Ia dizer que não sei como é que o Natal degenerou nisto, num festim para os comerciantes e num aparato generalizado, desde as casas às ruas, já para não falar no espírito transformista que desce em nós. Aqui onde vivo já há muitas casas decoradas e iluminadas, pais natais em cima de telhados, estrelas luminosas em cima das árvores do jardim. E até eu, ao ver umas meias de Natal no supermercado, comprei-as e ando com pais-natal, renas e merry christmas brilhantes a forrar-me os pés. E o mais certo é que um dia destes ponha uma bandolete com chifres de rena para não destoar quando cumprimentar a família do lado que, na altura, se apresenta integralmente vestida com camisolas de Natal, iguais.
O tema do que vai ser o almoço festivo do dia de Natal já está em cima da mesa e não reúne consenso.
E, mentalmente, ponho-me a percorrer o que já comprei e o que está em falta pois tenho terror de, na altura da troca de presentes, constatar que me esqueci de alguém. Nunca me aconteceu mas deve ser semelhante a chegar à rua, de saia, e reparar que me esqueci de vestir cuecas. Tal nunca ocorreu mas lembro-me de já ter sonhado com isso e não ter sido nada bom.
E felizmente já não estou a trabalhar senão já andava na roda-vida dos almoços e jantares de Natal. Ainda me lembro da primeira vez em que um dos jantares foi para umas valentes centenas de pessoas, gente que vinha de muitos lados, incluindo de Espanha, e apenas se arranjou um espaço habitualmente usado para casamentos. Eu, de noite, a conduzir sozinha, sem conhecer nada daqueles lugares, passando por estradas sem luz, eu que tenho um sentido de orientação desgraçado, num lugar que não vinha no gps do carro (naquela altura ainda não havia waze)... um stress. Ligava para me ajudarem e perguntavam-me onde é que eu estava mas eu sabia lá eu... Já só me apetecia desistir, mas nem para voltar para trás eu sabia o caminho. Um desespero do caraças. Por fim, lá fui parar. Uma quinta gigante com um parque de estacionamento gigante e eu a tentar perceber onde é que estava a deixar o meu para depois conseguir dar com ele... E juntava-se o útil ao agradável: havia sorteio de cabazes de natal e outros presentes, e havia entrega de medalhas e diplomas e sei lá mais o quê. Aquilo durava, durava, durava, com muitas palmas e muitas fotografias à mistura. Quando chegava a casa, às tantas, ia mais exausta que sei lá o quê. E no dia seguinte lá tinha que me levantar cedo para mais um dia de reuniões e complicações.
Felizmente já me livrei disso... Agora são os meus antigos colegas e nova gente que por lá ande a ter que cumprir com essas maravilhosas tradições.
De qualquer forma, a vida prossegue.
Como está vento, fiz duas máquinas de roupa. Esqueci-me que o vento não é tudo pois, por outro lado, os dias estão curtos e, mal o sol se põe, desce a humidade. Por isso, a primeira leva secou que foi um mimo mas a segunda não. Não faz mal. Agora está num estendal abrigado e amanhã logo acaba de secar.
Para o jantar, comprámos comida nepalesa. Ando um bocado preguiçosa para cozinhar. Nem sei se é preguiça ou se é falta de inspiração. Isto de uma pessoa ter que puxar pela cabeça para não sei quantas refeições por semana é uma seca. De vez em quando, apetece-me comer apenas salada de alface com fruta, queijo fresco, frutos secos, temperada com azeite, orégãos e um pouco de mel. Sempre gostei de comer coisas assim, cruas, frescas. Mas o meu marido não vai nisso. Nesses dias come uma sandwich; mas não é sistema. Por isso, volta e meia compramos comida feita, geralmente sushi ou comida nepalesa. Outras vezes comida grega ou pizzas artesanais em forno de lenha. É fácil e bom.
E agora, enquanto escrevo, vejo nos noticiários o carnaval das presidenciais que são daqui por mais de um ano. Perseguem o Almirante por todo o lado, não largam o homem, massacram-no com perguntas e mais perguntas, e depois avançam os comentadores a criticar o pobre homem dizendo que anda a alimentar este assunto. Por vezes convenço-me de que os jornalistas e os comentadores são completamente burros.
Quanto ao assunto, aqui fica já dito o seguinte: no Marques Mendes não vou votar, no Paulo Portas não vou votar, no António José Seguro não vou votar, no António Vitorino não vou votar. Já os conheço, já sei como são e não me agradam. Não falo no Almirante porque não sei o que pensa, não o conheço.
Acho que o próximo presidente devia ser uma mulher de centro-esquerda. Já aqui o disse: não estou a ver quem seria possível a não ser a Elisa Ferreira. Mas não a conheço bem, não sei se teria perfil para isso. Como executiva e deputada europeia parece ter sido muito capaz.
Mas há mais do que tempo para se pensar nisso.
Quanto à Síria, para já o que nos chega são boas notícias. A libertação de prisioneiros políticos, o regresso dos refugiados, a alegria que se vê nas ruas é um sinal de esperança e um motivo de alegria. Tomara que se aguentem bem e que aquilo não vire bagunça da grossa. Espero que não, espero que a liberdade e a democracia vinguem (mesmo que, para já, uma democracia um bocadinho coxa mas há que dar tempo...).
Para o Presidente Bashar al-Assad é que não terá sido Natal, ao ver-se sem aqueles 40 carrões de luxo que tinha na garagem. Correu para os braços do seu amigo Putin, pois claro, e é bom que por lá se mantenha. Estão bem um para o outro. Cambada.
Seja como for, que entre a Sabrina Carpenter, ho ho ho,
3 comentários:
Olhe UJM, por estas bandas, a um ano de presidenciais, já decidi o voto no Almirante adivinhando-lhe o juramento de cumprir a constituição, e respeito pelos poderes entre órgãos de estado, garantir o SNS, e escola publica. Isto para mim basta, não preciso de mais. Que me importa juras de republicanismo e democracia na sua exaltação quando depois no poder fazem coisas diferentes.
É tempo de aparecer um candidato que venha de fora do vicio partidário, do amiguismo, da negociata do agora vais tu logo vou eu nas clientelas , éh pá, chega de canalhices partidárias, já estou farto e muito menos ter paciência para aturar calhandrices.
O que já estão a fazer no tiro ao boneco ao Gouveia e Melo, revela o nervoso e medo que o poder presidencial lhes fuja á direita que alimentava em manter a presidência nas mãos do PSD mas saiu-lhes a fava. A direita, tinha a lebre Marques Mendes, a desbravar caminho para Pedro Passos Coelho que vinha a preparar a candidatura há anos metodicamente aparecendo cirurgicamente em atos politicos desinteressadamente da politica dizia ele para disfarçar, só que no entretanto aparece onAlmirante com larga maioria de intensões de voto e
(cont:
(inadvertidamente descarreguei sem querer o comentário inacabado.
Pedro Passos Coelho não arrisca a mais que provável derrota humilhante para a sua carreira politica. E assim, a direita vê a presidência da republica fugir depois de vinte anos de controlar o poder ao mais alto nível.
Quanto á esquerda, lamentavelmente não há candidatos suficientemente fortes para chegar a presidente. Há uma crise de personalidades com substância politica e até intelectual para o cargo. Naturalmente que há pessoas com o perfil, só que não querem, não estão para aí virados por razões várias, e provavelmente, a razão primeira, é o nível demasiado baixo em que o sistema político-partidário se encontra, e por via disso mesmo aparece um Almirante a ocupar o lugar vazio para esta eleição.,
Ou os partidos se regeneram e deixam de olhar para o seu umbigo, ou a democracia está em maus lenções.
A Comunicação Social vai lançando temas para nos manter atentos às notícias. Mas umas eleições que são apenas daqui por um ano e tal é notícia...? Creio que não. Pode ser é que os partidos, como muito bem diz, repensem a forma como estão a posicionar-se na sociedade.
Uma noite descansada, Ccastanho!
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