A minha filha tinha-me dito que o filme Tudo em Todo o Lado ao Mesmo Tempo, filme favorito para os Oscares, ia passar em canal aberto. Por isso, achei por bem ir ver.
Já se sabe que a Covid -- que, em algumas pessoas, é peninha que mal pousa nos infectados mas que, aqui por casa, pousou com estridência --, ainda anda a sugar a nossa energia.
Tínhamos feito uma soft caminhada aqui à volta. Por isso, ao sentar-me aqui a ver o filme, adormeci profundamente. Até aqui nada de mais: o responsável deveria ser o corona e não o filme.
Contudo, quando acordei o que vi foi uma sucessão de cenas estapafúrdias. Pensei que ainda devia estar pedrada de sono pois tudo aquilo me parecia droga contrafeita. Forcei-me, pois, a aguentar pois o lado bom da fita ainda iria aparecer.
Até que desisti. Maluquice chanfrada demais para o meu gosto e sem perspectiva de haver um twist e aquilo virar coisa aceitável.
No que se refere a googly eyes, mal por mal, antes os do Marty Feldman.
Afinal ganhou quase tudo - e eu não percebo como.
Parece que o meu mundo, que eu quero pensar que é um mundo normal em que a racionalidade, a beleza e um módico de harmonia são fundamentais, tende a desaparecer. Em vez dele vai ganhando terreno um mundo em que as coisas não precisam de fazer sentido para existirem, em que a beleza é substituída pelo disparate sem pés nem cabeça e em que, em vez de harmonia, prolifera o caos, o ruído, a desagregação.
Não gosto. Mas a gente do cinema gosta. O filme arrecadou vários prémios e a assistência, gente entendida, aplaudiu. Por isso, o mal só pode ser meu.
Tirando isso, do que vi da cerimónia, gostei da actuação da Lady Gaga que primou pela simplicidade performativa. Hold My Hand.
Também achei graça à desconversa de Hugh Grant ao ser caçado pela Ashley Graham. Deve ser difícil conseguir responder a perguntas parvas quando uma pessoa não está para aí virada.
Quanto a toilettes, gostei muito do vestido, da maquilhagem e do penteado de Cara Delevingne, tanto mais impactante quanto ela surge assim, bela e glamorosa, poucos dias depois da entrevista em que fala da sua adição em relação ao álcool que a fez descer ao quinto dos infernos e de como agora, depois de tratamento muito a sério, se sente recuperada.
Antes de a coisa começar, o Mário Augusto teve lá umas bacanas muito ao lado e cujo conhecimento da língua portuguesa mostrou ser pouco sólido. Lembro-me, por exemplo, que uma, na maior alegria, disse que 'houveram'. Pensei o que sempre penso: ainda bem para ela que ali está. Mas porque é que a RTP contrata pessoas que não sabem do que falam e, ainda por cima, não sabem falar?
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Um dia bom
Saúde. Boa disposição. Paz.
1 comentário:
Estapafúrdio é pouco....
Tinha tentado ver num dos TV cine da NOS onde passou antes dos Óscares, não consegui.
A minha onda é mais sossegada, com lógica e construção que prenda o espectador !
A.Vieira
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