A minha profissão é disparar para o ar.
Ainda não terei descido a primeira nuvem.
Mas a delícia está em curvar o arco
e em supor a seta aonde a crava o olho.
Eu, senhor, sou frecheiro.
Açores e nebris, gerifaltes, tagarotes, sacres, ógeas, falcões,
acudi à voz do frecheiro!
E dirijamos nossas garras à conquista
das nuvens, volúveis como os corações...
e -- tal como os corações -- imutáveis.
Eu, senhor, sou frecheiro.
(...)
Yo, señor, soy acontista.
Mi profesión es hacer disparos al aire.
Mas, la delicia está en curvar el arco
y en suponer la flecha donde la clava el ojo.
Yo, señor, soy acontista.
¡Azores y neblíes, gerifaltes, tagres, sacres, alcotanes, halcones
acudid a la voz del acontista!
y enderecemos nuestras garras a la conquista
de las nubes, volubles como los corazones...
y —cual los corazones— inmutables.
Yo, señor, soy acontista.
(...)
Eu, senhor, sou frecheiro.
Nada mais. Nada menos.
E tenho sono e tenho sede, senhor. Saúde! E adeus! Senhor, adeus! E até à vista.
Netupiroma, 20 de Setembro
Outubro 1931
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De León de Greiff - Relato de Guillaume de Lorges
O poema em português pertence a Troco a minha vida por candeeiros velhos, de León de Grieff numa tradução de Gastão Cruz
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1 comentário:
Bonito.
Um prazer ler.
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