sexta-feira, maio 04, 2012

De que serve um Estado se nele há cada vez mais mulheres que arrancam do seu ventre as crias antes de se tornarem gente? De que serve um Estado se nele as pessoas morrem mais de mágoa do que de acidentes de viação?


Música, por favor


Chopin - Nocturno nº8, interpretado por Maurizio Pollini



Frida Kahlo - O abraço amoroso entre o Universo, a Terra, eu,  o Diego e o Señor Xólotl


Nenhuma sociedade é perfeita e sempre haverá pessoas que, por circunstâncias diversas, são levadas a praticar actos limite. Não haverá nunca sociedades em que nenhuma mulher aborte voluntariamente ou em que nenhuma pessoa se suicide. Distúrbios, desenlaces trágicos, infelicidades, sempre haverá.

Por isso, o que permite aferir a ‘saúde’ de uma sociedade não são os indicadores em valor absoluto observados num único momento mas, sim, a evolução das ocorrências em valor relativo (ou seja, se, de ano para ano, a percentagem da população em que acontece o fenómeno que se observa aumenta ou diminui).

Os grandes objectivos de quem é responsável pela gestão da ‘coisa’ pública devem ser, entre outros, garantir o avanço civilizacional, a melhoria das condições da população, a melhoria do bem estar das pessoas.

Uma sociedade em que as pessoas perdem direitos alcançados ao longo de gerações, em que o nível de confiança e segurança decresce, em que a renovação geracional regride, havendo cada vez mais velhos e menos novos, em que há cada vez menos trabalho, em que o número de interrupções voluntárias da gravidez (IGV) aumenta (especialmente entre a camada das mulheres desempregadas), em que o número de suicídios já é maior do que o número de mortes por acidente de viação – é uma sociedade que não está a ser bem gerida. É uma vergonha de sociedade. É uma vergonha para nós que nos habituámos a aceitar esta vergonha.


Hieronymus Bosch - parte de O jardim das Delícias

É escusado haver um Estado e um Governo se é para isto: para a maioria da população viver cada vez pior, com menos dignidade, sem esperança.

E só não escrevo isto completamente angustiada porque não sou muito de me dar a angústias mas, como será fácil de perceber, isto revolta-me.


Fui e continuo a ser convictamente a favor da despenalização da IGV.

Pablo Picasso - Maternidade

Se há traço dominante em mim é o da maternidade. Sempre quis ter filhos, tive-os muito cedo e só não tive muitos mais porque não tinha a vida nada facilitada; ter-me-ia sido quase impossível ter disponibilidade para criar mais filhos da forma condigna e dedicada que entendo como indispensável.

Ter dentro de mim duas células que, milagrosamente, se foram desdobrando uma e outra e outra e outra vez - e eu sentindo que havia um serzinho a tomar forma e, depois, já era uma pessoazinha que eu sentia dentro de mim, os seus movimentos, as suas cabriolices e, no fim desse período de nidificação, senti-los a sair de dentro de mim - é qualquer coisa de transcendente que eu, e nenhuma mãe, trocaria por nada deste mundo.

Quando se tem uma criança a formar-se dentro de nós, todas nós nos sentimos portadoras do mundo, do futuro, da esperança, da alegria. E preparamos com infinito desvelo a sua chegada e tudo fazemos para que esteja bem tratado, bem agasalhado, bem arranjado, muito acarinhado, tudo, tudo de melhor.

Pablo Picasso - Mãe e Filho


Mas se, por desconhecimento dos métodos de planeamento familiar ou desestruturação da vida, quando engravidei, eu estivesse sem trabalho, sem dinheiro para sustentar uma casa, se o pai da criança estivesse nas mesmas circunstâncias, se estivéssemos sem esperança de ter uma vida melhor, só antevendo, na melhor das hipóteses, trabalhos precários que não dariam para poder pagar casa, creche, leite, enfim, para poder proporcionar ao bebé uma vida condigna – talvez, então, no meio da maior angústia e desespero, eu arrancasse de mim esse embriãozinho de gente porque mãe que é mãe não quer que o seu filho ande ao deus-dará, com fome, com frio, com doenças.


Paula Rego - da série dedicada ao aborto

Por isso, respeito quem interrompe a gravidez e sinto-me incapaz de julgar quem, em momento de desespero, assim decide.

Quanto ao suicídio é uma situação igualmente complexa. Amo a vida, abençoo todos os dias o dom de estar viva, eu e todos os que amo. Amo a vida, a terra, o mar, o céu, as árvores, os animais, as palavras – e amo em especial as pessoas, prodigiosos acontecimentos da natureza.

Renée Magritte - Memória


Mas, talvez, se estivesse doente, a sofrer, sem meios de subsistência, sem capacidade para viver dignamente, sem haver organismos ou instituições que me pudessem valer e na contingência de ter que causar transtornos continuados a outros, nomeadamente, prejudicando a vida dos meus filhos, aí, não sei.


Ou seja, não consigo fazer juízes de valor em relação a decisões tão pessoais, tão íntimas, decisões tomadas sempre em momentos de aflição e desespero. Mas consigo, isso sim, desejar que deixem de existir as condições que levam a essas decisões angustiadas.

Por isso, também, digo que Estado que é Estado zela pela sua população, por toda a sua população, evitando que aumente o número de pessoas para quem viver ou dar vida se torna insustentável. Senão mais vale não existir.

E interrogo-me: o que se está a passar em Portugal e em outros países do dito mundo desenvolvido para que a população esteja a ser saqueada, empobrecida, violentada nos seus direitos, a perder a esperança, a perder a vontade de se reproduzir, a perder a capacidade de sonhar - e tudo isto aparentemente apenas para o Estado pagar juros (que nem a dívida se está a amortizar)?


Hieronymus Bosch - O inferno



Como chegámos aqui?

Que monstros criámos?

Que sociedade é esta?

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Em momentos assim é mais difícil:
não dá para disfarçar o peso do mundo.
A angústia enrola-se na garganta como um agasalho usado,
e há toda uma vida (que pretensão!) a clamar por dentro
'porque me abandonaste?'


Em momentos assim é mais difícil
fingir que só se está a escrever um poema.

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O poema acima chama-se Momento, é de Luís Filipe Castro Mendes e pertence ao livro Lendas da Índia.

E: por falar em poesia, hoje o poeta que está de visita o Ginjal e Lisboa, a love affair é Bernardo Pinto de Almeida. Em volta dele voaram as minhas palavras ao som de Puccini, hoje pela voz de Andrea Bocelli.

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Bom... hoje isto não me saíu muito animado (aquelas duas notícias, a do aumento dos suicídios e a do aumento de abortos entre as mulheres desempregadas, incomodaram-me muito). Mas não deixem que isto estrague o vosso dia. Animem-se, vá... Afinal já é sexta feira! Tenham um bom dia, está bem?


28 comentários:

patricio branco disse...

as estatisticas da depressão (económica e psiquica) em todas as suas manifestações deviam ser minuciosamente reveladas: o nº de suicidios, o de aumento da depressão e consultas psiquiatricas, os números da fome, o aumento da tuberculose e outras doenças ligadas à má e insuficiente alimentação, o nº de abortos, a violencia domestica ou de rua, os roubos a casas, lojas, ourivesarias, caixas mb, etc, por necessidade economica e desespero, o comercio afiota (quantas novas casas de compra de ouro e prata abriram em 2 anos e não falo da compra clandestina), a dimensão economia paralela ou oculta. Se posivel, tambem uma estatistica da raiva dos cidadãos metidos nesta miséria, quantos são os que estão cheios de ódio e raiva contra quem governa? pode se saber?
e já agora, quem são as pessoas e grupos que estão satisfeitos com a situação, não digo só quantos mas quem.
Lucido texto e expressivas pinturas a ilustrar.

Maria disse...

Amiga:
Toca hoje dois pontos, que sempre me deram que pensar. O aborto, o suicídio.
Como a minha amiga, desde que me conheço, sempre desejei ter muitos filhos. Acabei por ter três. Mas... aqui vai ser um pouco difícil continuar, porque vou falar em algo, que até hoje, não me consigo perdoar, a única coisa de que me arrependo e que não me perdoo.
Tinham os meus mais velhos 6 e 7 anos, engravidei, durante a pausa da pílula. Nessa altura, já me era difícil criar dois, muito mais seria, um terceiro. Contrariada, magoada, mas sabendo o que fazia, recorri aos serviços de uma parteira. Saí de lá, lavada em lágrimas e sangue. Sofri dores horrorosas, hemorragias e, acabei dois meses depois no hospital, depois de expulsar o feto, com uma hemorragia brutal, que me pôs quase no outro mundo.
Isto passou-se pouco tempo após o 25 de Abril. Fui humilhada, maltratada, usada e abusada, porque tinha feito um aborto. Tudo isto não foi nada, comparado com o remorso a dor, que eu sentia.
Tudo acabou fisicamente bem. Na minha cabeça, não. Depois disso, tive o mais novo, senti que a natureza tinha perdoado o "meu crime", mas eu não perdoei. Ainda hoje, quase 40 anos passados, falar disso, me revolta comigo.
Isto não quer dizer, que seja radicalmente, contra o aborto. Há circunstâncias, em que é a única solução. Mas deixa marcas, muitas marcas. Não conheço ninguém, que por ele tenha passado, que não fique marcada. É uma experiência pavorosa.
Quanto ao suicídio, só o entendo, se a pessoa estiver mentalmente perturbada. E é isso que está a acontecer. Pobres das pessoas que o praticam. Não ter casa, emprego, pão para os filhos, as necessidades básicas asseguradas, são só por si, causas que levam à loucura e ao suicídio.
O seu texto hoje, mexeu muito comigo. Tudo isto é verdade, amiga.
Se não mudar rapidamente, não sei onde iremos parar. As pessoas falam sós, na rua, murmuram, parecem fazer contas. Outras, insultam-se por nada.
Acabamos todos ao estalo.
Os quadros de Picasso são muito belos.
Nunca pensei dizer isto: gostei da Paula Rego. Entre ingénuos e brutais, dizem tudo.
Desculpe a seca. Tocou em 2 pontos que me tocam fundo.
Um, o remorso que me vai perseguir toda a vida.
Outro, que me ia batendo à porta, há pouco.
Beijinho amiga.
Mary

ERA UMA VEZ disse...

ABORTO

Apenas uma nota no fundo da gaveta
e um calendário preguiçoso que me desafia
Um teste desgraçadamente positivo
como se positivo fosse coisa boa...

e a cabeça à toa
e uma súbita e imensa vontade de adormecer

E se trago em mim alguém que o mundo espera(?)
alguém por quem o mundo desespera
alguém que transforma e acrescenta
e se não(?)
e nesta confusão
como posso eu com apenas uma nota no fundo da gaveta e amarrotado na mão um papel de desemprego...
como posso eu?

Avanço determinada
enraivecida e fria

.............................

Filho
serás sempre o meu pecado
a minha cobardia
todos os meus medos
a ferida no ventre que não sára
"a moldura vazia"
que
carinhosamente
esconderei até ao fim entre os segredos

Anónimo disse...

Tão lúcido o seu texto.São dois
temas tão dificeis e tão bem
escritos e descritos por si.
Mais uma vez acerta na "mouche".
Um beijinho
Ana

José Rodrigues Dias disse...

Cara UJM:

Passo sempre por aqui, e pelo magnífico Ginjal e Lisboa, mesmo não deixando nos últimos tempos rastos visíveis para os leitores. Gosto de boa gente, bons "posts", bons comentários, boa escrita, boa educação, sabedoria, sensibilidade...

Vivemos tempos difíceis, repetindo-se o triste, o frio, o vazio ...

Hoje, em "Traçados sobre nós", num texto escrito ontem sobre uma fotografia do fim da OVIBEJA, terminava assim o pequeno poema "Feira, um país assim...":

"...
Tanta a vida,
Gente em privação …
A morte
Assim
Em solidão …".

Saudações cordiais,

J. Rodrigues Dias

Maria disse...

Amiga:
Voltei, porque depois de ver os poemas publicados, me lembrei de ir buscar este, feito há uns anos.


Remorso

Não te deixei nascer, por cobardia.
Já tinhas dois irmãos e, eu não sabia,
Como iria viver com outro filho.
Fiz aquilo que jurara não fazer,
Não te dei possibilidade de viver,
De escolher sequer, um outro trilho.

Matei-te eu! E agora choro e penso,
E cada vez mais eu me convenço,
Que foi o maior erro desta vida.
Eu não tenho perdão, filho perdido
Tu terias nascido e eu teria agora,
Outro amor, que a minha alma chora,
E não, o este remorso, tão sentido

Maria, novembro de 2009.
Novembro era o mês, que o meu filho teria nascido, se eu tivesse deixado.
Beijinho
Mary

Pôr do Sol disse...

Cara Jeitinho,

Parabens por mais este texto.

Quanta lucidez, quanta preocupação sua e de todas nós mulheres, mães e avós deste triste País.
Mas seremos só nós, que estamos fora do aparelho governativo, que sentimos e pensamos nestas coisas?

Quando oiço dizer que Portugal terá que empobrecer mais, alem de sentir uma enorme revolta, pergunto o que gera a pobreza além de doença, frustação, dor, crime? Porquê nivelar a vida, tudo por baixo?

Aquelas figuras que se sentam no banco do poder e gastam o tempo discutindo as promoções dos supermercados e outros assuntos da competencia de entidades próprias, dormirão descansados com estas estatisticas?
Se nunca sentiram o desgosto de não ter um segundo filho por receio que lhe falte o essencital, é bom que pensem que continuando a levar o País para este buraco, os seus netos caírão também nele.A menos que se estejam " a governar" visando as suas proximas gerações.

Estou triste e preocupada pois vejo muitos patrões aproveitarem-se da crise e dos jovens, que aceitam empregos mal remunerados, são mal tratados e têm medo. Vejo pessoas que trabalharam uma vida inteira e agora são nitidamente roubados nas suas reformas e delas ainda ajudam os filhos e netos e vivem com medo

Apetece-me gritar BASTA DE TANTA IGNORANCIA,BURRICE.Ou será maldade?

Um Beijinho e desculpe o desabafo.

Isabel disse...

Começo por dizer que me comoveu o comentário e o poema da sua amiga Maria. Parece-me uma pessoa admirável.

Como sempre, gostei muito de ler o seu texto. Sou a favor da despenalização do aborto, porque acredito sinceramente que mulher nenhuma o pratica a não ser em casos extremos. Acredito que deve deixar marcas profundas e que ninguém o faz de ânimo leve.

Do suícidio, penso que deve ser muito triste a vida das pessoas que chegam a esse ponto. Sem uma réstea de esperança, que lhes permita querer continuar a viver. Acho demasiado doloroso.

Gostei muito dos quadros de Picasso. Lindos os dois. Gosto muitíssimo da Frida Khalo. Esse quadro da Paula Rego julgo que já o vi na Casa das Histórias, numa das últimas exposições.

Um abraço e um bom fim-de-semana

Anónimo disse...

Cara UJM:

Lúcida e profunda. Hoje deixa-nos a pensar nas horas humanas de desespero de cada um.

E para a Mary, (permita-me que me dirija a ela, acho que já nos conhecemos, tanto tem sido o convívio) um beijinho carinhoso de admiração. É preciso ter coragem e tornar, por assim dizer, pública a dor da sua decisão.

E tenham DIAS FELIZES
Abraço da
Leanor formosa e segura

Um Jeito Manso disse...

Caro Patrício,

Levanta questões pertinentes e dou-lhe toda a razão. Se eu fosse governante tanto ou mais do que querer conhecer indicadores financeiros ou outros, quereria acompanhar a qualidade da governação tentando aferir a evolução da qualidade de vida da população. Tudo o que diz é relevante.

Se não se está a governar para que a população viva bem, então está a governar-se para quê? Para quem?!

Não sei de ninguém que esteja contente. Convivo com pessoas de várias camadas (digamos assim) e não encontro ninguém satisfeito. Hoje uma colega falava da filha que está há anos com contratos a prazo, que trabalha em turnos e em horários malucos sem receber um tostão e que está contente porque apesar de tudo ainda tem trabalho até porque está a pagar a casa e tem uma filha bebé. Hoje ligou-me um ex-colega que me contou, desolado, que os filhos estão os dois fora, um em Angola e outro nos países de leste. E por todo o lado se ouvem casos assim. Contaram-me também que as pessoas estão a pedir verbas adiantadas de ordenado do mês seguinte em montantes que, por vezes, nem chegam a 50 euros (para pagar uns livros, para pagar o IMI, etc). Ou seja, são pessoas que nem 50 euros lhes sobra para fazer face a uns pequenos extras.

PS: Disse que falava com muita gente e que andam todos contentes mas, de facto, não me dou com agiotas. Se calhar esses andam contentes.

Um Jeito Manso disse...

Minha amiga Mary,

O seu comentário de hoje deixou-me aqui de olhos pregados ao computador, cheia de compreensão, comovida, cheia de admiração pela forma tão sentida e tão digna, tão inteira, como falou dessa experiência que forçosamente marca muito qualquer mãe.

A sua história é a história de tantas, tantas, tantas mulheres. Histórias marcantes, histórias que deixam marcas de tristeza. Por isso nunca aceitei que, em cima de um sofrimento assim, as mulheres ainda fossem a tribunal ter que se humilhar em público, descrevendo ou justificando o que tinham feito. São opções dolorosas e como tal devem ser respeitadas.

O que me custa muito é a situação de precariedade ou falta de esperança num futuro melhor (como, por exemplo, a que descrevi na resposta ao comentário ao Caro Patrício Branco) que leva as mulheres ou a não ter filhos, ou a adiar até quase à idade da infertilidade ou, mesmo, a abortar.

Sobretudo por motivos humanos, mas também por uma questão de equilíbrio e sustentabilidade dos sistemas de segurança social é premente que nasçam mais crianças. Por isso, grande parte das políticas deste País deveriam fomentar o desenvolvimento e a criação de condições para que as mulheres possam ter filhos, criá-los, com facilidade (haver creches gratuitas, facilitar os horários das mães jovens, etc).

Quanto ao suicídio, tema de que me custa muito falar, é para mim um pesadelo ver pessoas com escassos rendimentos e sem dinheiro para os medicamentos, para pagar a médicos, para pagar o transporte para o médico, sem dinheiro para pagar a quem as ajude. Imagino o desespero que deve ser.

Como é que com tanto avanço tecnológico, tanta modernidade, afinal, há tanta gente a passar tantas dificuldades e a viver situações tão desesperantes?

Bom não vou escrever mais senão não consigo chegar a todas as pessoas... Mas gostei tanto de ler o que escreveu, tão bem escrito, tão sentido, tão emocionado.

... e fiquei muito contente por ter gostado da mulher da pintura da Paula Rego, em estado de desamparo total...

Deixo o seu poema para o fim. As suas palavras, Mary, tocam fundo o coração de quem as lê (como a Isabel também o referiu). Queria ser capaz de dizer algumas palavras para minimizar a sua pena tão profunda mas não sou boa nisso, fico muito comovida, não sei. Percebo muito bem a pena que sente mas sei que, por vezes, o que acontece, acontece por bem. Sabemos o que aconteceu, não sabemos o que teria acontecido. Sabe lá a Mary se a gravidez correria bem até ao fim, sabe-se lá tantas coisas.

Não aconteceu porque seu coração achou que seria a melhor solução para os seus outros filhos e se calhar foi. É isso que deverá pensar (digo eu), pensar que, naquelas circunstâncias, foi a melhor decisão, apesar do muito que lhe custou.

E a seguir veio o maninho que veio trazer alegria e carinho e que recebeu miminhos de toda a família e é isso que agora interessa.

Um beijinho Mary, grande Mary, grande Mãe.

Anónimo disse...

Cara UJM:

Lúcida e profunda. Hoje deixa-nos a pensar nas horas humanas de desespero de cada um.

E para a Mary, (permita-me que me dirija a ela, acho que já nos conhecemos, tanto tem sido o convívio) um beijinho carinhoso de admiração. É preciso ter coragem e tornar, por assim dizer, pública a dor da sua decisão.

E tenham DIAS FELIZES
Abraço da
Leanor formosa e segura

Um Jeito Manso disse...

Olá Erinha,

Que contente fico de a ver por aqui e logo hoje que vinha mesmo a pensar que gostava de lhe dar uma notícia.

E vou já dando a notícia para aligeirar o ambiente que isto está outra vez a sair muito toldado pela emoção. Estes temas são temas 'pesados' que dificilmente nos deixam indiferentes.

Bom mas a notícia é esta: pois não é que hoje , depois de muito procurar, dei com uma écharpe macia, comprida, larga... e linda... e... cinzenta e rosa!

E não é ficção, Erinha, é mesmo verdade.

A minha filha ontem falou-me na loja Komplementus onde tinha comprado uma écharpe gira para ela e eu hoje fui lá espreitar.

Na mouche! Linda. A ver se um dia destes fotografo qualquer coisa para a pôr a aparecer para lhe mostrar.

Por isso, agora se vir uma mulher assim como descreveu, sou mesmo eu, com écharpe cinza e rosa e tudo...!

Quanto ao poema: lindo como sempre, inspirado, as palavras certas, pequenas peças de emoção dispostas com a gentileza e sensibilidade de quem é mulher e mãe e sabe o que é ter uma criança no ventre. (Aqui não vou ser indiscreta pelo que nem vou dizer de forma muito clara que a Erinha até sabe disso a dobrar...)

Este é daqueles poemas que tem mesmo que guardar aí no seu arquivo para o tal livro... o tal livro pelo qual estamos à espera. Está quase?

E obrigada. Estou grata e os meus Leitores, certamente, que também lhe agradecem.

Um beijinho Erinha e beijinhos para as suas 'pataniscas' que devem encher de sorrisos as suas molduras!

Um Jeito Manso disse...

Olá Ana,

Gostei de a ver por aqui, gostei de saber que gostou. São temas difíceis e evito falar neles porque são, para mim, um investimento emocional do qual, depois, me custa um bocado a sair.

Eu não gosto de acabar os meus textos com temas deprimentes mas ontem não consegui lembrar-me de nada que me animasse e pudesse animar-vos a vós depois de terem lido o que eu escrevera. Estava mesmo aborrecida com esta sociedade que esquece as pessoas, que fica indiferente ao sofrimento humano.

Mas, enfim, de vez em quando a realidade agride-nos de tal forma que é compreensível que demos conta das nossas ideias sobre o assunto.

Obrigada pelas suas palavras, Ana.

Um beijinho!

Um Jeito Manso disse...

Caro José Rodrigues Dias,

Li o seu poema lá no seu Traçados sobre Nós e é um poema que retrata muito bem os tempos desolados e sombrios que vivemos, tempos de desesperança, de solidão.

O que escreve custa até a ler,

'Tanta a vida,
Gente em privação …
A morte
Assim
Em solidão'.

mas é tão verdadeiro.

Tanta gente que agora aparece morta sozinha. É uma ideia tenebrosa. Nem quero pensar na tristeza absoluta que isso é. Nem quero falar nisto que é excessivamente doloroso.

A exactidão matemática das suas palavras alia-se, sempre, à gentileza com que as usa.

Obrigada por aqui as ter trazido.

Um abraço, José Rodrigues Dias.

patricio branco disse...

o problema é que o negócio da agiotagem está a crescer imenso,sobretudo a compra de ouro e prata a necessitados por preço muito abaixo do valor real. é ver os anuncios compro ouro e joias nos jornais. e as lojas ou sitios novos nas ruas com os cartazes a convidar a entrar.
já agora, noutro nivel, transcrevo algo que me enviaram a proposito da campanha dum sm no 1º de maio:

"MAIS UMA VEZ OS PORTUGUESES SÃO COMIDOS COMO LORPAS...

A jogada do Pingo Doce

Com os sacos cheios, lá foram cantando e rindo, mas "tesos" ou endividados para o resto do mês.

O Pingo Doce deve ter arrecadado à volta de 90 milhões de euros em poucas horas em capitalização de produtos armazenados.
De onde saiu o dinheiro: algum dos bolsos, mas grande parte saiu das contas bancárias por intermédio de cartões. Logo, os bancos vão acusar a saída de tanto dinheiro em tão pouco espaço de tempo, logo no principio do mês, quando contam com esse dinheiro nas contas para se organizarem com ele.
Mas ainda ganham porque muitas pessoas compraram a crédito.
Ora, se o Pingo Doce pedisse esse dinheiro à Banca iria pagar, digamos a 5%, em 5 anos, 25% da quantia. Assim não paga nada. O povo deu-lhe boa parte do seu ordenado a troco de géneros. Alguns vão ver-se "à rasca" porque com arroz não se paga a electricidade.
O resto, 75% da quantia aparentemente “oferecida”, distribuiu-se assim:
1º - Uma parte dos produtos (talvez 20 a 25%) deviam estar a chegar ao fim do prazo de validade, teriam de ser amortizados como perdas e lançados ao lixo.
Enquanto não fosse lixo seria material que entraria como existência, logo
considerado como ganho e sujeito a impostos. Assim poupam-se impostos,
despesas de armazenamento (logística, energia, pessoal) e o povinho levou o lixo futuro.
2º – Outra parte (10 -15%) seria vendida com os habituais descontos de ocasião e as promoções diárias. Uma parte foi ainda vendida com lucro,apesar do "desconto".
3 - outra parte não se ia vender, ou muito lentanmente, devido à redução do poder de compra.
O Pingo Doce prescinde ainda de 30 a 40 % do que seria em principio lucro por motivos de estratégia empresarial a saber:
1 - Descartar-se da concorrência das pequenas empresas. Quem comprou para dois meses, não vai às compras por uns tempos.
2 - Aumentar a clientela que agora simpatiza com a cadeia “benfeitora”.
3 - Criar uma situação de monopólio ao fazer pressão sobre os preços dos
produtores com dificuldades para repor novos
stocks em grande quantidade.
4 – Transpor já para euros parte do capital parado em armazém e levá-lo do país uma vez que a Sede da Empresa está na Holanda. Não vá o diabo tecê-las e isto voltar ao escudo nos próximos tempos o que levou já J. Martins a
passar a sede da empresa para a Holanda.
5 – Diminuir com isto o investimento em Portugal, encurtar a oferta de
produtos, desfazer-se de algum armazém central e com isso despedir alguns
funcionários. O consumo vai diminuir no futuro e o Estado quer "imposto de
higiene" pago ao metro quadrado.
6 – Poupança em todo o sistema administrativo e em publicidade.
A comunicação social trabalhou para eles.
Mesmo que tudo fosse ilegal, a multa máxima para Dumping é de 15 a 30.000 €, para o resto não há medidas jurídicas. Verdadeiramente isto são“peanuts” em sacos de Pingo Doce, empresa do homem mais rico de Portugal.
A ASAE irá só apresentar serviço."

No todo ou em grande parte deve de facto ser assim.

Um Jeito Manso disse...

Querida Pôr do Sol,

O seu desabafo é também o meu e tanta gente. Não sei o que vai ser este País depois de mais algum tempo disto.

Se até os ministros e secretários de estado dizem que acham os números do desemprego inesperados e têm que os ir estudar para perceber, então, estamos mesmo desgraçadamente mal entregues. É que eles não percebem nada de nada. Atiram-nos de encontro a uma parede e a gente a ver que vamos dar com a cabeça na parede e eles a mandarem-nos ir, e quando lá chegamos e damos uma valente cabeçada, eles dizem que não percebem porque é que demos a cabeçada.

E, para nosso drama, concluem que têm é que pôr pregos espetados na parede para ver se resolvem a cabeçada e a gente a ver que assim para além de da dor da cabeçada, ficaremos com as feridas dos pregos...!

Pois também já não sei se é só burrice ou se é algo de premeditado, se a ideia é mesmo dar cabo disto tudo para venderem as empresas todas a preço de 'uva mijona'.

Não sei. O que vejo é a vida de toda a gente a piorar, toda a gente na maior insegurança, os jovens a emigrar à força toda, cada vez menos crianças a nascerem.

Que país vai ser este daqui por uns dois ou três anos...?

Acho que esta gente não pensa que os filhos e netos vão sofrer com o que andam a fazer pois devem pensar que serão protegidos por aqueles a quem agora facilitam a vida.

Por isso, Pôr do Sol, junto-me a si no seu desabafo, no seu grito de revolta. Estamos juntas.

Um beijinho, Sol nascente!

Um Jeito Manso disse...

Olá Isabel,

Gostei que tivesse gostado de ler.

São temas complexos sobre os quais procuro escrever com equilíbrio, nem ser agressiva, nem 'lamechas'.

Tento perceber as coisas e ver os seus vários lados mas custa-me calar a revolta quando sinto que estão a ser seguidas práticas que em vez de levarem à melhoria nas condições de vida das pessoas, pelo contrário, as agravam.

Uma governação que leva à insegurança, ao empobrecimento, à falta de confiança no futuro,é uma governação que não é feita para as pessoas.

Vejo que gosta de pintura. Fico contente que tenha gostado das que escolhi. Quis pinturas que, de certa forma, ilustrassem ou tivessem afinidades com os vários temas que fui abordando ao longo do texto. Gosto muito de pintura como também já deve ter percebido...

Um abraço, Isabel, e tenha um bom fim de semana.

Um Jeito Manso disse...

Olá leanor Formosa e Segura,

Muito obrigada pelas suas palavras.

Fiquei muito sensibilizada pelas suas palavras para a Mary. Partilho a sua admiração e penso que ela vai gostar de receber o conforto da sua compreensão, Leanor.

Dias felizes para si para os seus (e, claro, também para o Fausto).

Um Jeito Manso disse...

Caro Patrício Branco,

Aí na madeira também há casas dessas por todo o lado?

É uma coisa... Abutres esperando que a pobreza bata à porta das pessoas para que se vão desfazendo das suas jóias herdadas, das suas pulseiras, anéis, relógios. Isto faz-me doer a alma, credo. O empobrecimento é uma filosofia de vida que não me encaixa.

Quanto à 'explicação' dos factos do Pingo Doce, também penso que deve ter sido isso, mais coisa, menos coisa, que se passou. O que está escrito tem lógica e é verosímil.

Espertos, eles.

Pobres, nós os que, pela necessidade ou irracionalidade, lá fomos, pobres, nós, os que assistimos impotentes.

Maria disse...

Amiga:
Peço-lhe desculpa, de me servir do seu espaço, para agradecer à Isabel e à Leonor, as simpáticas palavras.
A Leonor, descobriu o meu cantinho. Ainda bem.
Este debate, chamemos-lhe assim, veio muito a propósito para mim.
Foi no mês de Maio, que estive a morrer.
Mas também, é o mês da minha redenção.
O nascimento do meu filho mais novo a 7, este exorcismo, que me ajudou a tentar ultrapassar, tudo o que passei.
Fez-me bem contar. Fez-me melhor ainda, as provas de compreensão e apoio, que me deram, de uma ou outra maneira.
Obrigada por tudo.
Amiga: mais uma vez, a ajuda teve origem em si, na sua grande abertura, na sua infinita paciência.
Um Abraço enorme da sua
Mary

ERA UMA VEZ disse...

Se a nossa Jeitinho permite:

Cara Mary, companheira de teclado:

Comovida, arrepiada e solidária, envio um abraço de mulher imperfeita,consciente de que em cada momento decidimos o que "tem de ser"...

Qualquer que seja o motivo, a escolha é terrível. Ainda bem que foi despenalizado. Para quê a condenação, se na realidade dentro de cada mulher nunca prescreve?

Permita-se uma paz que merece por tanto de bom que decerto tem feito na vida.

Se o céu existe, há um "anjo da guarda" que, atento, velará por si...
Feliz dia da mãe!!!

Anónimo disse...

Um pouco à pressa, desta vez, começaria por elogiar, se me permite, a escolha de tão excelentes obras de não menos excelentes artistas, como Bosch, Magritte (tenho uma particular predilecção por este Pintor), Picasso (estas suas obras que aqui nos revela são, na verdade, magníficas), Frida Kahlo, essa mulher-artista cuja vida foi fascinante e Paula Rego – Estimada UJM, gostei e gosto muito desta notável obra da nossa célebre artista. Você fez-me reconciliar com Rego! Já me esquecia deste quadro dela.
Quanto ao mais importante, ou seja, a substância deste seu Post, é para reflectir. Aquilo que aqui escreve dá que pensar. Não vou emitir opinião pessoal sobre este tema, visto tudo o que de importante e relevante sobre o mesmo que poderia ser dito já o foi, brilhantemente por si e através dos restantes comentários. Acrescentaria que sou igualmente a favor da despenalização da IGV. Pelas razões aqui expostas.
A talhe de foice, revelaria o seguinte, a propósito: há uns bons anos atrás, finais dos anos 70, uma amiga nossa, hoje familiar, recorrreu ao aborto. Os motivos que a levaram a tal decisão, em nossa opinião, eram exclusivamente dela. Que nós compreendemos. Como não pode relatar aos pais, veio a ficar/descansar em nossa casa. Demos-lhes todo o apoio psicológico que sabiamos, acarinhamo-la e nunca contámos a ninguém. Hoje é uma mulher feliz, de sucesso, casada e mãe de filhos encantadores. Um mulher de garra, de convicções, com personalidade e de transbordante simpatia e efusiva alegria. De quem gostamos muito.
Por fim, incomoda-me igualmente saber que esta austeridade está em boa parte na origem do aumento dos suicídios e dos abortos. Para onde caminhamos? Que Sociedade se está a construir Senhores Governantes?
A insensibilidade ás diversas tragédias pessoais e colectivas da parte de quem nos governa é arrepiante. Repugna-me!
Bom resto de fim de semana! O meu, ou melhor o nosso, aqui em casa, será especial. Um dos nossos filhos decidiu vir cá visitar-nos, por uns 10 dias. Depois de ter “seguido” (ou ser obrigado a seguir) o conselho da dupla Massamá/Relvas, vem agora relatar-nos ao vivo a sua “novel” experiência. Vá lá, nem tudo é mau na vida.
Cordialidade,
P.Rufino

ERA UMA VEZ disse...

E agora nós "menina jeitinho":

Com que então écharpe nova? E a culpa é minha, sua vaidosa???

Já vi que a loja é no Amoreiras e às tantas compro uma também.
Quando um dia nos encontrarmos, "é trigo limpo/farinha amparo"

Não tinha piada?

Quanto ao livro, bem... tenho muito pouco jeito para "vender" o que escrevo.É uma espécie de pudor.
Todas as vezes que publiquei foram outros a tratar de tudo.
(Logo eu que ultrapassava sempre objectivos de vendas) Enfim, feitios!

Mas já que as "madrinhas" tanto insistem vou ver se tenho coragem de procurar um editor.
Um dia destes vou enfiar-me na Fnac e tentar perceber quais as editoras que se interessam mesmo por poesia.
Depois atiro-me de cabeça, OK?
Bom dia da Mãe, minha amiga.

O meu será, se Deus quiser com o "pessoal todo"...tentando esquecer que pela primeira vez...
Ainda me parece que não é verdade.

As pataniscas estão umas espertalhaças, cheias de opiniões...

Maria disse...

Mais uma vez, peço licença, amiga.
Obrigada pelo apoio, Era uma vez.
Foi bom ter desabafado, foi muito bom todo o apoio que recebi.
~Bom dia da mãe, para todas as mães.
Vou estar com os meus rapazes. A filha está longe, mas sei, que vai telefonar.
Beijinhos para todas.
Abraço grande, amiga
Mary

Um Jeito Manso disse...

Olá Caro P. Rufino,

Muito obrigada pelas suas palavras. E fico particularmente contente que desta vez tenha gostado da pintura da Paula Rego. Esta pintura que aqui coloquei é impressionante pelo que revela de abandono e infelicidade.

Sobre a história que contou, lembrei-me de um colega meu que é Opus Dei me ter contado que uma amiga dele, também muito crente e praticante, ter sabido por uma outra amiga que a filha de dezasseis anos tinha feito um aborto; e que estava desolada não só por a filha ter engravidado e ter feito um aborto, como por não lhe ter dito nada. E ele estava também impressionadíssimo, tanto mais que tinha uma filha da mesma idade, e eu também fiquei especialmente porque custa a imaginar a aflição de uma rapariguinha a atravessar uma situação destas às escondidas, sem poder contar com a ajuda da mãe.

Mas, enfim, tristezas à parte (porque estas situações são sempre muito tristes para quem as atravessa), fico contente pelo seu rapaz estar cá. Deve ser uma alegria tê-lo em casa de novo, nem que seja apenas por 10 dias. Espero que ele esteja bem adaptado e que goste de estar lá fora.

Aproveitem bem estes dias e haja alegria.

Um bom fim de semana, P. Rufino!

Um Jeito Manso disse...

Erinha, de novo,

Eu quase escolho a roupa que visto em função das écharpes que resolvo levar. Esta cinza e rosa é mesmo gira. Um dia destes, na secção de poesia da Fnac encontro uma menina com uma écharpe igual...

Como tenho montes de livros de poesia, um dia destes faço um apanhado das editoras que têm publicado estes livros mais recentes e envio-lhe. E, quando for o lançamento, nem que tenha que meter um dia de férias, vou lá estar (para ter direito a um autógrafo da grande Poetisa).

Espero que amanhã o dia da Mãe seja muito bom para si e nada de tristezas. A saudade é natural mas que seja uma saudade boa, leve. E muita alegria com as suas opiniosas 'pataniscas', com a D. Bernardete (agora que estou a escrever estou a ver e a rir com a maravilhosa interpretação) e com o restante família.

Que haja alegria, querida Erinha!

Um Jeito Manso disse...

Mary, minha amiga,

Fico mesmo muito feliz por ver o grande abraço que daqui lhe foi enviado. A compreensão e afecto são coisas que sabem sempre bem.

Um beijinho e tenha um bom dia da Mãe, dia que lhe assenta muito bem, Mary.