Dá, se é que nestes casos a aritmética funciona normalmente, cerca de 43 padres ou religiosos católicos por ano. É obra. Dir-se-ia que a Igreja Católica em França tem funcionado como uma agremiação de pedófilos. E falo em agremiação e não rede para não falar do que não sei. Mas uma coisa desta dimensão teria que ser conhecida pelas hierarquias. Se as hierarquias, sabendo, não fizeram nada, então, foram coniventes, deixaram que continuasse a acontecer, protegeram os criminosos. Não sei se, assim sendo, 'rede' não seria uma palavra adequada.
Deve haver uma explicação para isto, para haver tantos casos de pedofilia na Igreja Católica.
Têm vindo a lume vergonhas idênticas noutras religiões ou seitas. Mas falo agora, em particular, desta Igreja que agora volta a ser notícia, a Igreja Católica. Porque há tanta pedofilia no seu seio?
Perante isto e uma vez que já percebeu que a denúncia não virá das suas hostes, pergunto: não seria de ver se, por cá, estaremos a salvo?
Os Serviços de Inteligência ou quem quiserem não poderiam acompanhar alguns elementos e, perante algumas evidências ou suspeitas, arranjar maneira de fazer algumas buscas? Não deve ser preciso muito. E, uma vez encontrados indícios, deixar que a opinião pública saiba da suspeição. É sabido que, nestes casos, é preciso é de um gatilho. A haver casos, bastará que uns quantos casos venham a lume de uma forma mediática para que toda a gente que sabe de casos idênticos ou que sofreu no corpo e na alma abusos sexuais comece a arranjar coragem para se juntar ao coro das denúncias.
Não é fácil, e isso é conhecido, para uma pessoa abusada e a quem foi instilada vergonha de ter colaborado em actos impróprios, conseguir ultrapassar traumas, medos e vergonhas e vir, perante a família e a sociedade, confessar que foi abusada. Ainda mais se tiver sido por um senhor padre, pessoa supostamente acima de qualquer suspeita. Mas, quando o movimento é colectivo, quem está nessas circunstâncias percebe que não é um problema seu mas de quem molestou, encobriu, pactuou.
Mas, enfim, esta é a minha ideia ao ler os números chocantes do que se tem vindo a passar na Igreja Católica em França.
5 comentários:
Qual a explicação da Igreja Católica para haver no seu seio, nomeadamente entre os Padres, tantos pedófilos?
Não sabe UJM ?
Pense um poucachinho...
Olá, Anónimo,
Posso ter uma ideia mas acho importante, imprescindível mesmo, que a Igreja Católica se pronuncie publicamente sobre o assunto.
Creio que uma organização que tem entre os seus membros tantos criminosos, e logo um dos piores crimes, deve interrogar-se sobre a verdadeira natureza da vocação dos que dizem sentir-se tocados por um apelo divino. Deveria não apenas querer saber isso como certificar-se que nenhum crime desse natureza cometido pelos seus membros ficaria ou ficará sem punição.
E é sobre tudo isso que creio que a Igreja Católica deveria pronunciar-se publicamente sob pena de os crentes deixarem de o ser para não ficarem ligados a uma organização que, em vez de ser religiosa, pode confundir-se com uma organização que acoberta criminosos.
A Igreja Católica, de uma vez por todas, deve ser chamada a pronunciar-se. E se o não faz deveria arranjar-se maneira de que fosse investigada.
É isso que penso.
Tenho acompanhado a situação na Alemanha, porque sou assinante do Jornal Católico da diocese de Hildesheim que trata muito do assunto. É admirável um jornal deste tipo escrever tanto sobre este problema, sem pruridos. E é verdade que a revelação de casos leva a que mais pessoas arranjem coragem para contar as suas experiências. Tenho lido relatos arrepiantes, pessoas que ficaram marcadas para toda a vida, as depressões, os medos, etc.
E, no entanto, não é só a Igreja que deseja abafar tudo, não é a única a achar que, admitindo a pedofilia no seu seio, o caso fica arrumado e ninguém é realmente responsabilizado. Muitas vezes, leio cartas de leitores desse jornal indignados, que já chega, que não fazem ideia aonde os redatores querem chegar, qual o seu propósito em insistir tanto no assunto, que deviam ocupar-se mais da Fé e da espiritualidade, virar-se mais para a religião e deixar estas coisas mundanas de lado. Alguns chegam ao cúmulo de dizer que muitos Padres de facto erraram, mas quem nunca cometeu um erro que levante o dedo, que Jesus nos ensinou a perdoar, etc. e tal.
Fico abismada. Tal como a própria Igreja, há muitos crentes a quererem abafar os casos de pedofilia, a fim de não manchar a imagem da instituição. Ou seja, protegem os prevaricadores em vez das vítimas, trocam os papéis, as vítimas passam a ser as más da fita, que insistem, em vez de esquecerem, e os Padres não passam de homens respeitáveis que caíram em tentação.
Cada vez entendo melhor porque nunca conseguiremos responsabilizar ou castigar a Igreja Católica por crimes deste tipo. Não é só esse "clube fechado de homens" que não deseja a responsabilização, que olha para o lado, que protege os seus membros. Muitos dos crentes pensam da mesma maneira. Fecham os olhos, rezam um Pai Nosso e a vida continua como dantes.
Em Portugal existem os 3 "efes", Fátima, Futebol e Fado, a nível global existem, clero nobreza e povo, também são 3, as doutrinas nomeadamente a cristã também é trindade, parece que a maioria dos reis em Portugal, tinham em média 30 ou 40 filhos, muitos desses filhos as mães eram freiras, parece que a nobreza deixou muitos descendentes junto do clero.
Durante esta pandemia, muitas foram as igrejas ou religiões que não puderam acolher os seus fiéis, pediram ajuda aos políticos os políticos parece que são a nova "nobreza", disfarçada.
Um bom feriado.
A explicação principal parece-me bem simples: os sacerdotes acreditam cada vez menos, e estão cada vez menos motivados para o ministério que aceitaram desempenhar.
O porquê de assim ser parece-me bem simples: tal como - supostamente - os restantes seres humanos, os sacerdotes são seres racionais, afinal violentados por algo que não passa de uma 'crença' na existência de Deus, a qual é moda e é cómodo dizer-se que a Ciência nega.
Procurei, com objetividade, demonstrar o contrário em https://mosaicosemportugues.blogspot.com/2021/07/afinal-deus-existe.html, onde demonstro que, bem pelo contrário, é a própria Ciência que fornece a melhor e inequívoca prova da existência de Deus.
Talvez 'sabendo' da Sua existência, em lugar de apenas 'acreditar', os sacerdotes e nós todos O encaremos de outra forma - quanto mais não seja porque, a ser assim, nunca se sabe se a vida acaba aqui ou não.
Convido a uma leitura atenta e, se algum mérito lhe encontrar, a um comentário por lá deixar.
Votos de um excelente fim-de-semana!
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