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sábado, janeiro 13, 2018

O homem que plantou uma floresta, um rio feito de todas as cores, livrarias muito belas.
Um assessment ainda a meio e uma pandilha que deveria ser posta na rua.
[Se eu cair, alguém me apanha?]





Tal como não lerei a maior parte dos livros que, certamente, gostaria de ler, também, de certeza, não visitarei grande parte dos lugares que amaria de paixão.

Assim é a vida: breve, incompleta. 

Tenho um questionário para acabar de responder. Volta e meia, isto. Como gosto de responder a testes, não me importo. Mais um assessment. A minha alma já voi virada e revirada do avesso não sei quantas vezes e os resultados, cá para mim, mostram sempre o mesmo. Contudo, por algum motivo que desconheço, não os aproveitam de umas vezes para as outras. Se calhar acham que, de cada vez, a metodologia é melhor e que é melhor sujeitaram-nos a nova lente para descobrirem o ser secreto que se esconde debaixo da nossa pele. Não me importo. E vai haver uma entrevista, eu e mais duas pessoas, durante mais de duas horas. Acho graça, não me incomoda nada. Só que este é estranho, não percebo o sentido de algumas perguntas. A outras não me apetece responder, versam coisas com que nada tenho a ver. Mas, se não responder, aquela coisa não segue adiante. E longo, longo. Tinha que sair, já era tarde e aquilo ainda a meio. Resolvi acabá-lo agora em casa. Mas cheguei tarde, não me apetece.


Em algumas questões, é pedido que se ordenem as nossas prioridades de vida. Quando me apareceu essa resposta disponível para escolher, coloquei sempre em primeiro lugar o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal. Jamais sacrifiquei a vida pessoal à profissional. Mas, de facto, sempre trabalhei muito. Se tivesse ficado professora como a minha mãe tanto desejou para mim, a minha vida teria sido bem outra, certamente com mais tempo livre e muito menos maçadas. 

No carro, agora à noite, um telefonema. Defendi, uma vez mais e com grande convicção, que algumas pessoas deviam ser postas a andar. Não é bonito dizer isto aqui pois, de forma descontextualizada, pode parecer uma patifaria da minha parte. Mas não é ou, pelo menos, assim o acho. Tenho para mim que é inadmissível que uma meia dúzia de pessoas, com a sua incompetência ou má fé, ponha em risco os postos de trabalho de muitas centenas. Contudo, como todas as opiniões, a minha também pode ser considerada injusta ou arbitrária. Admito. Mas é a minha opinião e tudo farei para levar a minha adiante, travando as guerras que tiver que travar, desgastando-me o que tiver que me desgastar.


Mas, com tanta coisa a toda a hora, a verdade é que ando desde o princípio da semana para responder ao dito questionário e, durante o dia, não tenho conseguido. Tanta reunião, tanta coisa para tratar, tanta coisa sempre. E mal me sento no gabinete, entra um, depois outro e depois outro. Ou os telefones. Ou os mails a chegarem. Penso: quero chegar cedo a casa, quero não ter mais nada que fazer, quero ter tempo para os mails pessoais, quero ter tempo para ler. Mas o dia estendeu-se, o trânsito complicou-se, cheguei com uma hora de atraso à fisioterapia, na volta mais trânsito, horas roubadas ao meu tempo. À hora de almoço queria ter caminhado nos Jardins, queria ter tido tempo para a livraria. Nada, trânsito e mais trânsito e daí a nada outra reunião noutra ponta da cidade. E isto, nestes detalhes, não é uma escolha. São as circunstâncias que nos vão conduzindo ao longo da vida. 

Várias vezes e de diferentes maneiras, no questionário, perguntam onde me vejo nos próximos anos. Tudo é de escolha de entre várias possíveis, não há respostas livres. Se pudesse, teria respondido que 'não sei nem me interessa saber'. Mas não tenho como responder assim e, então, rendo-me a dar uma resposta que não é a minha. Mas fico a pensar que há coisas absurdas a que me sujeito e, bem vistas as coisas, não sei bem a troco e quê.


Ao almoço, não havia nenhuma mesa livre. Sentámo-nos numa mesa onde estava uma senhora. Passado um bocado, chegou uma amiga dela e, ainda mal se tinha sentado, já estava a conversar, a contar que tinha ido a uma agência de viagens para tratar de uma ida a S. Petersburgo e logo contou da luta das mulheres russas e a outra recomendou que ela fosse ver um certo museu e logo mostrou que conhecia bem aquelas bandas. E eu, ao lado, entre reuniões e trânsito, a almoçar à pressa, sem tempo para sequer sonhar em ir passear, a pensar que há tantos, tantos lugares que gostava de conhecer e onde, de certeza, nunca irei. 

E agora, uma da manhã, eu praticamente a dormir, sem conseguir ir aos mails pessoais, sem ser capaz de alinhar meia dúzia de palavras.

Gostava de aqui vos contar de como gostaria de fazer um percurso de bibliotecas e de livrarias. Mostro-vos algumas cujas fotografais encontrei na Elle francesa. De todas as que ali se vêem, só conheço a Lello (cuja escadaria se pode antever na 2ª destas fotografias que aqui tenho).

Também gostava de fazer um percurso de belos edifícios abandonados e decadentes. Ou de jardins.  Ou de florestas que nasceram do nada. Ou de castelos ou palácios à beira de rios.

Gostava. Gostava mesmo.

Mas como não sei se algum dia conseguirei fazê-lo, vou-me contentando em ver fotografias e vídeos. Quem não tem cão, caça com gato, quem não passeia com os pés, passeia com os olhos.


O rio Caño Cristales em Meta, Colombia



O homem que plantou uma floresta


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Não estou capaz de reler o que para aqui acabei de escrever e tenho a nítida sensação de que o texto vem aos tombos por aí abaixo. Várias vezes adormeci pelo que não estou nada certa de ter retomado o texto onde o tinha deixado. Relevem, please, se a escrita estiver cambaleante.

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E tenham, meus Caros Leitores, um belo sábado.

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terça-feira, fevereiro 17, 2015

Porto, lindo e majestoso [4 de 4] - a Livraria Lello, uma das mais belas do mundo


Dado o adiantado da hora e dado que estou num quarto de hotel correndo o risco de ser expulsa se não apagar rapidamente a luz, tenho que me deixar de conversas e ir ao que interessa. Tinha ideia de fazer acompanhar as imagens que vou mostrar de excertos de uma entrevista a Iris Murdoch em que ela falava do seu ofício de escritora; mas alarguei-me nos posts anteriores e agora nem pensar em pôr-me a copiar o livro. Mas é pena pois parecia-me que nada como dar a palavra a uma escritora ao falar de uma casa que acolhe a palavra dos escritores. Fica para outra ocasião, paciência, não dá, não dá.

No post a seguir a este mostrei a beleza do Porto, em particular quando visto da margem do Douro, mais abaixo falei da tentação que são as lojas tão bem decoradas e, lá mais para o fundo, mostrei uma árvore linda como um poema.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora vou mostrar uma livraria ímpar. Não vou dar nenhuma novidade porque as suas fotografias correm mundo e não sou eu que diz que é das livrarias mais fantásticas e belas do mundo, é toda a gente que a visita e já viu muitas outras livrarias por esse mundo fora.


A escadaria da Livraria Lello é uma das suas maiores belezas.
Vista de baixo, toda rendilhada, é mesmo uma maravilha





A Livraria Lello e Irmão, também conhecida como Livraria Chardron ou simplesmente Livraria Lello, situa-se na Rua das Carmelitas 144 perto da Torre dos Clérigos.


Uma pessoa entra lá e não tem vontade de sair. Há mil motivos de interesse. A grande maioria das pessoas que por lá anda não está para comprar livros mas sim para se deslumbrar com aquela obra quase surreal na qual os livros se espalham um pouco por cada recanto.

Algumas fotografias ficaram escuras mas não quis andar por lá a usar flash até para não incomodar as pessoas que por lá circulavam mas, paciência, mostro-as mesmo assim porque quero mostrar a beleza da livraria e não a minha habilidade como fotógrafa.


Aqui estou no piso de cima, junto aos cadeirões azuis onde apetece estar a beber um chá


Vista do piso térreo a partir do piso superior


Aqui estou no nível intermédio mostrando uma das galerias do piso superior e o piso inferior


Aqui estou a descer as escadas para o piso térreo. Apreciem por favor a magnífica talha.


Vista exterior do edifício.

Com projecto do engenheiro Francisco Xavier Esteves, no dia 13 de janeiro de 1906 inaugurou-se o novo edfício da Livraria Lello, no número 144 da Rua das Carmelitas, causando grande impacto no meio cultural da época. 

De entre as diversas figuras presentes na inauguração, encontrava-se Guerra Junqueiro, Abel Botelho, João Grave, Bento Carqueja, Aurélio da Paz dos Reis, José Leite de Vasconcelos e Afonso Costa.

Vista da Lello a 360º aqui

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A música é um excerto da 7ª sinfonia de Beethoven (e as imagens do vídeo foram colhidas pelo Hubble).

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Não vou reler nada do que escrevi não apenas porque já tenho muito sono mas, especialmente, porque tenho mesmo que apagar a luz e desligar o computador senão ainda vou dormir para o corredor. Se encontrarem gralhas por favor relevem, mas, se forem cabeludas, por favor avisem-me, está bem?

Relembro que este foi o 4º post de um conjunto de feito hoje a propósito do Porto, a bela cidade em que estou. Convido-vos a percorrê-los porque a cidade é um encanto que merece ser visto.
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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela terça-feira. 

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