O castelo supostamente amaldiçoado e de que ontem falei é o chamado Castelo do Rei Vamba que também é conhecido por Castelo de Ródão e Castelo da Vila Ruivas.
Na verdade não é um castelo mas sim uma torre de vigia que desempenhou um papel importante devido à sua localização. D. Sancho I doou a torre aos Templários no séc. XII e nesta fase funcionava para vigilância dos mouros.
Séculos depois, nas invasões francesas, serviu como posto de artilharia.
Sobre Vamba, supostamente nascido em Penamacor em 643, transcrevo da Wikipedia:
Após Recesvinto, Vamba foi eleito rei. Teve que lidar com revoltas em Tarraconense, e devido a isto, sentiu a necessidade de reformar o exército. Aprovou uma lei declarando que todos os duques, condes e outros líderes militares, bem como bispos, tinham que vir em auxílio do reino uma vez que a ameaça fosse conhecida, com perigo de severa punição. Vamba foi finalmente deposto num golpe.
Mas onde podemos conhecer os fantásticos amores e desamores do rei é em Contos Populares e Lendas dos Cortelhões e dos Plingacheiros de Francisco Henriques, Vila Velha de Ródão, Associação de Estudos do Alto Tejo, 2001
Vamba, rei suevo ou visigótico, fundou o castelo de Ródão, onde vivia com sua mulher, filhos e restante corte. Por força das andanças de caça e guerra ficava a rainha encarregue do governo, o que a levou em determinada altura a falar com o rei mouro que governava na outra margem. Namoravam sentados em cadeiras de pedra situadas numa e noutra margem das Portas. O namoro foi prolongado, como prolongada seria a ausência do rei, até que a rainha, de amores perdida, resolveu abandonar o seu rei e castelo e acolher-se à capital do rei mouro. O rei Vamba conhecedor destes amores, que uniam as margens do grande rio, mas furioso pelo desconchavo, muito prudentemente urdiu o estratagema necessário ao resgate da sua rainha. De combinação com os seus guerreiros e filhos, por caminhos ínvios, de forma a não ser detectado pelos espias do rei mouro, dirigiu-se para a sua capital, em cujas proximidades se esconderam com a prévia combinação que ao seu toque de trombeta lhe acudissem.
Disfarçado de peregrino, entrou no castelo do rei mouro, pedindo esmola, chegando a falar com a rainha sua mulher. Esta, ao reconhece-lo, fingiu ser prisioneira e escondeu-o no próprio quarto, avisando o rei mouro do mesmo. O rei Vamba, feito prisioneiro, pediu à generosidade do seu inimigo que lhe concedesse tocar pela última vez a sua corna. Tocou, tanto tocou, que os seus companheiros, já de atalaia, lhe acudiram, derrotaram o exército, mataram o rei mouro e trouxeram a rainha para o castelo de Ródão.
Julgada pelo conselho e por sugestão do filho mais novo, foi a rainha condenada a ser atada a uma mó de moinho e despenhada pela íngreme encosta para o Tejo, dizendo-se, ainda hoje, que por onde o corpo rolou nunca mais cresceu mato.
A rainha, ao saber de tão cruel castigo, teria proferido:
Adeus Ródão, adeus Ródão,
Cercada de muita murta
E terra de muita puta.Não terás mulheres honradasNem cavalos regaladosNem padres coroados
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E uma coisa tenho eu a dizer: Vila Velha de Ródão vale bem uma visita, é linda
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