Do que se lhe conhece, acabou o curso há pouco tempo, está há pouquíssimo tempo inscrito na Ordem, há processos a correr contra ele por burla e mais não sei o quê.
A seguir abriu um escritório, fez-se fotografar ao lado do Marcelo e emoldurou a fotografia, fez um vídeo a divulgar o escritório, o maior do país, onde mostra a fotografia e onde não se põe com modéstias. E, vai daí, arranjou um cliente: um sindicato. Arranjou, não: criou. Criou um cliente. Criou o sindicato. Criou o sindicato cuja morada é a do escritório, fez-se vice-presidente, porta-voz e assessor jurídico. E, a partir daí, tem sido uma festa.
Armou banzé, fez uma greve que lançou a confusão no país, fez tocar todos os sinos, as televisões sempre em cima, os coletes amarelos a apoiarem, as televisões em cima, os sindicatos existentes a sentirem-se a ficar com os pés no ar, e, de então para cá, não tem parado, sempre nos media, as televisões sempre a acompanhar, aceita uma coisa para logo vir dizer o contrário e querer mais mas sempre sob ameaça de greve, as televisões sempre em cima, o PSD e o Bloco de Esquerda ao lado dele contra o Governo -- como se, numa cena de sindicatos contra patrões, em que o Governo se preocupa em manter a normalidade no País, o culpado fosse o Governo e o herói fosse o dito Pardal -- e as televisões em cima, e, quando parece que as coisas vão entrar nos eixos, eis que o Pardal quer mais baderna e mais palco e marca nova greve e as televisões sempre em cima, sempre, sempre em cima.
Armou banzé, fez uma greve que lançou a confusão no país, fez tocar todos os sinos, as televisões sempre em cima, os coletes amarelos a apoiarem, as televisões em cima, os sindicatos existentes a sentirem-se a ficar com os pés no ar, e, de então para cá, não tem parado, sempre nos media, as televisões sempre a acompanhar, aceita uma coisa para logo vir dizer o contrário e querer mais mas sempre sob ameaça de greve, as televisões sempre em cima, o PSD e o Bloco de Esquerda ao lado dele contra o Governo -- como se, numa cena de sindicatos contra patrões, em que o Governo se preocupa em manter a normalidade no País, o culpado fosse o Governo e o herói fosse o dito Pardal -- e as televisões em cima, e, quando parece que as coisas vão entrar nos eixos, eis que o Pardal quer mais baderna e mais palco e marca nova greve e as televisões sempre em cima, sempre, sempre em cima.
E assim, com a ajuda das televisões e o apoio dos totós e dos distraídos, eis que o Pardal vira astro.
E eis que, num novo golpe de ilusionismo, sai à cena outro populista, um demagogo-encartado, o Marinho -- que fala muito, muito alto, e tem a particularidade de não dizer nada -- e resolve fazer aquilo que se anunciava: mais palco ao Pardal. Desta vez, upa-lá-lá, um upgrade para o Pardal, um colinho para o fazer saltar para a política. Efe-erre-á. Á.
E eis que, de repente, num ápice, com aquele ar blasé de quem não tem nada a ganhar, o Pardal aparece nas televisões e, mostrando à saciedade que para ele vale tudo, eis que já é o verdadeiro arauto da liberdade e da democracia, a verdadeira voz do 25 de Abril, aquele que irá restituir ao povo os valores de Abril, que irá acabar com a corrupção no Parlamento, que irá devolver Abril aos portugueses. Alé-cui-alé-cuá. Xiripitá-tá-tá-tá.
E o que, em boa hora, vos digo é que se as televisões continuarem a andar sempre, sempre, em cima, o Pardal vai morder a mão que o Bloco lhe estendeu e, por muito que o Bloco, uma vez acordado, perceba o que se está a passar e queira denunciar o perigo da serpente que se esconde debaixo daquele corpo de ouriço bronzeado, poderá ser tarde demais.
E mesmo o PCP, que tem andado entretido a atacar o PS e a marcar posição junto de um eleitorado cada vez mais envelhecido, irá perceber que o linguajar populista do Pardal -- que irá prometer todos e mais alguns amanhãs que cantam -- terá mais efeito junto dos que se deixam encantar por qualquer serpente do que a sua forma de falar já muito datada.
Portanto, um alerta aos jornalistas, em especial aos da televisão: parem de entrevistar o Pardal, deixam de o chamar para as televisões, deixem de falar sobre ele, ignorem-no, tirem-no, o quanto antes, do palco, apaguem os holofotes, esqueçam-no.
Percebam que, a bem do País, há um mantra a ter sempre a bailar nas vossas cabeças:
Cortemos o pio ao Pardal.
Eu, pela parte que me toca, só o trago aqui para o denunciar e tudo o que diga será pouco. Read my lips. Cuidado com o Pardal.