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segunda-feira, junho 21, 2021

Chapéus há muitos...!
(E não é preciso ser palerma para gostar deles)

 



Com esta coisa da covid lembrava-me lá eu de uma coisa tão distante e tão excêntrica como o desfile de chapéus em Ascot...? Não quero saber de cavalos ou de corridas... mas de chapéus... como não gostar da criatividade, irreverência e graça daqueles chapéus? Para mim -- que nunca lá fui e que não garanto que não seja palerma -- Ascot não é a Golegã da realeza nem o Le Mans da cavalagem: para mim, Ascot e á feira dos chapéus. 

Mas eis que, no outro dia, à noite, a minha filha me envia uma série de fotografias de beldades exibindo gloriosos chapéus. Pois, lá está. Junho é tempo de elegâncias e não há corona que anule a vontade das beldades trazerem as suas obras de arte à cabeça.

Lamentava-se a minha filha que nem tão cedo deveremos ter casamentos que peçam chapéus. Fazia contas ao seu filho, o mais velho, imaginando que será o primeiro a proporcionar-nos uma festa à maneira. Dizia ela que ele lhe sai, gostando de ambientes a preceito pelo que imagina que nesse dia vamos todas poder apresentar-nos de chapéu. Espero bem que sim. Mas ainda deve faltar algum tempo...

Pensei, então,  que qualquer dia, a propósito aí de um qualquer nosso acontecimento, podemos convencionar que todas as mulheres se apresentarão aqui de chapéus. Temos é que esperar que esta chaga da pandemia nos dê tréguas. Mas, isto abrindo, vamos pensar nisso. 

Até lá, meninas da família, para vossa inspiração, aqui estão alguns dos belos exemplares avistados este ano em Ascot. Há para todos os gostos, idades e estados de espírito. 


Ascot 2021

















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E até já.

quarta-feira, junho 20, 2018

Nem sei se são eles que são ousados ou se são elas que os usam de forma ousada





Para que saibam. estou a pé desde muito cedo. Noite, noite. Quando estava a sair, estava o sol, provocantemente encarnado, a erguer-se do seu leito de água, deixando no rio um reflexo luxuoso. Se eu fosse outra, levantar-me-ia todos os dias a esta hora para assistir a tão deslumbrante visão. Se não estivesse com os segundos contados, tê-lo-ia fotografado com a minha mini-mini-máquina. Assim, só tenho a minha palavra. 


Depois disso já fui e vim, uns seiscentos quilómetros a correrem sob os meus pés, mais reuniões e calor. E ainda tenho que ir ver um trabalho para uma reunião amanhã, depois de outra reunião que começa ao rebentar do dia. Portanto, o dia começa bem e assim irá até ao fim, tal como todos os abençoados dias desta semana magana.


Portanto, estou assim como talvez consigam imaginar. Sem vontade de ainda ir trabalhar a estas lindas horas, com preguiça e a inventar pretextos para aqui estar. Enquanto isso, estou a ouvir a Norah Jones, que, sinceramente, não suporto grande movimentação -- e, feita cabeça de vento, a deliciar-me com chapéus. Quem por aqui me acompanha sabe que I love, love, love chapéus e só tenho pena de não conseguir ocasiões para poder apresentar-me com altas produções como as que aqui vos mostro








Quando Portugal ainda não tinha sido tocado pela febre das grandes superfícies comerciais, se calhava ir a uma cidade mais 'avançada' (e antes ia com assaz frequência), não resistia a dar uma circulada no Printemps, nos grandes armazéns Lafayette, no Selfridge ou, mesmo, no El Corte Ingles. Queria trazer sempre coisas para os meus filhos e ali encontrava sempre. Tinham roupinhas lindas da Mothercare quando por cá não havia nada que se comparasse. Agora até estou a lembrar-me de uma vez que trouxe coisas fantásticas de Londres para a minha filha. Perdi a cabeça. Pois, conservadora como era e na idade em que as miúdas querem andar iguais umas às outras, para meu super desgosto e absoluta incompreensão, odiou aquilo tudo e acho que nunca vestiu nada. O meu filho não ligava patavina e vestia o que calhava. Mas, para rapaz, as coisas eram sempre mais normais.


Onde eu inevitavelmente encalhava, quando ia a esses grandes arnazéns, era nos chapéus. Caraças, que loucura. Adorava. Se o meu marido estava comigo, ficava desatinado, já queria que eu trouxesse um qualquer e saísse dali para fora. Mas eu não estava ali para comprar mas sim para me ver com eles. Experimentava os mais espampanantes, a grandes capelines, os discretos com púdica rede.

E, quando chega esta altura, não podendo estar em pessoa naquele sagrado lugar onde todas as ousadias são bem aceites, desloco-me até às fotografias dos mais espectaculares chapéus do mundo, os de Ascot.

E este ano, depois de muito escolher, optaria por este aqui abaixo. Mas, lá está, nem sei dizer se seria por achá-lo o mais lindo de todos ou, apenas, por achar que ficaria lindamente com uma expressão desafiadora como a desta lady que tão bem o sabe usar. Até porque, para quem o não saiba, uma expressão humilde atrofia qualquer chapéu.


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E agora vou trabalhar e a ver se ainda cá volto com um tema muito escaldante

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quinta-feira, junho 26, 2014

Chapéus há muitos! - [Ascot 2014... e, alô, alô, business angels, uma proposta de negócio cá para Portugal]


Só pergunto uma coisa: porque é que não há um Ascot dos pobrezinhos aqui em Portugal? 

Está certo que não temos o hábito de corridas de cavalos. Mas e daí? A criatividade não serve para dar a volta às situações insolúveis?

Ora bem. Neste caso nem sequer é insolúvel: não era de cavalos era de outra coisa qualquer.

Podiam ser corridas de palermas, de presidiários, de corruptos, de ex-espiões e de espiões no activo, de cagarras, de josé gomes ferreiras, de outros papagaios, de banqueiros que levam os bancos à falência, de segurinhos que fazem biquinho, de vice-irrevogáveis, de láparos, de outros palhaços, de lombinhas, de inconseguidas mentais, de cátias palhinhas mais conhecidas por cátias passarinhas, de gis, de fannys, de jotas, de presidentes da junta fiéis ao seguro ou ao cão com pulgas... o que fosse preciso. Arranjavam-se uma série de categorias. Havia uma para cada semana do ano. Corredores para cada uma é coisa que também há com fartura. E, se soubessem que ia haver reportagens de televisão de manhã à noite, buffet à descrição e fotografias na Caras, VIP e Flash, notas do Prof. Marcelo e posts pseudo-engraçados dos Henriques do Expresso (o Monteiro e o Raposo), então, não haveria cão nem gato que não quisesse participar na corrida. Tinha era que se pôr os bilhetes  a um preço exorbitante porque, senão, a malta que hoje vai aos programas de espectáculos que as televisões organizam aos fins de semana estava toda lá caída. Ora não queremos nada disso. Povo é coisa que não dá dinheiro. Só quereríamos gente com muito papel, em especial angolanas, chinesas, russas e brasileiras. E, claro, professoras. Ou outras funcionárias públicas. E, sobretudo, reformadas. Ou seja, gente dessa que nada em dinheiro (aliás, não têm feito outra coisa senão afundar o país com os ordenados milionários que auferem; a elas a gente deve o ter tido que se chamar a troika).


E música, se faz favor: Burn



Pensando bem, isto parece ter pernas para andar, ou seja, cá está outra ideia de negócio: organizar corridas temáticas. Claro, não nos podemos esquecer, o objectivo era ser um sítio onde poder usar chapéus espectaculares.

Ou seja, só seriam admitidos convidados (convidados pagantes, claro) que fossem de chapéu, mas chapéus originais, cada qual mais original que o outro. Por isso, gente banal, daquela com chapelinhos muito déjà-vu seria barrada à entrada.
Exemplificando: estaria vedada a entrada à Joana Vasconcelos porque o chapéu seria demasiado previsível, ou feito com pegas ou com tachos, à Leal ao Láparo porque iria enrolada em trapos, desde a cabeça ao pescoço, à Judite porque iria de mini-saia, botas de d'artacão e chapéu de cowboy, à Joana Amaral Dias porque iria com um garfo a sair-lhe das costas a fazer de chapéu, à Ana Gomes porque iria com um chapéu em forma de submarino, à D. Laurinha porque iria com uma farófia mal parida na cabeça, à D. Cavaca porque iria com um roteiro aberto no prefácio em cima do penteado, etc. Eu faria uma lista de personas non gratas. No portão de acesso ao recinto, colocaríamos dois calmeirões munidos da dita lista de indesejáveis. Assim de repente estou a lembrar-me do Marques Mendes e do Liberato que seriam revezados pelo Maçães e pela Poiazita. Com feras destas à entrada a ver se havia algum penetra que se arriscasse... é o arriscas.
Quanto mais me alongo, mais a ideia me entusiasma. Quando me reformar (daqui por 70 anos - já que acredito que, com a reforma do sistemas de pensões levada a cabo pelo magricelas da mota e sob os altos auspícios do grupo de burros que validará os resultados do estudo, a idade da reforma deve passar para lá dos 100 anos, e isto para se receber um trocadinho mal aviado), terei que me moderar senão desato a investir em negócios atrás de negócios e vai-se-me o pé de meia num ápice. Tenho tantas ideias e todas tão boas que a economia do País disparava num abrir e esfregar de olhos - só não adianto aqui mais algumas (para que vejam que são mesmo boas) porque o segredo é a alma do negócio.

Adiante e voltando à cold cow.

Adoro chapéus mas não tenho oportunidade de ousar. Uma ousadia em grupo é moda, mas uma ousadia a solo é maluquice. Imaginem se amanhã apareço no edifício asséptico onde trabalho - cheia de executivos bem cheirosos e todos parecidos uns com os outros e de executivas bronzeadas e bem torneadas - e vou com um chapéu artístico, de deixar qualquer um de cara à banda, vasos com passarinhos a sair-me da cabeça, penas de pavão, ovos estrelados, rabos de gato... Havia de ter graça. Aliás, algum dos que sobem comigo no elevador haveria de chamar o segurança para me pôr no olho da rua.

Não dá mesmo. Só mesmo com um Ascot à la portugaise.

Reparem: já viram, para além do negócio das corridas temáticas em si, a quantidade de negócios adjacentes que se desenvolveriam?

Quais...? O dos chapéus, justamente, e isto apenas como exemplo.

Entretanto, cá vai uma compilação de alguns chapéus de Ascot 2014 à laia de cardápio para as minhas Leitoras que precisem de um empurrãozinho para se aventurarem. Apenas os das duas primeiras fotografias não são tanto o meu género. Poderia ter escolhido dos extravagantes, cómicos ou disparatados, que por lá os há em todas as cambiantes, mas optei por escolher alguns chapelitos que eu não me importaria nada de usar.


Já sabem: ainda não atinei bem com o processo de publicar fotografias arrumadinhas aqui no blogue. Vai uma para cada lado e eu por aqui ando à bulha com elas - até que desisto e vai como for. No computador talvez nem saiam desarrumadas de todo mas no smartphone deve ser uma bagunça. Não sei, amanhã logo vejo.


As manas Beatriz e Eugénia, as princesas magalonas,
 filhas de Sarah Ferguson,
só não seriam barradas à porta
porque são podres de matrafonas,
dão sempre vontade de rir
Esta seria admitida.
A Ana Loureço, que gosta tanto de cavalos,
era moça para se apresentar assim.







Simples mas com muita pinta.
Amarelo e preto é uma mistura sempre garantida.
Um chapéu fácil de fazer em casa e, certamente, muito económico.

Muito bem os chapéus destas manas, uma em amarelo outra em red: dois clássicos
Fazem lembrar as mulheres colombianas,
daquelas todas quitadas, silicone nas bochechas, silicone nas poitrines, botox all over


O género de chapéus que me tenta: fáceis de fazer em casa, imprevistos, joviais, provocantes
(e ficam bem com cabelo despenteado, o que, para mim, é uma grande vantagem)


Uma bela borboleta azul que fica a matar com uns olhos azuis
A senhora ao lado, com uma rosa na cabeça, quase passa despercebida de tão discreta

Uma elegância, um modelo quase oriental:
quase me sentiria tentada
mas teria que ir com um vestido decotado à frente e completamente sem costas
para ninguém me confundir com uma dondoca bem comportada

Talvez o meu preferido
Quase oculta o rosto mas, quanto mais o oculta,
mais curiosidade desperta.
Quem é a mulher atrás do véu,
entre flores, rendas, plumas?
Quem será ela?
Uma elegância distinta, quase indecente.
Ficaria igualmente bem com cabelo caído,
esvoaçando

Um dos meus preferidos:
ficaria lindamente com o cabelo solto;
mas assim,
com o cabelo meio apanhado, despenteado,
também fica bem irreverente





























E eu e vós, minhas Caras Amigas Leitoras, requintadas, indecorosas, com belos e inusitados chapéus, a vermos o lombinha dos briefings e outros que tais a correrem na pista e nós a batermos discretas palminhas a incentivar aquele em quem teríamos apostado... Não seria uma delícia?

Depois, entre conversetas e intrigas gostosas, deslocar-nos-íamos até às mesas onde frescas bebidas e apetitosos amuse-bouches interromperiam, por breves instantes, as fofoquinhas inocentes.

Uma vez refrescadas e de novo completamente maliciosas, deslizaríamos até à beira da pista, onde outros lombinhas desta vida iniciariam nova corrida. Vai Pedrocas, gritaria uma, mostra o garanhão que és!, enquanto outras puxariam por um qualquer outro da mesma categoria.

[À falta de melhor, qualquer lombinha faria na perfeição o papel de cavalo de corrida. E, quem diz lombinhas, repito, diz salgados dos milhões esquecidos, isaltinos bem comportados, arrependidos e prontos a tornarem-se escritores, jotas já deputados apesar de não saberem ler nem escrever, avillezes abelharudas de balsemão ao peito, etc, etc, etc. Sky is the limit. Tudo serve de cavalo de corrida.]


(Cavalos de Corrida)



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Para o caso de se sentirem relutantes, receando não saberem como se apresentarem à altura, aqui deixo o vídeo com o dress code, que é como quem diz o Royal Ascot 2014 - Official Style Guide


Com esta lição, não terão desculpa, dizendo que sei lá se aquela saínha é adequada ou será que o chapéu com medinas nas abas condiz com o vestido com carreiras nos bolsos, ou os cavalheiros sem saberem se é suposto ir de gravata ou esgargalados, de pêlos do peito à vista, à Paulo Portas e, nesse último caso, se deverão ir de boné ou chapéu de aba larga.

Vejam, por favor, qual o modelo com que mais se identificam e depois adaptem-no ao vosso gosto - mas, please, não fujam muito do estilo porque, quando este meu projecto estiver no terreno, só quero lá gente estilosa.





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Bem. Isto hoje não saíu coisa para intelectuais. Galo. E agora o que pensarão os meus Caros Leitores que procuram aqui erudição da grossa...? 

Como tentar compensá-los, limpar a minha barra...?

Já sei. Um poema. Um poema dá sempre jeito. Ora, então, cá vai.

Outra maneira de ser: um homem
de facto, às riscas. Um vulto
com sintomas às costas,
no lodo da fala, uma pausa
turva, de homem
conforme o ódio. Moribundo
que escolha, o início a nada,
o cio a perdas e danos,
uma vida negada, repleta
de segundas intenções.


O Poeta Rui Baião que não me leve a mal por o colocar aqui no meio de cavalos de corrida, lombinhas e outras maluquices. Não é por mal. É mesmo só uma maneira de descansar a cabeça. Uns deitam-na na almofada, eu penso em chapéus e escrevo coisas assim.

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A música lá em cima é Burns -Vintage '60s Girl Group Ellie Goulding Cover with Flame-O-Phone  - Postmodern Jukebox

Os Cavalos de Corrida são interpretados pelos UHF

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E por hoje é isto. 
(E agradeço o vosso cuidado mas, a sério, não fiquem preocupados. Amanhã já devo estar normal.)

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quinta feira!