O ministro da Saúde descaíu-se e confessou na TVI à Judite de Sousa que, pois, não se vai incentivar isto de se fazerem tantos transplantes...
É que este despesismo é uma chatice, as pessoas fazem transplantes para fazerem pirraça aos vizinhos, ou para parecerem mais novos, não sei. É uma coisa de moda e este governo não vai nisso.
E, vai daí, o Dr. Paulo Macedo diz que vai cobro a esses excessos.
Mas que raio quis ele dizer com isso?, perguntarão os incautos. Então mas alguém se submete a um transplante de orgão se não for indispensável...?
Pois, confessou ele: vamos fazer menos implantes.
Na sequência disso, a Direcção dos Serviços de Sangue e Transplantes já se demitiu, alegando a Coordenadora Nacional das Unidades de Colheita de Órgãos, Tecidos e Células para Transplantação, Maria João Aguiar: não posso aceitar que haja doentes que se podem salvar mas que vão morrer.
A gente vai ouvindo e lendo estas coisas e vai ficando assustada.
Há poucos meses o Zé Pedro dos Xutos recebeu um fígado novo e correu tudo bem, actuou pouco depois, está óptimo.
A sorte dele por ter podido ser tratado, recebendo um fígado que lhe salvou a vida, a sorte dele que pode viver mais, a sorte dele que não precisa de viver na angústia de saber se o dinheiro que o ministro Paulo Macedo vai deixar para os transplantes chega para se tratar.
A miséria a que isto está a chegar.
Qualquer dia ainda vamos ouvir algum deles a dizer que, quem queira ter dinheiro para comer, que doe um orgão a troco de mil réis, como fazem os pobres mais pobres do mundo, que assim não apenas arranjam dinheiro para sobreviver como estarão a praticar um acto de solidariedade, que assim talvez se consigam fazer alguns transplantes em Portugal.
Mas para nomear amigos e correlegionários como se pode ler aqui, o dinheiro dos contribuintes chega sempre. Como ali se lê, o número de nomeados ministeriais já vai em 769!
É ofensivo. É muito preocupante.
3 comentários:
A sorte do tal ZéPedro é 'detalhe' mas as avisadas considerações anteriores merecem a reflexão que pede, no início, para outra coisa.
(...e já que 'estamos aqui', a série Fotografias de rua
-imagem+legenda- tem muita graça.
Parabens!)
Olá Pirata-Vermelho,
Obrigada pelas suas palavras sobre as minhas fotografias de rua. Gosto imenso de fotografar o momento tal e qual ele se apresenta. Ainda bem que gosta.
Quanto ao resto - ao corte nos transplantes, às nomeações, aos aumentos de impostos e demais desmandos - percebo que ache que, cada uma das coisas, por si, é pormenor. O problema é que um enorme somatório de pequenas coisas, traduz-se numa grande coisa - no caso, traduz-se num muito grave ataque à economia.
Mas, enfim.
Volte sempre, Pirata!
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