O jornal americano "Wall Street Journal" publicou ontem um extenso artigo sobre as "ginásticas financeiras" que permitiram ao Grupo Espírito Santo (GES) financiar-se desde 2011, ano do resgate económico a Portugal. Segundo afirmam, as operações praticadas nos últimos 21 meses - venda de dívida de empresas do grupo a um fundo de investimento do GES, o ES Liquidez - são um exemplo das estratégias dos bancos de países europeus em crise para conseguir financiamento "fácil", segundo a publicação americana. O artigo, que foi durante a tarde de ontem manchete no online da versão europeia do jornal, adverte para o risco da aposta. Que apesar de legal, é questionada por vários especialistas: "A manobra, embora seja legal e esteja em linha com as directrizes do regulador, traz à tona como as empresas, incluindo os bancos, usam engenharias financeiras para sobreviver às crises financeiras regionais".
Na prática, "ao financiar o GES, o ES Liquidez expôs os seus investidores, inclusivamente os clientes de retalho do BES, a níveis elevados de concentração de risco", explicaram àquele jornal auditores e especialistas em contabilidade.
O resto do artigo da autoria de Ana Suspiro pode ser lido no iOnline e recomendo a sua leitura (tal como um Leitor a quem agradeço me recomendou a mim) pois é interessante perceber como, depois de todas as engenharias financeiras que levaram parte do mundo à ruína, os mesmos de sempre persistem nos mesmos métodos sob os olhos distraídos de toda a sociedade, incluindo daqueles que deveriam actuar como reguladores, acautelando situações menos transparentes ou que podem consubstanciar riscos para os mais incautos.
3 comentários:
O mesmo Ricardo Espirito Santo Salgado que já vai em cerca de 7 “explicações” ao fisco sobre as suas declarações fiscais.
Esta gente, o BES em particular, vive deste tipo de expedientes financeiros, sempre na linha do risco. São actividades com um potencial perigoso, especulações que, se correrem mal, quem as vai pagar? E o que faz o BdP (o regulador) perante isto? Não adverte, entre outras coisas?
P.Rufino
P. Rufino,
Este Carlos Costa também deixa muito a desejar. Pensei que fosse bem melhor que o Constâncio que parece que gosta de fazer de ceguinho mas, afinal, tem-se revelado muito pouco isento.
Quanto ao Ricardo Espírito Santo habituou-se a conviver com a impunidade. está sentado em cima do dinheiro e com a barriga cheia pois tem muita gente 'no papo'...
Quem sabe sabe e o BES sabe porque o "leva e trás" do Frasquilho está lá para isso.
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