Como hoje, por aqui, está bastante frio, vesti uma camisola fininha mas quente, relativamente comprida, quase túnica, com bolsos, e com uma gola que pode estar dobrada e fazer um simpático e pequeno decote em bico mas que, na rua, em especial quando o sol deixa de agasalhar e o frio aperta, pode subir e, se eu quiser, fica até um capuz baixo. É muito confortável e flexível. É num tom neutro, mais cinzento clarinho que beige, e sinto-me bem com ela.
Agora que aqui me sentei, não me apetecendo mergulhar no déjà vu que é o dia a dia do mundo com as suas contradições, umas arrepiantes, outras assustadoras e outras que, de tão boas, quase parecem que a malta anda in the sky with diamonds, resolvi ir de visita à Madame le Figaro.
E eis que dou de caras com um artigo cujo título refere: "usar uma gola alta em vez de écharpe: o charme discreto da burguesia". Interessante.
Para além do aspecto histórico das indumentárias com golas bem altas associadas à aristocracia, há agora também a elegância associadas à discrição, permitindo encobrir um pouco o rosto (e que pode ser conjugado com uns óculos escuros que, no conjunto, quase garantem o anonimato).
Victoria Beckham porte un manteau ceinturé au col montant tiré de sa propre marque. (Paris, le 13 novembre 2024.) Marc Piasecki / GC Images |
Gosto francamente.
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Interessei-me também sobre as astúcias de maquilhagem para um olhar de festa. É tema que me motiva (qb, claro...).
Pour les fêtes, on ose le regard œuvre d’art. Plume Creative / Getty Images |
Li com atenção o artigo e dali até saltei para outros artigos que contêm tutoriais que ensinam a disfarçar olheiras, papos debaixo dos olhos, rugas e pele baça. Há toda uma longa literatura e talvez milhares de vídeos que ensinam truques e recomendam produtos que tapam, que iluminam, que chamam a atenção para outros pontos, que alongam, que prolongam. Um longo filão.
Ora, depois de ter visto tudo isto, eis que passo para outro artigo em que uma escritora recomenda um livro. Não a conhecia a ela nem conheço o livro (que deve ser interessante). O que chamou a minha atenção foi outra coisa: as olheiras dela.
Anne Berest, romancière et scénariste. ©Assouline/opale.photo |
No mesmo local em que se ensinam truques para que as mulheres tenham um olhar fascinante, aparece esta mulher que parece mal dormida.
E a verdade é que, apesar disso, acho que é um belo olhar, acho que, apesar de despida de disfarces, tem imenso carisma. Para dizer a verdade, quem é BCBG é mais deste género do que quem tem olhares tão maquilhados que não deixam antever a alma de quem os possui.
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Entretanto, está na altura de se falar das ementas das festas, de como arranjar as mesas, de como levar o ambiente acolhedor e luminoso da época festiva à decoração, etc.
Também gosto de ver mesmo que, na prática, quando sou eu a tratar do assunto, havendo por cá um bando de jovens ruidosos, alegres e esfomeados, não se consiga seguir a etiqueta dos momentos bem comportados. E é que às tantas uma pessoa até quase esquece de como é a verdadeira etiqueta.
Nada, claro está, que também não se consiga relembrar:
Découvrons les bonnes manières avec Marie de Tilly
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Desejo-vos um dia feliz
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