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quinta-feira, outubro 01, 2020

Mafalda e eu -- que é como quem diz: sobre Quino apenas posso confessar a minha deficiência

 

Vou confessar: nunca li nenhum livro envolvendo Mafalda ou afins. O Quino conhecia apenas de nome, não de ser sua admiradora. Sempre achei que devo padecer que alguma deficiência. Toda a gente tem heróis de banda desenhada. Eu não. Nem Mafalda, nem Snoopy, nem Corto Maltese, nem Tintin, nem Asterix. E se cá em casa sempre houve colecções completas. Do meu marido, as últimas. Grande apreciador. Por vezes pegava, abria, tentava deixar-me contagiar pela mística da coisa. Infelizmente, nunca. Só desinteresse.

Em miúda, os meus amigos pelavam-se pelos figurinhas da Disney. Era um tema: os pais queriam que os filhos lessem livros de verdade e, quais smartphones avant la lettre, a miudagem queria era banda desenhada. Eu nunca. Os meus amigos compravam, trocavam, falavam dos que já tinham. Eu nunca. 

De tudo, só havia umas figuras a que eu achava graça: os Irmãos Metralha. Quando via a passar de mão em mão os livrinhos, ia ver se eles eram protagonistas ou as passagens em que entravam. Dessa maralha eu gostava. Já nem me lembro bem, acho que eram uns desastrados, uns totós mal jeitosos, mal barbeados, a quem tudo corria mal. Ainda agora que fui à procura de uma imagem para aqui colocar me diverti. 

[É verdade: sempre achei o Cabo Angel (aka Ângelo Correia) um verdadeiro beagle boy; pena é não haver mais três iguais a ele para a coisa ter mais graça quando ele se apresenta em público, em especial quando ia à televisão abrir a porta ao Láparo (aka Passos Coelho)]

Mas na televisão gostava de ver desenhos animados. O Bip-bip, por exemplo. Gostava imenso, fartava-me de rir. Espertalhão que só ele. 

Depois os Simpsons. Ah, adorava ver os Simpsons. O Bart e o Homer, grandes cromos. Mas também a extraordinária Marge, a avançada Lisa. E todos os outros. Mas, isto, como disse, na televisão. Se calhar enquanto fazia outras coisas, como sempre com um olho no burro e outro no cigano. Salvo seja, bem entendido.

Mas livros, pôr-me a ler/ver livros de banda desenhada, nunca foi a minha praia. Deficiência minha, já confessei. Portanto, acredito que seja uma perda esta partida do Quino mas, lamento, nada posso dizer sobre ele. Nem sobre a Mafalda que, como tantas vezes acontece com as crias, certamente sobreviverá ao seu criador.

sexta-feira, março 16, 2018

Dizem que lá se foi o improvável Stevie
... mas eu não sei, não...


Não sou de efemérides ou RIPs. Tenho cá para mim que aqueles que nos são importantes apenas se afastam fisicamente. Dentro de nós, continuam próximos.

Por exemplo, os meus tios -- aqueles a quem convidei para padrinhos de casamento e de quem sempre gostei tanto -- ainda andam por perto. Volta e meia, às sextas ao fim da tarde, ainda penso que devia ligar à minha tia. Não sei bem há quanto tempo se foi mas a ideia que tenho é que apenas se afastou. Nem consigo medir o tempo. Estava aqui a pensar e a apontar para uns dois anos. Ou três. Mas, pensando bem, na volta já há uns quatro. Ou cinco. O filho mais novo da minha prima devia ter poucos meses e já vai com uns cinco, senão quase seis. Estava grávida quando morreu o meu tio mas ainda bem no início. Corajosamente, escondeu-o. Não quis associar o anúncio da vinda de uma nova criança ao momento em que se despedia do pai, e isto com a mãe doente como também estava. Parece que foi há tão pouco tempo. 

Quando morre alguém conhecido, a blogosfera enche-se de despedidas e eu, que tenho muita dificuldade em fazer o mesmo que os outros, faço de conta que não se passou nada. De resto, também não gosto de despedidas. Não gosto de gastar muitas palavras na morte, em especial com a daqueles com quem antes não as gastei em vida. 

Stephen Hawking, a improvável criatura que desafiou as estatísticas e que abriu os buracos negros à luz do conhecimento, ter-se-á ido, dizem. Mas claro que não foi a parte nenhuma. Ainda por aí anda. A internet está cheia de provas da sua existência. Escolho, para aqui ter, apenas duas dessas provas, duas bem ao meu gosto.





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quinta-feira, janeiro 05, 2017

E sobre os sms do Domingues, não vai nada, nada, nada...?
NADA.
E sobre a jeiteira que o Centeno tem revelado para lidar com caldinhos destes, também não vai nada, nada, nada...?
NADA.




Não ando para muitas conversas e, muito menos, para comentar parvoeiras. 

  • Que o Centeno gere dossiers políticos com os pés é um facto, 
  • que dos dois Secretários de Estado que lhe conheço também, quando têm que gerir temas que deveriam ser geridos com pinças, os gerem à pazada é outro facto 
  • -- e que o flop António Domingues e todo o caso da nomeação de uma administração para a CGD só mostram que o Centeno é bom a gerir números ou a traçar estratégias e a segui-las mas um nabo a gerir temas que metem pessoas e respectivos egos, é outro facto.

Dizer mais o quê? Nada.

Se há alturas em que um chefe tem que se chegar à frente e suprir as lacunas dos subordinados, esta é uma delas. Costa tem que se chegar à frente de cada vez que o Centeno se ensarilha nestes assuntos. Caso contrário, é uma festa.

Claro que tudo poderia passar mais ou menos despercebido se o verdinho do Centeno tivesse pela frente um fulano low profile, que não se desbroncasse todo à primeira pergunta. É que este António Domingues, parecendo querer cultivar a imagem de um banqueiro excelentíssimo, é tudo menos discreto. É uma goela escancarada. Conta tudo: ele disse-me isto, eu respondi-lhe aquilo e eu, então, disse isto e vai ele e diz aquilo. 

Agora uma coisa é certa. Que, sempre que alguém vai ocupar um lugar qualquer público, deve fazer prova do seu património antes para que depois possa fazer prova de que não enriqueceu de forma inexplicável, acho óbvio.

Que essa declaração deva ser pública parece-me lamentável. Bem podem as vizinhas quererem espreitar para dentro da casa dos mais ricos para depois, entredentes, especularem pelas vielas como foi que eles enriqueceram  e depois, sonsas, disfarçarem e arvorarem-se em castas -- que a mim me dá igual. O património de cada um, em particular quando o obteve depois de uma vida de trabalho em organismos privados, não deve ser matéria susceptível de aparecer avacalhada na primeira página do Correio da Manhã ao lado de histórias envolvendo proxenetas e polémicas protagonizadas pela Luciana Abreu ou pela Cátia Aveiro.



Falo por mim e não tenho, certamente, património que se compare ao do Domingues: se algum maluco tivesse a ideia peregrina de me convidar para um lugar desses, eu não pensaria duas vezes: é o ias.
E não é apenas porque não me apeteceria ver o meu património exposto para que tudo o que é olho gordo salivasse: é, sobretudo, porque não me apetecia nem um bocadinho aturar a pelintrice mental daqueles deputados de aviário ou a arrogância pesporrenta de meninas com cara de más, armadas em implacáveis justiceiras. Não tinha pachorra. Juro que não.
Tirando isso, nada mais tenho a acrescentar. Poderia dizer que isto da Caixa tem sido, a todos os títulos, uma dor de alma e que para lá ir o manhoso do Macedo é sal em cima das feridas mas, francamente, não me apetece falar mais nisto. 

Se não se importam, acabo como comecei: com protagonistas de quem gosto mais do que dos do mau romance que envolve o Domingues ou o Macedo.


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PS: E nem me apetece falar no dinheirão que o Sérgio Monteiro, aquele artista dos tempos do láparo e da marilú de má memória, anda a ganhar há que tempos para não conseguir vender o Novo Banco nem por mais uma. Só espero que o totó do Costa do Bdp desista de o vender por tuta e meia a qualquer chinês mal enjorcado ou a qualquer fundo mal parido e que obrigue o dito Sérgio a devolver a dinheirama que tem andado a empochar. E se o totó do Carlos Costa não for capaz de ver isto (e não vai ser capaz pois todos já sobejamente lhe conhecemos a incapacidade de ver ou perceber o que quer que seja) pois que o Costa do Governo lhe dê um abre olhos. E se o António Costa o não conseguir, pois que o Marcelo, em vez de se limitar a atirar-se de mergulho para o Guincho, se atire também de cabeça para dentro desta caldeirada e ponha um ponto final nesta maluqueira de querer vender um banco bom como se fosse lixo de quinta categoria.



terça-feira, agosto 02, 2016

Os Simpsons fazem a sua escolha para a presidência dos EUA: Trump é que não!



Já havia um ou outro tópico, conversas, cartoons (por exemplo, os que aqui mostro), entrevistas. A posição era clara, as simpatias democráticas óbvias. Há uns anos os Simpsons tinham passado uma paródia na qual Trump ascendia onde ninguém de bom senso acharia provável que chegasse  (2º vídeo). Mas o improvável aconteceu: a paródia virou profecia. E, perante tal perigo, nada como ser mais directo

Ou seja, agora as coisas tornaram-se inequívocas. O statement está feito e e claro: Hillary para presidente. 

Não é que Hillary fosse a primeira escolha de Homer mas já sabemos como são as suas capacidades cognitivas. Mas não é grave pois é sabido quem é que, naquele casal, tem cabeça e conduz as decisões críticas.

Note-se também esta particularidade: como qualquer mulher que se preze, Marge apenas consegue fazer amor depois de ter a cabeça limpa de ralações. 
Pode ser que, com tudo o que é guionista, artista, condutor de programas de entrevistas e entretenimento e opinion maker global em geral a tomar partido contra Trump, ele acabe por ser visto por todos como aquilo que é desde o início: uma farsa, um bluff, um motivo de chacota, um palhaço.


The Simpsons 3 a.m.



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Tal como acima regeri, eis a tal profecia de 2000: Os Simpsons gozavam com a perspectiva de Donald Trump vir a ser Presidente dos EUA




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Entretanto, acabo de ouvir que, nas intenções de voto, as sondagens mostram que Hillary ultrapassou o palerma da cabeça de banana (ou, segundo os Simpsons, o homem e que usa um caniche à laia de capachinho).
Tomara que a diferença se acentue.

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Ah, é verdade. Já agora o entusiástico apoio de Meryl Streep a Hillary:




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E porque é que me interesso tanto por quem vai ocupar a presidência dos EUA?

- Simples. Porque os EUA mandam no mundo.

(Não que eu goste disso. Mas factos são factos e, assim sendo, que não esteja ao comando do mundo um maluco encartado)

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela terça-feira.

Saúde, alegria, boa sorte -- a todos.

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sexta-feira, junho 12, 2015

Não são só as mulheres cientistas que se riem muito, choram, distraem os colegas e se apaixonam por eles. As mulheres que trabalham em empresas são outra perdição: desestabilizam tudo à sua volta e o resultado é o que se esperaria: os homens caem a seus pés que nem tordos. As cientistas já estão a mostrar como é (#distractinglysexy) e eu daqui lanço as bases para igual reacção por parte de executivas, administrativas, recepcionistas e outras desestabilizadoras. [E uma boa notícia para Ferreira Fernandes: parece que afinal a Marge e o Homer não vão divorciar-se!]


Este é o terceiro post da noite. Por simpatia para convosco, meus Caros Leitores, o spoiler alert que se impõe:

Abaixo deste tenho uma suposta transcrição de um telefonema entre Cavaco Silva e Nuno Crato e, de bónus, o anúncio ao anti-vírus Aníbal. Mais abaixo ainda, tenho um conselho para Passos Coelho, a bem da sua boa comunicação com o eleitorado. Ambos os posts tiveram por base material que recebi por mail ao qual juntei o habitual tempero a la UJM.

Mas isso é a seguir. Aqui, agora, a conversa é séria: mete machismo, ciência e palermice, um cocktail que não dá saúde nenhuma. Este é de minha lavra e tem por base uma notícia que tem dado que falar.

Transcrevo excertos do DN e recomendo que vão até lá para o lerem na íntegra:


O Nobel Tim Hunt já abandonou a sua posição na University Colegge London (UCL), mas as suas declarações sobre as mulheres cientistas continuam a agitar os laboratórios e originaram uma campanha nas redes sociais.


Relembro qual a opinião da sumidade:
As mulheres que fazem carreira na ciência deveriam trabalhar em laboratórios apenas com outras mulheres, porque distraem os homens do seu trabalho, apaixonam-se pelos colegas e choram quando são criticadas. Esta é a visão de Tim Hunt, bioquímico britânico que foi distinguido em 2001 com o Prémio Nobel da Medicina por ter descoberto as moléculas de proteína que controlam a divisão celular.
Agora mulheres cientistas de todo o lado estão a reagir:

Com a hashtag #distractinglysexy, que joga com a ideia de que a sensualidade distrai os colegas, centenas de mulheres estão a partilhar imagens, brincando com a ideia de que as cientistas distraem os homens do seu trabalho, apaixonam-se pelos colegas e choram quando são criticadas.


E eu, ao ler isto, dou graças a todos os santinhos por nenhum Krugman ou Stiglitz desta vida se terem saído com parvoíce de igual calibre a propósito de mulheres nas empresas. Não é que eu não conheça alguns papuços que, coitados, acham que mulheres nas empresas é uma chatice: zangam-se umas com as outras, distraem os homens, têm filhos, vão ao médico com eles -- só, só contraindicações. Mas, enfim, exprimem essas opiniões à boca pequena, não em discursos como o desbocado Tim Hunt.

Seja como for, como prova da minha total solidariedade para com as mulheres cientistas, aqui junto umas imagens de outras mulheres trabalhadoras para fazerem pendant com as das cientistas. 


A gente bem quer ir discreta, escolhe um vestido liso, quase fechado e tudo... mas que há-de a gente fazer se a natureza não ajuda?


A gente até vai encasacada e tudo que é para não distrair os senhoritos de fatinho e gravata... mas que é que a gente há-de fazer se está calor e a gente tem que se pôr mais à fresca?


A gente bem quer armar-se sempre em forte mas que há-de a gente fazer se a gente morre de pena dos tontinhos dos homens que nos cercam, todos cheios de nove horas e teorias de cão de caça...? A gente chora, pois claro.


A gente bem tenta disfarçar, fazer de conta que não acha grande parte dos colegas uns bota de elásticos, uns machões de meia tigela... mas a gente, às tantas, não aguenta e desata-se a rir, ah pois desata...


Eles ficam caídinhos por nós, ah pois ficam, a gente nem tem que fazer nada por isso,... mas a gente resiste, a gente mostra que não quer, que quer é trabalhar, mas eles, tadinhos, não resistem à gente... que há-de a gente fazer...?

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Já agora, não a propósito disto mas do DN: Ferreira Fernandes estava aborrecido, constava que a Marge e o Homer se iam divorciar. Escreveu ele:


Venho hoje aqui, já perceberam, para falar do anunciado divórcio de Homer e Marge Simpson. Está previsto para setembro, disse um produtor do programa - e falo disso porque me dói. Posso dizer que os conheço há um quarto de século, ao casal e às suas manias, e às adoráveis e irritantes criancinhas. Conhecer, de conhecer, mesmo, como não conheço amigo nenhum. Por exemplo, uma noite vi Homer contar, estávamos na sala e sentados no sofá, o seu primeiro beijo. O beijo aconteceu num acampamento de verão, e ele estava, claro, num grupo de maus alunos. A rapariga vinha de um grupo de meninas bem, acampava ao lado e foi também o primeiro beijo dela. Beijaram-se inocentemente e pareceu ouvir-se So Happy Together... Foi então, quando isto se contava, que Homer e Marge descobriram que o primeiro beijo que cada um dera fora o mesmo. Sempre esperei, apesar dos defeitos de Homer, ver os Simpsons casal eterno.

Pois bem, uma boa notícia para Ferreira Fernandes: parece que foi um falso alarme. O filho Bart, um dos meus ídolos, já se encarregou de desmentir:



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Permitam que relembre que por aí abaixo há mais dois posts no mesmo comprimento de onda.

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Desejo-vos, meus Caros Leitores, uma bela sexta-feira. 
Be happy!

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