Antes de ir para o Governo, a sua fama já a precedia. No período pré-Governo do PSD, diziam-na a garganta funda ao serviço do Coelho. Pouco confiável, já na altura se sabia.
Depois, se antes tinha negociado com Swaps que iam arruinando o Estado, a seguir, no Governo, poupou os que quis e fez-se de santa em relação a outros e, com aquele ar de matreira videirinha, fazendo-se de inocente e, com a cobertura do ex-aluno Láparo, manteve-se em funções, dizendo que não tinha a ver com nada daquilo. Durante a governação, foi useira e vezeira como troca-tintas: disse e desdisse -- e tudo sempre com aquele seu arzinho descarado, narizinho empinado de quem sabe que está a lidar com mansarrões de onde mal nenhum lhe virá.
A comunicação social, servil e veneranda, permitiu que fosse vendendo o seu peixe como muito bem quis. Quando confrontada, no Parlamento ou nas Comissões de Inquérito, com as mentiras, mantinha o sorrisinho, e, qual coelhinha bunny-bunny, santinha, santinha, dizia que não tinha dito aquilo que tinha dito. Bajuladora de Bruxelas e, em especial dos alemães, dizia lá fora que era definitivo o que cá dentro dizia que era provisório.
[Já agora: o seu comportamento no processo BES ainda um dia deveria ser escrutinado. Nunca percebi quem lhe deu a cobertura para fazer o que fez na maior impunidade. É uma das história muito mal contadas da governação passista e não percebo como é que ninguém lhe segue o rasto.]
Pois bem. Agora sabe-se que, enquanto ministra, a nossa diligente Marilú vendeu créditos do Banif a um daqueles fundos que sugam a alma das vítimas -- e que, surprise, surprise!, é justamente para lá que agora trabalha em funções que a fazem estar do outro lado da divisória.
Maria Luís Albuquerque, atualmente deputada do PSD, vai desempenhar funções de diretora não executiva e fará parte do comité de auditoria e risco da Arrow Global, empresa que se dedica à gestão e recuperação de dívidas e que comprou em 2014 carteiras de crédito ao Banif.
No relatório de gestão e contas de 2014, o Banif dizia que em 30 de junho e 30 de setembro desse ano "foram assinados os contratos de compra e venda de créditos compostos pelas carteiras de Portugal e Espanha à Arrow Global Limited e à Arrow Global Luna Limited, respetivamente".
(...) Em Portugal, a Arrow Global comprou, em abril do ano passado, a empresa de gestão de créditos Whitestar e a empresa de serviços de tratamento e aquisição de dívidas Gesphone, pelas quais pagou 56 milhões de euros. No final do ano passado, o grupo britânico tinha 6,8 mil milhões de euros de ativos sob gestão em Portugal.
Quando confrontada com a falta de moral, de ética e de vergonha na cara que esta sua descarada atitude revela, Maria Luís Albuquerque faz aquele arzinho de inocente que tão bem lhe conhecemos e diz que não tem nada de mais, que, ora, ora, lá estão a fazer aproveitamentos políticos.
Perplexos (nós, os poucos que ainda acreditamos no Pai Natal), interrogamo-nos: Período de nojo? Não trabalhar para empresas com quem se fez negócios enquanto governante?
"Bahhh... Querem lá ver que agora até acham que há conflito de interesses...? Tanto pruridozinho... Gentinha mais picuinhas!"
(pensará ela, que não é dada a profundidades morais).
É que, para aquelas bandas, parece que bom mesmo é a promiscuidade completa, a desbunda, tudo ao molho e fé em Deus.
E, como se fosse pouco, imagine-se ainda o cúmulo da desfaçatez: parece que, ainda por cima, quer continuar a receber o ordenado de deputada.
Sempre que a televisão a foca na Assembleia, vê-se que a biscateira está desatenta em relação ao que lá se passa ou, de vez em quando, levanta a cara do computador e faz um sorrisinho a fazer de conta que está atenta mas, logo a seguir, como se não tivesse tempo a perder, lá está ela a trabalhar, pimba, pimba, no teclado -- sabe-se lá a fazer o quê. Estará a analisar a créditos e dívidas? Não sei. Pergunto.
Sempre que a televisão a foca na Assembleia, vê-se que a biscateira está desatenta em relação ao que lá se passa ou, de vez em quando, levanta a cara do computador e faz um sorrisinho a fazer de conta que está atenta mas, logo a seguir, como se não tivesse tempo a perder, lá está ela a trabalhar, pimba, pimba, no teclado -- sabe-se lá a fazer o quê. Estará a analisar a créditos e dívidas? Não sei. Pergunto.
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Contou-me um Leitor, por mail, que Manuela Ferreira Leite, na TVI 24, arrasou a Madame Albuquerque. Não vi. Estava a escrever isto e esqueci-me de a ver. Mas os jornais já estão todos a dar conta disso:
Manuela Ferreira Leite não poupa a homónima. Acusa-a de falta de "transparência" e de falta de "bom senso", por ir para uma empresa que causou "prejuízos" ao país, "quase sem tempo nenhum de nojo".
Nem mais.
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E, antes de passar para o momento de humor e para outras pequenas anotações, permitam que daqui mande um alôzinho para o António, o cioso maridão:
Olhe, seu mauzão, não leve a mal o que eu acabei de dizer, ouviu? Sou boazinha, franzininha, coitadinha, não me faça mal, está bem...?
Mas olhe, se quiser vir cá partir-me os cornos (pardon my french), bata antes à porta e peça para falar com o meu maridão, valeu?
E pronto, é isto. Ficamos assim. À espera.
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E que entre a Olívia Costureira e a Olívia patroa, que esta, sim, tinha (e tem) graça, não viveu à nossa custa e nunca ofendeu a inteligência de ninguém
Ivone Silva
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As imagens que usei para enfeitar o texto provêm do saudoso We Have Kaos in the Garden
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(Agora uma coisa pergunto eu: será por ter um body guard mauzão que à Marilú nunca apontaram um rato morto à cabeça ou enviaram um laser por correio como parece que fizeram à atilada Paulocas?)
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Paula Teixeira da Cruz --o novo elemento dos Monty Phyton?Quiçá a Loretta, não? |
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Uma notinha de última hora
Já cá volto - ou daqui a nada ou de manhã. Quero contar-vos uma coisa mesmo do caraças. A sério.
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Uma notinha de última hora
Ah, sim... ainda mais uma coisinha: porque é que todos os arguidos do processo Rota do Atlântico ou lá o que é, aquele do José Veiga e do Paulo Santana Lopes, ficam todos proibidos de falar com o Vai-Estudar-ó-Relvas e com o 007 Sérgio Monteiro (o tal ex-vendedor a jacto da TAP e de outras miudezas e que foi contratado pelo Carlos Costa do Banco de Portugal para vender o Novo Banco)? O que é que estas duas distintas, e certamente impolutas, figuras têm a ver com os outros? Agora até o Manuel Damásio foi proibido de os contactar. Mas porquê, senhores? Alguém me diz?
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Já cá volto - ou daqui a nada ou de manhã. Quero contar-vos uma coisa mesmo do caraças. A sério.
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