tag:blogger.com,1999:blog-16893088647606304232024-03-19T10:43:13.449+00:00UM JEITO MANSOUm Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/07972211819998630794noreply@blogger.comBlogger7642125tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-25893348983636689572024-03-19T10:38:00.000+00:002024-03-19T10:42:42.379+00:00Uns comentadores comentam o que diz o Ventura e o Marcelo, outros comentam o baptizado da neta do Castelo Branco e o Bruno de Carvalho responde à letra a um tal Miguel Azevedo - aparece de tudo um pouco. Portanto, com vossa licença, opto por aqui trazer a subida do populismo explicada pelo S. Pappas<p> </p><p style="text-align: justify;">Entre assuntos burocráticos em que, como é costume alguém me liga e dá o assunto por acabado dizendo que falta ainda um outro papel (juro: hoje aconteceu outra vez!), e telefonemas exacerbados envolvendo um senhor das obras e as limitações existentes e tudo uma confusão pegada, eu só a querer paz e descanso e a falarem-me no tubo das águas pluviais e na prumada e em mais não sei o quê e o esgoto do outro lado e uma infiltração ou entupimento não sei onde, vá lá a gente entender alguma coisa, e, ainda, entre acabar um trabalho e deitar um olho ao que por aí se diz, pego no computador já perto da uma da manhã e sem cabeça para grandes divagações.</p><p style="text-align: justify;">Apelo, pois, à vossa habitual condescendência.</p><p style="text-align: justify;">Por entre votos perdidos, estragados, envelopados. desenvelopados e o diabo a quatro, continuamos sem saber como é que o sarilho arranjado pelo Marcelo vai acabar. Pelos vistos, ele também não e, por via das dúvidas, parece que também não se rala muito se não cumprir a Constituição. Eu, que não sou letrada em leis, só tenho para mim que, no meio da confusão, é prudente a gente agarrar-se a algumas bóias de salvação, a saber: a Constituição, as boas maneiras e o respeito pela inteligência dos outros.</p><p style="text-align: justify;">Mas parece que, no meio da enxurrada populista, a malta já está toda numa de caguar para essas minudências.</p><p style="text-align: justify;">Claro que também não consigo instruir-me com a chusma de comentadores que andam a dar à costa: raia miúda, carapauzinho pingão, de tudo aparece. É vê-los, com ar entendido, a dar lições de tudo o que calha. Política, Constituição, <i>Fait-Divers</i> a fazerem de conta que são História. Tudo. Ainda há pouco. </p><p style="text-align: justify;">Mas, ao fazer zapping para ver se fugia, à pressa, eis que, sem aviso prévio, me aparece a diva Castelo-Branco a arrastar a sua Senhora Dona Lady, depois os convidados a dizerem o que levavam vestido e que presentes iam dar à menina Constança, neta do avô que estava aperaltado na versão gaja produzida para baptizados. E no estúdio, como comentador, o Bruno de Carvalho, esgargalado e sem meias, a falar na qualidade de músico, compositor, letrista, produtor, cantor, ou seja, ecléctico artista do mundo do espectáculo. Portanto, <i>I rest my case</i>. Ou seja, santa paciência: aos costumes digo nada.</p><p style="text-align: justify;">E, assim sendo, com a vossa licença que, desde já, agradeço, passo a palavra a Takis S. Pappas que até usa bonequinhos para a gente perceber melhor. Útil. Dá para pôr legendas em português. </p><h2 style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">The rise of modern populism</span></i></h2><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/uMNwUh0X5eI?si=8OVsdWkyMqWOuH2y" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">_________________________________</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Um dia feliz</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Saúde. Boa disposição. Paz.</div><div style="text-align: center;"><br /></div>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-36099884402946392052024-03-18T17:28:00.000+00:002024-03-18T17:28:20.994+00:00Despediu-se da vida o Poeta. Mas nós, que ainda estamos vivos, não nos despedimos da sua poesia.<p> </p><p style="text-align: justify;">O que é a poesia? Poder-se-ia redigir como se fosse prosa e continuar a ser poesia? Tem a ver com a forma como se lê? As pausas, a melodia da ligação entre as palavras? Ou não, é poesia mesmo quando espera, silenciosamente, que alguém a leia? Ou o que a distingue da prosa são as ideias destiladas, marcadas pelo silêncio e pela intemporalidade?</p><p style="text-align: justify;">Não sei.</p><p style="text-align: justify;">Que venha alguém defini-la. Eu não sei.</p><p style="text-align: justify;"><a href="https://expresso.pt/cultura/2024-03-17-Nuno-Judice-o-poeta-que--se--escrevia-continuamente-b007c690" target="_blank">Soube da morte de Nuno Júdice</a> e fiquei abalada. Não sabia que estava doente. Li que morreu de cancro, no hospital. Quem morre assim, creio eu, morre sempre da mesma maneira: a debilidade a tomar conta do corpo, o tempo a esvair-se. Estaria provavelmente no corredor que quase me apetecia apelidar de corredor da morte, aquele em que já não se trata da cura mas, tão-só, do bem estar, do bem-estar possível, do alívio... Provavelmente a família passou pelo mesmo que eu, e provavelmente toda a gente que acompanha doentes nestas circunstâncias, querendo transmitir alguma esperança ou optimismo mas não sabendo como, pois estamos formatados para não mentir, muito menos aos nossos pais ou àqueles que amamos. E ele provavelmente a ver que os familiares queriam encontrar palavras de ânimo e a saber que essas palavras já não faziam falta.</p><p style="text-align: justify;">Quando morre uma pessoa que está nessas circunstâncias, aqueles que os amam pensam: 'descansou', 'já não sofre mais'.</p><p style="text-align: justify;">Terá acontecido também com ele. Descansou. E o descanso de um Poeta é sempre inegavelmente merecido pois, ao longo da vida, um Poeta semeia, planta, apara, oferece ao mundo poemas que são flores que não morrem, que para sempre acompanharão os que ainda cá estão e todos os outros que vierem a seguir.</p><p style="text-align: justify;">Numa sexta-feira, dia 22 de agosto de 2008, pelas 10:26 da manhã, Nuno Júdice escolheu a imagem abaixo e publicou o poema "Domingo no campo". Escolho-o ao acaso entre tantos mas deixo o caminho para muitos outros: <i><a href="https://aaz-nj.blogspot.com/" target="_blank">A a Z</a></i></p><p style="text-align: justify;">E leio devagar, devagar, devagar.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7XvESaThX0VB4PnInY_hspyz22vTnceMmzQiq-SO2zrZN6MLz_egUlUkoTTAakG5CsE-iLJIoMf4LN4Do4tFkJeq7xftWSGLbytjpJIUiQ-fV2nINZVm4wFnYMBm1MF0FjoCxkxWOdJY-egdTIfOnuoLv6Q2s0KcRko6nYQEr6YSfpEyKW_0pCD2BG6IH/s400/campo.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="300" data-original-width="400" height="335" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7XvESaThX0VB4PnInY_hspyz22vTnceMmzQiq-SO2zrZN6MLz_egUlUkoTTAakG5CsE-iLJIoMf4LN4Do4tFkJeq7xftWSGLbytjpJIUiQ-fV2nINZVm4wFnYMBm1MF0FjoCxkxWOdJY-egdTIfOnuoLv6Q2s0KcRko6nYQEr6YSfpEyKW_0pCD2BG6IH/w447-h335/campo.jpg" width="447" /></a></div><br /><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>Aos domingos, quando os sinos tocam</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>de manhã, o que neles se toca é a manhã,</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>e todas as manhãs que nessa manhã</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>se juntam, com os dias da infância que</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>nunca mais acabavam, as casas da aldeia</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>de portas abertas para quem passava,</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>as ruas de terra batida onde as carroças</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>traziam as coisas do campo, os cães que</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>corriam atrás delas, uma crença no sol</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>que parecia ter expulso todas as nuvens</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>do céu, e a eternidade desses domingos</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>que ficaram na memória, com o ressoar</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>dos sinos pelos campos para que todos</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>soubessem que era domingo, e não havia</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>domingo sem os sinos tocarem a lembrar,</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>a cada badalada, que os domingos não</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>são eternos, e que é preciso viver cada</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>domingo como se fosse o primeiro, para</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>que o toque dos sinos não dobre por</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p><i>quem não sabe que é domingo.</i></p></blockquote></blockquote><p><i><span style="font-size: x-small;">posted by Nuno Júdice @ 10:36</span></i></p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-6812713451230274822024-03-17T18:54:00.000+00:002024-03-17T18:56:18.666+00:00Porque ele há coisas, há quem goste e quem não goste. Veja-se o caso da colecção de arte dos Anderson<p style="text-align: justify;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcI8ELGLk1hpXpXJ7liPju_-96oYZAw_nPytnPouQo59gtMVCvdDfIIvkU_D7-hboz8lgqp-TVAspZ228U9_pU1jVzr6ybMAzRMcrD6xogBuiJo13G8_ajyafTCNVba4rg4JGPljdxFXABofKKZ_3ez0l_ZN8VY0BrA8vct35z12CIMADc4Xj4ETaVPfyr/s1920/gp.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1274" data-original-width="1920" height="323" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhcI8ELGLk1hpXpXJ7liPju_-96oYZAw_nPytnPouQo59gtMVCvdDfIIvkU_D7-hboz8lgqp-TVAspZ228U9_pU1jVzr6ybMAzRMcrD6xogBuiJo13G8_ajyafTCNVba4rg4JGPljdxFXABofKKZ_3ez0l_ZN8VY0BrA8vct35z12CIMADc4Xj4ETaVPfyr/w487-h323/gp.jpg" width="487" /></a></div><p style="text-align: justify;">Como podemos pretender interpretar o que nos rodeia da mesma maneira se, perante uma mesma coisa, temos reacções tão diferentes?</p><p style="text-align: justify;">Às vezes pasmo com comentários que recebo*. Posso estar, em meu entender, a ser obviamente irónica e logo me aparece alguém a interpretar tudo ao contrário e a achar que estou a gozar com maleitas alheias. Fico de boca aberta. Mas como? Não perceberam que o tom era de ironia? Serei tão pouco hábil na escrita? Terei que intercalar smiles para que percebam que é brincadeira? Ou quando ironizo sobre as adivinhas que se fazem em torno do desparecimento de alguém e há quem que se ache mais esperto que outros e, porque leu ou ouviu umas aqui e outras ali, já acha que sabe tudo e aparece como se estivesse a dar-me uma chazada por achar que mostrei não ter compreensão...? Fico de olhos arregalados. Mas como...? </p><p style="text-align: justify;">A nível político, então, é o pão nosso de cada dia. Digo uma coisa, interpretam o oposto e aparecem a mandar bocas. Gostam de tresler? Ou não sabem ler? Frequentemente é isto: eu acho que estou a dizer <i>potato</i> e logo alguém aparece a mandar vir porque acha que eu disse <i>tomato</i>. </p><p style="text-align: justify;">Coisas assim.</p><p style="text-align: justify;">Fazer o quê?</p><p style="text-align: justify;">Temos que aceitar que o mundo é diverso e que há lugar para todos. Portanto, aceitemos que, para alguns, falamos uma língua estrangeira ou aceitemos que, porque vivem uma vida diferente da nossa, nos acham, a nós, estrangeiros. Aceitemos.</p><p style="text-align: justify;">É como na arte: no outro dia uma conhecida mostrava pinturas que acha excepcionais. E eu, atrapalhada, sem saber o que dizer. A mim parecia-me tudo tão básico, tão horrível. Jamais, mas jamais, seria capaz de pendurar uma coisa daquelas na minha casa. Não que não fosse uma espécie de reprodução realista de paisagens ou de retratos de pessoas a quem tivessem sido aplicados filtros de saturação de cores ou de contraste para ficar tudo absolutamente 'perfeito'... Só que, para mim, uma coisa do mais piroso que existe. Fiz uma ginástica do caraças para não deixar perceber que achava tudo aquilo detestável.</p><p style="text-align: justify;">Em contrapartida, se mostro aquilo que a mim me agrada, é inevitável que alguém desate a rir como se aquilo até o filho ou o neto de cinco anos fosse capaz de fazer, e de olhos fechados. Como explicar que não gosto de coisas óbvias, que não gosto de coisas 'perfeitas'? </p><p style="text-align: justify;">Mas posso eu achar que o meu gosto é melhor que o gosto de quem gosta de coisas que acho um pavor...? Não posso.</p><p style="text-align: justify;">Mesmo aqui nos blogues, há quem os tenha com letras de todo o tamanho e feitio -- umas inclinadas, outras a bold, umas pequenas, outras grandes, umas às cores, outras aos saltos -- e tudo intercalado com bonecada que, a mim, me parece básica e de mau gosto. E, no entanto, para os autores e para os amigos, aquilo deve ser o máximo. E, se calhar, é. Para eles, deve ser. É subjectivo, isto. Nada mais subjectivo que o gosto. Portanto, tudo certo. Não os frequento porque me incomoda o que a mim me parece mau gosto e, naturalmente, não vou lá 'mandar bocas'. Sou civilizada e respeito os outros e, daquilo de que não gosto, faço uma coisa muito simples: afasto-me.</p><p style="text-align: justify;">Agora, confesso, faz-me confusão que haja quem viva bem consigo próprio ocupando o seu tempo a ser desagradável para os outros. Mas, enfim, é o que é. Há gente para tudo.</p><p style="text-align: justify;">Também por isso é que os resultados das eleições são para mim, por vezes, algo difíceis de perceber. Porque é que há tanta gente que vota em partidos que defendem medidas que lhes vão ser prejudiciais? Ou porque é que, perante a responsabilidade de escolher pessoas que nos representem, haja quem as escolha apenas para desestabilizar e causar ruído? Não percebem o risco?</p><p style="text-align: justify;">Tudo um pouco bizarro. Os antropólogos ou os sociólogos -- ou mesmo os filósofos (e, se calhar, também os psicólogos, nomeadamente os especializados em psicologia social) -- que estudem estes fenómenos.</p><p style="text-align: justify;">Eu, por mim, limito-me a render-me às evidências.</p><p style="text-align: justify;">Agora uma coisa vos conto: gostei imenso de ver este casal aqui abaixo. Fantásticos. O que eles têm escolhido, coisas tão 'fora da caixa', o que eles têm, tantas obras e tão interessantes... E a generosidade deles... E, no entanto, o que não deve faltar deve ser gente que ache que aquelas obras não valem nada... e que os gestos deles pouco valor têm...</p><p style="text-align: justify;">Mas é o que é.</p><p style="text-align: justify;">Convido-vos a ver. E espero que se maravilhem como eu me maravilhei.</p><h2 style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Anderson Art Collection to Open at Stanford</span></i></h2><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;"><i>A new Bay Area art museum will open its doors this fall at Stanford University to showcase a who's-who of American post-war greats, including a large sampling of modern California masters. The works are a gift from Bay Area collectors Harry and Mary Anderson. KQED Newsroom visited the Andersons in their home to see what it's like to live in a house full of masterpieces — and why they're sharing their acclaimed collection with the public.</i></p></blockquote><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/zSYBXHEWINo?si=sA2P1WXIaHsk8He5" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Nota: Lá em cima (*) refiro-me a comentários que me deixam de tal forma estupefacta que nem os publico. Não gosto de ter conversa tóxica aqui a incomodar quem os lê.</div><div style="text-align: center;">_________________________________</div><div style="text-align: center;">Desejo-vos um belo dia de domingo</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Saúde. Paciência. Paz.</div>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-50587497439421957892024-03-16T17:46:00.000+00:002024-03-16T17:47:15.000+00:00Onde se fala das manhas do e-Balcão, de um arroz de salmão com mistura mexicana, das ceninhas que envolvem a Kate e demais realeza e dos desatinos do Marcelo<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">Não tenho muito para dizer nem sobre o que se passa no mundo nem, tão pouco, na minha simples e <i>little </i>vidinha.</p><p style="text-align: justify;">Posso talvez dizer que começa a ser um padrão: faço uma exposição via e-Balcão e, no dia seguinte de manhã, ainda estou a acordar, liga-me um funcionário das Finanças. Sério. Uma vez mais. Aquilo da impugnação, que ele me tinha aconselhado, afinal não mereceu aprovação por parte dos colegas, ele acha que impugnação é que deveria ser mas não é ele que manda, e, portanto, arquivaram-na e deram o assunto por concluído. Mas já tinha visto que eu tinha mandado uma coisa via e-Balcão e iam responder, se calhar, indeferir mas que eu depois podia reclamar e aí a coisa já ia para um patamar acima e até pode ser que lá mais acima arranjem uma solução. Disse-me ele. Quando, mais tarde, vi a caixa do correio, lá estava um mail da AT dizendo que o assunto tinha sido concluído e que poderia saber como no Portal. Fui ao Portal. Lá estava: concluído. Abri para ver o pormenor: vão examinar e depois logo respondem. </p><p style="text-align: justify;">Espertos, eles. Em vez de colocarem em análise, que é o que, de facto, aparentemente está, até para alguém, lá do serviço, monitorizar quanto tempo os assuntos estão em análise, não senhor, ligam para a pessoa a dizer que vão ler o que mandaram e, mais rápidos que a própria sombra, dão o assunto por concluído. Não me parece lá muito bem.</p><p style="text-align: justify;">Houve uma outra coisa que também não correu lá muito bem. Pensei que o tempo estava a levantar e insisti para que estendêssemos a roupa lá fora, no estendal a céu aberto. O meu marido achava que não, que ainda nos arriscávamos a que ficasse mais molhada do que estava ao sair da máquina. Não fui nisso, achei que com aquela pontinha de vento, quando chegássemos a casa, estaria ela seca.</p><p style="text-align: justify;">E fomos caminhar. Como se costuma dizer: fui de corpinho bem feito. Nem chapéu de chuva nem impermeável. À fresca e na base da confiança. O meu marido foi mais prevenido. </p><p style="text-align: justify;">Ora bem. Quando estávamos no ponto mais longínquo do passeio desata a chover. Mas a chover... Cheguei a casa toda molhada. Eu e o cão. O meu marido tinha um impermeável, nem por isso. Mas a roupa, no estendal, pingava. Felizmente, o meu marido não me atirou com o tema à cara.</p><p style="text-align: justify;">E todo o resto do santo dia foi assim, uma chuvinha contínua não tão forte mas maçadora, molha tolos.</p><p style="text-align: justify;">Como não me apetece falar dos assuntos do dia, conto apenas como é que, à falta de melhor alternativa, fiz um arroz de salmão que calhou sair tão bom que comemos ambos mais do que devíamos.</p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;">Num tacho coloquei azeite. Cortei grosseiramente duas cebolas que lá coloquei, deixando fritar um pouco, não muito. Juntei salsa e coentros e fui envolvendo e frigindo. Depois juntei umas quatro cenouras médias às rodelas grossitas. Agora não descasco as cenouras, só lavo. Como não tinha tomates frescos, coloquei uma latinha das pequeninas de tomate inteiro. Envolvi, deixei que os sabores se misturassem. Juntei um bocado de água e um pouco de mistura mexicana congelada (tem cenoura, milho, feijões e mais não sei o quê). Misturei ainda quatro bolas de espinafres congeladas. Juntei uma folha de louro e uma haste de alecrim fresco. Juntei um pouco de sal e mais um bocado de água. Depois de levantar fervura, baixei. Ficou ali a cozinhar até perceber que a cenoura estava cozida. Nessa altura juntei água a ferver para, no conjunto ficar com sensivelmente o dobro da quantidade de arroz. E juntei o arroz. Misturei tudo e, por cima, coloquei três lombos de salmão. Juntei também uma maçã, com casca (mas sem o caroçal) aos cubinhos. Depois de levantar fervura, baixei. Quando o arroz ficou cozido, desliguei. Estava feito.</p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;">Dá para duas refeições, no mínimo. Se depois de comermos a segunda vez ainda sobrar um bocado de arroz, mexo ovos e, com salada, ficaremos bem.</p></blockquote><p style="text-align: justify;">Tirando isso, que mais?</p><p style="text-align: justify;">Só se for para dizer que aquilo lá para os lados da Kate Middleton parece que está complicado. Depois da chatice da cirurgia misteriosa, dizem que aos intestinos, órgão plebeu por natureza, e depois das bocas dos internautas e da <i>population</i> em geral, agora publicou uma fotografia de família que as agências de imprensa mandaram retirar por ter sido mal engenhocada, obrigando a pobrezinha a fazer sair um comunicado a confessar-se amadora na manipulação de imagens, fazendo com que já se pergunte se a monarquia vai aguentar tanto mistério e tanta coisa destas.</p><p style="text-align: justify;">O pobre do rei a fazer tratamentos por causa do cancro que se lhe descobriu, a Kate nestas alhadas, o William não se percebe se a tratar da mulher e dos filhos ou a encontrar-se com aquela que dizem ser a sua amante, e Camilla, sem estar para dar mais pão para malucos, foi passar férias a Espanha. Portanto há quem se interrogue se há alguém ao volante. Como se eles, os <i>royals, f</i>izessem alguma coisa para além de aparecerem e serem simpáticos. E eu, republicana até à medula, dou por mim a interrogar-me: é melhor isto ou um Marcelo que só faz o que lhe dá na bolha, aparentemente marimbando-se para a Constituição, para o decoro e para o bom senso?</p><p style="text-align: justify;">E, pronto, nada mais tendo a declarar, vou pregar para outra freguesia.</p><p style="text-align: justify;">Bom fds, malta.</p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-34070167216092307302024-03-15T21:59:00.000+00:002024-03-15T22:00:06.663+00:00Por entre os meandros da insaciável máquina<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">Continuo ensarilhada com os meus temas burocráticos. Claro que sarilhos de barriga cheia são como aquilo da pimenta no cu dos outros. Acho eu. Estou com a cabeça desmiolada e já nem sei bem o significado das coisas.</p><p style="text-align: justify;">O terreno, o célebre terreno do Algarve, tem-me dado bastante trabalho. Se não estivesse como estou, contava. É que é digno de ser contado. Até às sete e quarenta da noite me ligaram da Câmara de lá para me explicarem o que faltava no pedido que eu tinha feito. Eu que me tinha esmerado, que tinha tido uma trabalheira, afinal não tinha feito o que, para eles, era básico. E nessa noite, ao longo de horas, rabiei até conseguir entender-me com a ferramentaria geocomputacional e parir as plantas do bendito terreno, conforme a simpática senhora me tinha ensinado. Até a carta militar eu conseguir dar à luz.</p><p style="text-align: justify;">Conclusão, estava eu hoje ainda na cama e já estavam a ligar-me para saber se a reunião agendada com o arquitecto podia ser com outro e ser já. Reunião? Antecipar a reunião? E eu na cama... Felizmente era por telefone. Ufff. Aceitei.</p><p style="text-align: justify;">Isto tem várias peripécias pelo meio mas atalho: não dá para lá construir nada, metade está numa reserva de um certo tipo e a outra metade numa reserva ainda melhor. Portanto, estão a ver. Ao fim de mil anos, um terreno, que ainda se está para ver como pode vir para o nosso nome, e em que não dá para fazer nada... Coisa jeitosa.</p><p style="text-align: justify;">Quanto à casa, continua a embrulhada. Na repartição sugeriram que, no portal, eu fizesse uma impugnação administrativa. Assim fiz. Todo um número. Esmerei-me, juntei comprovativos, um brinquinho. Fiquei com comprovativo. </p><p style="text-align: justify;">O tempo passava e nada. Fui lá ver. Pois bem. Arquivaram-na porque eu, ou alguém por mim, não fiz uma coisa qualquer que era suposta. Coisa essa que não faço ideia do que seja e que lá não explica. Arquivaram e bye bye. </p><p style="text-align: justify;">Uma impotência. A gente a querer resolver os imbróglios e nada, cabeça numa parede, cabeça noutra. Isto porque ando eu a querer resolver. Mas estou a começar a convencer-me que não devo conseguir. Provavelmente tem mesmo que ser um advogado ou um solicitador. Mas porquê, caraças?</p><p style="text-align: justify;">Com aquilo do imposto de selo para comunicar às Finanças outra tourada. Sistema novo, pouco <i>user friendly</i>. Ligo para lá e cada um, simpatiquíssimos por sinal, diz sua coisa. Todos convergem: ninguém se entende com aquilo, mais vale fazer à antiga, ou pelo e-balcão ou presencial.</p><p style="text-align: justify;">Lá me esmerei, lá imprimi impressos, preenchi, fotografei, reduzi a resolução, inseri tudo num único documento cuja dimensão em Mb é limitada, compus aquilo para ficar apresentável. Tudo um bocado trabalhoso. Muito expediente. Muita maçada. Ao menos a ver se resulta. Caraças.</p><p style="text-align: justify;">No meio disto, uma pequena vitória. Há muito que imaginava um espelho grande aqui no exterior, mais propriamente no terraço. O meu marido revoltado com estes meus gostos que passam por ter que fazer uma coisa que odeia: furar paredes. Segundo ele, não é furar, é estragar paredes.</p><p style="text-align: justify;">Uma luta.</p><p style="text-align: justify;">Quando se convenceu, conseguiu ele uma vitória. A parede tem capoto e caixa de ar. Ou seja, a broca primeiro apanhou aquela coisa que parece esferovite, depois apanhou ar. Portanto, decretou: impossível.</p><p style="text-align: justify;">Mas, como não sou de desistir, fui tentando arranjar soluções. E ele foi ficando mais calmo. Acertámo-nos: seria pendurado no tecto do telheiro, encostado à parede. Comprámos grandes camarões, comprámos umas correntes. Com uma escada encostada à parede, com uma broca gigante, lá tratou do assunto. Já está. Acho lindo, lindo, lindo. Reflecte o jardim, reflete a luz. </p><p style="text-align: justify;">Só espero que não caia pois é grande e pesado...</p><p style="text-align: justify;">E, tirando estas coisas de nada, pouco mais tenho a relatar. Um dia destes logo conto da conversa com aquele amigo com quem estivemos e cuja actual companheira está parecida com a primeira mulher, deixando-me, assim de chofre, um bocado baralhada. Depois, já só eu e o meu marido, ao comentarmos, pensava o meu marido que esta era aquela por quem ele tinha deixado a mulher. Tinha-se esquecido que, a seguir a essa, ele tinha-a trocado por outra. Mas foi uma conversa animadíssima pois esse amigo continua como sempre foi, um divertido <i>bon vivant</i> que nada derruba, nem o cancro que teve lhe causou mossa. <i>Joie de vivre</i> é com ele. </p><p style="text-align: justify;">E, pronto, hoje fico-me por aqui que isto já não são horas. Lá está, como um Leitor ou Leitora ou Leitor@ me lembrou, isto da PDI é uma coisa tramada, uma pessoa chega a esta hora e já não atina.</p><p style="text-align: justify;">Beijinhos e abraços para todos e o que eu estimo é o que eu desejo.</p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-41543528290938351042024-03-14T18:16:00.000+00:002024-03-14T18:22:25.870+00:00Tempo para os deixar poisar<div class="separator"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb2NgPfouvacqvTKgcRweU51qq_UT6T_fS95ZPQtOZ3wKU9QULltcSyET1HcLLTLgxXlMRm6SaPQFfcPXmh48sq3r-TTlCFM9DYfX4QwzOFDY3PMvHTsZaTux4LtpPkLGq9jdSoRD2mkdneQWOi8LZ9Q3sL-BzcZVRYRE3eNfe09PgEj44-On7HlLpYxFJ/s698/insanidade.jpeg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="698" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjb2NgPfouvacqvTKgcRweU51qq_UT6T_fS95ZPQtOZ3wKU9QULltcSyET1HcLLTLgxXlMRm6SaPQFfcPXmh48sq3r-TTlCFM9DYfX4QwzOFDY3PMvHTsZaTux4LtpPkLGq9jdSoRD2mkdneQWOi8LZ9Q3sL-BzcZVRYRE3eNfe09PgEj44-On7HlLpYxFJ/s320/insanidade.jpeg" width="320" /></a></div><p style="text-align: justify;">Há coisas que a gente pode ser levada a pensar que são objectivas, inequívocas. Mas não. Do mais subjectivas e flexíveis que há. </p><p style="text-align: justify;">Para começar, a saúde. Perante a mesma situação, cada médico diz a sua coisa. Uma pessoa pode ficar sem saber para que lado se há-de virar. Sobre os meus joelhos já ouvi de tudo. Já fiz artroscopia porque, segundo o ortopedista, era imprescindível, e já ouvi vários médicos dizerem que tinha sido uma estupidez, que não havia qualquer critério para isso. Sobre a conclusão que se retirou da observação lá dentro, as conclusões foram igualmente díspares, contraditórias. E as recomendações para a prevenção de crises são igualmente para todos os gostos. Parece mentira mas é verdade<span style="text-align: justify;">.</span></p><p style="text-align: justify;">Outra coisa que é que tal e qual é a legislação. Dir-se-ia que deveria ser fraseologia destinada a regular a existência, sem desvio, sem equívocos. Mas não. Por cada frase é preciso ouvir um monte de juristas e cada um fará a sua interpretação. </p><p style="text-align: justify;">Perante a questão do dia, se o que vale é a coligação ou se é cada partido que a compõe, já ouvi de tudo. E confesso que não sei quem tem razão pois os constitucionalistas opinam como tendo conhecimento de causa, mesmo para defenderem posições contrárias e eu, pobre de mim, sou leiga na matéria.</p><p style="text-align: justify;">Também há aquilo de ainda faltarem os votos dos emigrantes que, face à escassa diferença existente, poderem vir a alterar os resultados, em especial se o que valer for a contagem dos partidos e não a da coligação.</p><p style="text-align: justify;">Contudo, entre as opiniões de uns e outros, Marcelo já começou com as audições. Não faço ideia se faz bem se faz mal. Diria que, uma vez mais, está a falar antes de pensar. Mas isso sou eu.</p><p style="text-align: justify;">Mas que está aqui um caldinho, está. Marcelo, na ânsia de correr com o PS, fez de tudo para o concretizar. Sempre embrulhou as suas intenções na desculpa da estabilidade. Mas sempre foi ele o principal agente de instabilidade e, como se isso não fosse suficiente, este seu lindo serviço da dissolução da Assembleia da República conduziu ao que se vê, um resultado que é do mais assimétrico e instável que há. </p><p style="text-align: justify;"></p><div style="text-align: justify;">Tal como tenho aqui dito, face ao ponto a que chegámos, se entramos todos em histeria -- cada um a espingardar para seu lado -- não vamos a lado nenhum.</div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj79KWkj34MKfGR8745l81W358sh5Yf50gLny4z2xACIzOnrx6vzfmUZ7bwZOQshr8YMiCfCG01MnsjZCsBPzm6Nna6RtPAmbWv4I_hI1MjXTFK2kqugEjD8CKADrC2NIiqj70nw5bmoFD9oAyXMOBFSN9-4qDUm50njFNQMiH4tyMvTZfzmL66u06Di1dd/s1200/ejacula%C3%A7%C3%A3o%20precoce.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="900" data-original-width="1200" height="202" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj79KWkj34MKfGR8745l81W358sh5Yf50gLny4z2xACIzOnrx6vzfmUZ7bwZOQshr8YMiCfCG01MnsjZCsBPzm6Nna6RtPAmbWv4I_hI1MjXTFK2kqugEjD8CKADrC2NIiqj70nw5bmoFD9oAyXMOBFSN9-4qDUm50njFNQMiH4tyMvTZfzmL66u06Di1dd/w270-h202/ejacula%C3%A7%C3%A3o%20precoce.jpg" width="270" /></a></div><div style="text-align: justify;">O PCP, como sempre sem perceber nada do que se passa à sua volta, já nos presenteou com uma rejeição precoce. Ainda a coisa não começou e já eles estão a (não direi a ejacular mas a...) disparar. </div><p></p><p style="text-align: justify;">É que, em termos concretos, ainda ninguém sabe a composição do Governo e, muito menos, o seu programa. Mas isso não é coisa que incomode o bom do Raimundo que, por via das dúvidas, já anunciou que vai avançar com uma moção de rejeição. Por causa das tosses, diz ele (ou se não é por causa das tosses é por causa de outra coisa qualquer).</p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoruCJz4KIrl1JgctgMKdPrOmlwdriwk_1cxzEzL-g7M46oV7fwSH9E9tMIiZevPmV6siuC0vgsKi_TSnWZjPrOZngIEeFNd4RyFnBu5T_syjwO29MQZSRgHv4xyVysqEJmvyPO9CsYYjQMkOFgtA1ggBIb_mBE2Q8EH_H-5Dgn-brK9Uz51bqKa4ouUfc/s250/chher.gif" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="250" data-original-width="250" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgoruCJz4KIrl1JgctgMKdPrOmlwdriwk_1cxzEzL-g7M46oV7fwSH9E9tMIiZevPmV6siuC0vgsKi_TSnWZjPrOZngIEeFNd4RyFnBu5T_syjwO29MQZSRgHv4xyVysqEJmvyPO9CsYYjQMkOFgtA1ggBIb_mBE2Q8EH_H-5Dgn-brK9Uz51bqKa4ouUfc/w228-h228/chher.gif" width="228" /></a></div><div style="text-align: justify;">A Mortágua, bem longe da imagem de sombria cruella, parecendo querer que a gente se esqueça dela armada em vingadora e dominatrix, aparece-nos agora toda sorrisos e vestuário colorido, patética, a bandear-se, armada em chefe das <i>cheerleaders</i> da esquerda. É vê-la por aí a lançar desafios aos que ela acha que podem, com ela à frente, animar os saudosos da geringonça. Caso para dizer que já o carapau tem tosse. Não percebe que, o mais que faz, é estatelar-se ainda mais perante o eleitorado que, em tempos, lhes deu algum crédito. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">O PS parece que lhe disse que sim mas espero que tenha sido só por uma questão de boa educação e, sobretudo, por inexperiência. É que não sei se o PNS já aprendeu a mandar banho ao cão por outras palavras ou se ainda tem que comer muito pão com broa. Mas o Raimundo, um fofo, tão <i>naïf</i>, parece que a levou a sério e disse que sim. Sim... mas calma aí. Sim mas só se a Mortágua não estiver a pensar passar-lhe a perna, dilui-lo. Essa é que era boa, diz o Raimundo a fazer biquinho de valentão. Ora. Aprendam com ele.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Atilado, como tem sido seu apanágio, o Livre. Valha-nos isso.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Do outro lado, a IL já saltou fora do que poderia ser uma aliança alargada, AD+IL. Palpita-lhes que a coisa pode não ir longe e não querem ficar conotados.</div><p style="text-align: justify;">E o Ventura, por seu lado, desdobra-se em entrevistas em que, perante a opinião pública, se mostra como o santo pronto a sacrificar tudo para o deixarem sentar-se à mesa dos grandes. Diz que, se for preciso, cede em tudo. Na prática, pretende encostar a AD à parede: ou a AD aceita negociar com eles ou chumbam-lhes os Orçamentos. Mas, claro, tudo a bem da estabilidade.</p><p style="text-align: justify;">Felizmente o PS tem estado sereno, a ver no que isto vai dar. Só espero que aproveitem o compasso de espera para reflectir, para se reorientarem. </p><p style="text-align: justify;">Portanto, resumindo e repetindo-me. Moral da história: é deixá-los poisar. Isso é que é inteligente. </p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiv43VhP5E0-EtowbG-Y2TvmaQ_8SODagcj5G0q3UXSV9FJNkpBcFxkGKd-wynxv2du1La8tW4LVK67LKCIQJHo1D6NL1x_kApNDkaf5pH6rEARFf7x9MtqBIYJp2dK2AaiG1G9xvXdTclPCXt-vtLKjkNH6NsT5C088Dpqzmw7SorqdXig1YbwRYFRM7pA/s658/deixa-os%20pousar.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="658" data-original-width="564" height="238" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiv43VhP5E0-EtowbG-Y2TvmaQ_8SODagcj5G0q3UXSV9FJNkpBcFxkGKd-wynxv2du1La8tW4LVK67LKCIQJHo1D6NL1x_kApNDkaf5pH6rEARFf7x9MtqBIYJp2dK2AaiG1G9xvXdTclPCXt-vtLKjkNH6NsT5C088Dpqzmw7SorqdXig1YbwRYFRM7pA/w204-h238/deixa-os%20pousar.jpg" width="204" /></a></div><p></p><p style="text-align: center;">Entretanto, partilho um vídeo que me parece interessante.</p><h2 style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;"><i>It doesn’t matter if you fail. It matters *how* you fail. </i><br />| Amy Edmondson for Big Think +</span></h2><p style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/Gb9tjnJWu5g?si=F7J5Q16mJxrlaKWK" title="YouTube video player" width="560"></iframe></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Desejo-vos um dia bom</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">Saúde. Inteligência. Paz.</div>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-51954474486310704322024-03-13T18:49:00.000+00:002024-03-13T18:52:16.620+00:00Foi o Marcelo? Foi a Lucília? Foi a Comunicação Social...? Sim, foram eles todos. Mas... e agora, o que fazer? Fazer coro com o Chega para deitar o governo da AD abaixo...?<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">O que eu digo, disse-o hoje António Costa. As legislaturas, em princípio, são para cumprir. Nesse sentido, não me parece que, a menos que a AD esteja a propor asneira da grossa, o PS se coloque ao lado do Chega para deitar o Governo abaixo. Se a AD estiver a executar o seu programa, para o qual supostamente terá legitimidade e, do que propõe, não houver consequências gravosas para o País, penso que é mais inteligente o PS abster-se do que andar feito baderneiro a votar contra só porque sim. O papel de chantagista e arruaceiro deve ser deixado para o Chega.</p><p style="text-align: justify;">O PS deve portar-se com idoneidade, com inteligência, com respeito pelos cidadãos e percebendo que, em aspectos críticos e estruturantes, pode ser vantajoso para o País que haja, com o PSD/AD, pontualmente, pactos de regime.</p><p style="text-align: justify;">Chamo ainda a atenção, e repito-me, para o facto de que o PSD está a herdar uma situação assaz confortável podendo fazer flores que agradarão ao eleitorado. Quem impeça o governo de as pôr em prática será forçosamente mal compreendido por grande parte da população. O PS pode e deve chamar a atenção para o que for pertinente mas, se as medidas estiverem no programa do Governo e não forem de lesa majestade, será preferível que se abstenha e as deixe passar.</p><p style="text-align: justify;">Esta é a altura para a cabeça fria, para a inteligência racional. Repito: não é altura para revanchismos, para pensamentos regados a testosterona, para clubites ou ajustes de contas.</p><p style="text-align: justify;">Esta é a altura para interiorizar que o primeiro milho é para os pardais. </p><p style="text-align: justify;">O Chega, se lhe dermos corda, vai mostrar, mesmo aos mais cegos, que é um bando de oportunistas, de vira-casacas, de gente impreparada, ressabiada, reaccionária, muitas vezes boçal. A população que votou neles precisa de perceber que votar em gente que diz uma coisa e o seu contrário, que promete tudo e um par de botas, e que assenta a sua actuação no princípio de que os 'outros' não prestam, vai acabar por perceber que a os do Chega não apenas fazem parte dos tais 'outros' como são do pior que a sociedade produz, são o verdadeiro rebotalho.</p><p style="text-align: justify;">Outro aspecto: não é claro para mim que o PSD tenha mais votos que o PS no final da contagem mas é claro para mim que, se o PS formasse Governo, a AD, o Chega e o Presidente Marcelo não o deixariam governar.</p><p style="text-align: justify;">E ainda outro aspecto: <a href="https://causa-nossa.blogspot.com/2024/03/eleicoes-parlamentares-2024-40-o-seu.html" target="_blank">concordo que quem tramou tudo <i>isto</i> foi Marcelo</a>. <a href="https://cnnportugal.iol.pt/eleicoes-legislativas/lucilia-gago/pedro-santos-guerreiro-obrigadinho-lucilia-pelo-lindo-servico-que-fizeste/20240311/65ee8378d34e8d13c9b8afd1" target="_blank">E foi o Ministério Público</a>. Mas foi também a Comunicação Social. E foi a campanha massiva das redes sociais capitaneadas pelo Chega e pelos movimentos que o apoiam (e era bom que tal fosse investigado). E foi o movimento corrosivo dos professores, dos médicos, dos polícias, movimentos corporativistas, certamente infiltrados por gente que, cavalgando o legítimo descontentamento dos seus profissionais, quer a baderna, a confusão.</p><p style="text-align: justify;">E quando, lá em cima, me refiro a 'isto' refiro-me à instabilidade sistemática, explícita ou implícita, que os acima referidos foram instilando na opinião pública, refiro-me ao clima de suspeição malsã contra incertos (todos os 'poderosos', todos os 'políticos' em geral), refiro-me à maledicência generalizada, refiro-me à omissão pelos inquestionáveis bons resultados que os Governos de António Costa obtiveram apesar da conjuntura desgraçada.</p><p style="text-align: justify;">Mas se houve um caldo social que criou a apetência, por parte dos eleitores, pelo voto num partido que é um saco de vento e de <i>sound bites </i>populistas e incendiárias, a verdade é que há, e isso há que humildemente aceitá-lo, um fundo real de justificação para que parte da população tenha votado no Chega e isso deve ser escalpelizado e estudado com objectividade.</p><p style="text-align: justify;">Não valerá tanto a pena perder muito tempo com os ignorantes, os burros e os ressabiados crónicos, gente de todos os estratos sociais, já que são, na maioria, casos perdidos, mas vale a pena perceber os fenómenos de não inclusão, de marginalização, de grandes dificuldades que parte da população enfrenta bem como os casos de jovens que não valorizam a democracia e a liberdade nem o bem comum e que, acefalamente, vão atrás de quem mais parece um dirigente de uma claque futebolística. E compreender isso e avaliar a melhor forma de lidar com isso é trabalho a que o PS deve dedicar-se.</p><p style="text-align: justify;">A Mortágua, toda sorrisos, esquecida do seu lado de justiceira castigadora e esquecida das vezes em que o Bloco se juntou a quem calhou para impedir o PS de governar ou para vetar orçamentos socialistas, agora anda a bandear-se para o lado do Pedro Nuno Santos, a querer conversinhas com a CDU, com o Livre e com o PAN. Espero bem que o PS a mande dar uma grande volta. Há que não esquecer que quem gosta do BE e da CDU vota neles e que, no conjunto, valem 7% dos eleitores. São, de facto, dois pequenos partidos, partidos de nicho. Não é com eles que o PS deve perder tempo.</p><p style="text-align: justify;">O PS deve reorientar-se por si. Como aqui o tenho defendido, deve abrir-se à sociedade, perceber como melhor colher os reais anseios da população e como melhor comunicar com ela nesta era das redes sociais e da comunicação directa e em tempo real. Dos agentes políticos actuais, vejo, e repito-me, que seria proveitosa uma aproximação com o Livre.</p><p style="text-align: justify;">Não tenho falado muito na AD que, aparentemente, vai formar Governo. Não sei o que vai sair dali, não sei quem vão ser os ministros, não sei se vai ter pernas para andar. Espero que não vá desencantar múmias, gente de má fama. Seja como for, se um eventual Governo AD for cumprir o programa com o qual ganharam os votos, é legítimo e democrático para quem está na oposição fazer uma política séria, construtiva e civilizada.</p><p style="text-align: justify;">A par do Crescimento Económico e da Fiscalidade, temas basilares e centrais que tem inúmeras derivadas, há os temas emergentes. Os temas da Saúde, do Ensino ou da Segurança estão longe, muito longe de se extinguir nas questões sindicais: há temas de fundo, de organização, de modernização, de reformulação de práticas. E são temas que têm que ser agarrados de forma séria, racional, ponderada, urgente e, não menos importante, musculada. A AD terá as suas ideias e é bom que sejam válidas e, se o forem, que seja bem sucedida a implementá-las. Mas o PS, mesmo que na oposição, tem a obrigação de estar na linha da frente do estudo de soluções para tão graves problemas. O País saberá reconhecer quem se interessa pela resolução séria dos seus problemas.</p><p style="text-align: center;">_____________</p><p style="text-align: justify;">Podem tresler o que escrevi, podem acusar-me de tudo e mais alguma coisa mas já sabem que me dá igual. Penso pela minha cabeça e, perdoem-me a imodéstia, não me considero mentecapta. </p><p style="text-align: justify;">Pelo contrário, vê-se o resultado que conseguiram os que acham que o caminho é o da viragem à esquerda (ou seja, convergir com os 7% do eleitorado). E, quanto aos que acham que, a partir de agora, a actuação correcta é o bota-abaixo, em concorrência com o Chega, também acho que estão altamente equivocados. O Chega, afinal, também apenas obteve 18%. Há todos os outros eleitores que não vão nas cantigas e não se reveem nas práticas do Chega. </p><p style="text-align: justify;">Mas o tempo o dirá.</p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-50380512137431237482024-03-12T16:29:00.000+00:002024-03-12T16:30:33.121+00:00E agora? Que faremos com estes resultados...?<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">Em 2015, o Bloco e o PCP valiam 18,4% do eleitorado. Isso correspondeu a 36 deputados. Apesar de tudo, tinham uma expressão não negligenciável.</p><p style="text-align: justify;">Agora valem apenas 7,7%. Menos de metade do que era naquela altura. Dizendo de outra maneira: mais de metade das pessoas que se reviam nas políticas do PCP e do Bloco mudaram de ideias, fartaram-se.</p><p style="text-align: justify;">Ou seja, a esquerda que eles representavam é hoje marginal. </p><p style="text-align: justify;">Hoje são 9 deputados (num total de 230). Ou seja, na verdade são apenas 4% dos deputados da Assembleia. Sejamos objectivos: quase nada.</p><p style="text-align: justify;">Isto significa que a sociedade tem vindo a cansar-se e a desiludir-se do que o PCP e o Bloco têm para oferecer.</p><p style="text-align: justify;">O eleitorado privilegia agora outras coisas. </p><p style="text-align: justify;">O eleitorado deslocou-se para o centro. </p><p style="text-align: justify;">O PS perdeu também eleitorado para a direita.</p><p style="text-align: justify;">Por isso, o PS deverá perceber que o eleitorado tem hoje outras aspirações, diferentes das de há uns anos. Hoje o eleitorado já não quer ver-se livre da austeridade, do láparo, dos vestígios do cavaco, naquela gente que vendia o país ao desbarato. </p><p style="text-align: justify;">A página foi virada e os problemas, reais ou percepcionados são outros. Hoje as pessoas querem estabilidade, qualidade nos serviços (educação, saúde, segurança), quer retorno do resultado do seu trabalho (melhores rendimentos e uma carga fiscal menos pesada), quer qualidade de vida. </p><p style="text-align: justify;">Por isso, sempre que a conversa for dirigida para o que era o eleitorado de esquerda em 2015 falhará o objectivo de cativar mais eleitorado.</p><p style="text-align: justify;">Quanto ao Livre, penso que é diferente. Rui Tavares mostra-se europeísta, civilizado, uma esquerda 'moderna', não caciquista, não anquilosada, não justicialista. A população urbana, que dá valor á democracia, à liberdade, a causas humanitárias e ambientalistas, tende a rever-se no programa do Livre. Os eleitores do Livre, em meu entender, não vêm do Bloco ou do PCP mas sim do PS.</p><p style="text-align: justify;">Por isso, aqui referi que teria sido inteligente se o PS e o Livre tivessem feito uma aliança pré eleitoral. Haveria menos votos perdidos por via do método Hondt.</p><p style="text-align: justify;">Não o fizeram antes das eleições mas estão ainda a tempo de se aproximar e pensarem em conjunto o futuro.</p><p style="text-align: center;">____________________________________________</p><p style="text-align: justify;">No rescaldo destas eleições antecipadas, o PSD/AD está a herdar uma situação fértil. O PS fez um trabalho fantástico (que o PS e Pedro Nuno Santos não souberam louvar e divulgar de forma eficiente). Hoje há dinheiro em caixa (o défice é mínimo ou inexistente), há dinheiro nos cofres (há uma almofada, ie, reservas), há dinheiro a cair (do PRR). Portanto, a AD tem margem para fazer as flores que quiser. Tem margem para pôr em prática medidas que vão impressionar muito favoravelmente parte do eleitorado tradicional do PS bem como muito do eleitorado do Chega. </p><p style="text-align: justify;">E pode, se assim o entender, pôr em prática as suas medidas eleitorais sem ter que submeter um Rectificativo a votos.</p><p style="text-align: justify;">E, portanto, pode seguir até ao OE 25 sem grandes sobressaltos.</p><p style="text-align: justify;">Mas, se a AD for antes a votos, à luz da leitura que hoje faço dos factos, eu, se fosse ao PS, apostaria na abstenção, deixando o Rectificativo passar. E isto porque se um Rectificativo chumbasse e se se entrasse numa crise com novas eleições ainda este ano, não vejo como é que o PS poderia melhorar os seus resultados pois parte do eleitorado, que sentia que iria ser beneficiado com as medidas da AD, penalizaria quem chumbasse esse Orçamento. </p><p style="text-align: justify;">O que o PS deve fazer agora é perceber como deve reorientar a sua estratégia. Para começar, deve ver-se livre do que ainda subsiste de aparelhismo, de assessores e da lógica ainda instalada dos <i>jobs for the boys</i>. E depois deve orientar-se para o que os eleitores realmente querem: estabilidade, qualidade de vida. Os mais jovens querem condições para ter filhos e para poder proporcionar-lhes uma boa vida. A população em geral quer segurança nas ruas e isso significa integração das populações mais marginais (imigrantes, nomeadamente), quer segurança a nível de saúde com Centros de Saúde e Hospitais funcionais, quer boas escolas e professores a cumprirem os horários, quer paz social. Claro que os ordenados devem subir mas, para isso, o mundo laboral tem que deslocar-se para profissões mais especializadas, em que a produtividade seja significativa. E todos querem receber uma parte maior do que ganham já que hoje, em especial os que passam a ser um pouco mais que remediados, a carga fiscal é um peso que custa a aceitar. Se queremos que os que emigraram regressem e que os que estão a pensar sair não vão, temos que assegurar-lhes maior liquidez, seja por via de salários mais altos seja por um expressivo alívio na carga fiscal.</p><p style="text-align: justify;">Depois há os pensionistas, uma fatia enorme de qualquer eleitorado. Aqui o que há a assegurar é que as pensões acompanham o crescimento da economia e que haverá igualmente um alívio fiscal. E, também aqui, que o SNS seja uma resposta efectiva às necessidades. Hoje é muito difícil. Em especial nos grandes meios urbanos, que são os que melhor conheço, é muito complicado. Dou o meu exemplo. Mudei de casa vai para quatro anos e não consegui mudar de médico de família pois, onde agora vivo, não há médicos de família disponíveis. Mas com o meu também não é fácil pois, se marcar hoje uma consulta, só tenho vaga para Junho. E não é um exemplo inventado, é a realidade. E um dia destes vou fazer exames. Se alguma coisa não estiver bem, tenho que esperar por Junho ou, em alternativa, ir às oito da manhã, ou antes, para arranjar vaga para o dia, podendo ser atendida por um qualquer médico. Se estiver com alguma coisa que requeira análises ou RX tenho que ir para as Urgências do Hospital sujeitar-me a longas horas. Sei pelo que passei diversas vezes com os meus pais. Como tinham seguro, por vezes fomos para o Privado e aí, claro, as condições são outras. Ora é indispensável reorganizar todo o SNS por forma a que a resposta do SNS seja equivalente à dos Privados. Se enfrentar horas de espera, estar estendido horas a fio em macas em corredores pejados de gente, em que a privacidade e a dignidade das pessoas é posta em causa, é muito mau para toda a gente, ainda é mais ingrato para pessoas frágeis, de idade.</p><p style="text-align: justify;">E é também indispensável que se perceba que essa larga faixa eleitoral é composta por uma população felizmente a viver até cada vez mais tarde em que o pão nosso de cada dia são os problemas complicados. E, por isso, deve haver mais Unidades de Cuidados Continuados ou Paliativos e deve haver muito mais Residências assistidas, dignas, com qualidade, e a preço acessíveis. Hoje a oferta com alguma qualidade é caríssima (acima de 3.000€/mês, o que não está ao alcance da maioria da população). </p><p style="text-align: justify;">Para além disso, há as grandes questões de fundo: a demografia e as alterações climáticas.</p><p style="text-align: justify;">Por isso, o PS tem muito em que pensar. Tem que se reorientar e tem que ter tempo para isso.</p><p style="text-align: justify;">Não sou de clubites nem tenho testosterona a correr-me nas veias em vez de sangue. Penso com a cabeça e não com as hormonas. Quero paz e desenvolvimento e não guerra e ajustes de contas.</p><p style="text-align: justify;">Assim, acho que é de deixar a AD fazer o que se propôs e para o qual recebeu os votos dos eleitores (e que se entendam ou deixem de se entender com o Chega). Ou seja, que não possam alegar que não podem satisfazer as aspirações dos eleitores por culpa do PS.</p><p style="text-align: justify;">A política, em meu entender, requer políticos que, no dia a dia, pensem no melhor para os cidadãos, e no médio e longo prazo, no melhor para o País. Requer políticos que pensem sob diferentes perspectivas, que estudem as matérias, que planeiem as suas medidas e avaliem os seus impactos.</p><p style="text-align: justify;">Com uma abertura ao futuro, com generosidade, com abnegação pessoal, com os pés na terra e com uma proximidade atenta aos cidadãos, será possível ao PS preparar-se para as próximas eleições.</p><p style="text-align: justify;">Se souberem ser uma oposição ponderada, bem informada, bem intencionada, próxima das pessoas, serão reconhecidos.</p><p style="text-align: justify;">É o que eu penso.</p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-71396005355949308392024-03-11T20:58:00.000+00:002024-03-11T21:03:22.902+00:00E agora, PS? E agora, AD?<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">Disse-o aqui várias vezes: o PS deveria ter percebido que, depois da atitude traiçoeira dos antigos parceiros da geringonça e porque agora as circunstâncias não são as de 2015, o País não queria mais do mesmo. O País já não tem paciência para o Bloco e está farto das arruaças sindicais do PCP. Se, em vez de Pedro Nuno Santos, o líder do PS fosse José Luís Carneiro, a percepção do eleitorado teria sido diferente e, muito provavelmente, a esta hora outro galo cantaria.</p><p style="text-align: justify;">Mas não vale a pena chorar sobre leite derramado.</p><p style="text-align: justify;">Agora, a confirmar-se que os resultados serão o que se perspectiva, penso que a única atitude que respeita o espírito democrático é o PS garantir algum suporte a um governo da AD, quiçá AD+IL. Isto para que a AD não precise do Chega e para que haja um mínimo de estabilidade.</p><p style="text-align: justify;">Mesmo que os resultados surpreendam e ainda venha o PS a ficar à frente, mesmo que à tangente, seria bom que a AD também desse o suporte para que haja governabilidade.</p><p style="text-align: justify;">E quem votou no Chega rapidamente perceberá o tiro no próprio pé pois o Chega não tem quadros capacitados para o que lhes caiu no colo. Rapidamente se esfrangalhará pois gente desqualificada que se alimenta da baderna não é gente que se aguente em lugares de alguma responsabilidade.</p><p style="text-align: justify;">Quanto a <a href="https://umjeitomanso.blogspot.com/2024/03/e-agora-marcelo.html" target="_blank">Marcelo, depois do que escrevi abaixo</a>, só consigo dizer:<i> shame on you!</i></p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-5245610137898973372024-03-11T07:36:00.000+00:002024-03-11T07:37:33.942+00:00E agora, Marcelo?<p> </p><p style="text-align: justify;">Estará contente com o lindo resultado da sua iniciativa de dissolver a maioria absoluta...?</p><p style="text-align: justify;">Estará contente por ficar associado a esta ascensão de um partido populista, xenófobo, trauliteiro, anti-democrático?</p><p style="text-align: justify;">Estará contente com a instabilidade que semeou no País?</p><p style="text-align: justify;">Não terá vontade de se demitir?</p><p style="text-align: justify;">(Face aos resultados e depois do que tem feito e tem dito, sempre quero ver o que vai fazer ou o que vai deixar fazer.)</p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-57439043792658231682024-03-10T16:48:00.000+00:002024-03-10T16:48:19.403+00:00Dia de não-reflexão... Antes, dia de sentimentos profundos<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">Dia efectivamente mais calmo. E muito bom. Almoçámos juntos num restaurante familiar, muito agradável, com comidinha boa. Comi um prato de que gosto imenso e que já não papava há que tempos: pescadinhas fritas de rabo na boca com arroz de tomate. Que bem me soube. </p><p style="text-align: justify;">Depois fizemos um pequeno passeio a pé que teve que ser encurtado pois desatou a chover e... imagine-se: tínhamo-nos todos esquecido dos chapéus de chuva no restaurante. Portanto, voltámos lá e seguimos para casa do meu filho.</p><p style="text-align: justify;">Os rapazes jogaram futebol na PlayStation e depois futebol a sério no corredor com uma bola mole (sendo que, aqui, já não foram só os rapazes pequenos que se digladiaram com o esférico como pretexto). Entretanto, a minha filha tinha ido comprar cenas com a sobrinha que, quando chegou, vinha radiante: um gloss com sabor a cereja, um gloss que refresca e faz efeito de <i>plump up</i> (ou lá como se chama) nos lábios e, ainda, um rímel transparente. </p><p style="text-align: justify;">E ainda houve lanche: a minha filha tinha levado uns biscoitos e a minha nora fez um delicioso bolo de laranja.</p><p style="text-align: justify;">E, da horta, ainda trouxemos couves e brócolos que este domingo já marcharão com bacalhau com batatas. </p><p style="text-align: justify;">Portanto, uma tarde daquelas de que eu estava completamente a precisar. Cheguei a casa muito retemperada, mais leve, a cabeça mais descansada. E a caminhada feita depois, com o <i>dog, </i>ao frio e à chuva, só fez ainda melhor. </p><p style="text-align: justify;">Não reflecti nada a nível de eleições pois a minha decisão está tomada <i>ab initio</i>. Só espero é que a malta vá votar e, já agora, que vote com a cabeça e não com os pés.</p><p style="text-align: center;">___________________________________________________</p><p style="text-align: justify;">Entretanto, enquanto vejo a votação para o Festival da Canção (em que a Filomena Cautela ou está grávida ou está atrapalhada dos intestinos pois não tira a mão da barriga), vou partilhar um vídeo que vi há pouco e que me agradou bastante. Calma, tranquilidade, amor à natureza.</p><p style="text-align: justify;"><i></i></p><blockquote><h2 style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Feeling deeply</span></i></h2><p style="text-align: justify;"><i>That’s what the world tells us. There's been a movement to watch our thoughts and feelings, making sure that we're positive at all times. We receive messages that we must shift these ‘bad’ feelings and find better ones. But when we do this, we close down and shut off parts of ourselves, suppressing the fullness of our emotions. To feel whole and be whole, we must honour all of it - good and bad. All emotions are beautiful and create a fullness and wholeness in our experience. </i></p><p style="text-align: justify;"><i>They are powerful forces that our bodies can use as fuel for action and healing. Our thoughts create reality, not the other way around. So when our reality doesn't look the way we want it to and brings up emotions that are unpleasant to us, that is the message we are being given to start building a bridge between what is and what can be. </i></p><p style="text-align: justify;"><i style="text-align: left;">Taking time to be aware of our reactions, thoughts and emotions will bring us into a space of clarity and balance where we can make informed decisions guided and supported by our soul... decisions that will usher in release and healing for ourselves and all of life around us.</i></p><p><i><span style="font-size: x-small;">Featuring Phoebe Barnard (www.phoebebarnard.com)</span></i></p><p><i><span style="font-size: x-small;">Filmed in Mount Vernon, Washington State, USA.</span></i></p><p><i><span style="font-size: x-small;">The poem read at the start of this film is called 'The Peace of Wild Things' - by Wendell Berry.</span></i></p></blockquote><p><i></i></p><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/aZnySL8XB4w?si=HdfG5lZg7SqxeLpB" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">_______________________________</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Um belo dia de domingo</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Saúde. Boa sorte. Paz.</div>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-80080697027341793252024-03-09T21:59:00.000+00:002024-03-09T22:02:34.806+00:00Não me parece nada bem que a Fonte de Belém e a Manuela Ferreira Leite tenham tentado estragar-me a paz in heavem<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYYDI3J9i0OyGvv3gXgmuPyirX-fSpvMFa5gdx-rhp9_AaZ-WbAmrcK9k0O_dLQEkG1KQYSkJifiEtU1WYSjvBLAkfLIKfM0q6b_bNXDZ8GS_dPi71Jkhcyjw59RMT-SDJBII7BOeJDSQIucuYnFqOHnopdT29pA6u5L2_IrMDrVGZ6Ya7BeQXtg9oGtF1/s1600/estrelica.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="403" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYYDI3J9i0OyGvv3gXgmuPyirX-fSpvMFa5gdx-rhp9_AaZ-WbAmrcK9k0O_dLQEkG1KQYSkJifiEtU1WYSjvBLAkfLIKfM0q6b_bNXDZ8GS_dPi71Jkhcyjw59RMT-SDJBII7BOeJDSQIucuYnFqOHnopdT29pA6u5L2_IrMDrVGZ6Ya7BeQXtg9oGtF1/w302-h403/estrelica.jpg" width="302" /></a></div><div style="text-align: justify;">A vida no campo adoça-me as arestas e traz-me algum do oxigénio de que ando bem necessitada.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Têm sido tempos de stress e esforço, mesmo físico, em contínuo desde há vários meses. Depois de meses sem perceber o que é que a minha mãe tinha, convicta de que era um caso agudo de hipocondria, convencendo-a a voltar a ter seguimento psicológico, insistindo até mais não poder, até à exaustão, a que tomasse os medicamentos para o coração, a descontrair e a não pensar em doenças e sintomas, caiu-me em cima uma primeira bomba de que, afinal, de súbito, sem aviso prévio, tinha entrado numa fase terminal e a segunda bomba de que, afinal, isso não era do seu desconhecimento, que tinha exames e estava avisada pela médica, e que, sabe-se lá porquê, tinha resolvido ocultar a doença grave e fazer de conta que não sabia o que tinha. E, aqui chegados, foi aquele mês e tal em que a morte avançou sobre ela de forma galopante, estando ela lúcida e, notoriamente, não preparada para aceitar a situação pois queria viver ainda por muito mais anos. </p><p style="text-align: justify;">Claro que, a seguir, após o doloroso desfecho, poderia ter ido enfiar-me no campo, descansar a cabeça, não ter agora andar neste afã de 'limpar' a casa mas, sei lá eu porquê, parece que tive esta necessidade de não abrandar, de não deixar a casa 'ao abandono', de não querer trazer na mente, em background, a ideia de que tinha este trabalho pesado para fazer, </p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3qZtxGvsO_sD7lamGWHSIqBlsv1x_RQiz7DECmxGxzLD9AIaXSY6lI6LhVr7AbMcSdYYnM6ykJQOCF20n2D3TA8TKpH2APHFa808YIfyGjhyG67-rabQVfycDoZlxcqhNj62OYxaoZ6ikwhwyqqkI-67sgDKvL57qeZc67YvT4TgUmZcR8_09S6M_fnUJ/s1600/flores%20do%20campo.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="452" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3qZtxGvsO_sD7lamGWHSIqBlsv1x_RQiz7DECmxGxzLD9AIaXSY6lI6LhVr7AbMcSdYYnM6ykJQOCF20n2D3TA8TKpH2APHFa808YIfyGjhyG67-rabQVfycDoZlxcqhNj62OYxaoZ6ikwhwyqqkI-67sgDKvL57qeZc67YvT4TgUmZcR8_09S6M_fnUJ/w339-h452/flores%20do%20campo.jpg" width="339" /></a></div><div style="text-align: justify;">Portanto, sem descanso, tenho andado a esgotar-me, revirando o conteúdo de gavetas e prateleiras e caixas e roupeiros e malas e sacos, tentando salvar o máximo de coisas -- com o meu marido e os meus filhos sem quererem quase nada, ou nada mesmo --, e a dar voltas à cabeça para ver como hei-de conseguir absorver o máximo de coisas sem ficar com a casa atravancada, desvirtuada.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Por exemplo, no outro dia, quando a minha filha lá deu um salto, tínhamos que dar destino ao faqueiro melhor, o que estava na sala de jantar. Há outro na cozinha, digamos para uso corrente, que lá ficou. Mas este era o que usava quando lá estávamos todos ou, depois de a minha mãe ter deixado de dar aulas, para os lanches com as amigas. Sendo um faqueiro bom e o faqueiro usado quando a família estava reunida, custava-me dá-lo. Pareceu-me que a minha filha estava receptiva a levá-lo para sua casa. Afinal, não, guardou-o mas era para eu o trazer.</p><p style="text-align: justify;">Fiquei mesmo sem saber onde colocá-lo. Pensei que só se fosse no campo. Portanto, para lá foi. Hoje estive a guardá-lo. No gavetão grande do aparador, havia um espaço em que talvez pudesse ser. Não poderia estar naqueles tabuleiros com divisórias pois os tabuleiros não caberiam no espaço livre. Coloquei um dos milhares de paninhos com rendinhas no fundo da gaveta, no espaço livre. E comecei a arrumar por espécie: colheres, garfos e facas de sobremesa, colheres de sopa, facas e garfos de carne, facas e garfos de peixe, colheres de chá, colheres de café. Depois mais uma dúzia de garfinhos para entradas e mais daqueles mínimos para <i>amuse bouche.</i> E até me parecia que ia caber tudo. As colheres grandes, para servir, incluindo a concha de sopa, tiveram que ir para a gaveta de cozinha que tem disso. </p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXB20_gbf9FLY3EDp9cZ3VcTrOchNWVzxYGXN12YCyFIzUTYh89YJKD1VXtZcFI3BmqWghXcNnQpgG8HlSJoNi1Zq_Tw6hg-SyjAbsZr62PL5bhfYCmAe3J8tfFD6O4rK85MH-NPQIjtqgiO_6k51u9zY6k8LTkfZKOu7KfgZoVzanm-yZ7zC0mE28PI_Z/s1600/liquenes.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="1200" height="451" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhXB20_gbf9FLY3EDp9cZ3VcTrOchNWVzxYGXN12YCyFIzUTYh89YJKD1VXtZcFI3BmqWghXcNnQpgG8HlSJoNi1Zq_Tw6hg-SyjAbsZr62PL5bhfYCmAe3J8tfFD6O4rK85MH-NPQIjtqgiO_6k51u9zY6k8LTkfZKOu7KfgZoVzanm-yZ7zC0mE28PI_Z/w339-h451/liquenes.jpg" width="339" /></a></div><div style="text-align: justify;">Claro que, ao arrumar, me pareceu que não estava a dúzia completa de cada coisa e estava a dar graças por se terem tresmalhado tantas peças. Mas, para minha neura, quando fui arrumar o saco grande onde tinha vindo o faqueiro, senti-o bastante pesado. Havia lá uns plásticos de bolhas onde a minha filha tinha embrulhado peças de vidro. E, por baixo desses plásticos, estavam mais carradas de peças. Cá para mim a minha mãe comprava doze peças de cada mais umas quantas de reserva. A ginástica que tive que fazer para conseguir arrumar o que faltava sem ficar tudo ao monte só eu sei. Às tantas já estou num desespero, sem saber onde guardar tanta coisa de que não tenho falta e já só me apetece ou deitar coisas fora ou guardá-las a esmo.</div><p></p><p style="text-align: justify;">De qualquer forma, pelo menos na minha cabeça, a parte mais complexa e pesada já está quase. Pelo menos acho que as coisas de mais valor, material ou estimativo, já foram retiradas de lá. Claro que ainda há o tema das mobílias e do muito que ainda lá está. Mas quero acreditar que isso se haverá de resolver.</p><p style="text-align: justify;">Enfim. </p><p style="text-align: justify;">Acho que agora vou tentar intervalar. Preciso mesmo, mesmo. </p><p style="text-align: justify;">Claro que ainda tenho que tratar do imposto de selo com a documentação inerente, depois é o averbamento, depois a conservatória, etc. Do primeiro ainda tenho quase dois meses para tratar e do resto acho que não há grande urgência. Claro que também ainda há que regularizar a trapalhada da propriedade horizontal e mais não sei o quê e, já agora, também do terreno do Algarve que, felizmente, já comprovámos que, nas Finanças, está em nome do meu avô. Menos mal.</p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjue4bmkHg_UuCJPwQomcAdBhyphenhyphenyg27yAMuqH50fSuCHvVnCQC1WFC_3pQK-3Iej4Qx47aEJ_z50oYZv7igPWihiLxqk7rW6K0mYMMmiyGk26vYdzlCmhtuONy9ibOJmGyB39EieD1zp50kjEN2By6gX-vudDkBZrGR2exE7vilszxJy1VpY-nL_47qwsSPK/s1600/flor%20de%20marmeleiro.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1200" data-original-width="1600" height="310" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjue4bmkHg_UuCJPwQomcAdBhyphenhyphenyg27yAMuqH50fSuCHvVnCQC1WFC_3pQK-3Iej4Qx47aEJ_z50oYZv7igPWihiLxqk7rW6K0mYMMmiyGk26vYdzlCmhtuONy9ibOJmGyB39EieD1zp50kjEN2By6gX-vudDkBZrGR2exE7vilszxJy1VpY-nL_47qwsSPK/w413-h310/flor%20de%20marmeleiro.jpg" width="413" /></a></div><div style="text-align: justify;">Com isto e mais um conjunto de outras coisas, só vi televisão à noite. E nem queria acreditar no que a Manuela Ferreira Leite tinha dito. Uma vergonha. Uma náusea. A todos os títulos, evitável. Diria mesmo: constrangedor. Nem queria acreditar, também, na ingerência da<i> so called </i>Fonte de Belém na campanha, uma coisa indecorosa, sem perdão. </div><p></p><p style="text-align: justify;">É o mal de gente daquele calibre. Ressabiados, descontrolados, sem princípios...? O que é isto?A sério que nem sei o que ache de comportamentos assim. Parece que, para eles, vale tudo. Ninguém pode estar descansado com gente assim por perto, essa é que é essa.</p><p style="text-align: justify;">Mas hoje quero dar descanso à minha beleza e à minha saúde, preciso de manter a calma. Não vou perder tempo com o que só faz mal. Vou, isso sim, respirar fundo, aspirar o ar fresco e lavado. </p><p style="text-align: justify;">É verdade: pelos vossos lados também choveu como pelos meus? Puxa... Uma chuva pegada, intensa. Eu a querer andar a fotografar os maravilhosos verdes, as lindas flores, a primavera que já mal consegue aguentar, doida para aparecer, escandalosamente revigorada, e a chuva que não dava tréguas...</p><p style="text-align: justify;">E que precisados andávamos de boa agüinha assim... Fico mesmo contente. Só tenho pena de não ter uma cisterna para a aproveitar. De futuro, cada edifício que se construísse (prédio ou moradia) deveria ter reservatório para água da chuva. Não acham?</p><p style="text-align: justify;">Tirando isso, a ver se retomo a leitura e a escrita. Idealmente até conseguiria dormir umas sestazinhas depois de almoço mas isso já é capaz de ser pedir muito. Ou isso ou ir passear. </p><p style="text-align: justify;">É verdade, este sábado é para a malta não pensar em nada, não é? </p><p style="text-align: justify;">(Ou é o oposto: é para pensar?)</p><p style="text-align: center;">____________________________________________</p><p style="text-align: center;">Um dia bom</p><p style="text-align: center;">Saúde. Tranquilidade. Paz.</p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-81662943107969919902024-03-08T20:04:00.000+00:002024-03-08T20:04:36.050+00:00O mistério da lembrança de tempos felizes<p> </p><p style="text-align: justify;">Tenho estado a tentar decifrar documentos antigos, imagino que bué antigos, mas em que não encontro nem nomes nem datas nem locais. Se, pelo menos, tivesse os envelopes talvez conseguisse ter alguma pista. Assim, zero. </p><p style="text-align: justify;">Neste caso, o papel usado é espesso e tem marcas que apenas são visíveis em contraluz. Vejo distintamente THOMAR. Se calhar é a marca do papel. Dá ideia que a folha que agora estou a ver foi cortada, não obedecendo a medidas standard. Numa parte do papel, na margem (digamos assim mas que, na prática, se trata apenas da zona em que o papel foi cortado), leio ASSO. Ou seja, deduzo que seja papel de <i>almasso</i>, escrito assim, na grafia antiga. Vejo também um símbolo que deve ser o logotipo.</p><p style="text-align: justify;">Pela semelhança com outros de que me lembro de ouvir a minha mãe dizer que eram coisas que vinham da avó dela (minha bisa), o que foi descoberto na quarta-feira pode ser uma de duas: ou poemas que o filho, anarquista deportado, lhe enviava ou parte integrante da correspondência entre ela e os primos. Mas posso estar enganada, pode até ser coisa mais antiga. Não faço ideia.</p><p style="text-align: justify;">Quem escreveu, dobrou o papel em três na vertical, mantendo as partes unidas. Ficaram, pois, seis 'tiras' verticais.</p><p style="text-align: justify;">Mostro duas dessas 'tiras':</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifKv7uMqCk6gWMtPOpEbEIfc2KxdnrCJpg0xmjknMHk0hxH3lJyQR_lWOKi1eLpobMQM10_Grolh1258J947uiLTU15MU0TkNzu7iMDogBhVJ56mY9QJXJnkFZZflvzGHiv4BLhvAY86V4pIcyyFKEPr0JuwJEZVzQoC6_u2JzjjJFq7WEnoW4u8bVF2St/s1600/poema%20js%201.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="600" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEifKv7uMqCk6gWMtPOpEbEIfc2KxdnrCJpg0xmjknMHk0hxH3lJyQR_lWOKi1eLpobMQM10_Grolh1258J947uiLTU15MU0TkNzu7iMDogBhVJ56mY9QJXJnkFZZflvzGHiv4BLhvAY86V4pIcyyFKEPr0JuwJEZVzQoC6_u2JzjjJFq7WEnoW4u8bVF2St/w240-h640/poema%20js%201.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqnUyOXzN3J1bxlHlw5ofYZhRoTLopOErUpCMG0nkXxinXrZiojdsYPxwkNTGiEWWPY_M_oQ2CfqWONGoO5e7nic0sgd76jkXzwXM8r1eYTqsAdZdQCtJIS7rMFoaU8SWivoDUr6za9LxEo-8rc4DEofFaqAcQ7tUkH_XqHeyVFz8QAYkojK00Tw0pZ-_S/s1600/poema%20js.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1600" data-original-width="593" height="640" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgqnUyOXzN3J1bxlHlw5ofYZhRoTLopOErUpCMG0nkXxinXrZiojdsYPxwkNTGiEWWPY_M_oQ2CfqWONGoO5e7nic0sgd76jkXzwXM8r1eYTqsAdZdQCtJIS7rMFoaU8SWivoDUr6za9LxEo-8rc4DEofFaqAcQ7tUkH_XqHeyVFz8QAYkojK00Tw0pZ-_S/w238-h640/poema%20js.jpg" width="238" /></a></div><div><br /></div><div style="text-align: justify;">Gostava de saber quem escreveu estes poemas, a quem os enviou, quando, onde. Não percebo porque é que nunca na minha família ninguém deu importância a estas memórias e só agora eu esteja a tomar conhecimento de tudo isto. Só que agora todos os que me poderiam elucidar já morreram. Foram-se todos, várias gerações de permeio, ramos da família que caminharam para o desconhecimento mútuo. E, no entanto, estas folhinhas sobreviveram, estão aqui na minha mão.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Aquela velha questão do sentido da vida dá uma volta sobre si própria quando a gente pensa no des-sentido de tudo quando se constata quão efémeras são as pessoas e quão duradouras são as suas palavras escritas.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">__________________________________________</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Desejo-vos um dia bom</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Saúde. Poesia. Paz.</div>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-47356676011319483232024-03-08T02:17:00.000+00:002024-03-08T02:19:36.053+00:00Tal e qual: Abuso de poder qualificado<p> </p><p><a href="https://causa-nossa.blogspot.com/2024/03/como-era-de-temer-9-abuso-de-poder.html" target="_blank">Fala quem sabe</a>. Percebe quem quiser.</p><p><br /></p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-84495538590395996942024-03-07T20:34:00.000+00:002024-03-07T20:38:22.747+00:00E a luta continua...<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA6tcnGtqxW7DsFuvtfn1gamUGc1N5PFLWqsKwX4yuRJCcfMK3O_j0_yU3lTwRjjDUV8a-o1LXiiF_-3IYr_W2TG87vuG6RtV19vAdfJP4J0co5ihLxJFt10p1Q_YmOV0Pajw1PS3bieGOE964CCKBE5hLwM7sFMlCNJX-dhp0dIpjRTjI2GaebUPCOjuU/s1696/bandeira.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1696" data-original-width="1421" height="413" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhA6tcnGtqxW7DsFuvtfn1gamUGc1N5PFLWqsKwX4yuRJCcfMK3O_j0_yU3lTwRjjDUV8a-o1LXiiF_-3IYr_W2TG87vuG6RtV19vAdfJP4J0co5ihLxJFt10p1Q_YmOV0Pajw1PS3bieGOE964CCKBE5hLwM7sFMlCNJX-dhp0dIpjRTjI2GaebUPCOjuU/w346-h413/bandeira.jpg" width="346" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="225" src="https://www.youtube.com/embed/hqltGZW0AxI?si=I5qL4ejUcaz_ShwX" title="YouTube video player" width="400"></iframe></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Hoje a labuta em casa da minha mãe foi muito produtiva. Apesar de ter estado pouco tempo pois foi lá ter connosco numa corrida junto à hora de almoço, a minha filha deu uma ajuda considerável. Grande parte das gavetas e das prateleiras dos armários já está com muito pouco ou nada.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Ainda há conjuntos de copos que lá permanecem: os meus filhos não querem, eu já não tenho onde pôr e o meu marido recusa-se a transportar. </p><p style="text-align: justify;">E a cozinha está ainda com tudo. E a despensa continua com muita coisa. E nos roupeiros e cómodas ainda há roupas de vestir, de cama, de banho. O roupeiro que está no pequeno hall junto à casa de banho está ainda compacto de coisas até acima (e o roupeiro vai até ao tecto): cobertores, turcos, lençóis. </p><p style="text-align: justify;">A solução para tudo isso será a mesma que encontrarmos para os móveis. Tenho muita pena dos móveis, alguns muito bonitos, mas não há qualquer possibilidade de os aproveitarmos, são muito grandes e não cabem em lado nenhum.</p><p style="text-align: justify;">Já deitámos fora muitas dezenas de sacos de lixo. Muitos papéis, muitos, muitos, e muitas revistas, muitas (de decoração, de tricot, de crochet, de saúde e nutricionismo, etc) e muitos exames médicos. Isso deitamos nós directamente para o lixo. </p><p style="text-align: justify;">E a senhora que cuidou do meu pai e que continuou a ir ver a minha mãe e que continuo a contratar para zelar pela casa tem sido incansável. De cada vez que lá vou, deixo as camas cheias com pilhas de coisas que penso que são boas e mal empregadas para deitar fora. A primeira escolha é dela e terá já, certamente, aproveitado muitas coisas. Para aquilo que ela não quer, chama uma senhora amiga dela que lá vai ajudá-la a fazer uma segunda triagem, levando a seguir para uma senhora que, segundo me dizem, leva para a família ou para conhecidos carenciados que vivem no Alentejo.</p><p style="text-align: justify;">Tínhamos lá um bico de obra que era o cadeirão com motor eléctrico que se reclinava até ficar quase como cama e que se punha para cima para ajudar no levante. Tínhamos comprado para o meu pai a seguir ao AVC que o usou durante vários anos até que, um dia, ao cair no corredor, partiu uma perna e nunca mais conseguiu recuperar, ficando acamado desde aí. O motor estava óptimo mas, ao contrário do que pensávamos, o cadeirão não era de pele mas sim de um material sintético que, de início, a imitava muito bem. O pior foi o que aconteceu com o desgaste, ficou em mau estado, todo estalado e feio. A minha mãe tinha posto uma coberta em cima e, não se vendo, parecia bem. Mas não estava. Era nesse cadeirão que, sendo muito confortável e não tendo como ser facilmente removido, a minha mãe passou a sentar-se para ler ou para fazer tricot ou crochet. </p><p style="text-align: justify;">Mas sabíamos que, por baixo da coberta, estava feio. Só que era tão pesado, tão pesado, que não se via como movimentá-lo. Tinha entrado pela janela e tinha sido uma odisseia para o conseguirem levar até lá. Pois bem: hoje o meu marido desmanchou-o todo. Todo. E, portanto, assim desmanchado, foi levado até junto dos contentores, onde a Câmara o levará para os monos. Mas, pouco depois de o meu marido lá o ter posto, quando levou mais uma série de sacos para o lixo, disse que tudo o que era ferro já tinha voado.</p><p style="text-align: justify;">E a minha filha levou mais algumas coisas, mas poucas. Não tem onde pôr e não quer encher a casa com coisas que ou não ficam lá bem ou não cabem. Faz bem. </p><p style="text-align: justify;">E nós trouxemos mais uns quantos sacos grandes. Mais sacos que tenho que esvaziar, arrumando tudo o que lá está dentro. Um exercício de criatividade e logística (e paciência). </p><p style="text-align: justify;">E trouxemos um espelho muito grande que veio no carro da minha filha pois não cabia no nosso. Já tenho a casa cheia de espelhos mas o que está sobre o sofá desta sala é ligeiramente mais pequeno do que devia (135 x 80). Este tem 150 por 90 cm e uma moldura mais larga. Acho que vai ficar muito bem. E este que está agora aqui irá ser posto na vertical no hall da suite.</p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGhP6ArGtvMMsuvsQEBeg3sZtzvDeyO3b1lS_ECGy6kzQNYCRsDQbarqXYD-z4jvxoxrQL1hxbjCk3hY1HlvYhEG1-Sdy1aWNprGwLSUZkA70MXf2QBVwO_CIjJ5hudVCLoY-Sm2XGMJFWY3VWLzpnijhktIVawkUb7cZoSvj7GW3ml4bN8xjk7DjWq_s8/s1235/arvore%20a%20noite.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="990" data-original-width="1235" height="350" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgGhP6ArGtvMMsuvsQEBeg3sZtzvDeyO3b1lS_ECGy6kzQNYCRsDQbarqXYD-z4jvxoxrQL1hxbjCk3hY1HlvYhEG1-Sdy1aWNprGwLSUZkA70MXf2QBVwO_CIjJ5hudVCLoY-Sm2XGMJFWY3VWLzpnijhktIVawkUb7cZoSvj7GW3ml4bN8xjk7DjWq_s8/w436-h350/arvore%20a%20noite.jpg" width="436" /></a></div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">E trouxe um outro que fez com que o meu marido quase se passasse (aliás, ele anda já totalmente passado com esta labuta que parece que não tem fim...). Era o espelho que estava no que era o meu quarto em solteira, espelho em que, na adolescência, muito me olhei. E é o espelho que aparece naquelas fotografias do dia do casamento. Apesar do fotógrafo ser um colega da faculdade, lembro-me de dizermos: 'Espera lá, é costume a noiva ver-se ao espelho...'. E ali estou eu, em duplicado, eu e a minha imagem, com o espelho de permeio. A minha filha também achou que o espelho era icónico, que era pena não ser aproveitado. Portanto, veio. É recortado, tem um feitio bonito. Mas é de madeira escura. Se calhar, vou pintá-lo e pô-lo numa parede da sala <i>in heaven</i> onde já tenho quatro de diferentes feitios e tamanhos.</div><p></p><p style="text-align: justify;">E encontrámos mais algumas pequenas preciosidades. Entre elas, uma redacção que fiz com 12 anos. Quatro páginas de redacção. Lembro-me de me darem o mote e eu, instantaneamente, desatar a escrever, a escrever, a escrever quase até tocar a campainha e ter que acabar. Lembro-me que, enquanto isso, alguns dos meus colegas olhavam para o tecto ou em volta sem saber o que escrever. São coisas que nascem com a gente. Em contrapartida, íamos para o laboratório de electricidade e uns montavam circuitos, inventavam aparelhómetros e sei lá que mais e eu nem pó, olhava para eles sem perceber como sabiam mexer tão agilmente em tudo aquilo.</p><p style="text-align: justify;">E encontrámos mais uma folha escrita, creio que deve ser mais uma daquelas cartas do início do século passado dos primos algarvios dirigida à minha bisavó, quiçá do primo presidente, nunca se sabe. Como eram cartas entre primos ou não assinavam ou escreviam apenas as iniciais (mas como era escrito a caneta de aparo, numa letra muito desenhada, em papel fininho, mais de metade eu não consigo perceber. Digo que as cartas são deles pois, quando a minha avó morreu, a minha mãe achou a caixa com aquelas cartas e lembrou-se que a mãe dizia que era correspondência entre a mãe e os primos, creio que os da Mexilhoeira Grande.</p><p style="text-align: justify;">Bem. A nível de pertences pessoais de algum valor, material ou, sobretudo, estimativo, creio que já veio tudo ou quase tudo.</p><p style="text-align: justify;">A menos que no sótão surjam novidades. O meu marido só lá foi espreitar e nem quis aventurar-se. Diz que está cheio. Diz que deve haver móveis pois está muita coisa coberta. Não faço ideia do que seja, há muito tempo que não ponho lá os pés. A escada é um bocado íngreme demais para a minha sensível alma que padece de vertigens.</p><p style="text-align: justify;">À noite, saturados, fomos esticar as pernas até à praia. Estava um ventinho gelado. Mas, apesar de tudo, soube bem. Fotografei uma árvore pois as árvores, ainda mais se nuas, são muito bonitas à noite. E fotografei uma bandeira de Portugal que, não sei porquê, alguém ali pôs. Não percebi mas achei bonito.</p><p style="text-align: justify;">Só vi um pouco de televisão: <i>Maryland</i>. Muito bom, na RTP 2. A ver se amanhã e depois não me esqueço de ver. Depois também vi o comentário do Luís Paixão Martins, hoje não tão interessante como ontem. Devia ter mais tempo para melhor nos surpreender com a sua argúcia e descontração natural. O pobre Calafate bem quer ombrear com ele mas ainda terá que dar muito ao pedal e comer muito pão com azeitonas para conseguir chegar aos calcanhares do LPM. Mas, enfim, é o que é.</p><p style="text-align: justify;"> E, portanto, dito isto, está tudo dito por hoje.</p><p style="text-align: center;">________________________________________________</p><p style="text-align: center;">Um dia feliz</p><p style="text-align: center;">Saúde. Boa disposição. Paz.</p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-647429421473290242024-03-06T21:01:00.000+00:002024-03-06T21:01:59.010+00:00A minha escolha no dia 10 + Declaração de voto<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">Como gosto de me pôr à prova e tenho dificuldade em virar costas a um <i>quizz</i> ou a testes que me digam o que eu penso, experimentei as <i>dating apps</i> que os jornais disponibilizaram para podermos validar quais os partidos ou os líderes com que mais nos identificamos.</p><p style="text-align: justify;">Muito consistentemente deu-me o que me costuma dar: em primeiro lugar o PS, em segundo o Livre. Cá bem em baixo, aqueles com que não tenho nada a ver como o Chega ou o PCP. Bate certo.</p><p style="text-align: justify;">Dito isto, considero que a campanha do PS parece que ainda não percebeu que, para ganhar, tem que ir buscar votos a quem está a pensar votar na AD ou a quem, estando hesitante, não está muito convencido a votar no PS. Ou seja, tem que perceber as dúvidas ou os anseios da classe média que não se revê em políticas muito encostadas à esquerda. Como escrevi aqui no outro dia, o PS não tem que falar para quem gosta do PCP ou do Bloco pois esses vão votar no PCP ou no Bloco. Não é com esses que o PS tem que se preocupar. Tem que se preocupar com aqueles que, nas últimas legislativas, votaram no PS (com António Costa) e que agora estão preocupadas com receio que o Pedro Nuno Santos dê ouvidos ao Bloco e ao PCP, nomeadamente, com aqueles para quem a conversa da AD de redução de impostos é música para os seus ouvidos.</p><p style="text-align: justify;">Apesar de eu compreender as dúvidas desses hesitantes ou de preferir e um PS mais social-democrata e mais virado para a frente, mais aberto às grandes questões do mundo, e, em contrapartida, menos agarrado às reivindicações corporativistas de várias classes profissionais, considero que, face às reais alternativas, o PS é a melhor aposta, a mais segura, a que me dá mais confiança, a mim e ao País. Apesar de votar onde poderia eleger deputados do Livre, não quero arriscar. O meu voto é consciente e é útil.</p><p style="text-align: justify;">Jamais daria o meu voto a quem pode colocar em risco a democracia, a liberdade, os avanços sociais que já foram conseguidas, a aventureiros, a populistas, a gente desqualificada ou traiçoeira.</p><p style="text-align: justify;">E agora, esperando que não levem a mal, vou importar para aqui as declarações de voto de duas pessoas cuja opinião prezo.</p><p>Da declaração de voto do Rui Bebiano (<i><a href="https://www.aterceiranoite.org/2024/03/05/a-minha-escolha-no-dia-10/" target="_blank">A minha escolha no dia 10</a></i>):</p><p style="text-align: justify;"><i></i></p><blockquote><p style="text-align: justify;"><i>O meu voto sempre esteve, no momento da decisão, associado à pluralidade da representação da esquerda e à escolha de políticas baseadas nos valores que esta fundamentalmente partilha. A saber, para mim e para tantas outras pessoas: a defesa da democracia e da liberdade, a promoção da justiça social e de um desenvolvimento material harmonioso, a propagação do bem-estar, da saúde e da educação, o progresso da cultura, a defesa dos direitos humanos e do relacionamento pacífico entre povos. Sempre ancorados no papel imprescindível, ainda que infinitamente em construção e aperfeiçoamento, do Estado-Providência. É este, na essência, o sentido da minha escolha no momento de votar. E é também esta a razão pela qual, com o gesto, procuro contribuir para afastar a direita, a extrema e a dita «moderada», que são o contrário de tudo isso.</i></p><p style="text-align: justify;"><i>Direto agora ao assunto apontado no título. O partido cujo programa, apesar de algumas pequenas discordâncias, está mais próximo das minhas convicções – a defesa integrada de universalismo, liberdade, igualdade, solidariedade, socialismo, ecologia e europeísmo – é o Livre. Todavia, sei que, no presente contexto e com a atual lei eleitoral, em muitos distritos levará a votos perdidos; assim, se votasse em Lisboa, Porto, Braga ou Setúbal, onde pode eleger, votaria no Livre, mas não sendo o caso, votarei sem hesitar no Partido Socialista. Este é o partido de esquerda mais forte e aglutinador, que pode impedir o regresso da direita e tem condições para governar. Mesmo discordando de algumas das suas escolhas e personalidades, creio ser a solução possível, de preferência em convergência à esquerda. Tendo simpatia por escolhas e por pessoas do Bloco de Esquerda, que por muitos anos apoiei, reconhecendo o seu importante papel, temo o seu desequilibrado sentido institucional, bem como algumas das suas prioridades no combate político, mas representará sempre uma opção progressista e combativa.</i></p><p style="text-align: justify;"><i>Nas últimas eleições sugeri o voto em qualquer dos partidos da esquerda, mas reduzo agora o leque, pois dois deles perderam a escassa confiança que neles ainda tinha. Um é PAN, sem coerência para além das suas causas pontuais, pactuando com diferentes campos sem uma orientação clara, desde que da escolha resulte a participação num quinhão de poder. Outro é o PCP – o PEV é, de facto, um partido sem vida própria – que, apesar da sua respeitável história e das muitas pessoas honradas que sem dúvida inclui, continua a revelar-se defensor de ditaduras, como as da China, da Coreia do Norte ou de Cuba, e de regimes autoritários, como o da Venezuela, o da Síria e o da Rússia neoimperialista. Ao mesmo tempo, tem pactuado com a invasão da Ucrânia, em nome de uma «paz podre», tem sido sempre anti-União Europeia, e, além de conservador no plano dos costumes, tem-se batido contra causas justas e urgentes, como a defesa da morte assistida ou o fim das touradas. Quem considere isto irrelevante, que me ignore.</i></p><p style="text-align: justify;"><i>A minha escolha é esta e a ela não voltarei até ao dia das eleições.</i></p><p style="text-align: justify;"><i><br /></i></p></blockquote><i style="text-align: justify;"><a href="https://aspirinab.com/valupi/declaracao-de-voto-4/?utm_source=rss&utm_medium=rss&utm_campaign=declaracao-de-voto-4" target="_blank">Da declaração de voto do Valupi</a>:</i><br /><blockquote><p style="text-align: justify;"><i>(...) O meu voto no PS é paradoxal. Considero que esse partido suporta isolado a coesão da comunidade, ligando as carências de pobres, remediados e ricos em políticas que não ambicionam a revolução nem a perfeição. A história do PS como partido de poder confunde-se com a história da democracia como regime da inclusão e do desenvolvimento pragmático, realista, consequente. E estes predicados são os mesmos que me levam a considerar o PS como o principal responsável pela perigosíssima, e já trágica, disfunção dos órgãos de Justiça, Ministério Público como corporação e certos juízes incluídos.</i></p><p style="text-align: justify;"><i>No PS não existem respostas para essa crise do poder judicial tomado pelo justicialismo e cometendo crimes sistemáticos. Não existe sequer um discurso que permita ter esperança a respeito. Restam as pessoas a dar o seu melhor, confusas e assustadas com os poderes fácticos em acção. Sendo demasiado pouco, é nesta circunstância infinitamente melhor do que nada.</i></p><p style="text-align: justify;"></p></blockquote><p style="text-align: center;">_________________________________________</p><p style="text-align: center;">Um dia bom</p><p style="text-align: center;">Saúde. Pés na terra. Paz.</p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-23550363969472389792024-03-05T18:17:00.000+00:002024-03-05T18:18:20.473+00:00Em dia de ida a dois médicos, algumas conclusões (e, a despropósito, pessoas que não existem e outras cenas de AI que são de um outro mundo)<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeFLfAyryyl4KjaawCJvWgW0uXIIjA3KHYGnCxPTT_J5uQi0hLZJeG8iOPZu3FpVNBRsYcMj_k9chfrBmUvabEatBLltnc523hI9zFMdiwi7bndivU6xHBRv1_Pge1_RAmGnewu3QN0Av_2m92dVtf_BDM-5L13GkKrySlieXjxCMkwX6oKULJ20T64Wed/s1726/lindas.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1726" data-original-width="1240" height="580" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeFLfAyryyl4KjaawCJvWgW0uXIIjA3KHYGnCxPTT_J5uQi0hLZJeG8iOPZu3FpVNBRsYcMj_k9chfrBmUvabEatBLltnc523hI9zFMdiwi7bndivU6xHBRv1_Pge1_RAmGnewu3QN0Av_2m92dVtf_BDM-5L13GkKrySlieXjxCMkwX6oKULJ20T64Wed/w417-h580/lindas.jpeg" width="417" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Devido àquela bizarra situação que fez com que activassem o protocolo dos enfartes, chamassem o INEM, me enfiassem numa ambulância que me levou para as Urgências, lá chegada me tivessem levado, de cadeira de rodas, para a Reanimação e me tivessem feito lá estar até ao princípio da tarde do dia seguinte, agora uma vez por ano tenho que ir ao Cardiologista.</div><p style="text-align: justify;">Era para ser no fim do ano passado. No fim do verão liguei para marcar a consulta (num hospital privado). Como afinal a escassez de médicos parece ser geral e não apenas no SNS, só consegui consulta para hoje. </p><p style="text-align: justify;">Entretanto, estando reformados e querendo começar a ir ao médico de família, depois de uma primeira consulta creio que no fim do verão e tendo ele mandado fazer alguns exames, tentámos marcar consulta para o fim do ano. Debalde. Fomos tentando. Debalde. Até que, finalmente, lá nos ligaram a propr uma data. Ora bem. Qual data? Pois. Justamente, também hoje. Com duas horas de intervalo e vários quilómetros e muito trânsito de permeio. </p><p style="text-align: justify;">Ou seja, cheguei a uma das consultas à tangente. Aliás, um pouco atrasada.</p><p style="text-align: justify;"><i><b>Primeira conclusão</b></i></p><p style="text-align: justify;">Na sala de espera do Centro de Saúde, no espaço da Saúde Infantil, todas as crianças que vi, todas, eram filhas de imigrantes. Várias. </p><p style="text-align: justify;">Uma alegria. Já que os portugueses de gema não se reproduzem, ainda bem que os imigrantes o fazem. Só desejo que sejam felizes por cá, que por cá fiquem, que por cá trabalhem, que por cá efectuem os seus descontos. </p><p style="text-align: justify;">Portugal só tem a ganhar com esta situação.</p><p style="text-align: justify;"><i><b>Segunda conclusão</b></i></p><p style="text-align: justify;">O carro tinha ficado estacionado no parque de uma superfície comercial. Quando lá fomos buscá-lo assistimos a uma grande confusão, muitos gritos, muito barulho, grande correria. Um rapaz tinha sido agarrado pelos Seguranças, gritava como um capado, e, ao correr tinha derrubado várias pessoas e várias coisas. O rapaz era português. Ou seja, se houve aqui um episódio que deixa as pessoas inseguras, ele não causado por nenhum migrante.</p><p style="text-align: justify;"><i><b>Terceira conclusão</b></i></p><p style="text-align: justify;">O trânsito das cidades continua intenso e para quem, como eu, vive geralmente afastada da confusão, isto já fere, e muito, a minha qualidade de vida. A sociedade, no seu conjunto, deveria zelar por retirar stress ao movimento nas cidades. Mais transportes públicos, muito mais teletrabalho, horários mais desencontrados, quiçá horários mais leves... Muito deve ser feito para retirar trânsito e confusão das ruas. Ainda por cima, apanhei um grande acidente, muitos carros completamente espatifados, polícias. E, noutro ponto, muito trânsito resultante de um outro acidente. É o resultado do stress, tantos acidentes. </p><p style="text-align: justify;"><i><b>E não continuo com as conclusões porque ou paro já ou continuo até amanhã de manhã</b></i></p><p style="text-align: center;">_____________________________________</p><p style="text-align: justify;">E, para além disso, continuo às voltas com os temas burocráticos em torno de cenas que deveriam ser simples mas que, para mim, são chinês em estado puro. Volta e meia concedo-me uma pausa nestas coisas pois parece que fico bloqueada. Mas vou ter que voltar a tratar disto. </p><p style="text-align: center;">___________________________________________________</p><p style="text-align: justify;">E aqui chegada acho que devo partilhar um vídeo do <i>Guardian</i> que me põe doida, que me faz apetecer hibernar, que me dá volta ao miolo.</p><h2 style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">How AI creators cement outdated beauty standards</span></i></h2><p style="text-align: justify;"><i></i></p><blockquote><p style="text-align: justify;"><i>Images created by AI are getting exponentially better, to the point where many people are unable to separate them from the real thing.</i></p><p style="text-align: justify;"><i>As this technology continues to develop, challenges to our perception of what is real are immense, and our trust in what we are seeing is eroded. These fake people are already changing industries such as modelling and marketing, but can they offer a more diverse reflection of humanity than has historically been available - or are they destined to reflect the narrow standards of beauty these industries have long been drawn to?</i></p></blockquote><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/e1WfxWh2t3U?si=xeBxb-NMgwLRf-f5" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">__________________________________________</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Sobre a fotografia lá acima, em minha opinião, muitto linda, retirada do <a href="https://www.theguardian.com/fashion/2024/mar/05/elle-macpherson-melbourne-fashion-festival-2024" target="_blank">Guardian</a>: <i>A photograph by Melbourne artist Atong Atem, ‘Adut and Bigoa, 2015’ which will show at the NGV as part of a local component of Africa Fashion, an exhibit travelling to Australia from London’s V&A. Photograph: Courtesy Mars Gallery, Melbourne</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;"><i>__________________________________________________</i></div><div style="text-align: justify;"><i><br /></i></div><div style="text-align: center;">Um dia feliz</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Saúde. Leveza. Paz.</div>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-43099149200390208072024-03-04T20:36:00.000+00:002024-03-04T20:55:45.274+00:00Pergunta: o espaço que a TVI oferece ao Paulo Portas é para ele "analisar a atualidade internacional e os problemas com que nos defrontamos à escala global" ou para fazer uma descarada campanha a favor da AD e contra o PS?<p> </p><p>Retiro do site da TVI para que se veja qual a finalidade deste espaço:</p><p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiEssWADd0dqKjgMy3U91zAMr_fhFE9li3Ppuy0DDwn_DHZOebVcGr4lMDp4RcHQzOkELDqPuhSMCLLHlL-jpS23ZWvOkQNzA4hy4lukQRQIUqxpF8hH2klKrUWTVPuRpv9uWE8YZ--D2d0c5BcR957Es_KBIectCH3-SD9mKUl4z4VgYamquZQPVNpUUzY" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img alt="" data-original-height="423" data-original-width="1278" height="179" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEiEssWADd0dqKjgMy3U91zAMr_fhFE9li3Ppuy0DDwn_DHZOebVcGr4lMDp4RcHQzOkELDqPuhSMCLLHlL-jpS23ZWvOkQNzA4hy4lukQRQIUqxpF8hH2klKrUWTVPuRpv9uWE8YZ--D2d0c5BcR957Es_KBIectCH3-SD9mKUl4z4VgYamquZQPVNpUUzY=w540-h179" width="540" /></a></div><br /><div style="text-align: justify;">Ora aquilo a que estou a assistir não é nada disto. Estou a vê-lo a fazer uma descarada campanha a favor da AD e contra o PS. Descarada. Despudorada. </div><p></p><p style="text-align: justify;">A Entidade Reguladora para a Comunicação Social não terá uma palavra a dizer?</p><p style="text-align: justify;"><br /></p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-22306840877616657412024-03-03T17:31:00.000+00:002024-03-03T17:37:41.915+00:00A paz in heaven<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"><i></i></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><i><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqNQP5fGWTm7v4g-Opg-iKIFnk8d8SRS2L4tC379MRGHVRFJiZvImwbb-nkUbG33YOzkUFa94vATT8gs0sVIyiVqgOCepjmToAfCa23JKQi3X_NpowkYsUZ_kn6NLoZ9Zl0CkKFD-KdqvKK2jCwr7wUDIEhVHKPhUu4qslvP7FUzcD0Em6ye5KGaRA-4fm/s2040/cores%20in%20heaven%202.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1530" data-original-width="2040" height="309" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqNQP5fGWTm7v4g-Opg-iKIFnk8d8SRS2L4tC379MRGHVRFJiZvImwbb-nkUbG33YOzkUFa94vATT8gs0sVIyiVqgOCepjmToAfCa23JKQi3X_NpowkYsUZ_kn6NLoZ9Zl0CkKFD-KdqvKK2jCwr7wUDIEhVHKPhUu4qslvP7FUzcD0Em6ye5KGaRA-4fm/w411-h309/cores%20in%20heaven%202.jpg" width="411" /></a></i></div><div style="text-align: justify;"><i>In heaven</i> <span style="font-style: normal;">o terreno é atravessado por um caminho de acesso a outras propriedades. Chama-se serventia mas, na prática, é uma estrada. </span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: normal;"><br /></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="font-style: normal;">Quando, há muitos anos, por causa dos caçadores que, na altura, iam atrás dos coelhos marimbando-se para o facto de estarem a invadirem propriedade privada, a aproximar-se perigosamente da casa, com receio que algum dia ainda houvesse alguma chatice, tanto mais que os miúdos ain</span>da eram pequenos, vedámos todo o terreno na parte em que está a casa. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Quando trabalhava, pensava que, um dia que nos retirássemos, talvez nos dedicássemos ao pedaço de terra que está do lado de lá da estrada. Mas o que acontece é que agora há tempo mas não há motivação, energia. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois, em teoria ou em abstracto, tudo é possível. Mas, na prática não é bem assim. Há a hidro deep, há o dia em que vai este, o dia em que vai aquele, o dia em que o cão vai para a 'escola', o dia em que temos que tratar disto ou daquilo. Ou seja, em boa verdade, não se consegue estar no campo muitos dias de seguida. Continua a ser muito na base do toque e foge ou, então, nas férias das actividades. Portanto, onde é que há tempo e energia para, lá chegados, nos pormos a cavar, a plantar, a cuidar? Não há.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Mas tenho pena. </p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgClXrbnPoIzA5i6X-A8eZ4HnvfdMNbQKuAvZxnPW8zVnDJQM5MseQ3Fz7KtszbJIU8mjsYFcSu48jOXoYDCmlYKlH1y9N6uXPKQP_1_QD8DnM4WxUMZS3Jl9Sw57OEiTpyok60bN24NrC0jxSw3oWHEqaPs_6cPBoMTa7Od7u4hox6FtN9KXLb9mdjaVgB/s2040/cores%20in%20heaven%201.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1530" data-original-width="2040" height="299" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgClXrbnPoIzA5i6X-A8eZ4HnvfdMNbQKuAvZxnPW8zVnDJQM5MseQ3Fz7KtszbJIU8mjsYFcSu48jOXoYDCmlYKlH1y9N6uXPKQP_1_QD8DnM4WxUMZS3Jl9Sw57OEiTpyok60bN24NrC0jxSw3oWHEqaPs_6cPBoMTa7Od7u4hox6FtN9KXLb9mdjaVgB/w397-h299/cores%20in%20heaven%201.jpg" width="397" /></a></div><div style="text-align: justify;">Ainda hoje, ao andar por lá, no terreno do outro lado da estrada, me lembrei que, durante muito tempo, tive vontade de lá ter uma casinha na árvore pois, daquela zona, a vista é uma maravilha. Mas fazer uma casinha na árvore... para quem? Para mim? E ia lá estar sozinha? Não estou a ver o meu marido querer ir para uma casinha na árvore... E os miúdos, em especial nesta época fria e chuvosa, pouco lá vão, e ainda mais agora em que três deles são jogadores de competição e têm geralmente jogos aos fim de semana.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Mas a vida em ambiente natural continua a ser para mim o paraíso. O ambiente de bosque, o arvoredo, os musgos e os líquenes, os pássaros, agora os esquilos, tudo é para mim uma maravilha. Sempre que ando sozinha neste ambiente, mesmo que sob chuva e com vento e frio, sinto uma paz absoluta, uma grande felicidade. Pode parecer impossível, conversa fiada. Acredito. Mas é a verdade.</p><p style="text-align: justify;">E talvez por isso, me ponha a ver, de gosto, vídeos como aquele que partilho que é da autoria de Stefano Ianiro de quem já antes mostrei pelo menos um outro.</p><p style="text-align: justify;">Fico encantada e sempre com vontade de fazer qualquer coisa do género. Parece que não é difícil. E atrai tanta vida... O pior é a preguiça... Dá-me ideia que é ele, o rapaz do vídeo, sozinho, que faz tudo. Tem máquinas. Nós não as temos. Nem temos a idade e a energia dele. Teríamos que contratar quem nos ajudasse e estou mesmo a ver o meu marido a estar para ter lá gente a perturbar a nossa existência, ainda por cima para se fazer coisas sem as quais ele passa muito bem.</p><p style="text-align: justify;">Contento-me em ver. E pode ser que faça alguma versão minimalista.</p><h2 style="text-align: center;"><span style="font-size: medium;">O que aconteceu com o lago para banho de pássaros que construí?</span></h2><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/vbE-FUE4vyM?si=tA1v3O_LK-pGFe2K" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">______________________________________</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Desejo-vos um bom dia de domingo.</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Saúde. Serenidade. Paz.</div>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-70600401370141903872024-03-02T22:28:00.000+00:002024-03-02T22:33:34.218+00:00Serenidade<p style="text-align: justify;"> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjxMe4UGnqg-UfmWaDeVkpQmDRDQjTaoepFBUvz6DAcpxZXCjMjg2lrzpUwKutLdYn4kOySX3YlbXK_FIVdOgyHsmutIGV-6HXhHvY2PpqVr9no9yTveKBuQa0wd2q2jnRgDtukALHBjGI1TfAndPRqAJ9xoRbePSflOxNCXfd3xle8s3pyXgiUbdKrqsj/s1844/figueira.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1844" data-original-width="1362" height="470" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgjxMe4UGnqg-UfmWaDeVkpQmDRDQjTaoepFBUvz6DAcpxZXCjMjg2lrzpUwKutLdYn4kOySX3YlbXK_FIVdOgyHsmutIGV-6HXhHvY2PpqVr9no9yTveKBuQa0wd2q2jnRgDtukALHBjGI1TfAndPRqAJ9xoRbePSflOxNCXfd3xle8s3pyXgiUbdKrqsj/w346-h470/figueira.jpg" width="346" /></a></div><p style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="225" src="https://www.youtube.com/embed/48zd6YNOWZM?si=8ZFXukjrDYAGBpJW" title="YouTube video player" width="400"></iframe></p><p style="text-align: justify;">Dia de descanso. Nem monda por gavetas repletas de infindáveis pastas, dossiers, envelopes com mil coisas dentro, nem transporte de sacos e caixotes, nem arrumação do que se trouxe. </p><p style="text-align: justify;">Nada. Intervalo.</p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7TZia7z-VFoZ3dRTTzg51qSrYr3arw8CYAoN_HfxljRlgD6z5WbilcZmW-dL5T20GdKquCeRDG7UDil7VHIEMvfcxRa6BOU7Qjgm8U_UWP_CZsjI-2ZZzfyDu_HBww2Vb6icfkEREllVhwOn9XLE8C8-cqhZhiBRyDwd-9if1a5tstNAKVYYLhnzAqjJf/s1530/flor%20abrinheiro.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1211" data-original-width="1530" height="276" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7TZia7z-VFoZ3dRTTzg51qSrYr3arw8CYAoN_HfxljRlgD6z5WbilcZmW-dL5T20GdKquCeRDG7UDil7VHIEMvfcxRa6BOU7Qjgm8U_UWP_CZsjI-2ZZzfyDu_HBww2Vb6icfkEREllVhwOn9XLE8C8-cqhZhiBRyDwd-9if1a5tstNAKVYYLhnzAqjJf/w350-h276/flor%20abrinheiro.jpg" width="350" /></a></div><div style="text-align: justify;">Estava muito precisada de desligar. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Tem sido pesado.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Depois de já muito ter sido escolhido, perguntam-me os meus filhos porque, agora, o que sobra, não vai tudo direito ao lixo. Não posso. Tenho descoberto coisas extraordinárias onde menos se espera.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Ontem descobri um caderninho feito manualmente pela minha mãe, muito à semelhança do outro feito pela minha bisavó, sua avó materna, em que ela escreve o nome completo de todas as pessoas da família, data de e local de nascimento e, no caso dos falecidos, data em que foram para o hospital, data da morte, com quem se casaram e em que data, ou, no caso dos mais novos, nome completo, data de nascimento, nome dos pais. </p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVETwuqSEBMFs4Lxm3H5Vzs7VH4NN3FNf4mHWl-UtY_0xI2k8d9Cf8ys_H4ToB91hFWcKmUx9K6Y9x8dtcCE_SqV87RLMccLO-ZAhWG1Ho8DfKE3qyIkUlLL3XSQoec-XgcziI72C5j5M3WP6YKCgVQdzLhGBLMFuhTzGQIV60e_Vv8_ZbUUtG3WFlG7i-/s2040/folhado.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="2040" data-original-width="1530" height="395" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVETwuqSEBMFs4Lxm3H5Vzs7VH4NN3FNf4mHWl-UtY_0xI2k8d9Cf8ys_H4ToB91hFWcKmUx9K6Y9x8dtcCE_SqV87RLMccLO-ZAhWG1Ho8DfKE3qyIkUlLL3XSQoec-XgcziI72C5j5M3WP6YKCgVQdzLhGBLMFuhTzGQIV60e_Vv8_ZbUUtG3WFlG7i-/w296-h395/folhado.jpg" width="296" /></a></div><div style="text-align: justify;">Fiquei a saber que um dos filhos de um dos meus primos tem o mesmo nome próprio (nome duplo) que um dos meus netos. Conhecemo-los apenas pelo primeiro nome e foi preciso a minha mãe ter morrido para eu descobrir que estes jovens primos são homónimos. </div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div style="text-align: justify;">Vi também duas cartas que me foram dirigidas e que juraria que nunca antes as tinha visto. Aliás estavam num lugar muito improvável, uma de um prévio namorado e outra de um que, tempos antes, tinha sido forte candidato a sê-lo. Provavelmente, a minha mãe temeu que fossem perturbar o meu namoro da altura. Mas isto, claro, são conjecturas minhas.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Descobri também umas folhas assinadas por muita gente, creio que terá sido quando o meu pai se reformou. Tenho que ver com atenção. </p><p style="text-align: justify;">E muitas medalhas dele, muitas dos seus feitos desportivos.</p><p style="text-align: justify;">E descobri uma coisa que muitas vezes tinha desejado ter: umas folhinhas escritas por mim com o nome completo e a morada de muitos dos meus amigos. Há uns dias, ao ver muitas cartas que me tinham sido dirigidas, via apenas o nome abreviado (Mané, Noémia, etc) e não conseguia recordar-me do nome todo e de quase todas não sabia a morada pois no envelope, na parte de trás, escreviam apenas esse nome abreviado. Quanto muito, e raramente, por baixo, o nome da cidade. Ou a minha grande amiga e correspondente de que apenas sabia ser São Tavares. Agora tenho o nome completo e a morada.</p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguc4UAz9VlYahCFM3W0fvo-xBubmSOuso8T1Tc2DmNCXaRk4wnkVBLFTIIfinrXLv4OoHl00i6MaXY5kgOCD_PYrqdYI39EtXs5nnaOk3tGYUqYYCXkU_NaQ4gwJcpCAZ_VOJ5SL59YhRWmw2Tu8XzXYiXSHrpOzunkrEITkaga-Muc4RwxewoK-iqCuDi/s1739/alecrim.jpg" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1739" data-original-width="1318" height="378" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEguc4UAz9VlYahCFM3W0fvo-xBubmSOuso8T1Tc2DmNCXaRk4wnkVBLFTIIfinrXLv4OoHl00i6MaXY5kgOCD_PYrqdYI39EtXs5nnaOk3tGYUqYYCXkU_NaQ4gwJcpCAZ_VOJ5SL59YhRWmw2Tu8XzXYiXSHrpOzunkrEITkaga-Muc4RwxewoK-iqCuDi/w287-h378/alecrim.jpg" width="287" /></a></div><div style="text-align: justify;">É verdade: fica para a posteridade o que está escrito em papel. Ainda ontem, quanto contei isto ao meu filho, ele o disse. Na verdade, só isso fica. Computadores que se desactualizam, de que não sabemos as passwords, acabam por ser uma caixa preta em que o mais certo é irem para o lixo. Quantos dos meus computadores já foram para o lixo... Sei lá qual a password que usava na altura. E, caso se liguem, estão horas a fazer actualizações e muitas já nem podem ser feitas. Em contrapartida, o papel sobrevive a gerações.</div><p></p><p style="text-align: justify;"></p><div style="text-align: justify;">Be., portanto, não quis salvar coisas com que o meu marido não concorda, não tentei trazer coisas que o meu marido se recusa a transportar, não tive que andar a ver infinitos papéis. Hoje nada disso, zero, hoje dia de descanso. </div><p></p><p style="text-align: justify;">Campo, ar puríssimo, tudo verdinho, tudo a florescer, as árvores com as folhinhas e os frutinhos a despontar, preciosidades, milagres da beleza espontânea, os passarinhos numa alegria e, certamente, a julgar pela quantidade de pinhas roídas, os esquilos também.</p><p style="text-align: justify;">Pena foram dois pequenos percalços. </p><p style="text-align: justify;">Quando estávamos a chegar, lembrei-me de que me tinha esquecido das chaves. Ainda por cima, trazíamos o carro cheio. Felizmente, no molho de chaves com que ando sempre, tenho uma chave da casa. Mas não do portão... Então o meu marido teve que saltar a vedação. Receei que se espetasse todo nos espigões ou que se espetasse no chão ao saltar... mas vá lá que não. Sobreviveu. Claro que o cão estava maluco com esta dinâmica, saltava, ladrava. Não percebia. Eu, do lado de fora, a agarrá-lo e o dono a saltar o muro. </p><p style="text-align: justify;"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR6OGBK1hMfnnXI66bUXk7mLUumFf3XdPASHeIg8BAji5leWUDFX0MyJ4NkRbLVawwzzmI5cpfPHk3Cgpsw7_5FjDH84tKm27vpcZozhk56kvV_S91VEYSg448EPcGM4EgrUR5BgLuMEmilROg-FLWY7Cr2EUot3zjMaHpNZ3sHjkBDPM8Ek8JN-ZUAMuA/s1530/pinhas%20roidas.jpg" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" data-original-height="1235" data-original-width="1530" height="292" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjR6OGBK1hMfnnXI66bUXk7mLUumFf3XdPASHeIg8BAji5leWUDFX0MyJ4NkRbLVawwzzmI5cpfPHk3Cgpsw7_5FjDH84tKm27vpcZozhk56kvV_S91VEYSg448EPcGM4EgrUR5BgLuMEmilROg-FLWY7Cr2EUot3zjMaHpNZ3sHjkBDPM8Ek8JN-ZUAMuA/w362-h292/pinhas%20roidas.jpg" width="362" /></a></div><div style="text-align: justify;">Conseguiu entrar em casa mas agora -- desde que, há uns anos, assaltaram o quintal e levaram mesa e cadeiras e bancos grandes e artesanais de Monchique -- temos um cabo e cadeado no portão... e em casa não encontrámos nenhum duplicado da chave do cadeado.</div><p></p><p style="text-align: justify;">Então o meu marido foi abrir o portão lá de baixo, ao fundo, longe da casa, e entrámos por lá. Mas como o carro não consegue chegar ao pé de casa quando se vem lá de baixo, passei as coisas pela vedação, cá em cima, ao meu marido. Um contratempo.</p><p style="text-align: justify;"></p>E este foi o primeiro percalço. <div><br /></div><div style="text-align: justify;">O segundo foi um pouco pior. Fui abrir as janelas da parte mais antiga da casa. Tem uns degraus em pedra muito altos. Quando vinha a chegar cá a baixo, voltei-me para cima para me certificar de que tinha apagado a luz do quarto lá de cima. E, acto contínuo, julgando que estava no último degrau e que descendo-o ficaria no piso térreo, desci de 'marcha atrás'. Só que não, ainda havia outro e coloquei o pé na sua beira. Como estava de meias e com chinelos, o próprio pé escorregou no chinelo. Conclusão, nesse mesmo segundo levantei voo e caí para trás, desamparada, no piso de pedra. Segunda conclusão: bati com as costas na porta e caí, com toda a força, de rabo e apoiada numa mão. Felizmente, graças à porta, a queda foi amortecida e não bati com a cabeça no chão. Mas agora mal posso estar. Vou ficar com a nádega negra, verde. Receei pela mão mas parece que daí menos mal. Ao cair, acho que bati os maxilares um no outro e, num primeiro momento, doeu-me tanto que receei que daí também viesse algum problema. Felizmente parece que não. Mas ao longo do dia tenho vindo a ficar progressivamente mais dorida. </div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTSH684uDuZ3mlRbjjp0DYBs3ir1RyskvImMcTXZbJjrKlbxMTK47obFFgr8aoBupKLUpHFNm5oWLitd3EXq-7VVhOcNSAUFZj53JuzQZhW2XzwMGlAxPdK3hlUx6eNIR0216yGHEtsgPl_BAvuZ3rHH8omXm_jXHIG2gUl1spf4N6p3Znjj7e5dN8Um0o/s1521/coisa%20mais%20fofa.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1521" data-original-width="1162" height="418" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiTSH684uDuZ3mlRbjjp0DYBs3ir1RyskvImMcTXZbJjrKlbxMTK47obFFgr8aoBupKLUpHFNm5oWLitd3EXq-7VVhOcNSAUFZj53JuzQZhW2XzwMGlAxPdK3hlUx6eNIR0216yGHEtsgPl_BAvuZ3rHH8omXm_jXHIG2gUl1spf4N6p3Znjj7e5dN8Um0o/w319-h418/coisa%20mais%20fofa.jpg" width="319" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: justify;">Contudo, o importante não são os percalços, o importante é que dei descanso à cabeça e ao corpo. Um dia bom, sereno. Estivemos tranquilos, felizes, em comunhão com a natureza. E, ao usar o plural, incluo o nosso inseparável e querido amigo que, no campo, revive as suas raízes ancestrais, encontra a total liberdade de movimentos.</div><div style="text-align: justify;"><br /></div><div style="text-align: center;">_________________________________________________</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Desejo-vos um bom sábado</div><div style="text-align: center;">Saúde. Tranquilidade. Paz.</div><div style="text-align: center;"><br /></div>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-6245929037190645902024-03-01T22:31:00.000+00:002024-03-01T22:34:36.114+00:00Alô, alô Pedro Nuno Santos! Alô, alô senhores do PS! Querem ganhar as eleições? Então descolem das políticas do PCP e do BE!<p> </p><p style="text-align: justify;">Se eu gostasse das ideias e das políticas defendidas pelo PCP, votava no PCP. Ora, nas legislativas, nunca votei no PCP e, embora haja aquela posição prudente de dizer 'nunca digas nunca', aqui acho que não há o risco de errar se disser que jamais votarei no PCP. São retrógrados, lunáticos, sectários, fechados à realidade. Nem pensar.</p><p style="text-align: justify;">Se eu gostasse das ideias e das políticas defendidas pelo BE, votaria no BE. Ora nunca votei e, tal como no caso acima, acho que jamais votarei Bloco de Esquerda. São frequentemente populistas, são desleais, são sectários e, se forem maioritariamente, como a líder Mortágua, há ali um ímpeto justicialista, castigador, inquisitório.</p><p style="text-align: justify;">Quando voto no PS, apesar de, por vezes não concordar com algumas políticas, voto por, em geral, me identificar com a ideologia do PS e não para que não sejam implementadas políticas defendidas pelo PCP e BE e que não fazem parte do programa político do PS.</p><p style="text-align: justify;">Por isso não me agrada minimamente a possibilidade do PS poder vir a governar com as muletas do BE e do PCP. Minimamente. </p><p style="text-align: justify;">Acredito que, tal como eu, muita gente, ao pensar que o Pedro Nuno Santos está disponível para se chegar ao PCP e ao BE, fica arrepiada. E, se o arrepio for grande, muita gente poderá sentir-se tentada a fugir para a AD.</p><p style="text-align: justify;">Se achei uma boa coisa há uns anos, quando era preciso correr com o Láparo & Cia de má memória -- que venderam o país ao desbarato, que correram com os jovens do país e que empobreceram tudo e todos excepto alguns <i>happy few</i> que compraram algumas das nossas melhores e mais estratégicas empresas-- agora gostaria que nem se chegassem perto do poder.</p><p style="text-align: justify;">Outra coisa, que me parece bem diferente do PCP e do BE, é o Livre. O Livre parece-me civilizado, inteligente e parecem ser boas pessoas, informadas e sensatas.</p><p style="text-align: justify;">Também tenho ideia que no PAN, se forem quase como a Inês Sousa Real, também será gente equilibrada.</p><p style="text-align: justify;">Talvez tivesse sido ajuizado que, face aos riscos reais da direita subir (muito graças ao Chega), o PS tivesse feito uma aliança eleitoral com o Livre e o PAN, deixando claro que já estava mais que escaldado com o PCP e com o BE.</p><p style="text-align: justify;">Mas não fez pelo que não vale a pena agora chorar sobre o leite derramado.</p><p style="text-align: justify;">Contudo, tenho pena que o PS não tenha ainda percebido que deveria afastar-se das ideologias do PCP e do BE, mas afastar-se de forma muito clara, e, em contrapartida, que deveria mostrar que quer apoiar e acarinhar a classe média. Mas a classe média de verdade, não apenas os remediados que enganosamente são apelidados de classe média.</p><p style="text-align: justify;">Hoje, e muito pela mão do PS (ainda muito agarrados aos laços da Geringonça), consideram-se ricos os cidadãos que não passam de classe média-média. Isso significa que a partir de uma fasquia muito baixa a malta é taxada e espoliada como se fosse milionária.</p><p style="text-align: justify;">Isso é terrível e achata a pirâmide, fazendo com que o salário médio (líquido) seja muito baixo e com que muita gente nova nem pense duas vezes quando lhes aparece a oportunidade de trabalhar fora do País.</p><p style="text-align: justify;">Isto provoca ainda que, para quem cá fica, haja uma grande apetência pela fuga ao fisco, seja pelo recurso a expedientes (criar empresas que, na prática, são fictícias, para acomodar custos e pagar muito menos impostos) seja pelo recurso a uma economia paralela.</p><p style="text-align: justify;">Acredito que muita classe média se sente tentada a deslocar-se para a AD na esperança de ver a carga fiscal aliviada. Compreendo. </p><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px;"><p style="text-align: justify;">Se a AD fosse constituída por gente confiável (e não é) e se se conseguisse perceber alguma coisa de concreto do que prometem (e não se percebe) ou se não houvesse o risco real de ficarem na mão do Chega (e há), até eu sentiria tal tentação (mas, por tudo o que disse e por mais ainda, não sinto). </p></blockquote><p style="text-align: justify;">Mas o PS deveria pensar seriamente nisto: parte significativa da população quer respirar de alívio. Claro que os que ganham menos nem sequer pagam IRS. Esses já estão aliviados. Mas ainda mal começaram a tirar o pé da lama e já aí está o fisco a saltar em cima e a sugar o sangue dos que deveriam ser incentivados a ganhar até mais.</p><p style="text-align: justify;">Tenho vários amigos médicos. Vários reformaram-se o ano passado ou no início deste e os que estão a trabalhar só trabalham dois dias por semana pois dizem que mais que isso é ir tudo para impostos. Ora isto, este esbulho fiscal, não faz sentido.</p><p style="text-align: justify;">O último escalão de IRS deveria começar nos 150 ou 200 mil por ano. Quem ganha pouco achará isto um exagero. Mas pense-se nos dirigentes empresariais, nos médicos, nos advogados, etc, e perceber-se-á que se queremos fixar gente válida, atrair os que foram para o estrangeiro, se queremos desincentivar a emigração qualificada, se queremos evitar a fuga ao fisco, é essencial que se mude a fasquia fiscal e mental.</p><p style="text-align: justify;">E depois há também a questão dos Alojamentos Locais em que muito boa gente se sente defraudada. Não conheço bem essa realidade mas a verdade é que o turismo é um alicerce, um suporte e uma alavanca económico-financeira e a verdade é que há procura para os Alojamentos Locais. Portanto, querer que sejam os senhorios ou os pequenos empresários que investiram nessas unidades a suportar os custos de uma política de desinvestimento em habitação social é outro embaraço para quem gostaria de votar no PS. Que se reconvertam instalações públicas ou militares desocupadas, que se invista na habitação pública ou se apoiem as cooperativas para que haja habitação a preços baixos. Mas não se queira que sejam os privados, os senhorios, a ser sacrificados e a suprir lacunas que são da responsabilidade de toda a sociedade e não daqueles que têm no alojamento local ou no arrendamento a sua forma de rendimento.</p><p style="text-align: justify;">Transcrevo <a href="https://umjeitomanso.blogspot.com/2024/02/a-atencao-de-pedro-nuno-palavra-ao-meu.html?showComment=1709210726842#c4219701541157754027" target="_blank">um comentário que um Leitor, a quem agradeço, fez ao post que o meu marido escreveu ontem</a> pois creio que se o PS percebesse bem tudo isto e os anseios e as preocupações da classe média, certamente teria uma vitória folgada nas eleições.</p><p></p><blockquote style="font-style: italic; text-align: justify;">Mas esses bons resutados foi à pala do turismo e agora querem acabar com o AL, que é responsável por 40%. E porquê? Porque não construíram casas durante 15 anos? Mas os hotéis que venham, não é?, só porque não são detidos por pequenos empresários, mas sim grandes investidores estrangeiros... Venha o Nadal para o Rossio, que no prédio dele não cabiam famílias... Uma vergonha. Eu tenho 4 pequenos apartamentos que estavam abandonados e que recuperei ao longo do sacrifício de anos e agora vão-me confiscar 10.000€ ao ano, €2500 por cada. Sem sequer deduzir no lucro, que praticamente não tenho, já agora - em Portugal não se faz riqueza com nada, exceto os grandes merceeiros (Pingo Doce, Continente...), a EDP e os bancos. Não há empresas médias, quanto mais grandes, que produzam riqueza e possam crescer. Uma enorme traição do PS, que andou a vangloriar-se das "taxas e taxinhas" que pagaram o novo Museu à pala do turismo e que andaram anos, Medina e Costa, a enganar-nos ao regulamentar uma atividade que afinal era para abolir. PS nunca mais. Para ser enganado e deixado na miséria, eu e os meus funcionários que terei de despedir, voto noutros. E ainda falam do ressabiamento da direita: o PS entrincheirou o país à esquerda, recusando qualquer abertura para falar com PSD por escolha própria, assim fazendo crescer o CHEGA. O PS matou a direita moderada ao aliar-se exclusivamente à esquerda radical (sim, Bloco é comunista radical, as leis do arrendamento, as leis com novos Impostos e contribuições extraordinárias que propõem, a impossibilitação de acesso a creches e hospitais privados, etc., tudo o mostra). Eu que era PS, vejo-me nesta situação horrível, sem outra escolha que não a AD para me safar. Ou devo, já que estamos assim, votar direto no CHEGA? Que lástima, que país miserável.</blockquote><p style="text-align: justify;">Não estou confiante quanto aos resultados das eleições de 10 de Março. A minha esperança é que o PS atine e perceba que se quer ganhar as eleições e ganhar a confiança dos eleitores deve apontar ao centro e não à esquerda.</p><p></p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-69199134562201502652024-02-29T21:05:00.000+00:002024-02-29T21:06:35.480+00:00Marcelo & Companhia - ou entra mosca ou sai asneira - [De novo, a palavra ao meu marido]<blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"><i>O PR, que seguramente já estava em profundo sofrimento por não aparecer amiúde nas TVs, falou e brindou-nos com mais uma pérola.</i><span style="text-align: left;"> </span></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0px 0px 0px 40px; padding: 0px; text-align: left;"><p style="text-align: justify;"><i>Relativamente a mais um caso de agressão com tinta perpetrado por um jovem, resolveu pronunciar-se e dizer asneiras como já tinha acontecido em protestos anteriores idênticos. Um PR com sentido de Estado e bom senso teria dito que, numa democracia, por mais justas que sejam as causas, não se podem defender as causas praticando crimes e que os culpados devem ser punidos de acordo com a lei. Mas não. O Prof. Marcelo disse que não valia a pena continuarem a atirar tinta porque já não causa impacto, porque já não é eficaz. E disse mesmo mais, que da primeira vez tinha causado impacto, da segunda também mas depois que a coisa se banalizou e já ninguém liga. Acho que este tipo de declarações do Prof. Marcelo são graves para a democracia e espero que pelo menos alguns comentadores lhe "batam" com força. No seguimento do que, há uns dias, disseram vários médicos num programa na RTP2 sobre o sono, o facto do Prof. Marcelo pouco dormir estará a afetar-lhe as capacidades cognitivas. Temo o pior nos próximos capítulos.</i></p><p style="text-align: justify;"><i>Outro assunto: vi ontem uma parte das intervenções do José Gomes Ferreira e do Gaspar Macedo (julgo que é este o nome do puto que participou num painel com a Joana Amaral Dias e o Pedro Costa na CNN). Ambos (o JGF e GM) revelaram bem o que é, neste momento, a direita em Portugal: cheia de ódio, revanchista, desrespeitadora de quem tem opiniões diferentes e desejosa de vingança. Quem pensa votar na AD devia ter também em conta esta forma de a direita e seus arautos televisivos se comportarem. Felizmente, os poucos comentadores de esquerda que ainda são convidados pelas televisões têm um comportamento diferente e cordato. </i></p><p style="text-align: justify;"><i>Tanto o José Gomes Ferreira (que é tudo menos jornalista) e o puto interviram sempre de forma colérica, não dando hipótese aos outros intervenientes de falarem e vociferando quanto a tudo e contra todos desde que não fossem exatamente da mesma opinião que eles. O Ferreira até conseguiu dizer que a maior subida de impostos em Portugal foi a subida do IVA feita pelo PS de 21 para 23%. É uma afirmação tão estúpida que deixou os outros intervenientes de boca aberta e a "pivot", coitadinha, preferiu passar para um discurso da campanha eleitoral. Quanto ao puto que destila ódio a tudo que não seja direita pura e dura e que não dá "uma para a caixa", qual terá sido o critério seguido pela CNN para o contratar? Será o número de seguidores nas redes socias? Se for o número de seguidores mais vale contratarem "malta" do Big Brother para comentarem a campanha eleitoral que, mesmo eles, são capazes de dizer coisas mais acertadas do que o Gasparzinho e não indisporem tanto os espetadores. Sugiro também que a SIC substitua o Ferreira por alguém do "Era uma vez na quinta" que terá certamente maior adesão à realidade e não dirá tantas pantominices.</i></p></blockquote><blockquote style="border: none; margin: 0 0 0 40px; padding: 0px;"><div style="text-align: justify;"><i>Também o Pedro Bello Moraes, quando participa nos painéis, deveria, pelo menos, fingir que está ali como moderador isento, e não como fanático a favor da AD. É que, sistematicamente, toma as dores da coligação sempre que alguém critica, mesmo que ao de leve, o Montenegro ou afins. Cansa. Incomoda.</i><span style="text-align: left;"> </span></div></blockquote>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com7tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-45209211161477464012024-02-28T20:50:00.000+00:002024-02-28T20:55:01.066+00:00Pensamentos desnecessários<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">Não tenho muito a dizer. Como tinha antecipado, o dia foi muito preenchido e, não por acaso, cansativo.</p><p style="text-align: justify;">Afinal o problema técnico da véspera não tinha ficado resolvido e o meu marido chamou-os outra vez. Cá estiveram. Nós a termos que sair e eles sem aparecerem. Depois que afinal era precisa outra maquineta porque, segundo eles, a instalação anterior, de tão artilhada que era (que é), não tem funcionamento óbvio.</p><p style="text-align: justify;">Portanto, esta quarta-feira vêm outra vez, supostamente já com o dito equipamento. Como o meu marido vai ter que sair muito cedo, mais cedo ainda que eles, terei que ser eu a abrir-lhes o portão e a porta. Portanto, continuarei a não poder pôr o sono em dia.</p><p style="text-align: justify;">Saímos já nas horas de estalar. Depois uma reunião para ver se os imbróglios se desensarilham. Demorada. Não apenas porque o principal interveniente chegou atrasado mas também porque o tema tem o seu quê de rebuscado. Aliás, não é um tema mas, sim, dois.</p><p style="text-align: justify;">Dali, já tarde, seguimos para casa dos meus pais. Nesta fase, o meu marido já começa a dar mostras de uma impaciência que não tende a diminuir.</p><p style="text-align: justify;">Não sei como é que o assunto se poderia resolver de outra maneira. Não creio que se possa contratar gente para ver o conteúdo de gavetas e portas e prateleiras nem para escolher o que é lixo ou o que deve ser aproveitado. </p><p style="text-align: justify;">O problema é que interminável... </p><p style="text-align: justify;">Mesmo quando se pensa que a maior parte já está vista, revista e escolhida, a verdade é que, ao fim de muitos dias, tenho a plena consciência de que há ainda muito para ver. </p><p style="text-align: justify;">E, de cada vez que vêm coisas para cá, depois há que fazer outra ginástica: arrumar, ver onde se põe, onde se guarda, etc. </p><p style="text-align: justify;">E, em cima de tudo isto, a tristeza que isto me dá. Ver o que a minha mãe guardou, saber que achou que tinha valor estimativo, pensar nela a arrumar bem aquelas coisas... e eu agora desejando que aquilo acabe... </p><p style="text-align: justify;">Outras vezes, a tristeza ao ver a roupa que me lembro tão bem de a ver com ela, pensar que ela se foi e a roupa ali continua... Uma roupa bonita, jovem, bem cuidada. </p><p style="text-align: justify;">Outras vezes, a tristeza de pensar que parecia tão bem, ela, que fazia tanto gosto em arranjar-se bem, que tinha cuidado com a alimentação, com fazer exercício, e, afinal, em menos de nada, se foi. Não sabia que isto era possível, uma pessoa parecer bem e em dois meses entrar em declínio acelerado e morrer. Sempre pensei que, em idades avançadas, as doenças tumorais evoluíam lentamente. Afinal, avançou silenciosamente, sem sintomas, e, de súbito, galopou de forma exuberante, sem qualquer possibilidade de tratamento. Ela sabia o que tinha, há cerca de um ano e picos que o sabia, mas, se calhar, também pensou que as células não se multiplicariam. E como não tinha sintomas, deve ter pensado que não valia a pena maçar-se e maçar os outros com uma coisa que não estorvava. Não sei. </p><p style="text-align: justify;">Sei que isto não estava nos planos dela. Imaginava-se a viver por muitos mais e bons anos. </p><p style="text-align: justify;">Antes de resolver ir para a residência, mandou fazer uma limpeza a fundo à casa. Os cortinados foram retirados, lavados, os roupeiros esvaziados, tudo limpo. Descongelou e mandou limpar o frigorífico. Não queria empregada regular em casa, achava que dava bem conta de tudo. Mas, para essa limpeza profunda, concordou que tinha que ter ajuda. Foi uma limpeza e peras. Eu espantada. Para quê tudo aquilo...? Deixou a cama feita, o frigorífico ligado com comida, até fruta na fruteira na mesa da cozinha. Eu pensava que a ideia dela era até lá para ver se conseguia convencer o médico a suspender-lhe ou reduzir a medicação do coração que, segundo ela, só estava a fazer-lhe mal, e depois voltava para casa. Ou, se não gostasse daquilo, voltava para casa. Ou, quando lhe apetecesse, ia passar uns dias a casa. E eu concordava: se não gostasse, não tinha nada que lá ficar. Ia porque queria, ficava se quisesse, era dona e senhora da sua vontade.</p><p style="text-align: justify;">Uns dias antes, andava aborrecida porque não tinha uma pilha das grandes para o relógio da cozinha. Tinha várias mas nenhuma do formato necessário. Quando a teve, ela própria subiu a uma cadeira e mudou a pilha. Estava de saída para uma residência mas era como se apenas lá fosse passar uma breve temporada. Quando lhe perguntei para que é que estava a mudar a pilha ao relógio, disse que gostava de chegar à cozinha e ter sempre ali as horas. Não quis perguntar-lhe se estava mesmo numa de ir e vir.</p><p style="text-align: justify;">Mas, apesar disso, foi carregada de malas, parecia que ia para um cruzeiro em que tivesse que mudar de toilettes durante o dia. Até chinelos de quarto levou dois pares. Robes parece que também dois. Isto para o inverno. Dizia que não valia a pena levar logo roupa e calçado de primavera. Logo ia buscá-la quando chegasse a altura. </p><p style="text-align: justify;">Passados poucos dias estava a adoecer sem se perceber o que tinha. Tudo tão rápido.</p><p style="text-align: justify;">Mas, enfim, já não adianta pensar nisso pois nunca conseguirei compreender tudo o que aconteceu. Aparentemente nem os médicos que a acompanhavam (com excepção da pneumologista, à qual deixou de ir, dando-nos a entender que a médica lhe tinha dado alta, que já não vali a pena lá andar) e que nunca descobriram o que tinham, conseguirão perceber tudo o que se passou. </p><p style="text-align: justify;">Hoje desfiz-me das suas infinitas revistas de tricot, crochet, decoração, costura, revistas com moldes. Muitos trabalhos complicados fez guiando-se por aquelas revistas. Gostava de tê-las guardado. Mas não tenho onde guardá-las e nunca iria dar-lhes uso. Mas custou-me muito.</p><p style="text-align: justify;">Por isso, quando venho de lá, não sei se o cansaço que trago é de tudo isto, da tristeza e das saudades, se é de querer 'salvar' as coisas já que não consegui salvá-la a ela (embora reconhecendo que, apesar de tudo, ainda bem que viveu bem até tarde e que o período de sofrimento e agonia foi curto), se é também da impaciência do meu marido. Mas venho muito cansada.</p><p style="text-align: center;">_____________________________________________________</p><p style="text-align: justify;">Enfim. Não vem nada a propósito mas apareceu-me a Pattie Boyd, em tempos uma famosa modelo e depois casada com George Harrison. E, depois, com Eric Clapton. Depois disso a sua vida continuou. Foi musa mas foi também dona do seu destino. É agora uma mulher quase com 80 anos. Na fase em que ando, vejo qualquer pessoa e inevitavelmente traço-lhe logo o destino: 'e um dia destes já cá não está....'. Mas depois afasto estes pensamentos mórbidos e parvos e penso que não há ninguém que cá fique pelo que a minha conclusão é redundante, desnecessária, parva, e que, se andamos a pensar nisso, nem aproveitamos bem a vida. Portanto, chuto o pensamento para canto (ou, pelo menos, tento), e bola para a frente.</p><p style="text-align: justify;">Mas, aqui fica a Patti Boyd.</p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjorvdN6xTE3XuXUINUXpj3G8aTW-o52Rz94nYwg4XJAL3nLfX8NRjELImruvsoAn7DXAWmZ6Jri_xp_o60v3PYBDZ_C9gJV1yf_bzdMXIY6kRUl_dHVSkh91s0wvJYRDTTySlRsyPvzon1GadRzKvZMjue2_oNIhFNqg0da35anWb2mgmLTmbqdCiwpolF/s800/patti.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="800" data-original-width="640" height="409" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjorvdN6xTE3XuXUINUXpj3G8aTW-o52Rz94nYwg4XJAL3nLfX8NRjELImruvsoAn7DXAWmZ6Jri_xp_o60v3PYBDZ_C9gJV1yf_bzdMXIY6kRUl_dHVSkh91s0wvJYRDTTySlRsyPvzon1GadRzKvZMjue2_oNIhFNqg0da35anWb2mgmLTmbqdCiwpolF/w327-h409/patti.jpg" width="327" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><h2 style="clear: both; text-align: center;"><span style="font-size: medium;">Pattie Boyd’<i>s Prisoner Scene In The Beatles’ “Hard Days Night”</i></span></h2><p style="text-align: justify;"><i></i></p><p style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/8i2QqCSZSbo?si=92tVwL6Kn2YZKJHC" title="YouTube video player" width="560"></iframe><br /></p><h2 style="text-align: center;"><i><span style="font-size: medium;">Pattie Boyd: rock's most legendary muse</span></i></h2><p style="text-align: justify;"><i></i></p><p></p><p></p><p></p><blockquote style="text-align: justify;"><i>A four-time Vogue cover-girl, Boyd is widely regarded as rock's most legendary muse – as the former wife of both George Harrison and Eric Clapton, she inspired some of the greatest love songs of all time. The sale is led by the original artwork chosen by Eric Clapton for the cover of Derek and The Dominos 1970 album Layla and original handwritten lyrics for George Harrison's Mystical One, alongside love letters, drawings, photographs, fashion, jewellery and watches. </i></blockquote><div style="text-align: center;"><iframe allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/YHBWT_HKDJ8?si=6pvNt7ZNanL67Fpn" title="YouTube video player" width="560"></iframe></div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">____________________________________</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Um bom dia</div><div style="text-align: center;"><br /></div><div style="text-align: center;">Saúde. Serenidade. Paz.</div>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-89596192804459162332024-02-27T22:11:00.000+00:002024-02-27T22:18:27.930+00:00Os 'meus' factos do dia: a importância que os excitados de direita (Maria João Avillez incluída) deram à aparição do Láparo no Algarve e a advertência feita pelo Luís Paixão Martins, na CNN, de que a tracking poll da dita CNN não representa a população votante pelo que os resultados apresentados podem não ser fidedgninos<p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;">Acordaram-me com um telefonema e já não voltei a adormecer. Com a necessidade de dormir de que sempre padeço, isto é grave. </p><p style="text-align: justify;">Acresce que finalmente vieram cá arranjar um depósito que estava a verter água. Vieram cedo e, claro, foi uma festa a nível canino. O cãobeludo ouve vozes, sente presenças estranhas, e, portanto, ladra, anda pela casa num virote, a avisar-nos do perigo e intrigado por o mandarmos calar em vez de irmos para os abrigos. Não houve sossego.</p><p style="text-align: justify;">E se não acontecesse sempre aquilo de que o que pode correr mal, claro que corre sempre mal, teria sido bom. Mas correu mesmo mal e os homens estiveram cá até às nove e tal da noite pois, no fim de subirem e descerem ao telhado, de irem e virem ao sótão, de andarem dentro e fora, a coisa não funcionava. E o cão doido da vida. O meu marido já num desespero com vontade de os ver pelas costas. E eu na mesma. Mas, claro, não podíamos ficar sem água quente.</p><p style="text-align: justify;">Com tanto entra e sai deles e tanto ladrar do pobre animal, esqueci-me de baixar o lume do fogão e só dei por ele quando me cheirou a queimado. Arroz queimado. O caldo veio por fora, queimando-se em volta do bico. Penso que foi só a camada inferior do arroz a ficar sacrificada pois, mau grado o intenso pivete a esturro, já o jantámos e estava bom. Como fiz para duas vezes, amanhã, quando formos mais fundo, é que devem ser elas. Mas, optimista que tendo a ser, ainda quero acreditar que, com sorte, o cheiro terá sido sobretudo do caldo queimado, que veio por fora, e não do arrozinho em si. </p><p style="text-align: justify;">De tarde, depois de almoço, estava com sono mas, com as movimentações e o barulho, não deu sequer para fechar os olhos. Mas bem precisava.</p><p style="text-align: justify;">Depois dos homens terem saído ainda fomos fazer a caminhada nocturna com o cão de guarda. Um frio que só sentido, um vento antárctico, irrespirável de tão gélido.</p><p style="text-align: justify;">Depois é que jantámos. Agora estou cheia de sono. E do cão nem falo: está aqui no chão, estafado, estendido, a dormir a sono solto. Quando é para dormir, costuma sair da sala e vai para os seus aposentos. Hoje não conseguiu, ficou a meio do chão, indiferente a quem entra ou sai da sala.</p><p style="text-align: justify;">Não vi televisão senão agora. E pasmo com o relevo que os comentadores estão a dar à aparição do Láparo. Foi ao Algarve, nem sei se a Boliqueime, mostrar o seu sorriso sem lábios, foi lembrar-nos o seu ar malévolo. Um susto. Como se aquela criatura de má memória fosse mobilizadora para alguém. Por exemplo, apanhei um bocado da Maria João Avillez, numa excitação quase desvairada, pegada, imagine-se, com o Bugalho (que, honra lhe seja feita, lhe respondeu à altura), uma coisa que mostra bem a índole inflamada e facciosa das hostes laranjas.</p><p style="text-align: justify;">Ouvi, depois, o Paixão Martins dizer que o Passos Coelho talvez mobilize aquela direita que anda indecisa entre o Montenegro e o Ventura. Talvez. Se, com isso, o Láparo conseguir fixar eleitorado laranja em vez de os deixar fugir para o Chega, menos mal.</p><p style="text-align: justify;">Gostei foi de ouvir o Paixão Martins passar um atestado de incompetência à CNN por ter uma <i>tracking poll </i>deficiente, que, muito provavelmente, está a distorcer as análises feitas às tendências de voto. Imagino que, a esta hora, os da CNN andem a ver como remediar a situação. A menos que a intenção seja mesmo a de manipular a opinião pública. Já não digo nada.</p><p style="text-align: justify;">Tirando isso, pouco ou nada mais tenho a dizer. </p><p style="text-align: justify;">Ainda tenho muita triagem a fazer nos livros que estão na cave, ainda a monte, (e preocupa-me, claro que sim, este acréscimo considerável de volumes pois se antes já tinha a perfeita consciência que nem que viva até aos 200 ou 300 anos conseguirei lê-los a todos, agora ainda mais difícil será -- até porque os livros antes tinham uma letra muito miudinha e uma pessoa a partir para aí dos 150 já deve ter uma certa dificuldade em conseguir entender-se com páginas compactas de letrinhas minúsculas; a menos que, daqui por uns anos, já haja maneira de fazer ligação directa entre as páginas dos livros e o cérebro, sem ter que esforçar a vista).</p><p style="text-align: justify;">Para além dos livros mais antigos também terem um papel que agora já me parece um pouco desapropriado, alguns também já estão com a folhagem um pouco desconchavada. Mexo-lhes com mil cuidados mas a pensar que deveria dar-me ao luxo de gastar com eles o tempo necessário para recoser as folhas ou para colar as lombadas. Só que continuo a não conseguir dar vazão a tudo o que tenho em mente. Ou são coisas a mais ou tempo a menos ou, o que talvez seja provável, estou a ficar muito menos produtiva do que era antes.</p><p style="text-align: justify;">Uma amiga contou-me que o marido, desde que teve covid, não voltou a ser o mesmo, que se cansa muito, que mal dá um par de passos a mais que o habitual fica logo com os bofes de fora. E ela é médica. Ou seja, pelos vistos ainda não descobriu maneira de o voltar a colocar nos eixos. Também tenho ouvido dizer que a gripe deste ano deixa algumas pessoas podres de sono. Ora eu, a seguir a ter covid, faz agora um ano, fiquei alguns meses pedrada de sono. E a gripe que tive há pouco tempo também me deixou com muito menos energia. Se calhar é isso tudo junto que ainda tenho agarrado a mim. Isso mais os anos que tenho em cima. Caraças.</p><p style="text-align: justify;">E depois há este meu biorritmozinho do caneco. Podia escrever aqui durante o dia. Mas não senhor. Continuo a achar que o dia é para trabalhar ou fazer tarefas de outro tipo. Escrever aqui é hobby ou vício nocturno. Faça chuva ou faça sol só começo nisto às tantas. Portanto, só por isso, já era caso para ter sono. Agora imagine-se que, para além disso, há ainda o efeito cumulativo do sono e da quebra de energia pós covid e pós gripe. E já nem falo dos meses de stress agudo que vivi com a situação da minha mãe, o último dos quais totalmente arrasador. Conclusão: durante o dia, por vezes penso que quero falar disto ou daquilo. Depois chego aqui à noite e já estou com a bateria nos mínimos. Parvoíce, isto.</p><p style="text-align: justify;">Bem.</p><p style="text-align: justify;">E esta terça-feira vou ter uma agenda bem preenchida pelo que mais vale não ir muito tarde para a caminha.</p><p style="text-align: justify;">Tinha aqui um vídeo bom mas fica para outro dia.</p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1689308864760630423.post-50325705847496662992024-02-26T19:21:00.000+00:002024-02-26T19:26:09.628+00:00À atenção de Pedro Nuno [A palavra ao meu marido]<p style="text-align: justify;"></p><blockquote><p style="text-align: justify;"> </p><p style="text-align: justify;"><i>Cada vez parece mais claro que estas eleições não deviam ter existido. Acontecem devido à inqualificável atuação do MP e à forma oportunista e sem atender ao interesse nacional como o Prof. Marcelo conduziu a sua atuação desde o início do governo de maioria absoluta do PS.</i></p><p style="text-align: justify;"><i>Neste cenário, tenho dificuldade em perceber as razões pelas quais o Pedro Nuno Santos não enfatiza, nos debates e nas intervenções, os sucessos e as melhorias conseguidas pelo governo do PS e as razões pelas quais em algumas áreas o governo não terá atingido os objetivos que se propunha. </i></p><p style="text-align: justify;"><i>Existem muitos pontos positivos aos quais, julgo, os portugueses são sensíveis e que valeria a pena enfatizar:</i><span style="text-align: left;"> </span></p></blockquote><blockquote><p style="text-align: justify;"></p><ul><li style="text-align: justify;"><i>a baixa taxa de desemprego,</i><span style="text-align: left;"> </span></li><li style="text-align: justify;"><i>o aumento significativo do número de postos de trabalho,</i><span style="text-align: left;"> </span></li><li style="text-align: justify;"><i>o aumento do salário mínimo,</i><span style="text-align: left;"> </span></li><li style="text-align: justify;"><i>o aumento do salário médio,</i><span style="text-align: left;"> </span></li><li style="text-align: justify;"><i>os apoios sociais extraordinários na época da pandemia</i><span style="text-align: left;"> </span><i>e quando a inflação disparou,</i><span style="text-align: left;"> </span><span style="text-align: left;"> </span></li><li style="text-align: justify;"><i>o crescimento da componente de exportações no PIB,</i><span style="text-align: left;"> </span></li><li style="text-align: justify;"><i>o crescimento da economia (um dos maiores da Europa),</i><span style="text-align: left;"> </span></li><li style="text-align: justify;"><i>a digitalização de muitos serviços públicos (quem tem que tratar de documentos ou ir a repartições públicas percebe que houve uma enorme evolução),</i><span style="text-align: left;"> </span></li><li style="text-align: justify;"><i>o controlo relativamente rápido da inflação,</i><span style="text-align: left;"> </span></li><li style="text-align: justify;"><i>o prestígio que granjeamos na Europa devido à nossa evolução...</i><span style="text-align: left;"> </span></li><li style="text-align: justify;"><i>e, claro, as contas certas</i><span style="text-align: left;"> </span></li><li style="text-align: justify;"><i>e o excedente orçamental que permitem alavancar a evolução do País.</i></li></ul><p></p></blockquote><blockquote><p style="text-align: justify;"><i>O Stiglitz, quando esteve em Portugal, referiu que Portugal tinha conseguido o impossível. </i><i>É importante referir estas opiniões autorizadas que também são muitas vezes referidas por altos representantes da Comunidade e de Países Europeus.</i></p></blockquote><blockquote><p style="text-align: justify;"><i>Depois temos as áreas mais controversas.</i><span style="text-align: left;"> </span></p></blockquote><blockquote><p style="text-align: justify;"><i>Primeiro a Saúde. Vale a pena relembrar que em 2020 houve uma pandemia e que foi, sobretudo, o SNS que cuidou dos portugueses e que, por exemplo, conseguiu um enorme sucesso com a percentagem de pessoas vacinadas e com o período em que tal foi feito. É com certeza um ponto a favor da politica de reforço do SNS. É certo que existe falta de médicos ou porque se reformaram ou porque passaram para os privados que pagam melhor devido ao aumento da procura. O governo poderia/deveria ter apostado mais cedo na reforma do SNS, mas seria possível no rescaldo da pandemia? Não sei.</i></p><p style="text-align: justify;"><i>Relativamente à Habitação todos sabemos que é um problema Europeu. A procura por estrangeiros e a aposta na habitação como aplicação financeira fez disparar os preços. Mas, por exemplo, não será de referir que as habitações agora publicitadas pelo Moedas resultaram de politicas do PS à frente da Câmara de Lisboa?</i></p><p style="text-align: justify;"><i>Relativamente aos professores e aos polícias é certo que, enquanto o Mário Nogueira estiver à frente do Sindicato e houver um governo do PS, os professores estarão na rua. Quanto à polícia parece haver reinvindicações justas, mas, sobretudo existe a perniciosa influência da extrema direita. </i></p><p style="text-align: justify;"><i>Quanto à Justiça já aqui escrevi que o António Costa devia ter tomada medidas para melhorar o funcioname</i><i>n</i><i>to da Justiça e para que o MP não faça o que quer, chegando ao extremo de demitir governos.</i></p><p style="text-align: justify;"><i>Em contraponto com o anterior governo do PSD, o governo do PS (que passou por uma pandemia e por duas guerras) cuidou mais e melhor das pessoas, fez o País crescer e conseguiu atingir os patamares necessários para um futuro melhor. Não valerá a pena enfatizar estas realidades na campanha eleitoral? </i></p></blockquote><p style="text-align: justify;"><i></i></p><blockquote><p style="text-align: justify;"><i>Um outro argumento que não vejo suficientemente utilizado pelo Pedro Nuno é contrapor o crescimento sustentado conseguido pelo governo do PS em contraponto com a política económica proposta pelo PSD que, como é sabido, nunca deu bons resultados nem originou crescimento sustentável na economia e, pelo contrário, criou mais desigualdades e só promoveu o aumento da riqueza dos mais ricos, levando a graves crises financeiras. </i></p><p style="text-align: justify;"><i>Numa campanha eleitoral é essencial ser eficaz, utilizando todos os argumentos válidos ao dispor, e no caso do PS, são mais que muitos. Está na hora de Pedro Nuno dos Santos começar a usá-los.</i></p></blockquote><p> </p>Um Jeito Mansohttp://www.blogger.com/profile/00085282895465903375noreply@blogger.com9