A minha cãzinha era uma boxer e tirando a cor do cabelo onde, enfim, talvez houvesse algumas afinidades, no resto não sei se seríamos muito parecidas. Só se fosse na maneira de ser.
No entanto, a verdade é que há, em muitos casos, parece haver uma transmutação entre os membros do binómio homem-cão. Só na minha rua conheço vários casos.
Há um homem jovem com ar possante e com qualquer coisa de altivo que costuma passear um boxer enorme, igualmente possante e igualmente sóbrio e distante.
Há uma senhora magrinha, com um cabelo encrespado, que ela tenta esticar, pintado de uma cor que se vê ser muito artificial e com um aspecto nervoso. Tem um caniche de pelo igualmente encrespado a que ela rapa umas partes e que ladra de modo igualmente enervado.
E há uma senhora, que é mãe de uma ex-colega de escola da minha filha, e que sempre foi uma mulher neutra, quase invisível, sem feições que se destaquem, vestida de uma forma ausente. Desde sempre a conheci a passear um caozinho insignificante, pequeno, indistinto, igualmente pacato. Não pode ser o mesmo cão mas, quando um morre, deve substituí-lo por outro igual. Ela também está sempre igual.
O fotógrafo britânico Gerrard Gethings demonstra este fenómeno numa série de fotografias das quais aqui mostro algumas.
Portanto.
Aqui na blogosfera conhecemos os cães de algumas e alguns bloggers mas não conhecemos os próprios. Contudo, face a esta significativa amostragem, fácil será podermos concluir como serão. Certo?
Até já.
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