segunda-feira, outubro 21, 2013

Ah... agora o drama é a linguagem usada por José Sócrates. "Agressividade", "palavras esquinadas". Que horror. Cortar nos ordenados a partir de 600 euros não é violento, cortar as pensões de reforma ou de sobrevivência não é violento, esvaziar a economia e, por tabela, destruir o país não é violento. Violenta ou perigosa é a forma como José Sócrates se exprimiu na entrevista que concedeu ao Expresso. Credo, que ninguém me poupa. Olhem, face a isto só tenho uma coisa a dizer: vou deitar-me. Se me perguntassem o que vou uso para dormir, responder-vos-ia que menos que a Marilyn Monroe (já que não me perfumo quando me vou deitar). Como não me perguntam, não digo nada.


Depois de um fim de semana a escrever sobre a entrevista que Sócrates concedeu a Clara Ferreira Alves - e que mostra a fibra de que ele é feito e a excelente jornalista que ela é - e sobre a crónica, Recapitulando, de Miguel Sousa Tavares sobre a imputação de responsabilidades a quem de direito relativamente ao lindo trabalhinho que a troika e os seus paus mandados em Portugal andam a fazer, eis que acabo de ouvir melhor a charla semanal do Professor Marcelo, agora na TVI 24. Ó tio, ó tio, que Sócrates foi tão violento, aquela linguagem, ai que horror, que isto não augura nada de bom


Como andei o fim de semana todo entretida com os meus pimentinhas, ainda não tinha ido espreitar a blogosfera alheia. Ora, não apenas os comentários que recebi e que podem ver descendo até aos posts mais abaixo, como as palavras de Marcelo despertaram a minha curiosidade. No entanto, assustei-me logo às primeiras: ódios primários, irracionalidades de toda a espécie. Até dói. Cansei-me logo. Não há pachorra. Palavra.

Vai daí e porque também já vão sendo horas, resolvi que não é tarde nem é cedo: vou-me deitar.

Como já aqui o disse tantas vezes, nos perfumes sou Chanel. 


Não sei por quanto tempo mais que, como sabemos, o Passos Coelho e o seu grupelho de fanáticos seguidores, uns acoitados no desGoverno, outros espalhados por aí, não descansam enquanto não puserem toda a gente a pão e água e, se eles sonharem que ainda há quem se dê ao desfrute de se perfumar com o Nº5, hão-de decretar um imposto extraordinário sobre cada gota de perfume - sim, porque não se admite que ainda haja quem tenha dinheiro para se perfumar quando ainda há grupos financeiros que apenas estão a levar 6 ou 7% por ano de taxa de juro, quando, esmifrando todas as mulheres perfumadas do país, talvez se lhes conseguisse pagar uns 8 ou 9%

Entre as mulheres bem cheirosas e os mal cheirosos mercados, Passos Coelho e Paulo Portas não hesitam: mercados, mercados, mercados...!


(Aquela dos mercados, mercados, mercados...! é para ser lida como uma palavra de ordem numa manifestação. 

É sabido que, segundo o vice-rei Paulo Portas, os pobrezinhos não se manifestam

Daí que é de esperar que os endinheirados que ainda subsistem (os chineses, angolanos, brasileiros e russos qua quem foi concedido o visto golden), os meninos da jsd, os fanáticos anti-Sócrates e os amigos do Dr. Fernando Ulrich e mais uns quantos saiam à rua em manifestação, gritando palavras de ordem a favor das taxas de juro, dos mercados e de outras causas ordeiras e bem educadas como convém. Mercados, mercados, mercados...!)


Voltando ao nº 5 da Chanel que é o que agora me interessa: uso-o em gotas subtis atrás das orelhas, no desvão da nuca, nos pulsos, na curva do braço, e uma gota final num sítio que, por pudor, não é para aqui chamado.

Mas só me perfumo de dia.

Não me perfumo quando me vou deitar. Daí que nem isso uso.

E já que, por agora, a conversa não passa disto, para que vocês, meus Caros Leitores, não sintam que vieram aqui para nada, deixo-vos com Marilyn Monroe, a tal que, para dormir, usava apenas umas gotas de Chanel Nº5.



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Marilyn and Nº 5 - Inside CHANEL


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Chanel Nº 5 - Marilyn Monroe commercial


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Relembro que para temas com mais substância (como os da entrevista de Sócrates ao Expresso, ou a crónica deste sábado de Miguel Sousa Tavares ou, ainda, o inteligente Amada Vida de José Tolentino Mendonça) é favor irem descendo por aqui abaixo.


Contudo, permito-me, ainda, convidar-vos a visitarem-me também no meu outro blogue, o Ginjal e Lisboa. Hoje o José Miguel Fernandes Jorge aparece de visita com um belo poema e as minhas palavras vão junto às palavras dele como lágrimas que voam brandas. Segue-se-lhes mais um belo momento de jazz, desta vez com o grupo Donny McCaslin.

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E, por agora nada mais. 
Resta-me desejar-vos, meus Caros Leitores, uma semana muito boa a começar já por esta segunda feira. 
Saúde e alegria é o que vos desejo.

6 comentários:

Anónimo disse...

Te desejo tudo em dobro meu caro, mais longinho de minha pessoa, Ok. Vá lamber botas de tua esposa e me poupe de suas farulas!!

Para já Boa Noite e ótima semana, sejas feliz!

fallorca disse...

Minha senhora, se me permite,
cuide que a derradeira gota de Chanel N.º 5 não comprometa o bafo nem o paladar.
Atenciosamente

Anónimo disse...

BASTA PUBLICAREM A LISTA DOS DEPOSITANTES AQUANDO DA NACIONALIZAÇÃO DO BPN - PUBLIQUEM A PUTA DA LISTA, PARA SE PERCEBER MUIIIIIIIIITO

Anónimo disse...

Caríssima UJM, temo que, pese embora o indiscutível discernimento, a inteligência, a argúcia, paire um pouco nas nuvens e não se tenha ainda apercebido da inveja - Camões faz-lhe referência - reinante neste cantinho à beira mar plantado. Não gostaria de, ao lê-la ou, no limite, ao deixar de a ler, pelo 'seu bater com a porta', a intuir magoada.
Se fui sapateiro além do chinelo, releve.

Um Jeito Manso disse...

Fallorca,

Conselho tido em consideração :))))

Um Jeito Manso disse...

Aos Prezados Restantes Comentadores,

A minha resposta para vós segue em post autónomo.