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segunda-feira, novembro 14, 2022

Sandra Felgueiras na TVI. E o Paulo Portas. E a Cristina Ferreira.
E o que faz ele ali, entre aquelas duas...?

 

Ao domingo, se calha estarmos em casa e disponíveis, gostamos de ouvir o Paulo Portas no seu Global. Independentemente da sua orientação política, tem-se revelado um comentador bastante abrangente e bastante claro. Consegue, de forma geral, fugir das tricas e das mesquinhices do dia a dia e isso, já de si, merece um louvor. Ele aponta à big picture e fá-lo de forma fluente e interessante. Os slides que acompanham o que diz são claros, visualmente apelativos, e sabem cingir-se aos pontos fundamentais. Depois há um tour d'horizon sobre a actualidade, sem fronteiras e, mais interessante, relacionando o que é de relacionar por forma a estabelecer elos de ligação e a transmitir diferentes perspectivas sobre o mesmo facto. Acresce que põe a inteligência ao serviço do que diz e quase consegue ser isento. As suas sugestões culturais também se têm mostrado interessantes.

Portanto, ao domingo, era o noticiário da TVI que costumávamos ver, à espera que Paulo Portas aparecesse para o seu espaço de comentário global.

Até que alguém resolveu lá pespegar a Sandra Felgueiras. Com aquele seu ar justicialista, sensacionalista, populista, antes poluía a RTP. Depois perdi-a de vista. Não sei por onde andou. Apenas sabia que em boa hora a RTP se tinha visto livre dela. Até que há pouco, não sei por que raio de carga de água, apareceu em prime time nos domingos da TVI. Um desastre.

Ora cá em casa somos ambos alérgicos ao estilo. Desgraças, caça às bruxas, presumíveis escândalos e barracadas de toda a espécie e feitio não é coisa que faça propriamente o nosso género. Fugimos a sete pés. Portanto, ao domingo à noite, o meu marido anda entre a RTP e a SIC e, de vez em quando assoma, de raspão, a ver se ainda é ela que está no ecrã. Uma maçada. Enquanto ela lá está, com aquele seu sorrisinho insuportável a dar-se ares de quem está ali para descobrir a pólvora e para dar cabo de uns quantos, nós não nos aguentamos mais do que os escassos segundos necessários para ver se já podemos ficar na TVI ou se temos que nos raspar a toda a brida.

Por isso, agora muitas vezes não apanhamos o Paulo Portas de início, isto quando não o perdemos de todo. 

Não sei se quem tomou a decisão de levar a Sandra Felgueiras para a TVI tem aferido as audiências mas, se ainda não o fez, talvez seja bom que o fizesse.

Contudo, não é só o desastre de Sandra Felgueiras a preceder o Paulo Portas: é também o despropósito de, frequentemente, não o deixarem levar a sua intervenção até ao fim, sacrificando com alguma frequência as recomendações culturais. E, vai-se a ver, e qual a pressa? Pois, nem mais: é a Cristina Ferreira, essa bimba histriónica que não faz uma que se aproveite, às voltas com o submundo que levou para o Big Brother

E o Paulo Portas ali no meio daquilo.

A TVI não vai por bom caminho, não vai, não. Pelo menos, é o que penso.

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Desejo-vos uma boa semana a começar já esta segunda-feira

Saúde. Boa disposição. Paz.

quarta-feira, outubro 23, 2019

Podem as notícias falsas enfraquecer a democracia?
--> Por exemplo, será que conseguem identificar quais as entrevistas falsas que aparecem no filme aqui mais abaixo do The Economist?





No outro dia uma pessoa com quem lido assiduamente contava-me, com entusiasmo, como se mantém actualizado, como sabe tudo o que acontece, como estabelece contactos com quem interessa (e este 'com quem interessa' foi dito com orgulho, à boca cheia). Terminou questionando com ar desconsolado: Não quer mesmo deixar-se render ao LinkedIn? Abanei a cabeça: não. Penso que era pena o que ele deixou, ao de leve, transparecer. Acredito que pense que o mundo está a passar-me ao lado e tem pena disso.
Tive vontade de lhe dizer que a última coisa que desejo é que mais gente me contacte a nível profissional. Identicamente não quero, de todo, saber o que os outros andam a fazer, se um nosso conhecido teve uma reunião com um ministro de outro país, se fulano celebrou um contrato com sicrano, se saíu notícia de uma parceria não sei onde. 
Não quero saber. Quer dizer: se, por acaso souber, não me incomoda. Mas desperdiçar tempo útil a procurar e a consumir essa informação é que não.  O meu tempo é recurso escasso, tem que ser doseado com aquilo que realmente me interessa. Não com isto. 
Identicamente, com o facebook ou com instagram. Andar a ver fotografias de amigas, colegas ou conhecidos é daquelas coisas que nem me passa pela cabeça. Sou curiosa mas é em relação a outras coisas. Quero cá eu saber se fulana está bronzeada, se esteve a comer sushi no outro dia à noite ou se foi sair à noite com a prima e com um pintas muito pintas. Nas tintas. Quanto ao facebook, idem. Podendo ser um elo de contacto para quem não tem outra forma para chegar a alguém (o que pode ser determinante -- não duvido), a verdade é que, em situações normais e até ver, não me faz falta. Mais: tenho a certeza que me traria mais maçadas que prazeres. Não disponho de tempo nem para me coçar quanto mais estar a receber pedidos de amizade de colegas de quando eu tinha dez anos ou de chatos com quem trabalhei há vinte. Foge.
E, como tenho reiteradamente dito, não é só o não querer saber: é mesmo o que acho que estas coisas têm de perigoso. 

Tecnologicamente tudo é possível. E, havendo total desregulação, os riscos sociais ou psicológicos são grandes, mal avaliados e difíceis de conter.

Milhões de pessoas, a toda a hora, estão a ser manipuladas sem o saberem O que vêem é o que o algoritmo lhes mostra e os motores destas plataformas de partilha são concebidos para criar habituação (e estimular a consulta de links pagos).

Alguém lança uma qualquer ideia, parvoíce ou não, aquilo começa a ser partilhado, propagam-se opiniões e, em menos de nada, já se forjaram certezas sem que ninguém sequer questione de onde aquilo apareceu, se há fundamentação, se foi comprovado. Não. A coisa propaga-se imparavelmente como facto inquestionável. E ai de quem queira provas. Logo será trucidado. Pois se toda a gente sabe, como é que aparece alguém a duvidar...?
E mesmo as notícias começam a mimetizar o primarismo dos julgamentos primários das redes sociais. 
No outro dia, naquela coisa do Sexta às Nove, vi a Sandra Felgueiras a pretender passar estraçalhar o João Galamba. Apanhei aquilo a meio mas, do que ouvi, tudo me pareceu uma macacada sem ponta por onde se lhe pegasse. E, no entanto, o que ela gritou e acusou e insinuou. Estava desenfreada. Justiceira. Só lhe faltou escoicear para cima do pobre convidado. Se fosse comigo acho que não tinha pachorra e lhe diria: ouça lá, sua malcriada, convida-me para vir aqui para me sujeitar a este chorrilho de acusações? Oh pá, vá lá babar-se com putativos (ou comprovados? já nem sei) homicidas, e deixe-me em paz. E bye bye.
[A propósito deste episódio, leia-se o que o Jumento escreveu, que está devidamente descodificado]
Enfim. Uma estopada, o rumo que isto está a tomar. Só hibernando, caraças.


Mas já chega de choradeira. Deixo-vos com o vídeo abaixo que merece ser visto com atenção. Infelizmente não está legendado mas, mesmo quem não pesque bem da língua de Sua Brexitada Majestade, poderá ver pois vale bem a pena,

Could deepfakes weaken democracy? | The Economist


Videos can now be faked to make people say things they never actually said. Could this weaken democracy...and can you spot ALL the deep fake interviews in this film?

(...) These videos are all deepfakes. Synthesised content created using artificial intelligence. Deepfakes will make for even more complicated arguments about what is fake news and what is real. And if seeing is no longer believing the very real question is could deepfakes weaken democracy?
Bill Posters is the artist behind these deepfake videos known as the Spectre Project. To test Facebook’s response, Bill posted the deepfake videos on Instagram, a social-media platform owned by Facebook. The company downgraded the videos’ visibility. But that didn’t stop this fake clip of Facebook boss Mark Zuckerberg, going viral. That showed the potential for spreading disinformation online through deepfakes. A danger that’s likely to increase as long as tech companies and politicians remain unsure how to deal with it.
Image manipulation is already exploited by autocratic regimes. It’s a dark art that goes back to Joseph Stalin who made his enemies disappear. AI today is capable of making deepfake videos like this where comedian Bill Hader morphs into Tom Cruise. As the technology advances the danger is that deepfakes will be used to mislead voters in democratic countries. (...)


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Prefiro não saber nada disto.

🙈🙉🙊

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