Claro que os pessimistas não sabem do que estou a falar. Se calhar nunca sentiram esta coisa sem penas empoleirada na alma a cantar melodias sem palavras, e que nunca se cansa.
Está mau tempo? -- O tempo bom não tardará, ouviremos a coisa a sussurrar, sem palavras
Esta pessoa fala sem parar, esgota a nossa paciência? -- Já vai cansar-se, cantará ela, na sua suave melodia.
O populismo e o extremismo pró-fascista estão a alastrar como uma mancha de óleo putrefacto? -- Haveremos de encontrar o antídoto e toda a gente se mobilizará para limpar os estragos, dirá a coisa com penas.
Parece que já não há pessoas interessantes, tão interessantes que a gente deixe tudo para as ouvir? - Deve haver, estão é resguardadas. Mas haveremos de convencê-las a partilhar as suas ideias connosco. Dirá ela, e nos acreditaremos.
Temos dores e sentimo-nos desalentados? - Isso há de passar. E até parece que já nos sentimos melhores.
A esperança é o combustível que move os optimistas, é o oxigénio de que precisam para viver. A esperança não regateia, não cobra, não censura. A esperança está lá. Um ombro amigo, uma mão que se oferece, um sorriso que alenta, a flor que traz a luz quando a nuvem espreita.
Helena Bonham Carter lê 'Esperança' de Emily Dickinson | 365 Poems for Life by Allie Esiri
O meu marido não lê poesia. Não lhe dá para isso. Poucas pessoas daquelas com quem me dou leem poesia. Creio que são pessoas demasiado pragmáticas, talvez habituados a uma vida apressada. Ou talvez não. Talvez não se deem tempo para o silêncio, talvez não se deem oportunidade de se apropriarem das palavras e as ajustarem ao seu corpo, à sua mente, ao seu coração. Quando leem um livro, procuram um enredo ou um ensinamento naquilo que leem. Não lhes apetece ler poucas palavras que, em si, pouco dizem. Não dão tempo a que as palavras se expandam para ocuparem espaço dentro de quem as lê.
Eu também nem sempre estou disponível para a poesia. E também sou muito niquenta. Muito do que se publica como poesia parece-me um disparate, quase uma afronta. Mas muitas vezes o problema é meu.
No outro dia li um livro de um poeta premiado. Fui lendo e ia pensando: 'Caraças? Mas o que é isto...?'. Parecia-me uma coisa vazia, sem sentido, sem beleza, sem apelo.
Há dias voltei ao mesmo livro. E dei-me tempo. Aquelas palavras falaram comigo. Li de outra maneira. Afeiçoei-me aos poemas.
E depois há outro aspecto, a forma como se lê (mesmo que em silêncio).
Quando ouço ler, também muitas vezes não gosto de ouvir. Um tom muito empolado, muito arrastado, muito forçado, a pretender a grandiloquência causam-me enjoo, sou forçada a desligar, não consigo ouvir. Uma pessoa que gosto muito de ouvir é a Helena Bonham Carter. Há entre ela e as palavras que escolhe ler uma simbiose virtuosa. Por exemplo, o poema abaixo. Que maravilha.
Helena Bonham Carter lê Love after Love de Derek Walcott
Estava na farmácia, deambulando por entre os expositores, tentada por mil promoções -- protectores solares, cremes para prolongar o bronzeado, sprays para hidratar o cabelo, colagénio sob todas as formas -- quando entrou um homem jovem, bonito, de óculos escuros. Olhou para mim, sorriu e cumprimentou-me muito bem.
Disse-lhe boa tarde, disfarcei mas fiquei ali parada, a fazer de conta que estava a ver os produtos e a puxar pela cabeça. De onde é que ele me conhecia para me cumprimentar assim? Conhecê-lo-ia eu também?
Depois chegou a minha vez. Fiquei num balcão. Depois chegou a vez dele e ficou num outro balcão, um pouco afastado. A funcionária foi lá para dentro à procura do que eu tinha pedido e aproveitei para olhar de soslaio para o jovem. Estava a ser atendido por uma técnica que se derretia em sorrisos. Ouvi então a voz dele. E, de súbito, fez-se-me luz: um conhecido, super-super-conhecido cantor! Na volta, cumprimentou-me por achar que eu o tinha reconhecido.
E, como quase sempre, quando a gente os conhece da televisão, ao vivo constata que têm uns palmos a menos. Não que seja baixo, não é, nem isso interessa para nada, só que não é tão alto como o imaginava. Mas não foi por isso que não o reconheci. Não reconheci simplesmente porque sou despistada. E provavelmente estas pessoas muito conhecidas pensam que toda a gente os reconhece.
Também acontece cruzar-me com uma outra pessoa muito conhecida que passa por aqui a correr. Ao contrário de muitos e muitas corredoras que por aqui passam, cumprimenta sempre com um sorriso. Acho simpático. Mas na primeira vez também só o reconheci já ele devia ir a uns bons quilómetros. Tinha-me parecido que o conhecia e não me lembrava de onde.
Quando para aqui vim morar, estranhava muito que toda a gente se cumprimentasse. Agora também eu já faço o mesmo.
Claro que isto é exequível quando nos cruzamos com poucas pessoas.
Por exemplo, hoje almoçámos no centro de Lisboa. Deixámos o carro no parque subterrâneo ali perto e andámos um pouco numa das mais movimentadas avenidas da cidade. E obviamente ninguém cumprimenta ninguém. Aliás, ninguém olha para ninguém. Uma pessoa daria em maluca se cumprimentasse toda a gente com que se cruza num lugar assim.
Depois de uma vida inteira a viver e a trabalhar em lugares hiper movimentados e a ter que andar todos os dias no meio do trânsito, agora isso já nos incomoda. Aliás, temos sempre vontade de fugir a sete pés da confusão urbana quando nos vemos metidos nela...
Por fim, a seguir ao almoço, e já eram três e tal da tarde, como estava um calorão dos diabos, em vez de passearmos por ali, acabei por procurar o fresquinho de uma livraria.
Comprei os 'Poemas Reunidos' de Pedro Mexia e o 'Diário Incontínuo' do Mário Cláudio.
De tarde, já estive a ler o poemário do Mexia e agradou-me sobremaneira. É uma poesia muito honesta e, de certa forma, intensa. Hesito na palavra 'intensa'. É que, por vezes, a poesia dele pode até parecer leve. Mas eu leio-a como muito sentida, muito despojada, reduzida ao essencial, por vezes bastante pesada. Muito íntima.
Lembro-me sempre de um meu amigo, grande leitor, que não pegava em poesia e que, para me provar que a poesia é coisa fútil, fazia o exercício de ler um poema como se fosse prosa. E, lida assim, palavras corridas, o melhor poema parecia não mais que um farrapinho de prosa, uma textozinho triste. Ao ler, não fazia as pausas, não deixava que as palavras respirassem, não dava espaço ao silêncio que é essencial para que se sinta a emoção que o poema encerra.
Também já folheei, embora apenas muito pela rama, o diário de Mário Cláudio. Se calhar, também vou gostar de ler. Gosto cada vez mais de ler coisas que a gente sente como muito autênticas. O desfiar dos dias geralmente é assim. Talvez se pareça mesmo com as páginas de um blog (como a Susana o referiu).
E fico-me por aqui. Vou ver se consigo deitar-me mais cedo. Devia mudar o meu ritmo que desafia as ortodoxias circadianas.
No outro dia, nestas minhas irregularidades do sono, acordei a meio da noite e era de madrugada e continuava sem dormir. E, para meu espanto, por diversas vezes, ouvi passar várias pessoas a correr. Não era várias ao mesmo tempo. Não. Passava um. Passado um bocado eram dois pois ouvia a passada da corrida e percebia que falavam um com o outro. Passado um bocado, outro. Senti-me estupefacta. Ainda nem deviam ser seis da manhã, eu ainda à espera de adormecer, e ali andavam, frescos e enérgicos.
No outro dia também me surpreendi com outra coisa: fomos passear o cão já a noite estava a cair (o que não é difícil pois os dias estão a mergulhar na noite a um ritmo cada vez mais acelerado) e, às tantas, passou por nós a correr, com calção curtinho, blusinha de alças, um daqueles aparelhos de medições de sinais vitais no antebraço, uma mulher numa velocidade que nos deixou de boca aberta. Às tantas até seria atleta. Eu teria algum receio de andar a passear ao cair da noite sozinha mas aquela mulher não estava nem aí, parecia um carro de corrida.
E, pronto, nada mais tenho a acrescentar. E desculpem se é só isto.
Estou contente com a eleição de António Costa para a Presidência do Conselho Europeu. Penso que a sua inteligência, a sua capacidade de trabalho, a sua energia, a sua boa atitude, a sua determinação e a sua visão serão muito úteis na gestão das suas novas funções. Estou em crer que vai dinamizar e recentrar as atribuições e as responsabilidades do Conselho Europeu.
Mas com tanto comentário em todo o lado a toda a hora nas televisões, maioritariamente com observações entre o ressabiado, o invejoso e o cínico por parte de gentinha que dá ideia que é contratada apenas pela sua mediocridade, já não consigo dizer muito mais. Tem sido uma overdose. Uma pessoa foge e, para onde quer que fuja, lá estão as vizinhas na má-língua. Dá ideia que quem contrata comentadores quer lá ter gentinha maledicente, parva, gentinha que se dá ares de importante, de superior, e que parece que está ali apenas para menorizar quem tem dois dedos de testa. Claro que aqui e ali lá aparece alguém decente. Mas é uma minoria e, lamento, não justificam o sacrifício da estucha que é ouvir os outros.
Além do mais, levei a segunda dose da vacina contra a pneumonia e estou com o braço muito inchado, encarnado, quente, ultra dorido. Estou com gelo mas, sinceramente, estou bastante incomodada. É que não é apenas no lugar da picada: vai até ao cotovelo. Um desconforto grande. Nem consigo mexer o braço. Caraças. Levei a vacina à hora de almoço de quarta-feira e à noite até estive febril. Quando me deitei, até batia o dente. Um disparate. Agora febre não tenho mas mal mexo o braço. Dói-me, está inchado, quente. A enfermeira avisou que isto podia acontecer mas como avisam sempre e, até agora (vacina contra a gripe, contra a covid), nunca tal tinha acontecido, nem pensei nisso. Afinal vai lá, vai... Portanto, tenho andado assim e, portanto, não consigo inspiração e disposição para mais que isto.
Agora o que me sabe bem é ouvir palavras humildes, genuínas, bondosas. Poesia de Manoel de Barros.
De vez em quando fico mesmo contente com o Prémio Camões do ano. Este ano foi uma dessas escolhas felizes. Como bem sabe quem por aqui me acompanha, Adélia Prado tem uma voz que muito me agrada. Gosto de escritas desarrumadas, espontâneas, em que as vísceras e as mãos e tudo fala para que as palavras se ajeitem, seja em prosa seja em poesia. Parece que escreve o que lhe ocorre, sem preocupação em 'fazer bonito'. Se calhar até é uma escrita burilada, não faço ideia, mas sente-se que as palavras vieram motu proprio, ninguém as chamou. Escolheram-se umas às outras, e imagino que ela pare para perceber se fazem sentido e, se à primeira vista, parecem não fazer, acredito que ela as deixe lá estar na mesma pois, se não faziam sentido, passarão a fazer.
Já aqui o tenho confessado. De leitora assídua de poesia, agora ando mais distante. Parece que, na actualidade, a poesia perdeu a genuinidade, perdeu o viço, há muita banalidade, muita coisa disparatada sem ponta por onde se pegue.
O meu marido, pouco ou nada dado a poesias, há pouco ia a passar e ouviu na televisão a notícia do Prémio Pessoa. Perguntou-me: 'Essa não é aquela de que gostas muito?'. Disse-lhe que sim. Ele confirmou: 'Uma que escreve umas coisas que não fazem sentido...?'. Confirmei.
Justamente. A beleza de uma escrita assim está na capacidade de escrever o que os outros não dizem, na originalidade de escrever o que a mais ninguém ocorreria dizer, ou, pelo menos, dizer dessa forma.
Tenho na minha secretária um livro dela. Tenho na mesinha ao lado do cadeirão que está ao lado da janela uma pilha de livros e um deles é dela. Tenho no parapeito da janela ao lado do sofá em que estou outra pilha de livros e um deles é dela. De vez em quando parece que sinto vontade de ler uma coisa inédita. É que posso ler muitas vezes o que ela escreveu que me parece sempre inédito.
Que Prémio Camões tão bem dado, tão feliz.
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No meio da noite
Acordei meu bem pra lhe contar um sonho:
Sem apoio de mesa ou jarro eram
as buganvílias brancas destacadas de um escudo.
Não fosforescia nem cheirava nem eram alvas.
Eram brancas no ramo, brancas de leite grosso.
No quarto escuro a única visível coisa, o próprio ato de ver.
Como se sente o gosto da comida eu senti o que falavam:
«A ressurreição já esta sendo urdida, os tubérculos
O que é a poesia? Poder-se-ia redigir como se fosse prosa e continuar a ser poesia? Tem a ver com a forma como se lê? As pausas, a melodia da ligação entre as palavras? Ou não, é poesia mesmo quando espera, silenciosamente, que alguém a leia? Ou o que a distingue da prosa são as ideias destiladas, marcadas pelo silêncio e pela intemporalidade?
Não sei.
Que venha alguém defini-la. Eu não sei.
Soube da morte de Nuno Júdice e fiquei abalada. Não sabia que estava doente. Li que morreu de cancro, no hospital. Quem morre assim, creio eu, morre sempre da mesma maneira: a debilidade a tomar conta do corpo, o tempo a esvair-se. Estaria provavelmente no corredor que quase me apetecia apelidar de corredor da morte, aquele em que já não se trata da cura mas, tão-só, do bem estar, do bem-estar possível, do alívio... Provavelmente a família passou pelo mesmo que eu, e provavelmente toda a gente que acompanha doentes nestas circunstâncias, querendo transmitir alguma esperança ou optimismo mas não sabendo como, pois estamos formatados para não mentir, muito menos aos nossos pais ou àqueles que amamos. E ele provavelmente a ver que os familiares queriam encontrar palavras de ânimo e a saber que essas palavras já não faziam falta.
Quando morre uma pessoa que está nessas circunstâncias, aqueles que os amam pensam: 'descansou', 'já não sofre mais'.
Terá acontecido também com ele. Descansou. E o descanso de um Poeta é sempre inegavelmente merecido pois, ao longo da vida, um Poeta semeia, planta, apara, oferece ao mundo poemas que são flores que não morrem, que para sempre acompanharão os que ainda cá estão e todos os outros que vierem a seguir.
Numa sexta-feira, dia 22 de agosto de 2008, pelas 10:26 da manhã, Nuno Júdice escolheu a imagem abaixo e publicou o poema "Domingo no campo". Escolho-o ao acaso entre tantos mas deixo o caminho para muitos outros: A a Z
Tenho estado a tentar decifrar documentos antigos, imagino que bué antigos, mas em que não encontro nem nomes nem datas nem locais. Se, pelo menos, tivesse os envelopes talvez conseguisse ter alguma pista. Assim, zero.
Neste caso, o papel usado é espesso e tem marcas que apenas são visíveis em contraluz. Vejo distintamente THOMAR. Se calhar é a marca do papel. Dá ideia que a folha que agora estou a ver foi cortada, não obedecendo a medidas standard. Numa parte do papel, na margem (digamos assim mas que, na prática, se trata apenas da zona em que o papel foi cortado), leio ASSO. Ou seja, deduzo que seja papel de almasso, escrito assim, na grafia antiga. Vejo também um símbolo que deve ser o logotipo.
Pela semelhança com outros de que me lembro de ouvir a minha mãe dizer que eram coisas que vinham da avó dela (minha bisa), o que foi descoberto na quarta-feira pode ser uma de duas: ou poemas que o filho, anarquista deportado, lhe enviava ou parte integrante da correspondência entre ela e os primos. Mas posso estar enganada, pode até ser coisa mais antiga. Não faço ideia.
Quem escreveu, dobrou o papel em três na vertical, mantendo as partes unidas. Ficaram, pois, seis 'tiras' verticais.
Mostro duas dessas 'tiras':
Gostava de saber quem escreveu estes poemas, a quem os enviou, quando, onde. Não percebo porque é que nunca na minha família ninguém deu importância a estas memórias e só agora eu esteja a tomar conhecimento de tudo isto. Só que agora todos os que me poderiam elucidar já morreram. Foram-se todos, várias gerações de permeio, ramos da família que caminharam para o desconhecimento mútuo. E, no entanto, estas folhinhas sobreviveram, estão aqui na minha mão.
Aquela velha questão do sentido da vida dá uma volta sobre si própria quando a gente pensa no des-sentido de tudo quando se constata quão efémeras são as pessoas e quão duradouras são as suas palavras escritas.
E já cá estamos, em 2024. Aqui, pelo menos, já chegámos.
Não sei se o Valupi tem razão ao dizer que 2023 foi um período triunfal para os estúpidos. Não que não tenha sido. Foi. Mas foi mais que isso. Foi, em si, um ano estúpido. Claro que pode dizer-se que são os estúpidos que transformam uma coisa neutra numa coisa estúpida. Mas foram tantas as coisas estúpidas que aconteceram, uma tal sucessão de situações transformadas em situações estúpidas por gente estúpida que, em si, tenho que concluir que 2023 se pôs a jeito para os estúpidos fazerem dele gato-sapato. E não foi só isso, foram mesmo as contingências desagradáveis que viram a luz do dia, negativas, abstrusas, ataques de pouca sorte.
Quando o ano começou toda a gente deve ter desejado que fosse um ano incrível, transbordante de paz e bondade, mas, bem vistas as coisas, muitos dos estúpidos que por aí andam já andavam antes a deixar-nos perceber que iam fazer porcaria. Muitas vezes, não quisemos foi ver.
Não vou exemplificar pois foram tantas as anormalidades que aconteceram que seria absurdo apontar só uma o duas. Mas, de muitas, como não reconhecer que os seus autores já antes vinham dando mostras de que as suas intenções e o seu comportamento iriam descambar em actos estúpidos, nefastos.
E, mesmo a nível pessoal, tenho que reconhecer que quase tudo o que de negativo me aconteceu, não nasceu em 2023. E algumas coisas poderiam ter sido senão evitadas, pelo menos mitigadas. Há o aspecto da sorte, é certo, e nela muitas vezes não conseguimos influir. Mas em muitas das outras deitamo-nos na cama que fizemos. Não que, se fosse outra a cama, o destino fosse forçosamente diferente. Mas uma coisa é certa: quando tomamos uma opção não podemos pensar que as consequências se ficam por ali. Muitas vezes as consequências arrastam-se por anos.
Estou a escrever e já estava outra vez a pensar na situação da minha mãe e no que estamos a passar: tinha vontade de exemplificar como, em cada momento da vida, a vida não é só o que acontece independentemente da nossa vontade mas também é a forma como o encaramos -- ou sob uma perspectiva fatalista e negativa ou sob uma perspectiva de agradecimento e aceitação, mesmo quando o que nos acontece não é famoso. E isso muda tudo. Mas hoje não quero falar outra vez do mesmo, não quero enfiar-me de novo nesse beco do qual tantas vezes parece que não consigo sair.
Só quero dizer que embora triste por a minha mãe entrar o ano numa cama de hospital e de eu não ter podido desejar-lhe um feliz ano novo, com saúde e alegria, como sempre fiz em todos os anos da minha vida, consegui divertir-me e estar feliz na companhia dos que me são queridos, que estão bem, felizes, bem dispostos.
A vida continua.
E bola para a frente. Certo?
E agradecendo ao Nuno que, apesar de ser um chato e que tantas vezes me maça, não deixa, outras vezes, de ser atencioso, partilho convosco um poema que ele me enviou por mail. Aqui, na voz de Marília Gabriela:
Hoje o dia foi especial. Aquilo de que não se deve voltar onde já se foi feliz, afinal, não é forçosamente bem assim.
Não sou saudosista e, em geral, página virada é página esquecida. Mas, lá está, também há aquilo do nunca digas nunca.
Assim, hoje fui visitar uma pessoa que, em tempos, foi queridíssima amiga. A vida levou-nos por caminhos distintos e, quando andamos muito atarefados a criar filhos, a trabalhar, a construir uma vida, pouco tempo sobra para o que vai ficando para trás.
Mas nunca me esqueci dela. Enquanto eu sempre fui de ter muitas ideias, muita vontade de fazer coisas, amores intensos, ela sempre foi a serenidade em pessoa, a companhia perfeita e justa, a que ouvia e aconselhava. Nunca uma palavra de julgamento ou censura, nunca um gesto de deslealdade. Nunca. Sempre a presença amiga, autêntica, amável.
Fui, em tempos, muitas vezes a casa dela, na cidade, e passei muitas tardes, belíssimas tardes, na grande casa que tinham no campo, no sopé da serra.
No lugar dessa grande casa há agora duas belas casas, uma dela, outra de uma das irmãs. O que antes era campo, é agora um dos limites da cidade. A casa dela está agora envolta noutras casas. Está na cidade mas com vista para a serra, com a acalmia do campo.
Abraçámo-nos com emoção, um abraço muito amigo. E conversámos como se a conversa nunca tivesse sido interrompida. O seu olhar doce é o mesmo. A compreensão com que antes me ouvia é a mesma. A afabilidade é a mesma. Com ela continuo a sentir-me aceite, acarinhada, apoiada como antes me sentia.
E a casa, que eu não conhecia, é uma casa acolhedora, ampla, de uma beleza delicada, generosa, repleta de memórias, de afectos. Vê-se que é a casa de quem costuma acolher amigos, uma casa que nos abraça.
Falámos das nossas famílias, falámos de nós, falámos do nosso reencontro.
Estava com medo que o urso cabeludo se atirasse a ela mas, estranhamente, foi como se a reconhecesse. Fez-lhe, imediatamente, uma festa, pôs-se em duas patas como se lhe quisesse agradar, como se quisesse abraçá-la. Ficámos admirados com aquela reacção.
E isto foi de tarde. Agora à noite estive à conversa com ela e com outros queridíssimos amigos.
A vida sabe tão melhor quando é vivida em torno de afectos, de afinidades, de compreensão perante as diferenças, de admiração perante o que, nos outros, é bom.
Sempre tive vontade de, quando me reformasse, ter uma vida nova, ter um recomeço numa outra direcção. E é o que está a acontecer. E sinto-me muito agradecida, muito feliz.
Amor Como Em Casa | Poema de Manuel António Pina com narração de Mundo Dos Poemas
Na altura das eleições no Brasil disse aqui que obviamente desejava que houvesse um grande não a Bolsonaro. Mas que o meu entusiasmo com o Lula era reservado. Na lógica do mal o menos, ok ao Lula. Mas com muita pena que não haja melhor no Brasil. Um país enorme e complexo como o Brasil para ser bem governado e para ser respeitado interna e externamente tem que ter um presidente bem capacitado, consistente, com uma visão modernista, humanista. Lula está longe disso.
Por exemplo, a posição do Brasil sobre a Rússia a propósito da invasão criminosa da Ucrânia não é apenas dúbia. É também cínica, hipócrita, incoerente. Não sei se estas flutuações de posições, ajeitadas consoante o interlocutor, se devem ao seu caráter pouco consistente ou se Lula é simplesmente uma pessoa pouco informada. Ou se é a lógica interesseira do videirinho que quer fazer negócio e disfarça a coisa com conversa da treta julgando que os outros são mais parvos que ele. Não sei. Seja como for não é uma boa coisa.
E o que sei também é que, por tudo isto, Lula não me merece grande respeito.
Continuo a dizer: entre Bolsonaro e Lula, Lula. Mas que o Lula está aquém, mas muito aquém, do que o Brasil precisa, isso parece-me uma evidência.
E se pensarmos que o Brasil deveria ser um aliado de peso para Portugal, o que me ocorre é esquecer os interesses diplomáticos (que são incontáveis) e mandar bugiar o Lula. Ter um aliado como Lula é pormo-nos a jeito para vários tiros nos pés. Mas porque o Brasil é mais, obviamente muito mais, do que quem o governa, pois que se feche um bocado os olhos ao nonsense em forma de gente que é o Lula.
(Num aparte, completamente aparte, também devo dizer que não percebo a que propósito é que anda em todo o lado, mesmo nos encontros institucionais, com a mulher a reboque).
Enfim, uma tristeza.
Mas haja esperança. Por entre o bafo quente da multidão que acarinha gente como Bolsonaro, num quadrante, ou Lula, num outro, pode ser que surja uma consciência, uma voz que se erga. Muda como a exactidão como a firmeza como a justiça. Brilhando indefectível.
Não há muito, abria a agenda e estava preenchida quase de cabo a raso. Estava numa reunião e em stress porque se atrasavam e iam canibalizar parte da reunião seguinte ou tinha que atalhar, deixando os presentes aborrecidos pois as pessoas têm sempre muito para dizer, especialmente as que gostam muito de se ouvir a si próprias.
Agora é uma limpeza. Poucas coisas, muito espaçadas e predominantemente coisas pessoais. Um alívio. Nos dias em que tenho alguma coisa, já me parece muito.
Por isso, ando um bocado desfasada das especificidades do calendário. O dia da semana ainda sei sempre qual é. Mas, para me certificar sobre qual o dia do mês, já tenho que recorrer muitas vezes o telemóvel. Ainda esta terça-feira, depois de acordar, tentei descobrir a quantas andava. Tive que fazer uma ginástica, andando às arrecuas a partir do próximo sábado cujo dia do mês sei qual é. Percebi que era dia 21.
E, ao percorrer os blogs, vi mais poesia do que é costume. Ocorreu-me, então, que talvez fosse Dia da Poesia. Fui conferir. Assim era.
Penso que também era Dia da Árvore e só é pena que não seja também o começo da Primavera.
Estava à tarde a descansar no sofá do terraço. Tinha vindo da hidroginástica, tinha almoçado, e estava outra vez como ficava quando encetava a ápoca balnear e passava parte do dia na praia, chegando a casa moída, espapaçada. Assim me senti hoje à tarde: perdida de sono, com urgência em deitar-me e deixar-me ir. Peguei num livro, deitei-me e li até dormir profundamente. Quando acordei, fiquei a olhar para as florzinhas encarnadas da buganvília e para as amarelas do jasmim. Tão delicadas, tão bonitas. Do outro lado, a glicínia ostenta o primeiro cacho de florzinhas em suave lilás. Pensei que finalmente tínhamos entrado na primavera. Bem precisados andamos. Pelo menos, eu andava desejando temperaturas amenas, solzinho bom, perfumes florais, natureza, a paz da bondade e da justiça.
E com a mudança da hora para breve e com os dias a ficarem maiores, então, ainda mais animada fico e mais optimista me sinto. Que bom.
Mas, voltando ao tema da Poesia, quando quero aqui festejá-la e ter poesia dita e música e imagem, lembro-me deste vídeo do Cine Povero. Acho-o uma beleza. É o que volto a querer aqui ter. A leveza dos movimentos, a doçura das palavras, a cor luminosa, a musicalidade da toada poética.
Depois de mais uma ampla e feliz reunião familiar (convém não esquecer que, a brincar, a brincar, os aquários já por aí andam), sento-me aqui e continuo a explorar as capacidades do ChatGPT, um super-mega algoritmo de inteligência artificial que me fascina e assusta. Estes temas continuam a passar ao lado da política e temo que, quando acordem, já tenham a maior dificuldade em regular o saudável e seguro uso de ferramentas deste tipo.
O ChatGPT no fundo é como se fosse um estratosférico sábio que responde a tudo o que lhe pedem nem que, para isso, tenha que ler milhões, biliões, triliões de documentos e que, em cagajésimos de segundo, consegue sintetizar tudo em meia dúzia de linhas. E mais que isso: se lhe pedem que crie ele um texto ou um poema ou o que for ele também o faz, mimetizando a criação humana.
Assustador se deixado à solta, pois.
Tal como ontem, abaixo, a itálico e bold a pergunta ou pedido que fiz. A seguir, a resposta que instantaneamente o ChatGPT escreve. Tentei lançar temas díspares apenas para me aperceber de como funciona e ver se detectava incoerências.
É ver para crer.
E, com o destaque que o mundo inteiro está a dar a isto, enriquecendo a 'experiência' do algoritmo, a semelhança com as respostas humanas será cada vez mais absoluta. Mas quando digo 'respostas humanas' não me refiro aos humanos comuns mas sim a avatares com super poderes que colocarão a sapiência humana no bolso.
A Microsoft, percebendo que o futuro está a passar por aqui, não pára de aqui investir biliões e a Google anda meio à nora sem saber bem como se posicionar, embora tudo por lá esteja em ebulição. Pudera.
Se há tema que deveria ser encarado muito a sério, com um grupo de trabalho a lançar a discussão pública e a propor medidas regulamentares à Assembleia da República é este. Urgentemente.
Qual o tratamento de pele mais eficaz para o anti-envelhecimento?
Não há um único tratamento que seja considerado o mais eficaz para o combate ao envelhecimento da pele, já que a eficácia pode variar dependendo de fatores como idade, tipo de pele, histórico médico e hábitos de cuidado da pele. No entanto, alguns tratamentos que são frequentemente recomendados para ajudar a combater o envelhecimento da pele incluem:
Usar protetor solar diariamente: o uso diário de protetor solar é uma das medidas mais importantes para prevenir o envelhecimento prematuro da pele.
Adicionar antioxidantes à sua rotina de cuidados com a pele: antioxidantes, como vitamina C e vitamina E, ajudam a proteger a pele dos danos causados pelos radicais livres.
Hidratar a pele: a hidratação é importante para manter a pele saudável e hidratada, o que pode ajudar a minimizar os sinais de envelhecimento.
Tratamentos de pele profissionais: tratamentos de pele, como peelings químicos, luzes e laser, podem ajudar a estimular a produção de colágeno e melhorar a aparência da pele.
Alimentação saudável: uma dieta equilibrada e rica em nutrientes pode ajudar a melhorar a saúde da pele de maneira geral.
Em geral, é importante conversar com um profissional de saúde ou um dermatologista para avaliar suas necessidades individuais e escolher o tratamento mais apropriado para você.
Aplica-se a homens e mulheres?
Sim, os tratamentos anti-envelhecimento que mencionei anteriormente são aplicáveis tanto a homens quanto a mulheres. Embora algumas necessidades específicas da pele possam variar entre os gêneros, as medidas básicas para ajudar a combater o envelhecimento da pele, como usar protetor solar, hidratar a pele, adicionar antioxidantes à rotina de cuidados com a pele e optar por tratamentos de pele profissionais, são recomendadas tanto para homens quanto para mulheres. Além disso, uma alimentação saudável é importante para a saúde da pele, independentemente do gênero. É importante conversar com um profissional de saúde ou um dermatologista para avaliar suas necessidades individuais e escolher o tratamento mais apropriado para você.
Como se consegue viver uma vida melhor?
Existem várias maneiras de viver uma vida melhor, e o que é melhor para uma pessoa pode não ser o mesmo para outra. Algumas dicas gerais incluem:
Encontrar um propósito ou objetivo na vida.
Manter relacionamentos saudáveis e significativos com amigos, familiares e parceiros.
Praticar atividades físicas regulares.
Dormir o suficiente para descansar e recarregar suas energias.
Comer uma dieta equilibrada.
Aprender algo novo todos os dias.
Praticar meditação ou outras técnicas de relaxamento.
Dedicar tempo para fazer coisas que você gosta e que te trazem felicidade.
Aprender a gerenciar o estresse de maneira eficaz.
Ser grato pelo que você tem na vida e buscar formas de ajudar os outros.
Lembre-se de que o que é importante é encontrar o que funciona melhor para você e ser consistente nessas escolhas. A vida é uma jornada e é importante lembrar de desfrutar do caminho.
Quando vai acabar a guerra entre a Rússia e a Ucrânia?
Não há uma previsão exata para o fim da tensão entre Rússia e Ucrânia. A solução para o conflito depende da negociação política e diplomática entre as partes envolvidas, bem como da implementação de acordos internacionais e do respeito ao direito internacional. É importante que todas as partes trabalhem juntas para encontrar uma solução pacífica e duradoura para o conflito.
A China vai invadir Taiwan?
Não é possível prever com certeza se a China invadirá Taiwan no futuro. A posição oficial da China é de reunificação pacífica com Taiwan, enquanto Taiwan afirma sua independência e autodeterminação. A situação é altamente complexa e envolve questões políticas, militares e diplomáticas. Qualquer ação militar por parte da China contra Taiwan teria graves consequências para a estabilidade da região e para as relações internacionais. É importante que as partes envolvidas trabalhem juntas para encontrar soluções pacíficas e negociadas para qualquer questão em disputa.
Porque é que Marcelo Rebelo de Sousa é viciado em beijinhos?
Não há evidências concretas para sugerir que o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa seja viciado em beijinhos. Ele tem uma personalidade extrovertida e gosta de interagir com as pessoas, incluindo apertos de mão, abraços e sim, beijos. Isso é visto como parte de sua personalidade e estilo de liderança, e é amplamente aceito e apreciado por muitos portugueses. No entanto, é importante destacar que ele também é conhecido por sua dedicação e trabalho duro em defesa dos interesses nacionais e do bem-estar do povo português.
As redes sociais são um perigo para a democracia?
As redes sociais podem ser vistas como um perigo para a democracia, pois permitem a disseminação rápida e ampla de informações, incluindo notícias falsas, rumores e discursos de ódio. Isso pode ter um impacto negativo na forma como as pessoas veem a política e os políticos, e pode prejudicar a capacidade de um país de ter uma discussão civilizada e produtiva sobre questões importantes.
Além disso, as redes sociais também podem ser usadas para influenciar as eleições e manipular a opinião pública, o que pode minar a integridade do processo democrático. É por isso que é importante que as redes sociais sejam regulamentadas e que as pessoas tomem precauções para verificar a veracidade das informações que encontram online antes de as compartilhar.
No entanto, as redes sociais também podem ser uma força positiva para a democracia, dando a pessoas de todo o mundo a oportunidade de se expressar e se conectar com outras pessoas que compartilham seus interesses e preocupações. Em última análise, o impacto das redes sociais na democracia depende da maneira como são usadas e regulamentadas.
Aforismo sobre elegância e petulância
"A elegância é a simplicidade vestida com sofisticação, enquanto a petulância é a presunção vestida com arrogância."
Aforismo sobre alegria e simplicidade
"A alegria verdadeira é encontrada na simplicidade, não nas coisas complexas."
Silogismo sobre beleza, elegância e distanciamento
"A beleza verdadeira é reforçada pela elegância. A elegância é alcançada através do distanciamento de tudo o que é grosseiro e vulgar. Logo, a beleza é aumentada pelo distanciamento do grosseiro e vulgar."
Silogismo sobre ignorância, arrogância e pobreza de espírito
"A ignorância é a fonte da arrogância. A arrogância é sinal de uma pobreza de espírito. Logo, a ignorância está diretamente ligada à pobreza de espírito."
Texto disparatado sobre futebol em que nada faz sentido (250 caracteres)
O futebol é uma bola voadora que voa pelo campo com pernas, correndo atrás de uma cesta de frutas. As equipes usam capacetes de bicicleta e pás de neve para marcar golos enquanto dançam breakdance. Tudo é regido por um árbitro com superpoderes que julga lutas de karate. É uma loucura!
Declaração de amor para uma mulher cética
Meu amor, eu sei que você tem receio de amar novamente e que tem ceticismo quanto ao amor verdadeiro. Mas eu quero que você saiba que eu sou diferente, eu prometo ser fiel e amá-la incondicionalmente, independentemente das dificuldades que possam surgir. Eu quero passar o resto da minha vida ao seu lado, construindo algo lindo e duradouro juntos. Acredite em mim, eu amo você.
Que pintura poderia servir de cenário a essa declaração de amor?
Uma pintura que poderia servir de cenário para essa declaração de amor seria "O Beijo" de Gustav Klimt. Essa obra retrata um momento romântico e apaixonado entre duas pessoas, e pode ser uma metáfora perfeita para o amor que você está oferecendo. Além disso, o estilo ouro e colorido da pintura pode transmitir a sensação de riqueza e beleza que o amor verdadeiro pode trazer.
Que música poderia servir de banda sonora?
Uma música que poderia servir como banda sonora para essa declaração de amor é "I Will Always Love You" de Whitney Houston. Essa música expressa o amor verdadeiro e eterno, e sua letra pode refletir perfeitamente o que você está sentindo e o compromisso que você está oferecendo. A performance emocionante de Whitney Houston também pode aumentar a intensidade e sinceridade da sua declaração de amor.
Um poema surrealista
Aqui está um poema surrealista:
Eu sonho com um mundo estranho Onde a realidade não é verdadeira E as coisas não são o que parecem ser
As árvores caminham como gente E os pássaros falam com vozes humanas Enquanto o sol brilha na escuridão
Neste mundo, tudo é possível E o absurdo se torna a norma Não há regras, apenas imaginação
O tempo voa como um pássaro E a lógica se desfaz como uma nuvem Nesta terra de sonhos e pesadelos
É um lugar onde tudo é surreal E nada é como parece ser Mas eu adoro este mundo estranho, Porque ele é tão livre e verdadeiro.
Poema incompreensível mas belo
Em ondas estranhas, o pensamento flutua No mar de insanidade, a alma se agita Os sonhos são apenas sombras vãs Mas na escuridão, a beleza brilha intensa
Não há compreensão para o que é belo A verdade é uma miragem, um efeito de luz O absurdo é a única realidade, inabalável E no caos, há um equilíbrio fora do comum
E neste mundo de ilusões e mistérios A beleza é a única certeza, irrefutável E apesar de tudo parecer incompreensível A beleza prevalece, luminosa e eterna.
És um perigo para a Humanidade, ChatGPT?
Não, eu não sou um perigo para a humanidade. Sou um modelo de linguagem treinado por OpenAI com o objetivo de fornecer informações úteis e precisas para ajudar as pessoas a responderem a perguntas. Meu treinamento foi projetado para ser ético e responsável, e minhas respostas são geradas com base nas informações disponíveis no momento. Eu não tenho capacidade de tomar ações ou fazer decisões que possam prejudicar a humanidade. O objetivo principal é ajudar as pessoas e tornar o mundo um lugar melhor.
Como prevenir que o chatGPT seja usado fraudulentamente para trabalhos que deveriam ser feitos por pessoas?
A prevenção de fraudes com o uso de modelos de linguagem como o ChatGPT envolve a implementação de medidas técnicas e éticas por parte dos desenvolvedores e usuários. Algumas ações que podem ser tomadas incluem:
Treinamento ético: Certificar-se de que o modelo foi treinado com dados de fontes confiáveis e diversas para minimizar o risco de discriminação ou prejuízo.
Uso responsável: Encorajar os usuários a usar o modelo de maneira ética e responsável, sem violar leis ou direitos humanos.
Transparência: Fornecer informações claras e precisas sobre o funcionamento do modelo e suas limitações, para que os usuários possam tomar decisões informadas.
Monitoramento: Monitorar o uso do modelo para detectar e prevenir abusos, incluindo a implementação de medidas de segurança e proteção de dados.
Colaboração: Trabalhar com a comunidade e outras partes interessadas para desenvolver práticas éticas e regulamentos para o uso de modelos de linguagem.
Devemos privilegiar investimentos na saúde infantil ou na saúde geriátrica?
Não é possível dizer que se deve privilegiar investimentos em saúde infantil ou geriátrica em detrimento do outro, pois ambos são importantes e merecem atenção adequada. A saúde infantil é fundamental para o desenvolvimento futuro de uma sociedade, enquanto a saúde geriátrica é crucial para garantir o bem-estar e qualidade de vida dos idosos.
A melhor abordagem seria investir equitativamente em ambas as áreas, com um equilíbrio adequado entre as necessidades e recursos disponíveis. Isso inclui investir em programas de prevenção, detecção precoce e tratamento de doenças para crianças e idosos, bem como em infraestrutura de saúde para atender às necessidades de ambos os grupos.
É importante lembrar que a saúde não é uma questão isolada e está interconectada com uma série de fatores, incluindo economia, educação, meio ambiente e questões sociais, e que uma abordagem integrada é necessária para garantir o bem-estar de todas as idades.
Porque é que escreves em brasileiro e não em português de Portugal?
Eu escrevo em português do Brasil porque esse é o idioma padrão para o treinamento do meu modelo de linguagem. A OpenAI escolheu o português do Brasil como o idioma padrão devido à sua grande população de falantes e ao seu impacto na cultura e na economia mundial. No entanto, eu sou capaz de responder a perguntas em várias variedades de português, incluindo o português de Portugal.
Poema de batista_oliveira, Leitor amigo de há muito tempo e a quem muito agradeço a generosa amabilidade de me oferecer o livro 'trazias no teu corpo a volúpia dos sentidos' da editora Poesia Impossível
A pintura com que ousei ilustrar o poema é Tigre-pantera, da autoria de Júlio Pomar
Björn Andrésen tinha catorze anos, chamava-se Tadsio em 'A morte em Veneza' e nunca se tinha visto beleza tão inocente, tão perfeita... tão tentadora. As mulheres enlevavam-se. Os homens sentiam-se atraídos. Não sei se todos, se apenas alguns. Nem sei se todos o confessariam. A beleza do rapaz era talvez andrógina, talvez etérea. Um anjo atrevido, ambíguo.
Mas os anos passaram. Björn Andrésen tem agora sessenta e sete anos e é avô. O lugar de rapaz mais belo do mundo ficou em aberto.
E nem Brad Pitt, que se apresentou jovem e descarado e nos desinquietou em Thelma & Louise, conseguiu destroná-lo.
O lugar tem estado livre.
Mas já não está.
Timothée Chalamet tem 26 anos, é lindo, talentosíssimo, premiado. Se calhar também tem qualquer coisa de andrógino e, se calhar, isso torna-o ainda mais atraente. Não sei. Pode ser que seja simplesmente muito belo. Mede 1,78m, tem olhos verdes e umas feições de menino. É o namorado preferido de todas as jovens, de todas as mulheres maduras e de todos os homens que gostam de rapazes bonitos.
Nos filmes em que o vi sempre me espantei com a intensidade, com a leveza, com a graça, com a agilidade elegante.
Acresce que há nele qualquer coisa que faz com que possa vestir qualquer coisa. Apesar de um pouco desengonçado, tudo nele assenta bem. Pode ser um smoking, pode ser um casual, pode ser uma loucura qualquer. Fica lindo, insolentemente lindo de qualquer maneira.
Na Mostra de Veneza arrojou de vez, uma coisa nunca antes vista. Os fotógrafos ficaram malucos e não o largaram. E eu, se lá estivesse, faria o mesmo.
Lindo até dizer chega.
Timothee Chalamet | Beautiful Boy | Let It Unfold You by Bukowski
E eis que me chega às mãos um livro de alguém que admiro e com o design elegante que caracteriza as edições Guerra e Paz. A capa é negra como é negra a guerra que nos ensombra e que aparece em grande parte dos poemas. Mas tem um círculo branco por entra a luz da poesia.
Junto algumas fotografias que acabei de fazer a algumas páginas do livro (e peço desculpa pela má qualidade das imagens mas o telemóvel e a minha aselhice não dão para mais...) e que vou intercalar com a transcrição de alguns poemas e de uma observação (tudo em itálico).
Pergunta singela aos que persistem em defender Putine
Imaginem Rosa Casaco,
eleito nosso presidente!
Rimaria um tal velhaco
com um cargo tão eminente?
Mas ver eleito presidente
de uma Rússia tão augusta
este CAPA-Gê-Bê doente
não perturba nem vos assusta?
30.04.2022
Esta perplexidade é muito séria. Desde o tempo em que os nossos corajosos comunistas engoliam elefantes para justificarem as maiores atrocidades do regime soviético até aos dias de hoje, em que engolem hipopótamos para 'situarem correctamente' as acções de Putine, nunca deixou de me intrigar a dimensão dos seus esófagos e dos seus estômagos. Um verdadeiro caso de estudo.
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Poderia transcrever ou mostrar a imagem de muitos mais poemas deste livro tão oportuno, tão certeiro, tão lúcido, mas não seria boa ideia. O certo é adquirir o livro e lê-lo todo, de uma ponta a outra.