Manhã difícil hoje. Há sons que custam ouvir e eu tento afastar-me porque não sou nada forte. O momento em que fecham o caixão é terrível, é o fecho de um ciclo, é o momento em que se encerra o que sobrou do que foi uma vida inteira. É um som seco, madeira contra madeira. Não vejo. Nunca vi. Tento não ouvir. Mas hoje não consegui afastar-me o suficiente pelo que não consegui deixar de ouvir. E fiquei ali, no meio das pessoas, e fui vendo como, tal como a mim, as lágrimas corriam nos rostos à medida que aquele som se ouvia.
É tudo muito triste. Não quero falar mais nisto.
Depois, de tarde, fui trabalhar e agora aqui estou a tentar abstrair-me e a ver se escrevo coisas animadas.
Mas, antes, quero agradecer as vossas palavras, quer aqui nos comentários, quer através de mail. As demonstrações de afecto sabem-me sempre muito bem. Gosto de as receber tanto quanto de as oferecer.
Não agradeço individualmente a cada um de vós mas, a todos, meus queridos Leitores, vizinhos da minha rua, aqui deixo o meu muito sincero agradecimento.
Escolhi imagens, palavras, uma música, um momento de dança, tudo para tentar retribuir a generosidade dos vossos abraços e, ao mesmo tempo, retribuir também, um pouco, muito pouco, de todo o imenso carinho que sempre recebi da minha tia.
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The secret of life is enjoying the passage of time
Isn't it a lovely ride
Sliding down
Gliding down
Try not to try too hard
It's just a lovely ride
Now the thing about time is that time
Isn't really real
It's just your point of view
How does it feel for you
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- As imagens são trabalhos de Javier Pérez.
- O poema é Tanta Terra de Manuel António Pina in 'Nenhuma palavra e nenhuma lembrança'.
- O bailado é Romeu e Julieta numa interpretação de Sylvie Guillem numa coreografia de Sir Kenneth MacMillan, sobre música de Sergei Prokofiev
- A música é 'The Secret of Life' interpretada por JamesTaylor
**
Afinal hoje não escrevo mais.
Fico-me, pois, por aqui não sem antes vos desejar, meus Caros Leitores, uma boa sexta feira
(tanto mais que as sextas feiras têm tudo para ser um bom dia)
Afinal hoje não escrevo mais.
Fico-me, pois, por aqui não sem antes vos desejar, meus Caros Leitores, uma boa sexta feira
(tanto mais que as sextas feiras têm tudo para ser um bom dia)
4 comentários:
Minha querida
De madrugada li algumas das suas palavras. Lá do meu painel vislumbrei o seu sofrimento e a sua saudade. E compreendo-a e nem sabe quanto. Ainda não há um mês passei por momentos de angústia,idênticos aos que aqui descreve. O meu tio, aquele de que falei num dos meus comentários ao seu conto 'Lídia', deixou-nos.
Deixo-lhe aqui os meus sentimentos.
Beijinhos
Olinda
Na verdade, às vezes o que apetece é apenas um chorrilho de palavrões, porque os deuses são caprichosos e chegam a ser malvados connosco. Às vezes zango-me. E, nestas alturas, se choro, é de raiva. Pronto.
Não deixo que me magoem mais.
Não deixe, também.
Faça-lhes uma careta e mande-os bugiar. Aos deuses traquinas e impiedosos. Esses malandros que nos criaram para brincarem connosco. E nós não somos bonequinhos de trapos.
Embora às vezes pareçamos.
Há uma frase do Estaline que muita gente não gosta por ser dele, mas que retrata bem o ser humano.Quando afirma que 1 morte singular é uma tragédia e milhões é estatística.E por azar aconteceu uma coisa terrível nas Filipinas para confirmar a 2.ª parte da frase.
Há pássaros que nunca deixam de voar
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