by Annie Leibowitz |
Quando se admitem mulheres nas empresas e se fazem perguntas para perceber como reagirão perante situações inesperadas, são geralmente as mulheres que se mostram mais à vontade e mais predispostas a arriscar.
Por exemplo, em contexto de internacionalização, se se pergunta se, perante a possibilidade de terem que ir trabalhar para o estrangeiro, estariam disponíveis, são geralmente as mulheres que dizem logo que sim - que teriam que conciliar a vida profissional com a familiar, que teriam que ter compensações financeiras, etc, mas que sim, que estariam, à partida, disponíveis. Os homens, pelo contrário, são mais cautelosos, querem saber de que outro país se trataria, dizem que teriam que avaliar o projecto, que teriam que falar com a família, que à partida não é disso que estavam à espera, etc e tal.
Identicamente, perante situações inesperadas que podem ser embaraçosas ou em que o resultado é incerto, são as mulheres que geralmente avançam de forma mais destemida. Em regra, as mulheres não têm grande receio de ouvir um não, arriscam, se correr bem correu, se não correr, corrige-se e para a próxima será melhor. Os homens vivem tolhidos pelo medo do ridículo, pelo medo de se sentirem pouco apreciados e isso leva-os a, sempre que podem, evitar sair da sua zona de conforto. Desculpam-se dizendo que, se fossem objecto de uma reacção menos positiva, teriam que se demitir, teriam que virar as costas, etc. - são, de facto, na maioria, uns falsos valentões.
Toda a minha vida vivi rodeada de homens. Conheço-os bem e, havendo variantes e excepções, uma coisa é certa: prontas para a guerra, para vidas de sofrimento, prontas para a aventura, prontas para o que der e vier, estão, em geral, as mulheres.
Conheço algumas que são de uma coragem imensa, que são de uma resistência física e anímica, que, apesar de tudo, conservam uma capacidade de sonhar e de se enternecer que é tocante.
Já os homens...
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O vídeo mostra Beth Orton interpretando Magpie.
2 comentários:
"Toda a minha vida vivi rodeada de homens", pois , mas falta situa-los geograficamente.De Lisboa, e isso faz toda a diferença, para ter a opinião que tem-)))
É possível que asssim seja. Não tenho uma opinião assim tão definida, mas pelo que me é dado conhecer de anos de trabalho, não me repugna de todo a conclusão a que chegou.
P.Rufino
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