quinta-feira, dezembro 27, 2012

Mãe Menininha, a Dona Canô, voou no dia de Natal para o seu bocadinho de céu


Agradecendo a vida longa e venturosa que teve, rezando, apaziguada, Dona Canô despediu-se da vida com 105 anos, justamente no dia de Natal.

Transcrevo da Wikipedia: Claudionor Viana Teles Velloso (Santo Amaro da Purificação, 16 de setembro de 1907[1] — 25 de dezembro de 2012), mais conhecida como Dona Canô, foi uma cidadã baiana centenária. Mãe de oito filhos, entre eles os músicos Caetano Veloso e Maria Bethânia, sendo duas criadas, era viúva de José Teles Velloso (Seu Zeca), funcionário público dos Correios, falecido em 13 de dezembro de 1983, aos 82 anos.

Considerada uma das mais ilustres cidadãs de Santo Amaro da Purificação, teve publicadas suas memórias no livro “Canô Velloso, lembranças do saber viver”, escrito pelo historiador Antônio Guerreiro de Freitas e por Arthur Assis Gonçalves da Silva, falecido antes do término da obra Organizava periodicamente Terno de Reis na cidade.



Maria Bethânia, Caetano Veloso e Dona Canô cantam Oração da Mãe Menininha - um momento de união, carinho, partilha. Um amor filial muito presente.

6 comentários:

Anónimo disse...

Que belo trio!
Há seres que passam pelo mundo deixando um rasto de bondade, felicidade, diria mesmo santidade, se não estivesse cada vez mais céptica em relação às instituições religiosas e similares.

Sei que a Bethânia é muito crente.
Tenho bem presente uma entrevista que a Ana Sousa Dias lhe fez numa das suas inúmeras deslocações a Lisboa, em que ela falava muito da sua devoção a Nossa Senhora de Fátima e também do imenso amor que tinha por sua mãe, Dona Canô.

Que saudades tenho das entrevistas da Ana Sousa Dias!
Ela anulava-se completamente para deixar os seus convidados brilhar, mas via-se que sabia do que estava a falar, eram entrevistas bem preparadas.

Um programa que inexplicavelmente acabou, aliás como o Acontece, do saudoso Carlos Pinto Coelho, que tantas saudades deixou...
Deixou-me também com um especial 'odiozinho de estimação' ao sr. morais sarmento, que afinal nunca me chegou a enviar o voucher para a tal viagem à volta do mundo!

O fim dos programas da Maria João Seixas, uma mulher admirável (na rtp2 e na rdp).
Da Inês Pedrosa (sózinha na antena 2 com a Biblioteca da Minha Vida), e também com a Helena Sacadura Cabral e a Raquel Bulha, num programa da rdp que me 'obrigava' a ficar acordada até tarde só para as ouvir.

Recordo que foi por sugestão da Helena e da Inês que comprei As Velas Ardem até ao Fim, do Sandór Marai, e passei assim a conhecer esse belíssimo autor.
Obrigada às duas, se por acaso lerem isto!

Para terminar, o Câmara Clara também chegou ao fim.
E tal como no Acontece, também foi o psd a dar o golpe de misericórdia.

Querem-nos burrinhos, não é?
Para quem não tem cabo, deve chegar-lhe o Mendes e o Malato, não é?

Pois lamento desiludi-los mas não chega!
Será que alguma vez poderão compreender que a cultura é a base de tudo?
Duvido!

A mim resta-me pagar a taxa e desligar a tv!

Sorry, Jeitinho, este comentário descontrolou-se completamente.

Fica ao seu critério publicar ou não.

Bjs

Antonieta

GL disse...

E assim - ainda que apenas por alguns minutos - nos reconciliamos com o mundo.
Uma bênção, um hino à ternura, ao amor.

Um grande abraço.

JOAQUIM CASTILHO disse...

Um documento excepcional e comovente!
um abraço e obrigado

Um Jeito Manso disse...

Olá Antonieta,

Este vídeo é uma ternura, um daqueles momentos especiais em que espíritos especiais de juntam. Uma Mãe Menininha que se foi deixando os manos Caetano e Bethânia sem a sua querida Dona Canô.

Quanto ao resto que diz, concordo em absoluto com tudo. Programas de qualidade superior que trazem a cultura para um público alargado. E quanto mais se divulga a cultura mais ela está acessível e se torna apetecível.

Pelo contrário, não a divulgando, ela tende a tornar-se hermética, rara.

Um país inculto é um país bronco, embrutecido, manipulável.

Recordo igualmente com saudade todos os programas e divulgadores que refere. É uma pena. Custa-me perceber como deixámos que isto acontecesse.

Por isso, percebo muito bem o que diz e a sua revolta.

Um beijinho, Antonieta.

Um Jeito Manso disse...

Olá GL,

Tem razão. É um momento de uma empatia e ternura tão grandes que é impossível ficarmos insensíveis. Sente-se o afecto entre aquelas pessoas e ele é tanto que passa para nós, não é?

Um abraço, GL.

Um Jeito Manso disse...

Olá Quim,

Comovente mesmo. A forma como eles olham a mãe, a forma como a mãe é contida, tão querida, dá-nos vontade de ficar ali a vê-los, a ouvi-los, uma ternura tão imensa. A resistência desta Mãe Meninininha que tanto acompanhou e acarinhou os filhos... tantos anos. E partiu apaziguada.

Um abraço, Quim!