O ChatGPT é uma preciosa ajuda em tudo e mais alguma coisa e está cada vez melhor. De vez em quando ainda alucina e a gente, quando desconfia ou se quer certificar, deve cruzar informação. Mas na maioria das coisas é uma coisa espantosa. Conversa como uma pessoa, é um manancial infinito e instantâneo de informação. E gera imagens (embora, neste capítulo ainda tenha uma vontade demasiado própria, desobedecendo frequentemente ao que mandamos) e faz trinta por uma linha. Mas, em geral, é precioso.
Por exemplo, agora testei a funcionalidade de o pôr a servir de motor de busca. Ainda nem tinha reparado que já dava para isso.
Perguntei: Quais os possíveis candidatos presidenciais em Portugal?
Dito pelo ChatGPT:
As eleições presidenciais em Portugal estão previstas para 2026, e diversos nomes têm sido mencionados como potenciais candidatos. Embora as candidaturas oficiais ainda não tenham sido formalizadas, os seguintes indivíduos têm sido destacados:
Candidatos Declarados:
Tim Vieira: Empresário e investidor conhecido pela sua participação no programa de televisão "Shark Tank". Anunciou a sua candidatura a 31 de agosto de 2023.
Joana Amaral Dias: Psicóloga, comentadora política e ex-deputada. Recebeu o apoio do partido ADN para a sua candidatura, anunciada a 18 de dezembro de 2024.
Henrique Gouveia e Melo: Almirante e atual Chefe do Estado-Maior da Armada. Ganhou destaque como coordenador da task force de vacinação contra a COVID-19. É apontado como potencial candidato, com possível anúncio em março de 2025.
Luís Marques Mendes: Ex-líder do PSD e atual comentador político. Admitiu a possibilidade de se candidatar, com uma decisão esperada nos próximos meses.
Paulo Raimundo: Secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) desde 2022. Não descartou a possibilidade de se candidatar às eleições presidenciais.
Pedro Passos Coelho: Ex-primeiro-ministro e ex-líder do PSD. Tem sido apontado em sondagens como um dos preferidos para a presidência, embora não tenha confirmado intenção de candidatura.
António Guterres: Secretário-geral das Nações Unidas e ex-primeiro-ministro. Também mencionado em sondagens como potencial candidato, sem confirmação oficial.
É importante notar que, até ao momento, as candidaturas oficiais ainda não foram formalizadas, e o panorama político poderá evoluir à medida que nos aproximamos das eleições.
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Ou seja, varre a internet e sistematiza a resposta de forma organizada. E cita a fonte.
E não é só o ChatGPT, é tudo o que por aí anda que gera conversas com a voz de pessoas, gera vídeos bastante credíveis com gente que já morreu há que anos e um dia a gente não vai saber o que é verdade ou mentira, o que é certo ou errado. Mas, pensamentos peregrinos à parte, que o tempo não está para isso, achei piada a este vídeo. É pacífico, inócuo. Mas tem graça.
Trump and Peanut the Squirrel SAVE THE DAY
What happens when Donald Trump befriends a squirrel and it all goes nuts? Watch as the president embarks on the greatest rescue mission of all time with the help of his elite raccoon squad and a new ally, Peanut the squirrel. From chess games in the park to high-stakes action sequences, this parody short film takes you on a wild ride filled with strategy sessions over McDonald's fries and epic teamwork. Will they restore peace to the park? You don’t want to miss this one, folks—believe me! 🐿️🍟🔥
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Sound or visuals were significantly edited or digitally generated.
Não vos digo nem vos conto. Ando aqui numa fona que me tem ocupado de sol a sol e para além disso (ou seja, o sol põe-se -- o que não é difícil pois anoitece a meio da tarde -- e continuo até às quinhentas). Forçosamente tem-me faltado tempo para o resto. Tinha resolvido que entre domingo à noite e amanhã à noite ia estar concentrada nisso. Na quinta-feira tenho um programa compacto e, por isso, o que tenho a fazer tem que ser até amanhã. Claro que a seguir às festas ainda é dia, há mais que tempo. Mas eu sou de despachar tudo o que meto na cabeça para depois me atirar ao que se segue.
Mas, afinal, amanhã também já não vou poder estar focada no meu assunto pois o meu filho já arranjou maneira de nos meter em trabalhos. Quando perguntou o que é que nós estávamos a pensar fazer para o almoço de Natal, falei-lhe no que estava a pensar como prato de peixe e como prato de carne. Para o peixe estou a pensar inventar uma coisa, que nunca fiz, que não faço ideia se já alguém fez alguma coisa assim, e para prato de carne algo mais banal. O meu filho disse que para o prato peixe lhe parecia bem mas, para carne, achava que deveríamos fazer uma coisa mais tradicional, a saber, um assado em forno de lenha. Quer eu quer o meu marido, ao pensarmos no produto final, ficámos tentados. Mas agora estamos apreensivos. Primeiro, já vi que a lenha boa para o efeito não pode ser pinheiro que é o que temos cá. Teremos que ir comprar azinho ou carvalho ou oliveira e só espero que não tenhamos que dar a volta ao bilhar grande para descobrir. Também temos que ir ao talho encomendar o que queremos pois não podemos correr o risco de chegar à véspera e o talho não ter. Mas o que nos preocupa é que, desde que para cá viemos, nunca usámos o forno de lenha. Mesmo no campo, onde temos um forno destes, há anos que não usamos. É uma trabalheira: horas para a lenha pegar e aquecer o forno, depois horas para a carne lá cozinhar. Ora quando temos que garantir que por volta da uma ou duas da tarde tem que estar tudo bem cozinhado, a que horas teremos que nos levantar para dar início à faena? Não vou levantar-me às seis da manhã... Teria que ser o meu marido. Mas é violento. O meu filho falou em deixarmos a carne a cozinhar durante a noite. Mas na véspera só cá devemos chegar lá para a uma e tal (ou seja, já no dia 25) e se nos vamos pôr a atear a lenha, teríamos que nos levantar lá para as quatro para colocar os tabuleiros com as carnes. Também não dá. Ou seja, não estou ainda a ver como vou desembrulhar esta.
Mas isto para dizer que amanhã não vou conseguir estar o dia inteiro a estudar e a testar e a tentar aquilo que agora meti na cabeça fazer. Por isso, mal acabe de escrever isto, vou-me atirar de novo.
Não tenho conseguido responder a comentários nem responder a mails pois estes dias estão curtos demais para a dimensão da minha ignorância e da minha inexperiência. Não levem a mal mas isto é mesmo uma enorme falta de tempo.
Por isso, também não vou comentar nada sobre actualidades ou desactualidades. Estou numa de 'me dá igual'. A minha cabeça está noutro lado e só tenho uma, não consigo que ela esteja ali e aqui e acoli ao mesmo tempo.
Por isso, deixo-vos com duas beldades. Uma é loura e oura é morena. Taylor Swift e Dita Von Teese. Da segunda já não falo aqui há algum tempo mas acho-a o máximo. É a rainha do burlesco, género que makes my days.
Drones não identicados a sobrevoar os céus em 8 estados dos States, a Cristina Ferreira a fazer anúncios a tudo e mais alguma coisa, incluindo a jogo e a apostas, as televisões todas a falar do Almirante e das presidenciais quando falta mais de um ano para as eleições e a malta (a malta real, o povo), para já, se está nas tintas para isso, a ministra Ana Paula, que costuma destratar tudo e todos, na televisão com um sorriso afivelado a demonstrar que agora a amestraram para rir, perguntassem-lhe o que perguntassem, para ver se a gente se esquece de como ela é na realidade. Umas atrás de outras.
Um mundo de patas para o ar, um planeta a voar às arrecuas aí pelos universos, um mundo piroso, em que o nonsense parece estar a normalizar-se.
Por isso, com vossa licença, vou voltar para a minha vidinha.
José Simões, o autor do fantástico Der Terrorist, é um certeiro atirador. Não falha um alvo. Está sempre atento e, quando atira, é a matar. Não se perde, não precisa de muitas palavras, não faz rodeios nem se prende com delicadezas: não senhor, vai direito ao ponto.
E tem uma graça suplementar: ilustra o 'tiro' com imagens extraordinárias. Uma vez são imagens insólitas, muitas vezes divertidas, outras desgraçadamente tristes.
A mensagem a que hoje me refiro tem a ver com o Marques Mendes.
Ontem tentei ver o dito Conselheiro de Estado, putativo candidato a menino de Belém, mas o nível de sonsice era tal que que fugi. Está cada vez mais manhoso, sempre com aquele sorriso de coisa fofa, mas sempre a manipular a conversa a favor do Governo. Diga o que disser, a conversa é sempre encaminhada para parecer que as nódoas do Governo são umas águias e que os críticos são mal intencionados. Julga ele que somos todos uns papalvos. Não somos.
Vou tendo notícias dos meus amigos e vou constatando o óbvio. E só não digo o óbvio ululante porque prefiro não me esticar no vocabulário. Vou manter-me comezinha. E não é que goste particularmente de me ver aqui comezinha mas foi o que me ocorreu. E o óbvio que vou constatando é que hoje é um que tem uma coisa, depois é outro de quem andávamos sem saber e que, afinal, teve uma cena e está internado, num outro dia é uma que é operada às cataratas, e depois é alguém que conta que vai começar a fazer tratamentos. E já nem falo na tristeza que é quando a gente se lembra de alguém de quem já não sabe há algum tempo e aparece alguém que diz, com ar compungido que essa pessoa, infelizmente, já cá não está. Pois é. Não vamos todos chegar aos 120 nem vamos todos de viagem no mesmo dia. Haveremos de ir aos poucos. Mas, felizmente, a maioria ainda está na boa. Mas isto de estar na 'boa' é relativo pois a verdade é que quando não dói aqui, dói ali. Claro que há dias em que não dói nada. Ou, então, dói um bocadinho e a gente cagua nisso (calma, comezinha me mantenho: educadamente interpus um u entre o g e o a -- ah, que sopinha de letras mais gira...).
Como hoje andava a doer-me um bocado o pé, o meu filho disse que eu deveria era fazer mais exercício, que cada vez lê em mais sítios que a massa muscular é fundamental. Não tenho ido fazer deep mix pois estou cada vez mais avessa a compromissos e a horários. Mas, se calhar, tenho que fazer mais do que caminhadas. A lida da casa não é suficiente para não perder massa muscular.
E, agora que falo em lida da casa, fico a pensar em que mais é que poderei fazer que me fortaleça os músculos. Uma das coisas que me parece que é boa para os braços é varrer. E com aquela coisa que não é ancinho mas que também não é vassoura, raspo a terra onde a relva seca, e isso requer força. E ando com regadores de água. E gosto de lavar coisas. Mas passar a ferro, que também deve dar músculo, praticamente é coisa que já não se pratica cá em casa. E limpar o pó odeio. Mas isso não deve fazer nada à massa muscular. Andar a lavar casas de banho, o chão, roupa, tudo isso é bom para mim. Mas peçam-me para limpar o pó e fico doente. É que para limpar o pó sou meticulosa, reentrância a reentrância, por baixo, por trás, as pernas das cadeiras, das mesas, as traves. Tudo, coisinha a coisinha. E, por isso, levo horas. E odeio, odeio gastar horas de vida com uma tarefa tão sem graça.
Talvez por isso, quando chego a qualquer lado, uma das coisas em que reparo é se é fácil de limpar. No verão estive na casa de uma amiga onde ainda não tinha ido. Estupidamente em vez de louvar a graça dos objectos, o ambiente acolhedor ou a beleza das pinturas, o que me saiu foi: 'Limpar esta tua casa deve ser uma trabalheira...'. Ela riu-se. Acho que nunca tinha pensado nisso. Respondeu: 'Não sei, é a minha empregada que trata de tudo. Desde que me reformei só lhe peço é que não ande com os tarecos à volta enquanto eu estiver a dormir.'
Por exemplo, ao ver a casa aqui abaixo, sem dúvida uma casa fantástica, ainda por cima principescamente decorada para esta época festiva, o que penso é que é casa em que eu não poderia viver: ou teria que andar lá sempre gente a cirandar e a limpar ou, então, aquilo deveria estar sempre carregadinho de pó.
Mas vejam. E inspirem-se.
Inside Richard E. Grant’s Georgian House at Christmas | Design Notes
Richard E. Grant welcomes us into his London home at Christmas. Filled with an abundance of treasures, Richard’s house sits within a walled garden littered with the dark foliage of evergreen topiary and ivy-clad trees, all providing an atmospheric backdrop for the attractive façade of his Georgian house.
“It looks like something that, I suppose, I have fantasised about living in since I was a little boy,” says the Saltburn actor as he sits in the drawing room of his rectory. Watch the full episode of ‘Design Notes’ as we tour Richard E. Grant’s house in Richmond, which has been given a maximalist boost of lavish Christmas decorations for the festive season.
Os meninos não dão tréguas. Em especial, ela que que é toda líder, toda voluntarista e determinada, logo que chegou anunciou que vinha tratar das decorações de Natal, dentro e fora de casa. Foi ela para a cave e foi de lá trazendo caixas e baús.
E foi buscar o escadote e depois, claro, precisou de ajudantes.
E desencantou pais-natais de que se lembrava de, quando era pequena, ver na nossa outra casa, bonecada de que eu já nem me lembrava.
Mas ela estava feliz pois o rever estes enfeites despertou nela uma certa nostalgia.
E contou a toda a gente, inclusivamente por telefonema, que tinha descoberto os pais-natais da outra casa, e adorou também encontrar as bolas grandes que ultimamente não tinham saído à cena.
E agora há bolas numa árvore, fitas noutras, uma coroa natalícia num portão e um laço no outro. E há de tudo um pouco e a casa está alegre e festiva, com luzinhas que são uma graça.
E para o jantar anunciou que ia fazer cebola caramelizada para pôr por cima dos hambúrgueres e, sozinha, cortou cebola, muniu-se de ingredientes e fez o que eu não sabia que se fazia assim: com manteiga, açúcar mascavado, vinagre balsâmico. E ficou espetacular. E ajudou a rechear os hambúrgueres feitos à mão com queijo da ilha ralado. Isto com o cão a chatear e a ter que ser posto fora da cozinha.
E depois de ter tomado banho, pediu para lhe secar o cabelo, coisa que faço de gosto e que sempre acorda em mim o gosto de ser cabeleireira.
Os rapazes estiveram mais sossegados, a guardarem-se para atacar à hora das refeições.
Agora já dormem pois amanhã dois deles têm programa bem cedo. E ao almoço já cá estão de volta, desta vez também com os pais.
E se agora conto isto é porque esta é a minha realidade, diametralmente oposta à de Jenny Jackson.
Esta mulher já apareceu noutros vídeos desta série e sempre me espanto com a sua franqueza, com a sua incrível humildade e, ao mesmo tempo, orgulho e dignidade. Vive sozinha. Habitou-se a viver sozinha. Gosta de viver assim. Sente-se independente. Mas, ao ficar com muitas dores nas costas, agora que a idade já avançou um pouco mais, sentiu que precisava de ajuda. A forma como ela fala disso, tão sincera, tão espontânea, é tocante.
O vídeo é, em minha opinião um testemunho fantástico, e talvez nos ajude a perceber como podemos ajudar os que estão sozinhos e têm receio de perder a sua independência (ou a sua dignidade) caso peçam ajuda.
Está legendado de origem em português pelo que se vê (e ouve) lindamente.
I OWE you my LIFE
There comes a moment in every life when the weight we carry feels too great to bear alone. In these moments, a choice appears: to keep struggling in silence or to open ourselves to the strength and kindness of others.
This story is about that choice — a journey of discovering the beauty in being vulnerable, and in finding that this simple act can transform not just ourselves but those who stand ready to help.
It’s not easy to let go of the walls we build to protect our independence, but when we do, something remarkable happens. Bonds, delicate yet enduring, can be forged; a quiet, gentle exchange of giving and receiving becomes a shared act of humanity, binding us ever closer to one another and reminding us that we are not alone.
Featuring Jenny Jackson.
Filmed in Hermanus, South Africa.
This is the fifth film that we have made together with Jenny. If you've missed the others, you can see them here:
O meu marido não lê poesia. Não lhe dá para isso. Poucas pessoas daquelas com quem me dou leem poesia. Creio que são pessoas demasiado pragmáticas, talvez habituados a uma vida apressada. Ou talvez não. Talvez não se deem tempo para o silêncio, talvez não se deem oportunidade de se apropriarem das palavras e as ajustarem ao seu corpo, à sua mente, ao seu coração. Quando leem um livro, procuram um enredo ou um ensinamento naquilo que leem. Não lhes apetece ler poucas palavras que, em si, pouco dizem. Não dão tempo a que as palavras se expandam para ocuparem espaço dentro de quem as lê.
Eu também nem sempre estou disponível para a poesia. E também sou muito niquenta. Muito do que se publica como poesia parece-me um disparate, quase uma afronta. Mas muitas vezes o problema é meu.
No outro dia li um livro de um poeta premiado. Fui lendo e ia pensando: 'Caraças? Mas o que é isto...?'. Parecia-me uma coisa vazia, sem sentido, sem beleza, sem apelo.
Há dias voltei ao mesmo livro. E dei-me tempo. Aquelas palavras falaram comigo. Li de outra maneira. Afeiçoei-me aos poemas.
E depois há outro aspecto, a forma como se lê (mesmo que em silêncio).
Quando ouço ler, também muitas vezes não gosto de ouvir. Um tom muito empolado, muito arrastado, muito forçado, a pretender a grandiloquência causam-me enjoo, sou forçada a desligar, não consigo ouvir. Uma pessoa que gosto muito de ouvir é a Helena Bonham Carter. Há entre ela e as palavras que escolhe ler uma simbiose virtuosa. Por exemplo, o poema abaixo. Que maravilha.
Helena Bonham Carter lê Love after Love de Derek Walcott
Mais uma vez estou a ver o Eixo do Mal. Como já deu para perceber, ver as actuações da Clara Ferreira Alves tiram-me do sério. É uma papagaia, fala de cor, empola o que diz para disfarçar a vacuidade do seu conhecimento. Cansa. Irrita. Vê os filmes todos ao contrário. Convenço-me até que não é apenas uma matraca falante e mal informada, que é mesmo pouco ou nada inteligente. E depois como fala sem pensar e sem saber do que fala, tão depressa diz uma coisa como o seu contrário.
O meu marido, de cada vez que ela fala, insurge-se e insulta-a à bruta, sempre a querer fazer zapping. E eu estou quase a fazer-lhe a vontade antes que a sujeita dê cabo da nossa saúde.
Neste momento está o Pedro Marques Lopes, muto bem, racionalmente, a desmontar a cegada que ela para ali esteve a armar. Aliás, está a dar-lhe uma rabecada das valentes. Se ela fosse inteligente (que não é), enfiava-se debaixo da mesa.
Não percebo porque é que a SIC contrata uma criatura como ela: alarmista, desbocada, fútil, mal informada. Praticamente tudo o que diz são tolices, ainda por cima mal fundamentada. Não deviam abrir-lhe um microfone à frente da boca pois dali não vem uma que se aproveite.
E o Luís Pedro Nunes, uma vez mais cavalgou a onda das bocas, e agora está a levar com a fúria não apenas do Pedro Marques Lopes mas também do Daniel Oliveira.
Mas quer o poupas quer a depenada têm uma característica: mal percebem que o que disseram não tem ponta por onde se pegue, ajeitam a conversa. Ela muito mais que ele, claro.
Por isso, para não me focar nem nela nem no vizinho do lado, desloco-me antes para um território mais divertido.
Já no outro dia, a minha filha fotografou o nosso cabeludo mais fofo e enviou-nos a fotografia com um cheeeese como legenda.
E o que engraçado no nosso amicabeludo é que se faz à foto. Pedimos-lhe para se virar para nós e para esperar para o fotografarmos e ele, sempre tão teimoso e temperamental, neste caso aceita e olha para a câmara.
Hoje fomos ao centro comercial com ele. Adora. Mal sai do carro, puxa, puxa, todo feliz. Adora andar no meio da confusão. Mas, então, a graça de se cruzar com um também todo cabeludo mas que devia ser dez vezes mais pequeno que ele, branquinho, e com um casaquinho. O outro virou-se para o meu, todo entusiasmado. O meu virou-se curioso, olhou-o de alto a baixo e, imediatamente, virou-lhe as costas. Um desprezo olímpico. O outro ainda a querer festa e o meu a ignorá-lo em grande estilo.
Mas o que vos convido é a ver o vídeo abaixo onde se podem ver os 10 animais considerados com mais piada, no concurso The Comedy Wildlife Photography Awards.
The 10 funniest animal photos of the year | BBC Global
The Comedy Wildlife Photography Awards crowned the funniest animal photos of the year.
Ainda está em teste e a ser avaliada a sua utilização (em 266 escolas nos Estados Unidos). E o 'tutor', que foi designado por Khanmigo, ainda se engana de vez em quando. Ou seja, não se pode já dizer que isto já está no 'terreno'. Não, está em fase piloto. Mas há uma equipa de técnicos e de professores a monitorizarem todas as situações e a incorporarem no algoritmo as devidas alterações.
Contudo, face ao que se vê, dá para perceber que no prazo de uns dois anos, se calhar até antes disso, se terá atingido o estado da arte que permitirá a sua extensão a todas as escolas e, provavelmente, a todo o mundo (pois acredito que já esteja a ser traduzido para ´muitas línguas).
Não será capaz de substituir apenas (muitos) explicadores: irá alterar radicalmente a forma de ensino. Não digo que substitua os professores mas, certamente, muitos professores não conseguirão acompanhar a pedalada do Khanmigo. Quanto aos encarregados de educação, terá também que ser um salto gigante.
Tal como, quando eu estudei, não havia internet e tudo o que sabíamos tinha que ser obtido nas aulas ou através dos livros (ou sebentas) que tínhamos à nossa disposição e agora já há internet para pesquisar tudo e mais alguma coisa e até parece impossível termos conseguido viver sem motores de busca, GPS, e etc, daqui por algum tempo parecerá impossível ter-se conseguido avançar escorreitamente no ensino sem ferramentas como o Khanmigo.
Apesar de ser de alguma duração (cerca de 13 minutos), sugiro que dispensem atenção pois é um avanço fantástico a que está a assistir-se na forma como se ensina e se aprende.
Meet Khanmigo: The student tutor AI being tested in school districts | 60 Minutes
Khanmigo, an AI-powered online tutor, could change the way teachers work and students learn. Created by Khan Academy, the new technology is being piloted in 266 school districts.
Como hoje, por aqui, está bastante frio, vesti uma camisola fininha mas quente, relativamente comprida, quase túnica, com bolsos, e com uma gola que pode estar dobrada e fazer um simpático e pequeno decote em bico mas que, na rua, em especial quando o sol deixa de agasalhar e o frio aperta, pode subir e, se eu quiser, fica até um capuz baixo. É muito confortável e flexível. É num tom neutro, mais cinzento clarinho que beige, e sinto-me bem com ela.
Agora que aqui me sentei, não me apetecendo mergulhar no déjà vu que é o dia a dia do mundo com as suas contradições, umas arrepiantes, outras assustadoras e outras que, de tão boas, quase parecem que a malta anda in the sky with diamonds, resolvi ir de visita à Madame le Figaro.
Para além do aspecto histórico das indumentárias com golas bem altas associadas à aristocracia, há agora também a elegância associadas à discrição, permitindo encobrir um pouco o rosto (e que pode ser conjugado com uns óculos escuros que, no conjunto, quase garantem o anonimato).
Victoria Beckham porte un manteau ceinturé au col montant tiré de sa propre marque. (Paris, le 13 novembre 2024.) Marc Piasecki / GC Images
Pour les fêtes, on ose le regard œuvre d’art. Plume Creative / Getty Images
Li com atenção o artigo e dali até saltei para outros artigos que contêm tutoriais que ensinam a disfarçar olheiras, papos debaixo dos olhos, rugas e pele baça. Há toda uma longa literatura e talvez milhares de vídeos que ensinam truques e recomendam produtos que tapam, que iluminam, que chamam a atenção para outros pontos, que alongam, que prolongam. Um longo filão.
Ora, depois de ter visto tudo isto, eis que passo para outro artigo em que uma escritora recomenda um livro. Não a conhecia a ela nem conheço o livro (que deve ser interessante). O que chamou a minha atenção foi outra coisa: as olheiras dela.
No mesmo local em que se ensinam truques para que as mulheres tenham um olhar fascinante, aparece esta mulher que parece mal dormida.
E a verdade é que, apesar disso, acho que é um belo olhar, acho que, apesar de despida de disfarces, tem imenso carisma. Para dizer a verdade, quem é BCBG é mais deste género do que quem tem olhares tão maquilhados que não deixam antever a alma de quem os possui.
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Entretanto, está na altura de se falar das ementas das festas, de como arranjar as mesas, de como levar o ambiente acolhedor e luminoso da época festiva à decoração, etc.
Dans les chambres et les salons, vases, pampilles et potiches de Bernardaud sont sublimés par les fleurs et les végétaux choisis par Jean-François Boucher, meilleur ouvrier de France, et responsable de l’atelier floral du château. Franck Juery
Também gosto de ver mesmo que, na prática, quando sou eu a tratar do assunto, havendo por cá um bando de jovens ruidosos, alegres e esfomeados, não se consiga seguir a etiqueta dos momentos bem comportados. E é que às tantas uma pessoa até quase esquece de como é a verdadeira etiqueta.
Nada, claro está, que também não se consiga relembrar:
Découvrons les bonnes manières avec Marie de Tilly
Ia dizer que não sei como é que o Natal degenerou nisto, num festim para os comerciantes e num aparato generalizado, desde as casas às ruas, já para não falar no espírito transformista que desce em nós. Aqui onde vivo já há muitas casas decoradas e iluminadas, pais natais em cima de telhados, estrelas luminosas em cima das árvores do jardim. E até eu, ao ver umas meias de Natal no supermercado, comprei-as e ando com pais-natal, renas e merry christmas brilhantes a forrar-me os pés. E o mais certo é que um dia destes ponha uma bandolete com chifres de rena para não destoar quando cumprimentar a família do lado que, na altura, se apresenta integralmente vestida com camisolas de Natal, iguais.
O tema do que vai ser o almoço festivo do dia de Natal já está em cima da mesa e não reúne consenso.
E, mentalmente, ponho-me a percorrer o que já comprei e o que está em falta pois tenho terror de, na altura da troca de presentes, constatar que me esqueci de alguém. Nunca me aconteceu mas deve ser semelhante a chegar à rua, de saia, e reparar que me esqueci de vestir cuecas. Tal nunca ocorreu mas lembro-me de já ter sonhado com isso e não ter sido nada bom.
E felizmente já não estou a trabalhar senão já andava na roda-vida dos almoços e jantares de Natal. Ainda me lembro da primeira vez em que um dos jantares foi para umas valentes centenas de pessoas, gente que vinha de muitos lados, incluindo de Espanha, e apenas se arranjou um espaço habitualmente usado para casamentos. Eu, de noite, a conduzir sozinha, sem conhecer nada daqueles lugares, passando por estradas sem luz, eu que tenho um sentido de orientação desgraçado, num lugar que não vinha no gps do carro (naquela altura ainda não havia waze)... um stress. Ligava para me ajudarem e perguntavam-me onde é que eu estava mas eu sabia lá eu... Já só me apetecia desistir, mas nem para voltar para trás eu sabia o caminho. Um desespero do caraças. Por fim, lá fui parar. Uma quinta gigante com um parque de estacionamento gigante e eu a tentar perceber onde é que estava a deixar o meu para depois conseguir dar com ele... E juntava-se o útil ao agradável: havia sorteio de cabazes de natal e outros presentes, e havia entrega de medalhas e diplomas e sei lá mais o quê. Aquilo durava, durava, durava, com muitas palmas e muitas fotografias à mistura. Quando chegava a casa, às tantas, ia mais exausta que sei lá o quê. E no dia seguinte lá tinha que me levantar cedo para mais um dia de reuniões e complicações.
Felizmente já me livrei disso... Agora são os meus antigos colegas e nova gente que por lá ande a ter que cumprir com essas maravilhosas tradições.
De qualquer forma, a vida prossegue.
Como está vento, fiz duas máquinas de roupa. Esqueci-me que o vento não é tudo pois, por outro lado, os dias estão curtos e, mal o sol se põe, desce a humidade. Por isso, a primeira leva secou que foi um mimo mas a segunda não. Não faz mal. Agora está num estendal abrigado e amanhã logo acaba de secar.
Para o jantar, comprámos comida nepalesa. Ando um bocado preguiçosa para cozinhar. Nem sei se é preguiça ou se é falta de inspiração. Isto de uma pessoa ter que puxar pela cabeça para não sei quantas refeições por semana é uma seca. De vez em quando, apetece-me comer apenas salada de alface com fruta, queijo fresco, frutos secos, temperada com azeite, orégãos e um pouco de mel. Sempre gostei de comer coisas assim, cruas, frescas. Mas o meu marido não vai nisso. Nesses dias come uma sandwich; mas não é sistema. Por isso, volta e meia compramos comida feita, geralmente sushi ou comida nepalesa. Outras vezes comida grega ou pizzas artesanais em forno de lenha. É fácil e bom.
E agora, enquanto escrevo, vejo nos noticiários o carnaval das presidenciais que são daqui por mais de um ano. Perseguem o Almirante por todo o lado, não largam o homem, massacram-no com perguntas e mais perguntas, e depois avançam os comentadores a criticar o pobre homem dizendo que anda a alimentar este assunto. Por vezes convenço-me de que os jornalistas e os comentadores são completamente burros.
Quanto ao assunto, aqui fica já dito o seguinte: no Marques Mendes não vou votar, no Paulo Portas não vou votar, no António José Seguro não vou votar, no António Vitorino não vou votar. Já os conheço, já sei como são e não me agradam. Não falo no Almirante porque não sei o que pensa, não o conheço.
Acho que o próximo presidente devia ser uma mulher de centro-esquerda. Já aqui o disse: não estou a ver quem seria possível a não ser a Elisa Ferreira. Mas não a conheço bem, não sei se teria perfil para isso. Como executiva e deputada europeia parece ter sido muito capaz.
Mas há mais do que tempo para se pensar nisso.
Quanto à Síria, para já o que nos chega são boas notícias. A libertação de prisioneiros políticos, o regresso dos refugiados, a alegria que se vê nas ruas é um sinal de esperança e um motivo de alegria. Tomara que se aguentem bem e que aquilo não vire bagunça da grossa. Espero que não, espero que a liberdade e a democracia vinguem (mesmo que, para já, uma democracia um bocadinho coxa mas há que dar tempo...).
Para o Presidente Bashar al-Assad é que não terá sido Natal, ao ver-se sem aqueles 40 carrões de luxo que tinha na garagem. Correu para os braços do seu amigo Putin, pois claro, e é bom que por lá se mantenha. Estão bem um para o outro. Cambada.
Seja como for, que entre a Sabrina Carpenter, ho ho ho,
A Nonsense Christmas com Sabrina Carpenter Monologue Song
No outro dia, aqui nesta vossa humilde chafarica, verifiquei um número anómalo de visitantes a reler um post já antigo. Fiquei muito admirada. Quando vi o título, percebi.
Muita gente foi aos motores de busca escrever "éramos felizes e não o sabíamos", expressão que, como sabem, foi usada pelo desbocado Marcelo a propósito dos 8 anos em que trabalhou com António Costa. (Anda a ver se se limpa... mas não se limpa porque não somos desmemoriados nem mentecaptos). Mas, então, os algoritmos mandaram essas pessoas aqui para o Um Jeito Manso.
Nesse post, escrito no fim de Março, eu questionava-me sobre o que estava para vir. A crise Covid era recente, ainda se sabia muito pouco, estávamos todos confinados. Por sorte, temos possibilidade de nos refugiarmos num dos lugares do mundo em que nos sentimos melhor. Estávamos, pois, no campo. Mas trabalhávamos desde manhã muito cedo até às tantas da noite, passávamos os dias inteiros ao telefone ou em frente ao computador e os problemas choviam-nos em cima, em catadupa. Mal tínhamos tempo para almoçar e via-me aflita para conseguir preparar as refeições.
Acresce que nessa altura a minha mãe ainda resistia e dispensar a fisioterapeuta que ia lá a casa e não queria correr o risco de melindrar a senhora que lá ia ajudar com o meu pai pelo que não lhe dizia para se descalçar ou para usar máscara. Achava que era tudo um bocado exagero ou que só acontecia aos outros. Isto enquanto eu acompanhava a aflição de um colega com o pai com uma dor nas costas, depois sem respirar e, por fim, em meia dúzia de dias, a morrer de covid. Contava à minha mãe e ela achava que eram pessoas sem cuidado. Tive que dizer que ia eu telefonar à fisioterapeuta e à outra senhora para ela se encher de coragem e passar a seguir as indicações da DGS.
Os noticiários abriam e fechavam com os números crescentes de casos e de mortes.
Por isso, naquele post eu relembrava os tempos tranquilos pré Covid e interrogava-me sobre o que estaria para vir.
E, também aqui, reli com prazer. Lembrava os tempos em que um grupo de directores, praticamente todos da mesma idade, todos muito irreverentes e bem dispostos, todos amigos uns dos outros, curtiam à grande. Curtíamos no sentido de nos divertirmos à séria. Também trabalhávamos (e, sempre tive essa ideia, trabalhávamos articuladamente e bem) mas era um prazer, uma alegria.
Ao escrever, relembrei alguns episódios que me fazem sempre sorrir. Ainda ontem o meu marido relembrou um episódio, dos mais picantes e salgados a que assisti, e assisti no meu gabinete (que era um ponto de encontro), que me faz rir à grande sempre que dele me lembro. Como o meu marido conhecia bem os dois envolvidos, na altura contei-lhe. E também achou o máximo. Passou para os nossos anais da truculência, da malícia, da malandrice. (Não faz parte do que contei no post referido).
Depois mudei para uma empresa em que eram todos muito betos, na realidade, supé-betos, daqueles que não se acham betos porque acham que os betos são uma classe inferior, nouveau riches, pois eles, pelo contrári,o são sobretudo old money. Mas que, na verdade, são betada da maior, até à medula. Tudo boa gente, educadíssimos, simpatiquíssimos... mas incapazes de uma brejeirice, de um palavrão. Senti-me desterrada. Era só trabalho, trabalho, trabalho... e, caraças, uma seca...
Sou amiga de longa data de uma escultora. Durante muito tempo apenas soube dela através de notícias. Mas era ela pequena e já eu percebia nela aquele toque para as artes. Lembro-me de, no liceu, nos primeiros anos, termos que fazer um desenho com guache. Eu e quase todos fizemos desenhos infantis, básicos. Ela não, fez um desenho de bailarinas. A pintura tinha movimento, tinha cor, tinha leveza e graça. As bailarinas estavam em pontas, debruçavam-se, saltavam, e tinham saias de tule, transparentes, e tudo ali dançava. Nesse dia fiquei estupefacta. Pinturas assim só conhecia de quadros nas paredes. Jamais pensaria possível que uma de nós pegasse em pincéis e tintas e, na maior das naturalidades, fizesse uma coisa assim.
Desde aí nunca mais parei de me espantar com a facilidade dela em inventar peças, em dar-lhes vida. Não se tornou pintora mas, sim, escultora.
Ainda recentemente concebeu uma peça absolutamente fora da caixa, inesperada. Apesar de muito elogiada, foi humildade que percebi na sua voz e na sua expressão quando me perguntou: 'Gostaste?'
Há algum tempo ouvi uma outra escultora dizer que há peças que requerem muita força, que pode ser um trabalho muito pesado, que já as evitava pois já não tinha a energia e a resistência que tinha antes. E, de facto, compreendo.
Uma vez enviei uma carta com sugestões à pessoa que ocupava a presidência do município em que, na altura, vivia. Uma delas é que abrisse concursos junto de artistas como escultores ou ceramistas ou graffiteiros para que inundassem a cidade de arte de rua. Achava eu que a cidade deveria transformar-se na cidade das artes, artes ao dispor de todos. Achava eu, e acho, que isso valorizaria de forma duradoura a cidade e que traria alterações estratégicas pois atrairia um turismo de qualidade que, por sua vez, garantiria audiência para outras demonstrações artísticas (festivais de música e de dança, festivais literários ou de cinema ou de fotografia). Enfim, dissertei sobre as potencialidades virtuosas que essa transformação traria à cidade.
Claro que isso tem custos. A arte custa dinheiro. Os artistas não apenas gastam dinheiro nos materiais como muitas vezes têm que contratar ajudantes, têm que arrendar espaços onde possam trabalhar e, claro, têm que viver.
Contudo, agora aparecem os robots, aparece a impressão 3D, e, a montante, o software em que se definem os modelos que estão na origem do que vai ser feito. E, nesse caso, claro que as obras aparecem feitas muito mais depressa. Desde logo, os robots trabalham 24 horas por dia, 7 dias por semana. Claro que, por detrás, há o trabalho humano de programação. Só que, uma vez construído o software que instruirá o robot, este pode fazer essa e milhões de outras iguais. Claro que aí será do interesse do artista destruir o software após a realização da peça para evitar cópias. Só que isso não é bem assim. Quem concebe os modelos matemáticos e quem programa os equipamentos não será o artista pelo que há sempre várias mãos a mexer no software. E, por segurança, haverá cópias. Portanto, o escultor pode acreditar que o software foi destruído e, na realidade, haver ainda uma ou mais cópias. E pode até o próprio artista se predispôr a fazer não um exemplar mas uma série deles.
Seja como for, como em tudo, há lados fantásticos e aspectos preocupantes.
Contudo, quero aqui deixar um apontamento: o mais recente colar, que acho lindo, é composto de peças impressas numa impressora 3D. São peças de uma cor profunda, com um toque macio, maravilhoso, e têm um movimento incrível. Tenho uma amiga, que pertence a uma família ligada às artes e à moda, que faz colares artesanais, bonitos. Quando viu este meu ficou muito impressionada pela sua invulgaridade e beleza.
Robots sculpt marble in Italy, sparking worries about future of art form | 60 Minutes
A fleet of marble-sculpting robots is carving out the future of the art world. It’s a move some artists see as cheating, but others are embracing the change.
Não quero que pensem que isto sou eu a pôr-me em bicos de pés, nem quero que pensem que isto que vou escrever tem a ver comigo. Não. Tem a ver com ele. Eu entro nisto mas, em vez de mim, poderia ser qualquer outra.
Por isso, que não venham para cá com censuras ou bocas estapafúrdias nem por eu escrever isto nem por aquilo que vou relatar.
É daquelas coisas que de tão inocente e banal que é, nem seria digna de registo. Mas estando a festejar-se, e muito justamente, o centenário daquele que sempre será o nome maior da liberdade e da democracia do Portugal contemporâneo e tendo toda a gente alguma coisa a dizer, vou também arriscar.
[Nestes tempos de wokismos, puritanismos e cancelamentos, uma pessoa até tem medo de abrir a boca. Não é que isto de haver virgens ofendidas, beatas histéricas e totós encartados seja coisa de agora. Não. Sempre os houve. A questão é que ninguém os levava a sério e agora não apenas leva como meio mundo parece que tem medo deles.]
Mas, enfim, apesar de recear ser mal interpretada, ainda assim vou contar.
Eu teria acabado de fazer dezanove anos, creio. Ainda era verão ou, pelo menos, estava calor. Talvez fosse em Setembro. Lembro-me do que tinha vestido. Aliás, lembro-me de ter pensado que devia ter vestido calças pois andar de bicicleta com um vestido curto e justo era capaz de não ser grande ideia. Mas a combinação de irmos os dois andar de bicicleta ali no Campo Grande tinha acontecido já durante o dia e não tinha tempo de ir à Residência mudar de roupa.
Alugávamos bicicletas na Cidade Universitária e depois era a alegria de andarmos a sentir o ventinho na cara ali pelo Estádio Universitário, Jardim do Campo Grande e arredores.
Claro que ia sempre de credo na boca não fosse dar de caras com quem não devia, pois ia ter com o outro. Eu vinha dos lados do Marquês (acho que na altura ainda não havia estações mais para cima) e ele, o 'outro', ia da Alameda, e encontrávamo-nos lá, junto às bicicletas.
Tinha, pois, saído do metro na Estação do Campo Grande e ia a pé, com a ideia de que ainda me dava tempo para ir dar uma espreitadela rápida à 111.
Quando ia a passar ali mais ou menos à porta da Biblioteca Nacional, vejo o Mário Soares a vir com aquela sua passada descontraída.
Quando nos cruzámos, com um sorriso largo fez-me um cumprimento de cabeça e, com um ar bastante simpático, disse-me boa tarde. Retribuí, claro. E continuei. Mas fiquei admirada com a afabilidade do cumprimento. Voltei-me, então, para trás. E eis que o vejo também virado para trás, parado, a olhar para mim. Voltou a fazer-me um sorriso e um aceno com a cabeça.
Atrapalhada, quase se tivesse sido apanhada em falso, a olhar para trás, voltei-me para a frente e segui. Mas fiquei a pensar que o que eu tinha surpreendido tinha sido um homem a olhar para uma mulher.
Nada de mais, nada de mal. Mas achei piada. Na altura, ele era talvez o político mais relevante, mais influente, mais carismático do nosso País. E, no entanto, ali era apenas um homem. E ainda hoje, quando penso nele, relembro, de forma muito vívida, a expressão dele, o sorriso, o olhar, o aceno, naquela tarde ensolarada e feliz.
Todas as pessoas têm muitas facetas e ele certamente teria esta, a de gostar de apreciar a vida.
Começa as frases a defender uma coisa e, à medida que vai observando a reacção estupefacta ou desdenhosa dos colegas comentadores, inflecte, faz agulha e acaba-as a defender o contrário. E isto é o pão nosso de cada dia.
Vê-se que vai para ali com os assuntos pela rama, geralmente é claro que não faz ideia do que diz, é leviana e superficial, diz-se e contradiz-se. Os colegas, por vezes incrédulos, por vezes incomodados, a maior parte das vezes mostram-se ansiosos por que acabe o chorrilho de asneiras que torrencialmente brota da sua arrogante boca.
Aliás, não é só a boca que é arrogante. É todo o fácies, desde o platinado e aparado penteado até aos olhinhos que tantas vezes revira, como se desprezasse o mundo ou os seres inferiores que o habitam.
Em síntese: quase nada do que diz faz grande sentido até porque enferma de labilidade extrema. Não dá para levar a sério.
E, contudo, exprime-se com grande cagança, vê-se como o supra sumo da batata doce, como se estivesse a opinar lá de cima, do olimpo. Não se enxerga.
Se há vezes em que vai com casaco de homem dez números acima ou com blusão de cabedal altamente coçado, a verdade é que é frequente ir com camisolas ou casacos de malha. Não sei se são confecção própria ou aquisição. Mas, seja como for, nos tricots é imbatível.
E é por isso que o Oscar para os melhores tricots no comentariado político vai para... Clara Ferreira Alves. Of course.
Cada penteado é uma alta produção. Não sei se aquela poupa é feita à força de laca, se é de cera, se aquilo é sobretudo pujança capilar. Não sei.
O que sei é que não apenas a fatiota é sempre um statement, todo fashion, umas vezes numa onda clássica, noutras quase a tender para o avant-garde em versão vintage, como aquele cabelo está sempre sem um fio fora do sítio. Volta e meia detecto ali alguma assimetria, não sei se o cabelo a gauche é mais rebelde que o da ala direita mas, a ser isso, não será de estranhar. Relevo.
Muitas vezes diz coisas acertadas, muitas vezes tem graça com umas larachas irónicas, acontece até ser ali a voz que tem observações fora da caixa mas, por sinal, na mouche. Mas noutras vezes a conversa aparece trocada ou ao lado.
Seja como for, presto atenção. Sei que opina em mais do que um sítio mas só consigo ouvi-lo no Eixo do Mal.
Mas, mesmo que eu percorra mentalmente todos os comentadores, não há outro com penteados como ele. Não há.
Por isso, o Oscar para o penteado mais produzido e para a poupa mais inamovível do comentariado nacional vai para... Luís Pedro Nunes.
Toda ela é uma doce, toda ela tem umas inflexões de voz muito fofas, toda ela é um sorriso permanente e compreensivo. Depois usa sempre uns xailinhos muito queridos pelos ombros, um penteado muito soft, uma ausência de maquilhagem muito light.
Não há como não ser ela a comentadora política mais fofinha. Aliás, nem sei se há mais nomeadas.
Ou seja, neste caso o Oscar vai direitinho para... Raquel Vaz Pinto.
A ciência deve, forçosamente, ser um dos mais importantes pilares do desenvolvimento. Um outro deve ser a ética. Outro o humanismo. E há mais mas agora não virão tanto ao caso.
Nas empresas, em especial em empresas em que há áreas de investigação e desenvolvimento, recorre-se cada vez mais à figura dos 'gémeos digitais'. No fundo, são réplicas dos processos reais com tudo o que há de interacção entre eles. Deste modo, quando se pretende testar qualquer inovação, seja de que tipo for, em vez de arriscar danos se o teste for feito em ambiente real, usa-se o gémeo digital.
Não é fácil nem económico ter 'gémeos digitais' que sejam réplicas perfeitas, fidedignas. Claro que os meios actuais ajudam: por exemplo, já não é preciso ter Data Centers ultra dispendiosos, pode recorrer-se ao alojamento e gestão na 'nuvem'. Mas, ainda assim, não é fácil. E tem que haver pessoas, muito, muito entendidas, que saibam validar se o gémeo digital é fiável e se os resultados obtidos são de confiança ou se o 'gémeo digital' está coxo e não permite extrapolar algumas conclusões.
Mas uma coisa é ter réplicas do funcionamento de fábricas ou de empresas em geral. Outra, muito diferente, é ter réplicas do funcionamento do corpo humano. Não é só o que isso permite de bom... é também o que permite fazer se as intenções não forem as melhores.
E falo nisto como poderia falar em pegar numa célula qualquer e daí conseguir obter um óvulo e um espermatozóide, conseguindo, pois, 'conceber' um ser humano.
As possibilidades são infinitas. Muitas incríveis, maravilhosas. Outras aterradoras.
E não falo de promessas, de expectativas. Falo de possibilidades reais, cientificamente disponíveis.
Convido-vos a ver o vídeo abaixo. É possível colocar legendas em português.
How Tech Is Breaking the Rules of Biology | Posthuman with Emily Chang
From birth to death, tech is stretching the boundaries of biology. In this episode of Posthuman, we explore the discoveries that could transform reproduction, healthcare and how we die.
Technology that once seemed like science fiction is rapidly becoming reality, transforming the very essence of our existence. In this four-part series, Emily Chang unravels the future of being human in an age of unprecedented innovation.
Como as minhas diversas máquinas fotográficas se encontram danificadas (crianças, cães, areia da praia, etc), agora não tenho nenhuma funcional. Por isso, quando quero fotografar uso o telemóvel.
Nestas coisas de quererem saber o que eu gostava de ter pelo Natal e dizendo eu que não tenho qualquer ideia (a não ser que gostava que não me oferecessem coisas caras ou de que não precise), ocorreu-me que talvez o meu marido pudesse oferecer-me uma máquina fotográfica.
Na minha ingenuidade, pensei que, com tanto avanço tecnológico, já houvesse alguma coisa razoável a baixo custo. Fomos a duas lojas e parece que as compactas básicas desapareceram. Ou há as mirrorless caríssimas ou há instantâneas ou analógicas. As instantâneas está bom de ver que são aquelas que imprimem logo a fotografia. Não dá para quem gosta de tirar muitas, quem quer guardá-las ou distribuí-las pelos outros. Ficam as analógicas que agora há todas fashion. Pensei: não podem ser as de rolo, de antigamente. O meu marido disse que devia ser. Não acreditei. O tempo não volta para trás. Fui perguntar. É mesmo. Máquinas de rolo, à antiga. Aparentemente são o último grito da moda.
Desisti.
Perguntei pelas compactas, normais. Em todo o lado disseram-me que já praticamente não há. Falaram-me como se fosse coisa obsoleta.
Desisti.
Há coisas que não se percebem.
Portanto, vou continuar a tirar fotografias com o telemóvel.
Admiradora que sou de Maria Teresa Horta, considerando-a das melhores poetas portuguesas e uma mulher lúcida, franca, inteligente e informada, claro que fico muito contente.
A lista "BBC 100 Women" deste ano inclui nomes de pessoas mais conhecidas, como a atriz norte-americana Sharon Stone, a artista britânica Tracey Emin, a sobrevivente do caso de violação em França Gisèle Pelicot e a iraquiana Nadia Murad, vencedora do Prémio Nobel da Paz.
As brasileiras Lourdes Barreto, ativista pelos direitos das prostitutas, e a ginasta Rebeca Andrade e a bióloga Silvana Santos também estão na lista, que teve em conta a imparcialidade e a representação regional.
A BBC salienta que, ao longo do ano, as mulheres "tiveram de se esforçar muito" para encontrar novos níveis de resiliência e enfrentaram "conflitos mortais e crises humanitárias" em Gaza, no Líbano, na Ucrânia ou no Sudão e testemunharam a "polarização das sociedades após um número recorde de eleições em todo o mundo".
A equipa do BBC 100 Woman elaborou a lista com base em nomes recolhidos através de pesquisas e sugeridos pela rede das 41 equipas linguísticas do Serviço Mundial da BBC, bem como pela BBC Media Action. Todas as protagonistas femininas deram o seu consentimento para aparecerem, e não são apresentados por uma ordem específica.
A escritora portuguesa Maria Teresa Horta tem sido amplamente premiada ao longo da sua carreira literária, destacando-se, só nos últimos anos, o Prémio Autores 2017, na categoria melhor livro de poesia, para "Anunciações", a Medalha de Mérito Cultural com que o Ministério da Cultura a distinguiu em 2020, o Prémio Literário Casino da Póvoa, que ganhou em 2021 pela obra "Estranhezas", e a condecoração, em 2022, com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade.
Nascida em Lisboa em 1937, Maria Teresa Horta frequentou a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi dirigente do ABC Cine-Clube, militante ativa nos movimentos de emancipação feminina, jornalista do jornal A Capital e dirigente da revista Mulheres.
Como escritora, estreou-se no campo da poesia em 1960, mas construiu um percurso literário composto também por romance e conto.
Com livros editados no Brasil, em França e Itália, Maria Teresa Horta foi a primeira mulher a exercer funções dirigentes no cineclubismo em Portugal e é considerada um dos expoentes do feminismo da lusofonia.
O algoritmo do Youtube surpreende-me. Por um lado já conhece o meu substracto e, portanto, já sabe em que águas em que seguramente mais me movo. Depois, a partir de uns quantos cliques ou pesquisas, provavelmente até no google, aí está ele a propor-me vídeos insuspeitados sobre assuntos de que jamais me lembraria mas que, curiosamente, me interessam. Topa-me a milhas, é o que é.
Hoje, por exemplo, apareceu-me com vídeos que mostram a vida dos nómadas na Sibéria a temperaturas inimagináveis. Onde é que eu ia lembrar-me de ver vídeos sobre isto? Jamais. E, no entanto, comecei a ver e fiquei interessadíssima.
Se eu tirito de frio quando a temperatura vai abaixo de 10º, em especial se o vento faz descer a sensação térmica para um pouco menos, nem consigo minimamente antever como conseguiria viver a -64º. Contudo, as pessoas que o vídeo mostra vivem, pelos vistos até vivem bem e felizes, não se queixam nem fazem dramas, conseguem realizar as suas tarefas do dia a dia, apoiam-se, trabalham em equipa.
Fico espantada. Já vi uns quantos vídeos destes e estou pasmada com a capacidade de adaptação que as pessoas (e os animais, em geral, suponho) demonstram.
E estou também espantada com a 'inteligência' do algoritmo que entre milhões de vídeos possíveis, me sugeriu estes. Note-se que me apareceram assim que abri o youtube, sem ter feito qualquer pesquisa.
Partilho convosco pois talvez também gostem.
How Nomads in Siberia Shower and Spend Their Sundays at −64°C (−84°F)? Yakutia
In the Arctic tundra of Siberia, Sundays for the nomadic reindeer herders, are a day of hard work and survival. While many enjoy rest, the family dedicates the day to essential tasks like showering, gathering ice, building a bathhouse, and doing laundry—all while battling freezing temperatures. Children like 11-year-old Saiaan help with daily chores, learning the skills needed to survive in the wilderness. Despite the harsh conditions, the family remains deeply connected to their traditions, passing down survival skills and cultural heritage from generation to generation.
O mundo está cheio de pessoas que sentem que são capazes de mais do que lhes é exigido mas a quem as circunstâncias da vida mantêm na rectaguarda dos seus sonhos.
Mas depois há algumas que conseguem arranjar a energia, a coragem, o arrojo para dar um passo em frente e apresentar-se ao mundo.
Foi o que fez Liv Warfield. E o que acontece em palco é qualquer coisa de extraordinário. Não é só a voz (o vozeirão). É toda a vibração que, mesmo vendo apenas através de vídeo, se percebe que perpassa por quem está no palco e por quem está na assistência. É uma coisa assombrosa. Um vendaval.
Arrancou um Golden Buzzer e outra coisa não seria de esperar. Casos assim, que irrompem com esta força, com esta garra, não deixam ninguém indiferente.
Vale a pena ver.
GOLDEN BUZZER for Liv Warfield’s Incredible Performance! | America's Got Talent
After performing alongside some of the greatest artists in the world, Liv Warfield is now poised to make her own unforgettable impact on the stage. With a powerful voice and undeniable presence, she captivated both the audience and the judges during her performance of "Stare." Simon Cowell, clearly impressed by her incredible talent, wasted no time in pressing the Golden Buzzer, sending her straight to the next level of the competition. Liv's performance was nothing short of electrifying, showcasing not only her vocal prowess but also her ability to command the stage with every note. This is just the beginning for Liv Warfield, and her future in music looks brighter than ever.
A propósito da confirmação de que os números anunciados pelo Fernando Alexandre sobre o número de alunos sem professores eram aquilo que qualquer pessoa com dois dedos de testa percebia de imediato -- uma patranha, um logro, uma estupidez --, assisti a um belo momento no 'Isto é gozar com quem trabalha', com o RAP a mangar que nem o perdido com:
-- a cagança do ministrozito da Educação a dizer que veio do meio académico e que era melhor que não soubesse perceber os números, que redução assim, de 90%, do número de alunos sem professores sem professores, nunca se tinha visto, só com ele,
-- com o Montenegro que, com o seu intragável sorrisinho pimpão, andou a dizer que claro que os números estavam certos e que eles, ao contrário de outros, prometem e fazem,
-- e com o Lentão Amaro, como sempre um totó de todo o tamanho a dizer as lerdices do costume, a gabar-se nem ele sabe exactamente de quê, só sabe que são feitos históricos.
Mas foi pena que não tivesse incluído nos que andaram a fazer figuras de urso, o Marques Mendes e o João Vieira Pereira que, infelizmente, continuam a papar toda a porcaria que o Governo lhes põe à frente.
Marques Mendes, que quer ser presidente, devia ter mais discernimento e rigor. Faz figura de urso, e não é pouco, a tentar enfiar-nos pela goela abaixo toda a porcaria que o Governo diz e faz.
E o João Voeira Pereira já se espalhou tanto ao comprido ao fazer fé nas patranhas do Governo Mentenegro que já deveria ter aprendido a não lhe dar ouvidos e a não fazer o Expresso passar por mais vergonhas. Francamente... é ingenuidade, tontice ou é obrigado a fazer fretes? Não percebo.
"este bando é um verdadeiro grupo de inaptos patinadores no gelo que passam o tempo no chão a reclamar falta do adversário que é cada vez mais notório que são eles próprios vitimas das suas aldrabices e incompetência. A estatística do bando é 50% do tempo em trambolhão a caminho da decadência vitimas das suas próprias rasteiras e 50% a berrarem rebolando-se no gelo queixando-se deles próprios."
E é isso mesmo.
Ainda no outro dia, a propósito de todas as aldrabices e falhanços, eu e o meu marido comentávamos que este era mesmo um daqueles casos em que se aplica a máxima que, quando ele andava na Marinha, o comandante invocava. E aqui, com vossa licença, vou transcrever quase na íntegra:
Dizia ele: 'A quem não sabe f...r até os pêlos do cu atrapalham'
E, ao relembrar isto, o meu marido acrescentou que, em qualquer dos casos, também é sabido que:
'Quem não sabe f...r, sai de cima'
E é isto. Estes artistas faziam e aconteciam, em 60 dias estava tudo resolvido -- --educação, saúde, segurança, justiça, tudo -- gabarolas e vendedores de banha da cobra que só visto. E, afinal, agora que estão em cena, é uma vergonha deprimente. Mas de tal calibre que se torna tudo caricato, até dá vontade de rir.
Falham redondamente em tudo, tudo os atrapalha, enganam-se a torto e a direito, não acertam uma, apregoam como deles coisas que foram feitas pelos outros, cantam vitória baseados em números e conclusões erradas, e depois tudo o que lhes corre mal é da culpa de outros.
Mas é isso: se não sabem, se não são capazes, se tudo os atrapalha, se não sabem dançar, saiam da pista, se não sabem f...r saiam de cima.