PPC - o fácies engana? |
1. Diz o inteligente Pedro Passos Coelho que estamos a entrar no princípio do fim do estado de emergência.
2. Diz o inteligente Pedro Passos Coelho que só aumenta impostos se factores externos o obrigarem a tal.
3. Diz o inteligente Pedro Passos Coelho que não quer as ruas incendiadas, nem tumultos na rua.
4. O avisado Professor Marcelo Rebelo de Sousa hoje na TVI repescou uma afirmação do Mi-nis-ro in slow mo-tion Ví-Tor Gas-par, que disse que em 2015 conta ter o mesmo número de desempregados que temos hoje.
Vamos desconstruir, como sói dizer-se?
1. 'entrar no princípio do fim do estado de emergência' = zero = conjunto vazio = bola = 'mais valia não dizer nada'
2. 'aumentar impostos por factores externos' = 'qualquer coisa serve para justificar isto' = 'em matemática, dir-se-ia que estamos perante uma solução indeterminada' = 'em política, chama-se desresponsabilização' = 'não saber o que se anda a fazer' = 'não saber que numa economia como a nossa, dependente do exterior, tem que se gerir apesar da influência exterior'
4. 'não quer tumultos, nem ruas incendiadas' = 'está cheio de medo porque sabe que de uma população esbulhada e desesperançada é de esperar tudo' = ''pensa que já que o colega de coligação, o CDS, está em brasa e já que os barões, baronetes, deputados, autarcas e vulgares apoiantes do PSD estão capazes de o escorraçar, ao menos que não haja barulho na rua'
5. 'o desemprego daqui por 4 anos está igual ao que é hoje' = 'não é possível...!' = 'tanto esforço para quê?'
Desconsruí bem, meus amigos?
Já agora, pergunta a minha curiosidade:
a) Que é feito de Eduardo Catroga, o peludo guru; e que é feito de Carrapatoso, o autor da componente económica do programa eleitoral? Desapareceram...? Porque será...?
b) E como é que é possível que, ao fim de menos de 3 meses de governação, a bancada de um dos partidos de coligação já não se contenha e desfeche acutilantes e públicas críticas à política do governo?
c) E como é possível que, ao fim de menos de 3 meses de governação, Manuela Ferreira Leite e Marques Mendes já andem nos media e desancar na política seguida?
d) E como é possível que, ao fim de menos de 3 meses de governação, até o João Duque, outros dos gurus (e já devidamente agraciado com a chefia de mais um grupo de trabalho dos muitos grupos de trabalho criados pelo mozartiano Garganta Funda), já ande na sua coluna do Expresso, Confusion de confusiones a desancar, forte e feio, na política do governo?
e) E como é possível que, ao fim de menos de 3 meses de governação, até o Martim Avillez, um acérrimo crítico de Sócrates e beato devoto de política liberal do PSD, já ande no Expresso, na sua coluna semanal a dizer que 'Sócrates caíu pelo PEC 4, Passos Coelho cairá se não encontrar forma de legitimar esta subida de impostos',
f) E como é possível que, ao fim de menos de 3 meses de governação, até o Luís Marques na sua coluna semanal no Expresso, Massa Crítica, outro acérrimo crítico de Sócrates e outro beato devoto da política liberal do PSD, já escreva 'Mais do mesmo', desancando sem dó nem piedade na política económica e financeira do governo dizendo que aumentar mais impostos é insuportável, insustentável.
g) ...
...
z) E como é possível que, ao fim de menos de 3 meses de governação, já não exista uma única alma do Eixo do Mal capaz de defender este governo?
Mas agora pergunto eu: isto não era tão absolutamente previsível? Com gente tão destituída de características adequadas (skills, I mean) à governação, do que é que se estava à espera?
O que vos digo é que não há quem não comece a ficar muito apreensivo com o descaminho que isto está a tomar. Ainda havemos de ver o inteligente PPC a trazer a madrinha Merkel pela mão para a sentar em S. Bento, a fim de que a figura mais poderosa da economia portuguesa assuma de vez o controlo do Portugal.
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