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quarta-feira, abril 30, 2025

O governo não existe - só existe o Montenegro, aka Spinunvivo, no seu pior
-- A palavra ao meu marido --

 

O apagão de ontem demonstrou várias coisas. 

A primeira é que não temos governo. Apareceu-nos um PM titubeante e impreparado que demonstrou uma enorme falta de liderança e de incapacidade para transmitir informações úteis e pertinentes ficando-se, como aliás é habitual, por generalidades ocas e sem qualquer utilidade face à situação que o País atravessava. Passou sempre ao lado daquilo que era importante e, ainda por cima, na intervenção que fez à noite, parecia que estava num comício, o que foi completamente despropositado. Os ministros que estão à frente dos ministérios que mais envolvimento teriam nesta situação nem apareceram. Claro que ninguém teve coragem para pôr a MAI ou a da Saúde a botar discurso porque seria mais que certo que ou entrava mosca ou saía asneira. A ministra do Ambiente apareceu em "pé de página" porque ninguém acreditaria que era moça para tomar qualquer tipo de decisão numa situação urgente. O Lentão Amaro, para não variar, não disse nada que se aproveitasse e o Castro Almeida, também para não variar, disse o que não devia dizer. Se tivéssemos esta malta no governo em tempos de COVID tinha sido bonito. Este é mesmo um governo sem cu nem pé nem bico.

Em segundo lugar tornou-se claro que as infraestruturas estratégicas deveriam ser acompanhadas pelo governo (e não estão a ser). E, ainda por cima, depois do que se passou ontem, somos levados a concluir que os contratos de venda da REN e da ANA feitos pelo Passos Coelho, ao preço da uva mijona, aparentemente não defendem os interesses de Portugal e dos Portugueses. Se defendessem, haveria instalações de produção de energia de reserva que permitiriam repor o fornecimento de energia num período muito mais curto. Identicamente, o caos instalado no aeroporto de Lisboa não teria acontecido. Assim se constata como o mais querido da direita se preocupou com os interesses dos Portugueses.

Em terceiro lugar, a Proteção Civil esteve mal. Do que soube hoje, terá sido o Governo a privilegiar a comunicação política (ainda por cima, oca e tardia) em detrimento de informação concreta, operacional, técnica, útil. Talvez por isso, a Proteção Civil não transmitiu aos Portugueses a informação que devia ter transmitido e que teria contribuído para acalmar a população e prevenido situações desnecessárias. Parece que só emitiu alertas quando a situação estava resolvida. 

Em quarto lugar, os contratos de concessão com as operadoras de comunicações têm que definir garantias de fornecimento do serviço em situações de crise. Não é admissível que, poucas horas depois do apagão, as comunicações colapsem, não permitindo efetuarmos contatos quando é mais necessário. Terá havido outras situações inadmissíveis como no caso do INEM, em alguns casos de dificuldade no fornecimento de combustíveis para os geradores nos hospitais, o caos em que ficou o trânsito em artérias críticas, e a completa desorganização dos transportes públicos. 

Com este panorama, ainda há um marmanjo, de seu nome Luís Montenegro, que vem a público dizer que correu tudo bem. É preciso ter lata! Mas, de facto, lata não lhe falta. Não nos esqueçamos do que disse sobre a Spinunviva, sobre o cimento para a sua casota, sobre a gasolineira, sobre o choque fiscal, sobre o plano dos 60 dias para a saúde,.... O que lhe sobra em lata, falta-lhe em ética republicana e em capacidade para ser PM.

sábado, dezembro 09, 2017

Um Rondino de Alma a acompanhar as levezas de Miyoko Shida com imagens feitas in heaven e devidamente lunapicadas





Só para dizer que hoje em casa estava mais frio do que lá fora. Agora, aqui nesta sala, já não. A madeira já crepita na salamandra. Podíamos acender a lareira na outra sala, na sala grande que fica a meio da casa, mas não vale a pena, só cá estamos os dois e, se não estamos na rua, estamos maioritariamente nesta saleta que dá para o sol e onde o calor da salamandra basta. Se cá estivesse mais gente e se tomássemos as refeições na sala de jantar, então, acender-se-ia também a lareira.

Lá fora, ao sol, está morno e húmido mas o céu está a toldar-se. Neste momento, está cá um senhor que veio pôr uma porta nova numa casinha. Pedimos-lhe sempre que faça os arranjos quando cá não estamos mas ele prefere vir quando tem companhia. Quero pedir-lhe que, proximamente, arranje uns canteiros que estão a rebentar tal o corpo que deitaram os cedros, mas o meu marido não está nada a favor, diz que isso 'é a maneira do gajo nunca mais de cá sair'. Mas têm que se arranjar.

Esta noite, dormi que foi um regalo. Acordei às dez e tal, à larga na cama, e ouvi logo o barulho da roçadora lá em baixo. Diz que se levantou às sete para dar cabo do mato. Até tremo. Com os óculos protectores postos ainda menos distingue o tojo do alecrim e ainda menos detecta pés de pinheiro que deveriam ser preservados. Paciência, não posso andar sempre atrás dele (nem ele quer). 


Quando fui ver, já ele tinha dado um desbaste considerável. Comprou um disco que esfarela o que corta e que, portanto, dispensa que se recolha o mato cortado pois fica tudo relativamente desfeito.

Cortou tanto que agora, apesar de ter umas luvas protectoras, tem uma bolha nas mãos.

Para o almoço fiz bacalhau com todos. Soube bem.

A minha mãe alertou para a tempestade Ana, diz que deveríamos sair hoje de cá para amanhã não a apanharmos pelo caminho. Não sei. Talvez. Está-se aqui tão bem que é pena não ficarmos para domingo.


O meu marido diz: 'Um dia que um gajo se reforme, aqui tem sempre que fazer'. Concordo: entre desbastar, cortar, limpar, serrar, varrer, arranjar, pintar, caminhar, fotografar, dormir uma sestinha, preparar as refeições, ler, escrever no blog, fazer tapetes de arraiolos, ir às compras, dar uma voltinha, etc, etc -- pouco tempo deve sobrar para usufruir de algum tédio que aflore. Ele diz: 'A deitares-te às horas a que te deitas, claro que tens que dormir a sesta'. O remoque do costume. Paciência: é o que é.  Nem toda a gente consegue ter o ritmo dele que é adormecer por volta das onze e tal e acordar antes das sete. Mas acrescento: 'E podemos ter uma hortazinha'. Ele responde: 'Não inventes'. Acrescento: 'E galinhas'. Mas depois lembro-me: 'Tinhas era que te instruir para conseguires matá-las quando fosse o caso'. Responde: Sim, sim. Vai esperando'. Ainda faltam uns quantos anos mas começa a bater esta vontadezinha de nos libertarmos das gaitas maçadoras de uma vida de trabalho de sol a sol -- a aturar toda a espécie de crises e a arcar com responsabilidades para as quais, muitas vezes, nem temos todos os meios para as resolvermos  -- para nos podermos entregar à simplicidade de uma vida saudável no campo.

Mas, enfim, vamos andando. É tudo uma questão de irmos conseguindo equilibrar as coisas.


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Já agora, a propósito na necessidade de mantermos o equilíbrio, permitam que partilhe convosco:

Miyoko Shida Rigolo e o seu notável exercício de equilíbrio



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As fotografias foram feitas hoje in heaven e foram alteradas no LunaPic, por influência da sempre inspirada Gina.

Como puderam ver e ouvir lá em cima, continuo com a extraordinária menina que compõe, toca violino e piano e canta como se fosse  gente grande e como se não houvesse amanhã: Rondino in Eb maj. composto por Alma Deutscher.

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segunda-feira, abril 24, 2017

Conversas em família
-- Mais uma entrevista feita pelo marido à UJM... ou nem bem isso --
Uma forma, como qualquer outra, de festejar a vida
(com a vantagem de quer a autora quer o marido... estarem ambos acordados)

[E uma ou outra reflexão]


O láparo, todo fashion, à sombra



Não é que a vida seja um mar de rosas. Se pensarmos nela como um organismo complexo que é, visto de maneira diferente consoante o ângulo ou a profundidade com que o observemos, perceberemos que não é possível descrevê-la com simplicidade.

Poderia falar do meu dia de domingo, do passeio que dei, do que fiz aqui em casa, das pessoas com quem falei e, de cada uma dessas vertentes, transmitiria uma ideia diversa.

Poderia falar de arrumações, de pôr a máquina a lavar, de um spray mágico para tirar nódoas ou sujidades maiores e que se aplica antes de pôr a roupa na máquina, poderia falar do livro que li, do que almocei ou jantei.


Ou poderia falar da beira rio, do coelho de chapéu e óculos de sol que vi à sombra de um pinheiro, da rapariga com flores no cabelo, ou poderia falar das mil vozes que se ouvem, línguas diferentes, casais apaixonados ao sol ou amizades antigas, conversadas à sombra, ou falar dos pescadores e dos ciclistas, e da equipa de filmagens e das meninas vestidas como bailarinas, ou podia falar dos barcos, tantos.


Ou poderia falar dos meus pais, preocupações permanentes, estados de saúde que oscilam, fragilidades e surpreendentes resistências, angústias e alegrias, o tempo a andar ao ritmo que a vida permite.

Ou poderia falar da descendência, filhos e netos, sempre todos tão cheios de vida e de feitos e de por fazer. Ou poderia, aqui, fazer um zoom sobre o mais novo membro da família e falar do bebé e do bom que é ter uma criança assim ao colo, adormecê-lo enquanto entoo o meu menino é de oiro, é de oiro fino, não façam caso que é pequenino, de José Afonso, e do bom, bom, que é ele sorrir para mim,

Ou poderia falar das rasteiras que a vida prega a quem menos espera, mostrando que, sobre todas as vontades, impera o imponderável, o inexorável poder das células que habitam o nosso corpo e que, de um momento para o outro, podem mostrar que, afinal não se está tão bem quanto se pensa e que, pelo contrário, se está é a braços com desafios de vida ou de morte, tendo que encontrar forças e coragens que não se supunha ter.

Ou poderia ainda falar das lutas profissionais, lutas, lutas, uma luta constante.

Ou poderia falar de tantas outras coisas.

Sobre cada uma dessas vertentes eu poderia falar, aprofundar, esquecer as demais. E talvez, consoante a perspectiva ou o tom, pudesse transmitir a ideia de que apenas essa vertente era relevante.


Mas prefiro nunca me esquecer que há esta multiplicidade -- que por cada mau momento numa das vertentes, vários bons momentos estão a acontecer nas outras, e que por cada susto que atravessa o nosso caminho, vários sorrisos nos espreitam nos caminhos que estão por vir, e por cada árvore que tomba, várias outras despontam, e que por cada uma que se mostra tortuosa, muitas outras têm uma coluna vertebral bem vertical, e que por cada íngreme vereda que temos pela frente, suaves planícies nos esperam. 

É certo que sou uma optimista e isso é coisa que nasce connosco. Li que as pessoas criativas são mais felizes e se calhar é isso que acontece comigo. Mas, enfim, sou como sou e não tenho que me desculpar por isso. Mas que não se pense que a minha vida, lá por eu a encarar assim, é feita a feitio para mim ou que tem apenas o lado solar. Não, tem também o lado lunar. Mas, sou assim: amando de tal forma a luz, o sol, a beira de água, amo igualmente a noite, o silêncio e quietude da casa adormecida. E se caio, levanto-me, e se me molho, seco-me. E etc.


E devia era estar a falar do 25 de Abril que aí vem e estou nisto, a deitar conversa fora. Moleza de noite de domingo.

Gosto de estar assim, tranquila, a televisão a passar um programa qualquer onde ouço falar em francês de La Fontaine, de Molière, de Fouquet, e não sei a que propósito falaram também poeta Adonis, e, ao mesmo tempo, a ouvir Yiruma e a escolher fotografias para aqui colocar, e a fazer o carregamento de um dos vídeos que fiz no sábado à tarde.
Ganhei-lhe o gosto... 
Não estranhem a voz ainda mais apanhada do que o costume. Estava deitada de barriga para baixo e a voz, volta e meia, ressente-se dos movimentos. Como verão, não consigo, mas não consigo mesmo, manter-me com voz bem comportada. Ao pensar que estava a gravar, poderia dar-me para estar concentrada e atilada mas, qual quê?, dá-me é para rir. Claro que o interlocutor também não ajuda. Bem que lhe peço para me fazer perguntas sérias mas é mais forte que ele. Aliás, comecei por querer fazer-lhe eu perguntas mas tive que desistir: a nenhuma pergunta encontrou qualidade suficiente para se dar ao trabalho de responder.

Aconteceu também outra coisa que não ajudou: estava sem espaço no telemóvel e os vídeos eram automaticamente cortados por insuficiência de espaço. Portanto, este que aqui poderão ouvir interrompe-se abruptamente. Depois deste, gravei mais uns três mas cada um a interromper-se antes de atingir 1 minuto. Uma coisa completamente anti-profissional, uma vergonha. Se tiver paciência, apanhã passo-os para o youtube. Mas, se não, como verão, também não se perde nada.

Agora uma coisa vos confesso: ao ouvir-me, reparo nos disparates que digo, palavras mal usadas, parece que começo a pensar dizer uma coisa e que depois, por algum estranho motivo, há uma inflexão que me leva a dizer outra coisa que deixa a frase mal alinhada. Vou passar a estar mais atenta enquanto falo. E aquilo do Camões até me deixa doente. Pensei que, mais do que dos Lusíadas, preferia outros poemas dele, estava a lembrar-me de alguns, mas fiz para ali um short cut e saíu um nonsense que eu deveria era nem publicar isto. Credo. Será que dá para apagar e fazer uma montagem?

Se para outra coisa não servirem estes vídeos, para além de nos divertirmos a fazê-los, servirão, talvez, para me ajudar a falar melhor, a pensar mais antes de falar. Minha mãe santíssima...!

E já agora: aquele livro da Maria Teresa Horta a que me referi como 'A mon seul désir' chama-se, afinal, 'A Dama e o Unicórnio'. Compreende-se a confusão: as palavras são praticamente as mesmas.

A referência ao facto de festejarmos a vida enquanto estamos os dois acordados tem a ver com um comentário muito divertido que há dias recebi.

Conversas em Família -- a UJM e o marido conversam sobre o que calha


Vídeo nº 1


Não se aprende nada com estes vídeos, essa é que é essa.

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Sobre as eleições em França, caso estejam para aí virados, podem descer até ao post seguinte.

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