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quarta-feira, abril 08, 2015

Zeinal Bava e Assunção Esteves, os reis do anedotório português. O primeiro é especialista em 'fazer de parving os deputados e o poving em geral'. A segunda inspira Provérbios Inconseguidos


Recebi o texto abaixo por mail sem indicação do autor. Por isso, se alguém me souber informar o nome do inspirado pai (ou mãe) da paródia abaixo, muito agradeceria para poder aqui o poder referir.


Tenho andado preocupado com esta situação do Bes/Ges e as acusações dos lesados de que desconheciam o que estavam a comprar. Ora bem, estive a ouvir com toda a atenção Ricardo Salgado, Zeinal Bava, Costa do BP , CMVM, etc, etc, e sinceramente fiquei esclarecido. Fiquei a saber que houve uma take over sobre a PT, o que provocou um dawnsizing na empresa e impediu o advanced freight. Sendo assim, o asset allocation baseado num appraial report, que é o allotment indicado, provocou um average price muito baixo, reduzindo os back to back ao mínimo. Ora, o bid price provocou um dumping e uma floating rate incomportável com o funding previsto pelos supervisores. Deixou, pois de existir uma verdadeira hedge, o que levou ao levantamento de hard cash em grande quantidade. Se considerarmos que o ICVM, ao fim do período estava a deteriorar-se e os pay-out continuavam a baixar, a única solução seria o payabre to the bearer de eventuais incomes da empresa.

Voltando um pouco atrás, o pool entre Bes e Ges, fez diminuir drasticamente o portfólio dos clientes, levando inevitavelmente a um revolving credit que abrangeu a maioria dos shareholders de ambas as empresas. Como é evidente o pricecut da Rio Forte foi inevitável e a take over sobre a mesma também. O gross profit baixou significativamente, aumentando o grade period e o bank rate.

Só para terminar e em jeito de conclusão creio que estamos perante uma grande quantidade de fillhosdaputing, que utilizando a corrupting ao nível central e local, foram delapidanding os recursos do país e continuam em casa riding da situação, deslocando-se de vez em quanding à Assembleia, fazer de parving os deputados e o poving em geral. Tenho dito.»



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Já agora, para quem não se lembra de duas intervenções memoráveis do artista:



O portuguesing do Zeinal





Zeinal Bava, o amnésico





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Recebido também por mail e igualmente sem referência ao autor, aqui transcrevo tal como recebi.



As intelectualóides e repetidamente imbecis afirmações da “presidenta” da Assembleia da República Portuguesa, Assunção Esteves, poderão um dia revelar ao ignaro povo eleitor as seguintes “inconseguidas” versões de provérbios portugueses:



- “Expõe-me com quem deambulas e a tua indiossincrasia augurarei” (Diz-me com quem andas dir-te-ei quem és).

- “Espécime agrícola na cavidade metacárpica supera os congéneres revolteando em duplicado” (Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar).

- “Ausência de percepção ocular insensibiliza o órgão cardial” (Olhos que não vêem, coração que não sente).

- “Equino objecto de dádiva não é possível de auscultação odontológica” (A cavalo dado não se olha o dente).


- “O globo ocular do perfeito torna obesos os bovinos” (O olhar do amo engorda o gado).


- “Idêntico ascendente idêntico descendente” (Tal pai tal filho).

- “Descendente de espécie piscícola sabe movimentar-se em líquido inorgânico (Filho de peixe sabe nadar).

- “Pequena leguminosa seca após pequena leguminosa seca atesta a capacidade de ingestão da espécie avícola” (Grão a grão enche a galinha o papo).

- “Tem a monarquia no ventre” (Tem o rei na barriga).

- “Quem movimenta os músculos suprafaciais mais longe do que o primeiro movimenta-os substancialmente” (Quem ri por último ri melhor).

- “Quem aguarda longamente atinge exaustão” (Quem espera desespera).



E, também para quem já não se lembra:



Assunção Esteves, Presidente da AR, e os inconseguimentos



...

As imagens que usei para ilustrar os provérbios provêm do blogue We Have Kaos in the Garden

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terça-feira, janeiro 20, 2015

Je suis o quê? ---- [Sócrates, Passos Coelho, Assunção Esteves, Cavaco Silva]


Recebido por mail de Leitor a quem agradeço, a questão existencial de quatro figuras públicas da política nacional.


Sócrates, coitado, que nem as botas e o cachecol pode usar

Passos Coelho que não sabe nada de nada,
nem quem é e que tanto quer agradar a Merkel que já é mais merkeliano que a própria marmanjona

Assunção Esteves que sofre de uma dislexia verbal sem igual

Cavaco Silva que tem empatia com cagarras, vacas que riem, cavalos, burros, sei lá


quarta-feira, julho 09, 2014

Reportagem fotográfica da primeira visita oficial dos Reis de Espanha a Portugal, o protectorado do vice-irrevogável (que não consegui ver por lá).


Estou cheia de pena, cheia, cheia. O meu filho falava-me há bocado no tanque que era a equipa alemã e, quando o disse ainda a coisa ia em 5 a 0. Mas agora que já vai em 7 a 1 nem sei o que dirá ele: bomba atómica..? Que pena dos rapazes, coitados. Ninguém merece uma humilhação destas.

Bom, adiante que eu de futebol não sei nada.

No post abaixo já vos mostrei uma fotografia em grande plano de Letizia: dá para ver em pormenor como é que ela se maquilha e é uma perfeição. Claro que a beleza dela e a qualidade da pele e do cabelo ajudam muito mas, ainda assim, é uma lição de bem maquilhar.

Mas se abaixo a coisa se foca na beleza, aqui, agora, a conversa é outra, um bocadinho outra. Um bocadinho porque, com diminutivo, talvez custe menos.


Ora vejamos o que é que temos aqui.

Mas ao som de Marisol, por supuesto.



Ha llegado un Angel




O Rei de Espanha a fazer de conta que não reparava
no pernão da Sum-Sum
e a Rainha a interrogar-se mentalmente
porque teria ela que estar ali naquele cenário do século passado
.
.

A nossa inconseguida Sum-Sum Esteves desta vez armou-se em woman in red, pernoca ao léu, dressed to impress


Mas é bizarra demais, aquela cabeça espetada, aquela pose, tornam-na uma figura que se presta à caricatura. Resta saber o que disse. Às tantas, a indumentária ainda foi o menos. Imaginem se desatou com aquela conversa do soft power e mais não sei o quê...

Os Reis de Espanha com Assunção Esteves
(que parece estar a pedir uma esmolinha)

.
Na fotografia sentada, não se percebe bem o modelito da Sum-Sum mas, quando está de pé, a gente vê que a toilette também resultou inconseguida. Uma verdadeira frustação inconseguimental.

O cabelinho, a expressaozita, o casaquinho, tudo é coitadinho, parece que está naquela, desculpe lá qualquer coisinha, ó senhor meu rei...

O Rei olha para ela com espanto, parece nem saber bem o que dizer, se lhe há-de dar uma peseta se lhe há-de pôr uma chucha a ver se ela não chora..

A Rainha faz como eu: olha para o lado a ver se não encara. Na volta padece do mesmo mal que eu, tem pavor de desatar a rir perante situações assim.

A pobre da Letizia não teve a vida facilitada nesta visita. Como ontem vos mostrei, ia ficando sem mão, com o Cavaco a lambuzar-se nela.
O meu marido diz que o homem estava era com raivinhas (como o nosso bebé que, quando tem os dentes a nascer, morde tudo o que lhe passa por perto). 
Depois ainda teve que passar pela provação de ter pela frente uma inconseguida que não diz coisa com coisa. Se à Sum-Sum lhe deu para falar em espanhol, então faço ideia o espectáculo.

Os Reis de Espanha com o Casal Coelho

.

E ainda teve que ouvir a D. Laurinha a ensinar-lhe com pormenor e linguagem gestual a receita das farófias. 


Letizia nem queria acreditar quando a D. Laurinha defendeu que as queijadas que o marido faz são ainda melhores que as de Sintra. Pela expressão corporal, a gente consegue adivinhar o pensamento da Rainha: 'Não acredito no que esta me está a dizer... Pleeeaase... Tirem-me deste filme...!'




Cavaco Silva largou a mão da Rainha para logo se agarrar ao cotovelo.
 Senhores, que melga.
.

Já para não falar do Cavaco, armado em babaca, todo derretido, sempre a agarrar-se à rapariga, a parecer um velho babão. 

Joana Vasconcelos, a artista plástica do regime,
sempre a inovar nas toilettes


(O azul da esfregona 
quase coincide com o azul do fato de Letizia 
mas o bracinho cor de rosa faz a diferença)


E tudo sob o olhar baboso da D. Cavaca. A moça está mesmo 'Pleaaasee, deixem-me em paz...' ou 'Mas este não me larga... Pleeaase, atem-no, tirem-no daqui. E as gracinhas que diz... e o sotaque, senhores, a querer falar espanhol... pleeeaaase... poupem-me...'

Mas a coisa não se ficou por aqui.

Não sei se a Kátia Guerreiro, de saia rodada, xaile pelas costas  e sorriso embevecido, também por lá andou mas a Joana das Pegas e dos Tachos não faltou.


Desta vez não foi vestida com uma colcha, nem com um espanador na cabeça nem sequer mascarada de bicho exótico.


Não senhor, desta vez Joana Vasconcelos foi menos elaborada: foi de simples esfregona. 


Pela fotografia não consigo ver se a coisa ia até aos joelhos ou se ia de mini-saia, uma coisa mesmo na base da Vileda. 

Pela expressão do Cavaco, com dentinhos de fora, teme-se o pior relativamente ao que estaria a dizer. Uma gracinha foleira, certamente. 

Enquanto isso, gabando a Vasconcelos, a D. Cavaca dizia a Letizia 'Quem a vê ninguém diz mas é uma mãos de fada. E os tachos dela...? Areados que dão gosto'.



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E assim se passou a primeira visita de Felipe e Letizia, Reis de Espanha, a este protectorado. Só sinto falta, nesta minha reportagem fotográfica, do Caniche Miró. Será que não se apresentou para abrir a porta dos palácios?


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E entretanto acabou o jogo Brasil-Alemanha, um resultado humilhante, um mineiraço desgraçado: quando o apito final soou, primeiro os jogadores brasileiros rezaram e, depois da oração, caíram na maior choradeira. O meu marido disse, dantes os jogadores de futebol eram do tipo machão, agora são do tipo sensível.


A seguir o Felipão apareceu com a conversa mole do costume. Espremi e não deitou sumo.

Agora tenho o treinador alemão aqui na sala, um sujeito entre o sinistro e a esquisitinho, uma franjinha para o suspeito. A conferência está a ser dublada e a coisa soa ainda mais estranha.

Mas eu, como não acompanho estas coisas, não sei qual a moral da história.

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(As fotos da visita real foram obtidas aqui e ali, nomeadamente na !Hola! - e eu devia ser capaz de virar o ponto de exclamação de pernas para o ar mas não sei como se faz).

E, agora que falo de ponto de exclamação, ocorreu-me que, em tempos, parece que andou por aí uma cabala contra os pontos de exclamação. Tenho ideia que os intelectuais achavam que isso das exclamações - muita pontuação, muita emoção - era coisa de gente brega. Já com os advérbios de modo parece que é a mesma coisa, um encanitanço dos diabos. E eu, que passo os meus dias no meio dos números e no meio de gente que nem uma vírgula sabe usar quanto mais aconselhar-me nestas minhas dúvidas linguísticas, leio a gozação dos intelectuais e fico a pensar: ó com o caraças, mas como é que eu, plebeia das letras, me vou expressar por escrito sem usar pontos de exclamação ou advérbios de modo? Se ninguém me vê a rir, se não vale a pena gesticular, se bem posso dar murros na mesa que ninguém me ouve... como vou fazer para a escrita soar expressiva, e não parecer escanzelada, pele e osso, pãozinho sem sal...? E estou a escrever isto e a pensar: na volta até as reticências são enfeite desnecessário.

Mas adiante.

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E olé! que se faz tarde.




 Suite Sevilha pela Companhia de Dança Antonio Navarro

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Meus Caros, hoje fico-me por aqui. Pus-me a responder a mails, tinha uns poucos - e, mesmo assim, não consegui responder a todos - e agora já estou cheia de sono. Tenho aqui umas anedotas e umas notícias parvas para comentar mas estou pedradésima, mesmo a precisar de ir descansar, já não dá para fazer mais nada por aqui. Também queria dar uma folheada num livro que comprei e que está a despertar a minha curiosidade mas acho que nem isso.

Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela quarta feira.


quinta-feira, junho 05, 2014

Quase me apetece dizer que as birras de Passos Coelho e os dramas de Paulo Portas são política ao nível do futebol tal como o define um tal Bruno de Carvalho, isto é, um ânus e todos os seus escatológicos efluentes - mas não digo porque não estou passada da cabeça. Será isto o fim dos tempos?


Tenho muita pena por ir conspurcar uma vez mais este meu canto mas acabo de ouvir e ver na televisão um sujeito que, sempre que aparece, me faz logo fazer zapping. Diz sempre umas coisas sem sentido e tem uma voz insuportável. Até o meu marido, que é sportinguista de gema, acha o discurso da criatura uma coisa de fugir.

Mas hoje não fomos a tempo de lhe barrar a conversa e ouvimos, com espanto, uma coisa inenarrável. O nível desta gente está a descer a uns patamares que não se podem tolerar.

Transcrevo um excerto:

Para Bruno de Carvalho o futebol português cheira mal. "Temos que pensar no que realmente é importante para o futebol português. Na gíria popular, porque sabemos que o futebol português está bipolarizado, isto funciona como o ânus onde temos duas nádegas que se enfrentam uma à outra dizendo 'estou aqui e sou melhor do que tu'. Entre algo fisiológico como o ânus, ou sai vento mal cheiroso ou trampa. E é disto que o futebol português está cheio por dentro e por fora: trampa", disse esta quarta-feira o presidente do Sporting.


Fez-me lembrar as crianças que, pelos dois ou três anos, entram na fase rebelde e começam a dizer, com ar maroto e despropósito: chichi, cocó. Mas este marmanjão tem ar de ser mais velho (embora a idade intelectual talvez ande ao nível da escola infantil).

Mudámos logo de canal, eu escandalizada com isto, com os dizeres, com o sorrisinho alarve, com tudo. 



Mas não mudámos para melhor: fomos parar a um canal onde a tropa fandanga dava a entender que o Tribunal Constitucional está a deixar o País entregue à instabilidade e a impedir o cumprimento de compromissos oficiais. 

A conversa não incluía o tipo de vocabulário usado pelo tal de Bruno de Carvalho (mas apenas porque foram usados outros termos). 

O ataque cerrado que o Governo está a fazer ao Tribunal Constitucional - como se não devesse haver um guardião da Lei Fundamental do País (Lei essa que juraram cumprir) - é aterrador. Quando os órgãos de soberania não se respeitam, chega-se a um impasse institucional que pode tomar contornos imprevisíveis.


O Tribunal Constitucional não é um coito de anarquistas nem um bando de oposicionistas: não, é um conjunto de juízes dos mais variantes quadrantes políticos e faz parte dos órgãos de soberania do País.

Este Governo, constituído por gente impreparada a todos os níveis, incluido o cívico, nem isso percebe, tal como não percebe que deve agir dentro do quadro legal que jurou cumprir.

Ao pôr em causa, ao desacatar e desafiar o Tribunal Constitucional, o Governo parece que está a querer subverter as regras democráticas. 

Passos Coelho agora cancelou a ida ao Brasil, ao futebol, e estou-me bem nas tintas para isso, mas isto é ele, de cabeça perdida, a fazer birra, a extremar posições. 


Depois também já ninguém respeita a Inconseguida Esteves. Uma vergonha. 


O Parlamento está manietado por uma maioria que está nos antípodas do povo que a elegeu e que usa o Parlamento para garantir a aprovação de todos os dislates que o Governo vai inventando - e a sua Presidente não é levada a sério nem a sua (inconsistente) opinião tida em consideração.


Cavaco Silva não diz nada ou o que diz não aquece nem arrefece. Numa altura em que devia aparecer, com voz firme, a dar um murro na mesa e a obrigar a que, ao menos, os órgãos de soberania se respeitem uns aos outros, fica calado.

Uma vergonha. Um pântano.

Se isto não é a política a um nível baixo, baixo, rasteiro, abominável, então nem sei que diga.

E isto enquanto o Tozé empata a situação dentro do PS, deixando a situação política do País ainda mais encalacrada, sem oposição.

Estou a ouvi-lo na SIC N com a Ana Lourenço (inesperadamente com uma suavidade mais macia que veludo) e aqui está de novo, em estado de negação, a achar que o País está com ele e a arranjar maneira de empalear todo o processo de substituição da liderança do PS. 


Uma treta, isto tudo.



quinta-feira, março 06, 2014

Cá para mim, os polícias que se manifestaram em frente da Assembleia da República deveriam ter coreografado alguns gestos com o apoio dos modelos italianos da Dolce & Gabanna (é que não há quem faça manguitos como eles). Mamma mia... que convincentes eles são, nos manguitos e no resto. Que bom teria sido se aqueles milhares de agentes, à uma, fizessem um valente manguito aos deputados cobardes que não representam o povo que os elegeu mas os partidos onde se acoitam.


No post abaixo já vos mostrei um vídeo de Marinho Pinto (no programa da Cristina Ferreira e do Goucha, imagine-se) a revelar excepções fiscais para os partidos que quase parecem insultuosas e verbas que quase são chocantes. 

Temos que dar um certo desconto e admitir que pode ser que haja razões válidas para aquilo. Mas, ainda assim, é bom sabermos que o nosso voto vale 3,1€ pelo que muitos milhares de votos resultam num belo pé de meia para eles se orientarem bem. 

Por isso, vemos aquela tropa toda em grandes carros com motoristas, armados em sultões, convencidos que são gente importante e não como se deveriam sentir, alguém eleito para nos representar e defender os nossos interesses (os nossos! não os deles próprios). Mas é preciso não escorregarmos para o populismo pelo que aconselho que ouçam aquele desfiar de informação felpuda - mas que ouçam com algum sentido crítico.

Mas isso é no post abaixo. Aqui, agora, a conversa é outra.

*

Cheguei a casa, como vem sendo hábito, tarde e más horas e, quando me sentei a jantar, estavam as televisões a transmitir um mar de agentes das forças de segurança em frente à Assembleia da República, uma tensão cujas vibração chegava até nossas casas. Uns, fardados, escudo, capacete, em cordão, defendendo a escadaria e, em baixo, um mar de gente em agitação orgânica, num nervosismo que a todo o momento podia fazer entornar o caldo.


A temperatura do país está a subir, o aperto está a tornar-se feroz, as infâmias e as injustiças estão em crescendo, este governo aparece com uma nova medida atentatória dia sim, dia sim. Uma vergonha, uma provocação. Têm tido sorte porque este é um povo de boa gente.

Mas toda a gente aguenta, aguenta, até ao ponto em que acha que não tem nada a perder.

Quando vejo estas manifestações acho que falta na organização algum sentido de performance. Parece que nunca se sabe como acabar aquilo, como dar algum seguimento. O homem do sindicato foi recebido pela Inconseguida Estebes e ela disse que tá bem, eu entrego o dossier aos dos partidos. E pronto, acabou-se. O que é que os polícias conseguiram? Bola. Zero. Mas, pronto, que mais poderiam eles querer ali?

Por isso, para a coisa, numa próxima ocasião, passar a ter algum conteúdo, aqui deixo as minhas sugestões teóricas com as devidas aulas práticas.



Kevin e Jonathan Sampaio a lição nº 9: F**   OFF

  • Sugiro que se manifestem à porta do Ministério e exijam ser recebidos pelo ministro. 
  • Que, uma vez lá dentro, o dispam e atirem a sua roupa para a rua para ele saber o que é ter que andar fardado e não ter dinheiro para comprar a farda, 
  • que o obriguem a aparecer à varanda todo nu e que o forcem a ficar a vê-los a fazerem uma coreografia onde mostrem a sua raça, cantando canções de gozo e desafio. Nu, ao frio. Para ver se aprende a ter respeito por quem tem menos que ele.
  • E que o obriguem a ir a pé para casa, para saber o que é não ter dinheiro para meter gasolina no carro.

Noah Mills, giro todos os dias, e a lição nº 9:  F**   OFF

E, para que possam ensaiar com quem sabe, aqui deixo um vídeo de encher o olho (especialmente ao sector feminino e gay). São os maravilhosos modelos masculinos da Dolce & Gabanna mostrando como se fala com as mãos. E que bela pronúncia eles têm, Dio mio.






***

Para ouvirem as explicações de Marinho Pinto sobre as contas inerentes à vidinha dos partidos, desçam, por favor, até ao post já a seguir.

***

Catarina Martins fez uma pergunta a Passos Coelho, acrescentando - face aos factos - que a palavra deste não vale nada e o dito cujo que, em pleno Parlamento, na mesma sessão mostrou várias vezes que tem uma língua de trapos e uma palavra mais rota que nem sei o quê, num arroubo de parvoíce anti-democrática, recusou-se a responder à questão da deputada do BE. Passos Coelho, o barítono frustrado, em mais uma das suas óperas bufas. A inconseguida ficou a patinar em seco, com umas calças que não lembravam ao diabo. E eu, daqui, dou uns conselhos aos deputados que queiram pôr o Láparo à prova.


O troca-tintas-mor, Passos Láparo, aquele que se diz e desdiz com uma limpeza que até dá medo, um trauliteiro que fala como um vulgar arruaceiro (vulgar não; corrijo: um arruaceiro disfarçado de moralista), hoje deu-lhe para se armar-se em maria-amélia, em tininha-enjoadinha, em linguiça-amuadiça e, com aquela cara de quem está prestes a entrar em rigor mortis, resolveu amuar e marimbar-se para a resposta devida à deputada Catarina Martins.


Não admira. A inteligência começa a ficar-lhe esgotada e, portanto, não espanta que se sirva de estratagemas para se furtar às respostas incómodas.

Corta nos rendimentos onde já não há para cortar, percebe-se que são cortes definitivos onde tinha dito que eram provisórios, diz que o que custa é a primeira pancada, e todo ele se desdobra em infâmias, aldrabices, grosserias, brutalidades.

Estou-me nas tintas para as respostas dele pois, com pessoas assim, nem vale a pena a gente dar-se ao trabalho de prestar atenção ao que dizem. Se eu tivesse algum cargo em que me visse na contingência de ter que falar com ele, recusava-me. Há limites que não devem ser transpostos e conceder crédito a alguém que se tem portado como este Láparo-Cantor se tem portado é coisa que não deve sequer ser considerada.

No entanto, no cargo em que ele está, ele deve explicações à Assembleia da República e, se fosse um democrata, saberia que algumas verdades frontais ou, mesmo, alguns excessos de linguagem, fazem parte do confronto democrático. Além disso, se se visse ao espelho todos os dias, saberia que, tantas e tão más tem dito e feito ao longo destes últimos anos, que a ele próprio deveria provocar indignação.

E depois parece que tem um certo gosto em ser malcriado com deputadas. Na sua boçalidade, deve achar-se superior ao género feminino.

Assim sendo, o que daqui aconselho a todas as deputadas e a todos os deputados a quem o comportamento deste sujeitolas incomode, é que, sempre que a criatura vá ao parlamento, se apresentem numa das três versões seguintes.



1. Ou como a inteligente Cretina Ferreira, digo Cristina ex-Goucha, na versão electric blue (diz ela que assim se sentiu cheia de energia - e de mulheres energéticas é o que o Lápa-roto precisa de ter pela frente) - e até parece que já estou a imaginar a Isabel Moreira a dirigir-se a ele, acutilante e enfurecida, fuzilando-o com o olhar, toda neste azul perigoso. 


A ver se ele se armava em bom com ela... é o armavas. 

Miufa, miufa. Deve ter mais medo da Isabel Moreira que o diabo da cruz. (Pudera, ela tem mais inteligência a dormir do que ele acordado e rodeado de assessores, de relvas e de maçães por todo o lado)



2. Ou então, podem ir vestidas como a inocente moçoila aqui ao lado (e até parece que já estou a imaginar a Heloísa Apolónia nestes preparos a desafiar a destituída criatura). 

Ele, com aquele seu típico fácies de néscio, não respondo, não respondo, não respondo e ela, de mão na anca, 'ó filho, anda cá que és meu', pronta para o praxar bem praxado.
Não vou, não vou, não vou. Estou indignado.
E ela, poderosa, Estás, estás. A ver se não te agarro, ó láparo.

E claro que o pegava, que a Heloísa não desiste nem por mais uma. 

Pegava-o nem que fosse de cernelha.





3. Já os cavalheiros poderiam ir vestidos como estas gentis matrafonas aqui ao lado. Aquela rapaziada jeitosa do PCP mais o Galamba e mais uns quantos, todos assim, a questionarem o outro. Então, pá, os esbulhos são provisórios ou definitivos? e vá de martelo ao alto.


Então e a pancada vai doer, ó láparo? Vais continuar a dar pancada, ó láparo? Vá lá, ameaça lá... E o martelo bem à vista.

A ver se ele não se encolhia e não respondia como deve ser.


4. A menos que a inconseguida Sãozinha ache que só ela é que pode ir mascarada para o Parlamento e nenhum deputado possa entrar vestido como estou a aconselhar. Mas aí seria uma pena.


**

As fotografias foram obtidas no DN e referem-se ao Carnaval 2014.


sexta-feira, fevereiro 14, 2014

Para a neo-Kitsch Assunção Esteves, a inconseguida Ellen Degeneris portuguesa, aqui ficam algumas sugestões para a decoração da Assembleia da República no 25 de Abril. Joana Vasconcelos para quê? Tem aqui a UJM ao seu dispor. Cãezinhos a abanar a cabeça e com sapatinhos de crochet à sua frente? É para já! E uma jarrinha com cravinhos das Caldas na bancada do Governo? É já a seguir. E uma chaimitezinha de plástico com cavaquinhos vestidos de soldados? Com certeza. Mais alguma coisa? [... E nada de malícias!, que estas minhas gentilezas para com a Sãozinha não têm nada a ver com o facto de hoje ser dia de S. Valentim... ]


Abaixo temos humor de antigamente e do bom, um bouquet de excepção. Uma selecção vintage, digo-vos eu.

Não é exaustivo: faltam, por exemplo, os meus bem amados Monty Phyton. Ficará para outro dia.

Depois ainda temos Manuela Ferreira Leite a falar com desdém de um bando de atrasados mentais. Paulo Magalhães bem tenta moderá-la mas ela já não consegue: aquela malta tira-a do sério.

*

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, o negócio é arte. Mecenato. Patrocínios. Cenas dessas. Sponsoring, diria o de Massamá. Arte a sério diria o tal irrelevante caniche com óculos de fundo de garrafa.


Mas, para já, que entre o Manuel João Vieira acompanhado pelo Jorge Palma

35 de Abril




Refiro-me às comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril e da inteligente sugestão da Sãozinha Estebes que quase consegue deixar-me com níveis frustacionais elevados, dado o inconseguimento agudo que me provoca, uma coisa na base do soft-power a trepar por mim acima como uma brotoeja oxigenada. Parece coisa causada por aquelas coisas maradas, alucinogénas, sei lá, ideias lançadas com base em reflexões em voz alta, exploração do simbólico, envolvimento dos afectos.





Ou seja: a nossa Segunda não pára de nos surpreender. Agora são os patrocínios para o 25 de Abril com chaimites decorados com cravos de 5.000 euros cada, feitos pela Joana Vasconcelos Passos Cagarra (Passos pelo lado do láparo, Cagarra pelo lado do pai).




Joana, a super-kitsch, sempre, sempre ao lado da troupe do regime.

 -> E tudo isto patrocinado por empresas.

Chaimite com cravos de crochet cada um patrocinado por sua empresa.

Um cravo patrocinado pelo senhor das Três Gargantas devidamente agenciado pelo púbico Catroga, outro pelo omnipresente Sr. Mosquito, outro pela Isabel, marquesa dos Santos, outro pelas Empadas do Avillez, outro pelo João Rôlo e ainda outro pelo Beauté cabeleireiros.


Boa. Vou nessa.

A Dona Cavaca rejubilaria e até o inefável deputado Amorim iria com uma touquinha de crochet, pompons nos sapatinhos e cravinho de papel crepon na lapela.

O irrevogável vice-Portas iria de manto imperial, veludo bordado com rosetas de crochet douradas, e com uma coroa feita de caixas de iogurte (para mostrar que é sustentável, claro).

Gosto tanto da ideia que estou capaz é de patrocinar tudo. Contrato os Irmãos Catita e até os ponho a cantar o Conan, o Homem Rã.

Mas ainda vou mais longe. Ó Sãozinha, não seria até mais eficiente e rentável se cada deputado fosse, ele próprio, patrocinado por uma marca? Ó pá, Sãozita, que poupanças para o erário público...

Por exemplo: o oleoso da bancada do CDS, agora nem me lembro do nome do homem, o líder, esse podia ser patrocinado pela marca de shampoo do Continente, a do PSD, aquela das écharpes, a Teresa Leal ao Coelho, seria patrocinada pela Parfois, o jovem Hugo Alexandre, o dos referendos, poderia ser patrocinado pelo fiambre da perna do Pingo Doce. Uma coisa nesta base. Cada um teria que andar com a marca que o patrocina estampada nas costas. A Sãozinha e a D.Cavaca, em parceria, até poderiam contratar a criativa Joana Cagarra para criar uma toilette adequada para cada deputado que respeitasse a obrigatoriedade de ter a marca patrocinadora bem visível.

Assim como assim, já que não representam os eleitores, ao menos que representem marcas comerciais. E, claro está, tudo isto para mostrar bem o estado de bandalheira e avacalhamento para o qual se pretende levar a nossa frágil democracia.

E, para que não lhes falte ideias, aqui lhes deixo um vídeo com obras de arte kitsch, tudo coisas boas para serem usadas no Palácio de Belém e/ou na Assembleia da República.

Não falo no Palácio de S. Bento porque isso é sabido que está transformado numa fábrica de bolos, queijadas e farófias.

Ámen.






*

Relembro: abaixo deste há mais dois posts, 
  • um com humor vintage 
  • e outro com os anormais que tiram a Manuela Ferreira Leite do sério.

*

E, por agora, por aqui me fico. 
Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela sexta feira! 
Have fun!


sábado, janeiro 04, 2014

Red alert! Red Alert! O Um Jeito Manso está a ser atacado! Serão ministros, será gente? Gente não é certamente e os ministros não falam assim. É talvez algum secretário de estado mas há pouco, poucochinho, nem um cavaco mexia na quieta companhia do liberato e da maria... Alô, alô! Não há por aí nenhuma Assunção Esteves que venha aqui ajudar-me a pôr o Bruno Maçães e o Marques Guedes na ordem que eu estou a inconseguir e o meu nível frustacional está elevado e o meu soft power está a ficar marado...?


Já não foi de ontem, já vinha de antes de ontem: eles andem aí.

Se não é chuva, nem é gente, nem ministros nem secretários de estado, será o quê? 

Clones? Drones

Bonecos insuflados com nomes de membros do Governo do putativo discípulo do La Féria?

Enviados do saudoso Relvas? 

Emissários da Poia Madura? 

Amigos do Lombinha? 

Gente do SIS? Who? What?

Quem? Quem, senhores?

Assinam como Bruno Maçães e Marques Guedes mas parecem-me ilustrados demais para o serem. 

Se fosse o verdadeiro Marques Guedes falaria uma novilíngua recalibrada, temporária, um invólucro invisível a embrulhar um conjunto vazio.

Aparecer-me-ia de mansinho, sem dizer coisinha nenhuma, um ar leve, levemente blasé - e não assim como me apareceu o seu homónimo, chispando Fs, com pensamentos concretos e palavras (quase) claras.

Por isso, o outro Marques Guedes este não é.

Então quem é, quem é?

Por outro lado, o outro, se fosse o Maçães, é mais que certo que me apareceria feito espertinho, todo valentão, todo prosa, de bicos de pés para eu o tomar por alemão, todo de peito feito para eu o tomar por machão.

Talvez até me aparecesse de arma na mão para eu ver logo que é devoto de Sta Pallin, essa erudita mãe de família.

Mas não - e, por isso, o outro Maçães este Maçães também não é.

Mas então, senhores, quem é? Quem é que por aqui, pelo Um Jeito Manso, anda a rondar?

Alguém aí me pode ajudar?

Pelo Totozé eu já nem chamo que dali só vêm olhinhos pios e descaídos, todo uma tristezinha de dar dó.

Pelo Cavaco não vale nem a pena que aquele quer é sopas e descanso, mantinha nos joelhos, a Maria a fazer-lhe um cafuné, o Liberato a fazer-lhe cócegas atrás da orelha para o manter de pé. 

Só se for a reformadinha de luxo, a Degeneres da AR, mas essa anda numa fona a ver se bate os amiguinhos de S. Bento a jardinar a língua portuguesa. 

Consta que querem entrar para o Guiness como a malta de órgãos do poder que inventa mais palavrinhas parvas em todas as repúblicas das bananas. 

Dá gosto ouvi-la a expor as suas recalibradas questões metafísicas: toda ela 'soft power', 'mística de direitos', 'religião civil da dignidade humana', 'castrada em termos pessoais' (ai!, que esta até a mim, que os não tenho, me dói; fará a ela...), 'não conseguimento perverso', 'inconseguimento', 'nível social frustacional derivado da crise' e eu sei lá que mais.  Ó mulherzinha inteligente, benza-a Deus.


Mas, com tanta criatividade aos saltos, tem lá ela cabeça para me vir ajudar...

Mas, sei lá, às vezes há milagres. 

Por isso, estando o Um Jeito Manso em red alert, a ver se me aparece alguém para pôr ordem nesta maltinha que por aqui anda a rondar, não vão eles fazer alguns estragos, roubar-me a carteira, limpar-me o frigorífico, sei lá.

Aguardo.


***

Sobre as fotografias

O Dema de Ferro e a Reformadinha provêm do blogue We Have Kaos in the Garden

O Bruno Maçães (o legítimo) provém daqui.


sexta-feira, julho 12, 2013

Assunção Esteves, a Miss Prada do Parlamento, de cabeça perdida, até chama carrascos aos cidadãos que protestam nas Galerias. Passos Coelho e Paulo Portas estão doidos, doidões, amarradões mesmo com a solução que Cavaco Silva lhes serviu a frio. E de cada vez que falam (ou alguém por eles) a gente vira a cara para não lhes sentir o hálito. A populaça impacienta-se e começa a encher e os sacrossantos mercados também não gostaram da baderna que Cavaco armou. Este verão está a aquecer. Ou então é apenas a silly season em todo o seu esplendor. Para não dar a noite por perdida, ofereço-me as belas flores abstractas da Georgia O'Keeffe e a Teresinha por Maria Bethânia. Haja beleza e amor.


Passa da meia noite, cheguei há pouco a casa, um fim de dia algo atribulado. E amanhã, ainda antes do sol nascer, já estarei a caminho para mais uma maratona de dia inteiro. Já não me restam muitas horas para descansar e, cansada que estou, e sem ter conseguido ver notícias nem a Quadratura do Círculo, um dos programas com gente inteligente que hoje aguardava com especial curiosidade, pouco posso falar sobre o que se passou neste dia que deve ter sido estranho.




Dei agora uma voltinha pela internet e estou neste momento a ver a SIC N e vejo que a bagunça está, de facto, instalada. Com este caldinho que o Cavaco despejou por cima de um cozinhado que há muito tinha virado esturro, as crispações tenderão a crescer entre a populaça, enquanto a hipocrisia tenderá a refinar-se nos partidos. 

Vi os protestos na Assembleia da República, as pessoas começam a esticar a corda (e têm razões para isso), a Assunção Esteves de cabeça perdida, aos gritos, um despropósito, vi as pessoas na rua, vejo a revolta que não vai parar, mas não vai mesmo. E vejo a Miss Prada a comparar os cidadãos que protestavam aos carrascos de que Simone de Beauvoir falava, quando falava do nazismo. Que coisa infeliz. Mas o ambiente é propício a toda a espécie de dislates.

E li que quer o Passos, quer o Portas dizem que nunca quiseram outra coisa, que estão do lado do Cavaco, que isto que ele quer, tomara eles, que adoram, adoram, adoram esta solução. Os narizes crescem-lhes estupidamente de cada vez que abrem a boca mas como eles há muito que deixaram de se ver ao espelho, nem dão por isso.

Isto não pode acabar bem. 




Uma solução como a que Cavaco preconiza poderia fazer sentido num país que não estivesse a definhar, a empobrecer para nada, a ser desgovernado à mão de gente incompetente, se não viesse numa altura em que já ninguém suporta ninguém. Nem a população suporta este Governo, nem ninguém suporta o Cavaco, nem o Governo suporta a populaça, nem Cavaco tão pouco a suporta. E nem Passos suporta Portas, nem Portas suporta Passos, nem Cavaco suporta Passos e Portas, nem estes o suportam a ele. 

Ora, daqui não pode nascer um clima construtivo e abnegado. Não há ingredientes para um cozinhado apurado. O caldo já azedou, fermentou. e o vinho virou vinagre (como dizia o Aleixo). São caminhos irreversíveis. Temos pena.

E, por outro lado, com esta desconsideração pública de Cavaco aos líderes dos dois partidos da coligação (desconsideração que é a paga pelas desconsiderações de que tem sido alvo por parte destes), o Governo está minado. Mas minado mesmo. De cada vez que alguém do Governo der um passo, corre o risco de lhe rebentar uma mina por baixo.

Hoje foi o Rosalino (sempre ele) na Assembleia: Governo precário, Governo a prazo, Governo em mobilidade especial. Ninguém os respeitava antes disto, muito menos os vão respeitar agora. Impossível.

Enfim.


Mas para não me ir deitar com o Rosalino na ponta dos dedos, credo..., vou oferecer-me a mim própria e ao meu amor, o terceiro que chegou como quem chega do nada, uma musiquinha de que gosto muito.




E flores de Georgia O'Keeffe. Para mim hoje. E para o meu amor. 
E para os meus amorzinhos: os meus meninos e os menininhos dos meus meninos.



E para vocês, meus queridos Leitores, uma companhia tão presente aí desse lado.

*

E tenham, meus Caros, um belo dia! 

sábado, junho 01, 2013

Assunção Esteves, a Miss Prada da Assembleia da República, diz que as pessoas "não podem dissolver o funcionamento das instituições. Se não for assim, já não estamos na ordem democrática, estamos na revolução». E se a temível Miss Prada, a reformada Presidente da AR, o diz... Mas, pergunto eu: Dissolver...? Revolução...? Que ideias vão naquela cabecinha diabólica?


Sobre o P. Lomba (P de Patinho, claro) e o seu surpreendente apoio ao Miranda Calha para as autárquicas falo no post abaixo. Ai Patinho, Patinho que os teus enganos ainda te pregam alguma parida a sério...

Mas isso é no post a seguir. Agora, aqui, a conversa é outra.



Assunção Esteves, a Miss Prada do Parlamento,
vista pelo implacável autor do blogue We have Kaos in the Garden


Aqui há dias li que, na Assembleia da República, tratam Assunção Esteves por Miss Prada tal a forma como trata colaboradores e colegas: que é irascível, temível, intolerante, que atira as culpas para cima dos outros, que tem assessores a vigiar o que dizem dela na wikipedia só para não revelarem aspectos que não lhe agradam muito (como, por exemplo, que optou pela reforma em vez de optar pelo ordenado atribuído à função, que se reformou aos 42 anos, etc) e, em contrapartida, para lá escrever que foi boa aluna no liceu e outras irrelevâncias para quem lê mas que ao ego dela devem fazer bem.

E que, portanto, tem o culto da imagem, nomeadamente o da imagem física, que o penteado informal é cuidadosamente preparado, que se pela por grandes marcas e tal e coisa.

Mas, enfim, que é inteligente e tem uma conversa interessante; senão diriam que é a típica loura burra, de tal forma é birrenta e insuportável. E que não há colaborador que páre junte dela, afastam-se todos como se fugissem do diabo. E que até há quem tenha que emborcar uns calmantes para conseguir aguentá-la.

Enfim.

Mas não era isso que eu aqui ia falar.

A piada está nas palavras que referi em epígrafe e que usou quando nas galerias as pessoas fizeram barulho: devia estar a pensar que isto está mesmo a pedir é que dissolvam a AR e saíu-se com aquela. E devia estar a pensar que tomara que fizessem uma revolução para se ver livre deste desqualificado governo e saíu-se também com aquela. Lapsus liguae incómodos.

O diabo veste Prada, é coisa sabida.




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Se querem seguir para bingo, é descer até ao post seguinte.

sexta-feira, abril 26, 2013

Conchinhas de suave madrepérola ou translúcidas como asas, pousadas sobre as palavras de Clarice Lispector. A Descoberta do Mundo. Por isso, o discurso de Cavaco Silva no 25 de Abril, um discurso tomba cravos, é assunto de secundaríssimo plano.


Ouvi a parte final do discurso de Assunção Esteves e gostei bastante. Um discurso elegante, culto, próximo da realidade concreta do País. 

Depois, comecei a ouvir o discurso de Cavaco mas desligaram-me a televisão e fui arrastada por um braço. Ouvi depois mais um bocado, já no carro. Nada de novo. Depois da conversa muito crítica para o desgoverno referindo a espiral recessiva, Cavaco entrou em retiro espiritual do qual começa agora a sair para dizer, de novo, coisas contraditórias. Nada do que ele diz consegue despertar-me grande interesse: é inconsequente, errático, crispado. E depois tem sempre aquele tom antipático, parece hostilizar as pessoas. Muito pode ele querer consensos mas, com aquela cara de esgar enquistado, com aquele tom de voz áspero que arranha a nossa sensibilidade, ele divide em vez de unir, afasta em vez de aproximar.

No entanto, desconfio que alguma coisa se passe para além da pobreza de espírito que nos é dado ver. Apesar de nunca se lhe ter conhecido algum rasgo ou alguma coerência, acho que alguma coisa agora não bate certo. Estranho esta mudança de atitude numa altura em que o desgoverno dá cada vez mais sinais de desagregação interna, de incapacidade para dar corpo a outra coisa que não a destruição do país. Não percebo. Acho que a situação do País é grave demais para ele estar a querer consensos em torno da destruição que está a ser levada a cabo.

O pobre Álvaro, o rei dos pastéis (lugar agora disputado por Paulo Portas), no outro dia, depois de um Conselho de Ministros de 8 horas supostamente dedicado ao desenvolvimento, apareceu a anunciar uma mão cheia de banalidades e de intenções, temas para discussões. Nada de concreto, nada para já. Outra coisa não seria de esperar. Este desgoverno não sabe fazer nada, é um bando desconexo, gente incompetente, impreparada, gente que para ali anda sem uma liderança que lhes defina o rumo. Começo a pensar que, em termos de descoordenação e bagunça, seja bem pior que o Governo de Santana Lopes. O único que vai fazendo o que quer, indiferente ao que se passa à sua volta, é o psicopata social (como lhe chama o outro) Gaspar.

Enfim: uma tristeza isto, este desnorte que acarreta um desequilíbrio cada vez mais grave nas contas públicas. Começo a recear seriamente as consequências disto. Passos e Cavaco ameaçam-nos com um segundo resgate se não amocharmos, mas receio que nos estejam já a preparar para isso (e, uma vez mais, desonestamente - tentando culpabilizar a população de uma desgraça que eles causaram e causam todos os dias). Temo mesmo que isso venha mesmo a acontecer pois, se não for posto cobro a esta destruição, não haverá volta a dar. 

Mas hoje não me apetece maçar-me mais a pensar nisto nem maçar-vos também a vocês, meus Caros Leitores.

Fui à praia. Que bem que se estava. Calor, um sol mesmo bom, um mar fresco mas agradável, crianças a correrem e a brincarem, cães a mergulharem e a nadarem como gente grande.




Claro que levei a minha máquina, não ando sem ela. Vou andando e captando momentos, cores, movimentos.

Fizemos a nossa caminhada, cerca de cinco quilómetros, à beira de água. 

Desde pequena que, quando à beira de água, vou de olhos postos nas conchinhas, limos, pedrinhas que o mar vai rolando, enrolando em espuma.




Desde que me lembro, apanho as que acho mais bonitas. Depois nunca sei o que lhes hei-de fazer. Algumas ainda guardo, outras acabam por se perder. 

Mas isso não lhes retira a capacidade de encantamento que têm sobre mim. Brilham ao sol, brilham quando molhadas e quando o sol se reflecte nelas; e algumas têm formas rendilhadas, trabalhadas pelas águas.

Agora atenuo a minha pena de não ter onde guardar tantos preciosos tesouros, fotografando-os.




Hoje havia este pequeno ser, não sei se uma alga, se quê. Misterioso. Nunca tinha visto igual. Se calhar é um extra-terrestre que estava ali sossegado, ao sol.




Sempre me atrairam especialmente as estrelas do mar. São seres elegantes, uma renda fina. Quando era uma menina que andava com um baldinho a escolher conchas, búzios, pedrinhas, ficava radiante quando descobria uma estrela do mar. Uma estrela que em vez de viver no céu, escolheu o fundo do mar. Por vezes levava-as para casa mas a minha mãe aborrecia-se. Ao fim de algum tempo deitavam maus odores e perdiam a beleza.

As coisas são mais belas no seu sítio original. Retiradas de lá ficam desenquadradas, tristes.




Mas vejo este pequeno caranguejo sem vida e, ao reparar na textura e nas cores suaves da sua carapaça, imagino peças que poderia fazer mas logo desisto. Peças para pôr onde? 

Contudo, depois, não resisto e trago uma bela concha, parece madrepérola, pequenina, macia, gosto de as sentir nas minhas mãos, e depois uma outra, grande, translúcida, muito bonita, parecem asas, se calhar de uma pequena fada que vivia também no fundo do mar, rodeada de estrelas. E trago também um pedaço de concha partida, com um raiar de tons suaves que se conjugam com elegante sobriedade. Trago-as, não resisto.

Estão aqui ao pé de mim. De tarde, coloquei-as sobre o livro que estive a ler, A Descoberta do Mundo, crónicas de Clarice Lispector.




Não me perguntem porque faço coisas assim, fotografar conchas translúcidas e ainda a cheirar a mar junto às palavras de Clarice. 

Mas, talvez, se vos mostrar algumas das palavras delas vocês consigam perceber-me.


Homem se ajoelhar

É bom. Sobretudo porque a mulher sabe que está sendo bom para ele: é depois de grandes jornadas e de grandes lutas que ele enfim compreende que precisa se ajoelhar diante da mulher. E, depois, é bom porque a cabeça do homem fica perto dos joelhos da mulher e perto das suas mãos, no seu colo, que é sua parte mais quente. E ela pode fazer o seu melhor gesto: nas mãos, que ficam a um tempo frementes e firmes, pegar aquela cabeça cansada que é fruto entre seu e dela.


Menino

- Mamãe, vi um filhote de furacão, mas tão filhotinho ainda, tão pequeno ainda, que só fazia mesmo era rodar bem de leve umas três folhinhas na esquina.


Palavras assim não pedem mesmo um par de asas do fundo do mar e conchinhas de madrepérola? 

*

Ainda cá volto. Até já.

sábado, junho 25, 2011

Assunção Esteves e Ellen Degeneres, gémeas separadas à nascença?


Ellen Degeneres, a irmã gémea de Assunção Esteves, ambas brilhantes, bem dispostas, oustanding

Assunção Esteves,  a mana gémea de Ellen Degeneres que, para além das parecenças físicas, até é igual na forma de agradecer (quem costuma ver o programa da Ellen pode comprovar)