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quinta-feira, agosto 15, 2019

Como transformar uns muros num autocarro abandonado?
E como transformar um reservatório num big escaravelho?
O nosso talentoso Odeith mostra como é.
[Na companhia de Kodi Lee]


Creio que Odeith é o nickname artístico mas até pode ser que seja mesmo apelido de origem. Não faço ideia. Leio que dá pelo nome Sérgio Odeith. Tem 43 anos, é português das redondezas de Lisboa e é um artista de rua. Street Art é com ele. Graffiti 3D. Faz uns sombreados que fazem parecer que as coisas estão a sair do sítio ou que há aberturas e relevos. 

Tem obras por todo o mundo. Se eu fosse presidente de Câmara da minha cidade, criava vários super espaços para os artistas de rua fazerem das suas à vontade. A arte traz felicidade às cidades. E um dos que teria lá lugar cativo seria, sem dúvida, o Odeith. A sua última graça está a dar que falar; e percebe-se.

Era assim:


e, depois de pintado, ficou assim:


Esta aqui abaixo é anterior mas é mais uma das suas várias obras extraordinárias. Caso para dizer que gente talentosa é obra.

Antes:


e depois:


Mais obras no Bored Panda e, claro, no seu site
Uma felicidade termos artistas tão talentosos no nosso país.

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E, para que este post tenha banda sonora, permitam que aqui partilhe convosco a última actuação do abençoado Kodi Lee que, não obstante ser cego e autista, é um artista de mão cheia, um artista inteiro, um artista maior que sabe mostrar ao mundo que o que cega e isola as pessoas é o preconceio. 

Interpreta uma das músicas que, a ter que escolher algumas como sendo as músicas da minha vida, aí estaria incluída: Bridge over troubled water.



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E até já.

domingo, maio 01, 2016

O rapaz dos pássaros e a menina das borboletas
- em Setúbal uma das 24 melhores pinturas murais do mundo e outra que também é muito bonita


Já foi no fim de semana passado que fotografei duas grandes pinturas de parede em Setúbal. Depois, a oportunidade de as mostrar passou como tantas vezes acontece com inúmeras fotografias ou apontamentos. Metem-se outros assuntos ou, simplesmente, receio maçar os leitores com as minhas fotografias ou divagações.

Mas fiquei com pena de não mostrar. Sou grande apreciadora de arte de rua, nomeadamente de pinturas de paredes. Não acho graça nenhuma a que se vandalizem paredes de prédios com riscos ou letras mas, pelo contrário, gosto imenso de ver paredes ou muros de lugares em que as pinturas valorizam o espaço ou trazem vida a locais decadentes ou simplesmente abandonados ou embelezam lugares que, de outra forma, eram como se não existissem.

Também eu, in heaven, pinto muros, escrevo poemas em paredes. Gosto. Acho que é um cunho humano que se deixa inscrito na paisagem e, no panorama urbano, acho que a street art é uma mais valia que deveria ser mais apreciada e valorizada.



Fui à procura de alguma informação sobre o enorme painel do menino dos pássaros e transcrevo parte de uma que encontrei:

“O Rapaz dos Pássaros”, pintado por Sérgio Odeith no exterior do Auditório José Afonso, em Setúbal, foi considerado um dos 24 murais mais bonitos do mundo pelo site I Support Street Art.

Só alguém que ainda guarda na memória uns pés de criança cheios de terra a correr por entre aves que rasgam céus de azul poderia pintar com tanto realismo outro rapaz, também ele descalço, e também ele amante dos pássaros. É assim que Sérgio Odeith explica tantas afinidades com o mural inaugurado em Março de 2014, ao abrigo da original iniciativa “Arte em toda a parte”, levada a cabo pelo Alegro Setúbal: “o facto de ter passado a infância e o início da adolescência, até aos 13/14 anos, no Alentejo, ajudou-me bastante na concretização deste trabalho, que reflecte tempos em que as pessoas andavam descalças e tinham mais contacto com a natureza”.
Juntando o melhor dos dois mundos, campo e cidade, Odeith fez uso do seu imenso talento para a arte urbana, conseguindo transformar uma fotografia dos anos 30 num mural vanguardista com perto de 20 metros. 
No retrato original, da autoria de Américo Ribeiro, aparece um menino a segurar uma gaiola de pássaros. Com o nome de Vicente Inácio Martins, esse rapaz da fotografia conta hoje com mais de 90 anos e foi com surpresa que viu a sua meninice ampliada numa parede, conta Odeith: “embora muito velhote, o senhor lembrou-se imediatamente da ferida no tornozelo que tinha no momento em que foi tirado o retrato. Foi curioso recordar isso depois de 80 anos.”
No site da RR, leio:
"Quem merca [compra] os pássaros?" era o pregão utilizado por Vicente Inácio para vender os pássaros que não eram dele, sendo certo que acabava por ficar com alguns ou mesmo quase todos.
"Os pássaros não eram meus, eram de outra pessoa. Uns vendia, outros roubava. Roubava-os quase todos", contou à Lusa, com um sorriso rasgado, depois de contemplar o mural onde aparece como menino.
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Um pouco mais à frente, ainda na cidade, a caminho da doca ou das praias, um outro painel. Mais pequeno, menos aparatoso, mas muito bonito. Não consegui descobrir a autoria mas é impressionante: chamo-lhe a menina das borboletas mas não sei se esse é o seu nome. 


Vi que tem um pequeno rectângulo, por baixo, que fala do fim da violência sobre as mulheres. Talvez a pintura tenha qualquer coisa a ver com isso. Seja como for, é muito bonita, embeleza a cidade.

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Desejo-vos um belo dia de domingo

E, em particular, desejo que todos os que estão desempregados arranjem rapidamente trabalho.

E que todas as mulheres que andam a tentar engravidar sem o conseguir, que sejam bem sucedidas o mais em breve possível.

E felicidades a todos.


terça-feira, março 24, 2015

Quando a arte está na rua. Odeith, EIME, Bordalo II e Vhils, entre os melhores do mundo. E Banksy, o grande.


No post abaixo já falei de um senhor capaz de resolver a problema do défice de natalidade num ápice. Bem se poderia pôr o senhor Tchicuteno, angolano, a fazer por cá umas sessões de coaching para os garanhões portugueses verem o que é um povoador em acção Com ele ou usando a sua técnica, nas aldeias onde não nasce uma criança há séculos, até as velhas e as pedras desatavam a ter filhos!

Bem, mas isso é a seguir - e o sultão até explica qual a alimentação que o ajuda na tarefa. Aqui, agora, a conversa é outra.
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Na Covilhã, trabalho de Artur Bordalo (aka Bordalo II)


Sou apreciadora de graffiti ou, mais em geral, de street art e ando pelas ruas a ver desenhos, ditos, pinturas. E fotografo. A minha frustração é quando vou de carro e não dá para parar e fotografar, acho um desperdício ter visto e não ter podido registar.

Mas não gosto de ver riscos à toa, letras trapalhonas, sobrepostas, uma poluição visual, coisas que dão ar sujo e abandalhado às cidades. Mas gosto dos apontamentos de poesia, humor, irreverência e arte em geral que pontuam as ruas das cidades. Por todo o lado deveria haver muros para os artistas de rua poderem oferecer às cidades (e vilas e aldeias) a sua arte.

As esculturas flutuantes, 3D, de Odeith
Acho que a arte, toda ela, é estimulante, motivadora, traz felicidade, e a arte de rua é, por excelência, uma das formas de arte mais democráticas e inspiradoras. Ela pode ser um grito de revolta, um alerta, um murro no estômago, uma provocação, uma experiência, um voo, um sonho, uma viagem, um delírio. Seja o que for. Mas é sempre uma interrupção na monotonia, na acomodação. 

Já aqui falei várias vezes de Banksy que admiro muito. Mas hoje quero mostrar também alguns dos nossos artistas. 




Murais de Odeith, EIME, Bordalo II e Vhils estão entre os melhores do mundo



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E, permitam. um vídeo com obras de Banksy. 



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E desçam, por favor, até ao grande Tchicuteno, o homem que gere 43 mulhere na maior limpeza. E que já deu ao mundo (à data da reportagem) nada mais, nada menos do que 152 filhos. É obra.

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