A Dama seduz
Ou o Unicórnio entrega-se?
No jogo da sedução
Quem usa a taça e a seta?
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A Dama reconhece a esquivez
que o unicórnio usa
de pureza exposta
A distância, a constância
a nudez do nada
A neve
o sequestro
a flecha da ragem
Ou será antes de tudo
o lugar
da passagem?
Ela despe a luva
dando a ver o pulso
Um vulto breve
quase a desmanchar-se
Como se iludisse o corpo nu
mas ao fazê-lo
isso a desnudasse
Ele tem sangue de prata
com o poder da eternidade
A alquimia da fresta
do tempo de tempo vário
que o eterno lhe empresta
A mão envolve a taça
em torno do seu côncavo
doce. De onde ela tira
Retira
De si mesma o esboço:
sangue e prazer
delírio e rigor em alvoroço
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Dona de seus desassossegos
e fascínio do sonho
Do desejo
do desenredo do medo
Eu capricho na conquista
no fogo da sedução
Sou Dama da minha vida
deixo nela a minha pista
Senhora de meu desejo
de meu prazer e paixão
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Os poemas ou excertos pertencem a A Dama e o Unicórnio de Maria Teresa Horta
(Conjunto de poemas em torno das tapeçarias do Musée de Cluny, La Dame à la Licorne)
As imagens mostram bocados da referida tapeçaria ou Kate Moss
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Descendo até ao post seguinte poderão ver as palavras de quem confessa que a profissão é disparar para o ar.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma quinta-feira muito feliz.
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1 comentário:
As mulheres…as mulheres…
Nas cenas da tapeçaria, a Dama seduz o Unicórnio. Com música, com comida e flores. Então ele vem descansar no seu ombro e fica escravo do seu amor.
A primeira cena – “À mon seul désir” – retrata a juventude da mulher. Elegante, bela.
Seguem-se “L Ouie”, “L Odorat”, “Le Gout”, “La Vue” e finalmente “Le Toucher”.
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