca lhe tocou !
Assim podemos ver o lixo que nos entra pela casa dentro, sem que nos pecam autorizacao. Sao os filhos da.........troica.
Como e gentalha desta que fazem as leis e com a sua moral de m....sempre a prejudicar o homen, agora o dito nem os filhos pode ver um dkireito que lhes e devido. Ainda que nao possa com o dito cujo.
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