terça-feira, dezembro 17, 2013

Mário Soares foi eleito a Figura do Ano (Prémio Personalidade do Ano/Martha de la Cal) pela Imprensa Estrangeira em Portugal. "O galardão é um reconhecimento do contributo da personalidade premiada para a divulgação da imagem do país no exterior." Parabéns!









Nem mais! O prémio não foi nem para o irrevogável vice-Portas, nem para o inteligente Passos, nem para o posto em sossego Cavaco, nem para o impoluto Aguiar Tinto, nem sequer para o inefável Abreu Amorim, nem para qualquer dos outros grandes estadistas que por aí cantam de galo enquanto amavelmente destroem ou deixam destruir Portugal. 

Nada disso. O prémio atribuido pela Associação da Imprensa Estrangeira distinguiu justamente aquele de quem os míopes e medíocres de perna curta desdenharam, o velho, o decrépito, aquele que apelou à violência.

Nem quando se soube que Francisco, o Papa, fez basicamente os mesmos avisos, estas virgens ofendidas arrepiaram caminho. Não, continuaram a bater no peito enquanto acusavam Soares, enquanto o tentavam apoucar.

Pois bem: pelo contrário o que a imprensa estrangeira  no velho e digno leão, é o importante papel desempenhado por Mário Soares na democracia e na História de Portugal.


Se a distinção reconhece a “longa e intensa trajectória política” do histórico socialista, que fez 89 anos este mês, ela ocorre nesta altura porque também assinala a “enérgica actividade” de Mário Soares nos últimos meses, mesmo apesar do seu internamento hospitalar em Fevereiro.


“Em 2013, Mário Soares tem sido uma das principais vozes da sociedade portuguesa”, dizem os correspondentes estrangeiros, que também realçam a “relação de amizade” que o antigo chefe de Estado português tem mantido com eles, tanto quando foi primeiro-ministro (1976 a 1978 e entre 1983 e 1985), como quando foi Presidente da República (entre 1986 e 1996).

Leio que: Belén Rodigo, presidente da associação e correspondente do jornal espanhol ABC, homenageou Soares pelo seu trabalho. "Este ano tem sido uma das vozes mais ativas da sociedade portuguesa pelo fim da crise, à procura de soluções para Portugal." 

"Quero agradecer o prémio, havia algumas pessoas mais interessantes do que eu para o receber. Sei que estou perto do final da minha vida, mas estou a fazer tudo para continuar vivo porque antes de morrer quero ver o fim da crise", disse o ex-Presidente.


Emocionam-me estas palavras de Mário Soares. Tomara que a sua vida seja bem longa, que possa ainda desfrutar da alegria de ver o nosso País livre, desenvolvido, democrático, amigo dos portugueses, um país onde seja bom viver.

Fico feliz com este reconhecimento mais do que justo, fico feliz pelas palavras de todos quantos o sabem compreender.

Mário Soares não é um santo, não é um beato, não é sequer um sacristão - mas é um patriota, um democrata, um lutador, um homem inteiro, corajoso, frontal.

Bate-se por Portugal como poucos.



Honra lhe seja feita. Parabéns, grande Mário Soares! Muitos parabéns!



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A música lá em cima é Gabriel's Oboe do filme A Missão e também o tema principal de Cinema Paraíso interpretados pela La Orquesta Sinfonietta di Roma sob a batuta de Ennio Morricone.

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Sobre listas, as de Pedro Mexia e da sua claque e a de Ana Cristina Leonardo (e, para não ficar muito atrás, uma que tentei sem sucesso) e as de meio mundo que parece que não passa sem uma boa de uma listinha, é descerem, por favor, até ao post seguinte.

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No Ginjal hoje tenho a Receita de Mulher de e por Vinicius de Moraes: um acepipe especial, para gourmets.

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Hoje, com muita pena minha, já não consigo responder aos vossos comentários. Com os mails a que respondo, e mais tudo isto que me ponho a escrever aqui, mais a escolha das imagens, mais a escolha das músicas (que, muitas das que escolho em primeira mão, não são passíveis de inserção no blogue e, com isso, perco um tempão), já é muito tarde e amanhã tenho que me levantar cedo, cedo, um castigo. Por isso, tenho mesmo que me retirar já. Não levem a mal, por favor.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela terça feira. 
Divirtam-se, está bem? A vida é curta demais para ser gasta com tristezas.

6 comentários:

JOAQUIM CASTILHO disse...

Olá UJM!

Gostei ...e muito da homenagem que prestou ao Mário Soares a propósito
da homenagem que a Associação da Imprensa Estrangeira lhe prestou!
Sempre atenta e acutilante!!

Obrigada.

Um abraço

Anónimo disse...

Subscrevo este seu Post e as suas palavras sobre Mário Soares. Oportuno!
P.Rufino

jrd disse...

Enquanto democrata que fui e sou, respeito Mário Soares e quem dele gosta, mas não tenho por ele admiração especial.
Guardou numa gaveta, em tempos, algo que eu gostaria muito que existisse em Portugal e depois esqueceu-se completamente.
Esta é uma opinião, apenas isso.
Um abraço

Um Jeito Manso disse...

Olá Joaquim,

Mário Soares divide as águas e, como sabemos, nem sempre as dividiu no sítio certo. Mas sendo a política a arte da escolha do mal menor, é verdade que em momentos decisivos ele soube levantar-se e falar bem alto, mobilizando a gente suficiente para fazer uma barreira decisiva.

É o que está a fazer agora, a dizer não com todas as armas de que dispõe.

Um lutador.

Ainda bem que há quem lhe reconheça o devido valor.

Um abraço, Joaquim (e obrigada eu)

Um Jeito Manso disse...

Olá P. Rufino,

São desprezíevis aqueles que, julgando-se eternamente jovens desdenham do velho leão.

Foi bom que a imprensa estrangeira lhe tivesse atribuído este prémio.

Um Jeito Manso disse...

jrd,

Pois, é verdade. Colocou o socialismo na gaveta e isso foi chocante para quem acreditava em sonhos e manhãs sempre claras.

Mas Mário Soares, mais do que um socialista, foi e é um social-democrata.

E uma coisa é certa: é um intuitivo, um pragmático e isso, em tempo de cinza e farpas, é necessário.

Falta a toda esta esquerda que, cheios das mais puras intenções, se dividem um bocado desse pragmatismo. É altura de cerrar fileiras e não de andar entretido com manhãs que cantam.

Sinto admiração por este homem que, à beira dos 90 anos, aí anda, um lutador dando o peito às balas, falando grosso, arregimentando vozes, gritando revolta.

Poderia escudar-se no seu estatudo de ex-presidente para se limitar a emitir opiniões cifradas, fazer alusões elegantes. Mas não: cerra os punhos e grita tão alto quanto a sua voz ainda lho permite. Tenho que o admirar.

Mas, enfim, somos diferentes uns dos outros e há que respeitar as diferenças.

Um abraço, jdr!