domingo, setembro 20, 2020

Escandalosamente belas





Não há verdadeiramente muito a contar. Compras, bastantes, a ver se nos organizamos para não estar sempre a faltar qualquer coisa. A ver se esta semana não voltamos a ter que ir ao supermercado. Temos congelado pão e fica óptimo. Este supermercado tem um pão muito bom, pães variados, inovadores, saborosos. Para o almoço fiz bacalhau cozido com todos. 

Depois, fui lá atrás apanhar gamboas para levar à minha mãe. Como a árvore está carregada, levei muitas, pode dar às amigas e vizinhas. 

Há lá aqueles cactos gigantes, não sei o nome. Podia ia procurar, informar-me, mas não me apetece. Dá aqueles figos da índia. Penso que também se chamam figos de pita. São bichos ultra tinhosos por fora. Não se consegue pegar neles, mesmo com muito cuidado ficamos com picos muito fininhos infiltrados na pele. Também não sabia se eram bons para comer. Mas, no supermercado, vi umas caixinhas com uma meia dúzia por uns dois euros. Vi na net e fiquei a saber que são riquíssimos em vitaminas. Então calcei umas luvas de pele, daquelas das obras ou lá o que é, que o meu marido tem, e fui apanhá-los. Levei também à minha mãe. Provei e é mesmo bom. Mas é preciso cuidado, nem ao de leve se pode roçar na casca. Espeto um garfo, abro ao meio e como com colher. Fotografei mas ainda não passei as fotografias para o computador. Logo mostro.



Depois fomos à minha mãe. Agora, distraída, ia dizer 'aos meus pais'. A minha mãe está bem mas falta-lhe actividade. Isto da covid dá-lhe conta do juízo, não a deixa circular à vontade. Depois viemos para casa. Já cá estava a minha filha. Adoram cá estar. O menino mais novo adora o balouço que está ao canto, junto ao que era o canil. O bebé no outro dia perguntou-me se podia ira para o camilo. Só depois é que percebi que era o canil. 

Também veio o senhor para trocar as centralinas dos portões. Creio estar a dizer bem. No fundo, trocar os códigos para os comandos antigos deixarem de conseguir abrir os portões. 



E varremos e os meninos andaram de bicicleta e depois lanchámos. Já a tarde caía, os meninos sempre esfomeados de dar gosto, pão com leitão, pão com tomate, queijo feta e azeite. Tentei convencê-los com os figos da índia mas não se entusiasmaram. Apanhámos romãs. Ainda não estão muito doces mas os pássaros comem-nas todas.

No outro dia, a minha nora disse que, quando chegaram, estava um gatinho preto no jardim. Hoje vi-o lá atrás. Pareceu-me ainda muito novinho. Não sei se será selvagem ou de alguma outra casa. Gosto que os animais se aproximem de nós. Dos melros, então, nem vale a pena falar. Grandes, descontraídos, perto de nós como se não nos estranhassem. 



Depois, quando ficámos só nós, pus a máquina a lavar, jantámos, um jantar ligeiro pois o lanche tinha sido pouco antes e, ao aterrar aqui no sofá, adormeci. Foi daqueles sonos pesados do qual só consegui sair porque me forcei pois senti que, se o não fizesse, corria o risco de ficar a noite toda. O meu marido também adormeceu. 

Este domingo temos muito que fazer. Anseio por poder não ter nenhuma incumbência para ver se me dá para inaugurar aquilo que se agita no meu inconsciente, pedindo para eu dar uma oportunidade. Mas há sempre isto e aquilo e o outro.

Também já estou farta de todos os dias pensar no que hei-de fazer para o almoço, para o jantar. Sinto uma falta danada de ir jantar fora ou de, em tempo normal de trabalho, ir almoçar ao restaurante. Tenho saudades dos belos petiscos nepaleses, indianos, italianos. Tenho saudades dos petiscos à beira da praia. Ainda não consigo vencer a resistência de pegar em talheres ou copos que não sei se não têm coronas agarrados ou de estar numa mesa. E tenho receio que passe alguém infectado por perto sem que eu esteja de máscara. Sei que deve ser mariquice mas é uma barreira que ainda não consigo transpor. Portanto, aqui estou há meses a puxar diariamente pela cabeça para variar, para fazer comida boa, para ser peixe e carne, para não ser a mesma coisa que no outro dia, para ser saudável e sei lá mais o quê. Uma saturação pegada.



E só mais uma coisa: hoje, quando fomos visitar a minha mãe, perfumei-me. Quando entrei no carro, o meu marido admirou-se, perguntou porque é que me tinha perfumado. Respondi que simplesmente porque tinha saudades de, depois de me vestir e antes de sair, me perfumar. A trabalhar em casa, vou perfumar-me para quê? Para me sentir perfumada? Sim, poderia ser para isso mas parece-me estúpido. Claro que, quando vou trabalhar presencialmente, me arranjo e perfumo. Mas também não é a mesma coisa: não dá para pôr uma cor ou um simples brilho nos lábios. No primeiro dia, nem me lembrando do 'novo normal', acabei com a máscara toda suja de baton por dentro. Porcaria do corona. 

E, pronto, nada mais a declarar. Foi um dia mesmo sem grande coisa para contar, já tinha avisado. 



Só tenho mesmo para vos mostrar algumas das belas flores do meu jardim. Acho-as magníficas, escandalosamente belas. Um excesso fica-lhes bem. É o que tenho para vos oferecer.

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E, se quiserem, juntem-se ao baile.


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Desejo-lhe um bom dia de domingo. 
E força. Com saúde e esperança chega-se onde se quer chegar.

3 comentários:

Estevão disse...

Muitos pontos de venda de pão recebem-no já congelado. Outros congelam o que sobrou para vender amanhã. Nestes casos, voltar a congelá-lo em casa, pode não ser lá muito saudável
e
por uma questão de segurança, o sistema de abertura do portão deve impedir que terceiros possam clonar o comando quando este é accionado. É um truque antigo que ainda colhe: alguém muito póximo do nosso portão aproveita para copiar a “frequência” quando nós accionamos o nosso comando para entrar/sair. Não são teorias da conspiração. São factos.
Um bom domingo!

MARIPA disse...



Flores maravihosas,todas elas. As buganvílias, o hibisco...as duas últimas, que não conheço, são de uma beleza exótica e escandalosa! Deve se um regalo para os olhos estar no seu jardim.

Dia feliz, com alegria e muita saúde.
Um abraço amigo.

Prosperine disse...

De fieis jardineiros, de flores e de tempos de Covid! Enquanto houverem pétalas e risos de crianças, há Esperança. Há risos em tempo de Covid!