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domingo, agosto 31, 2025

Activos destes & daqueles
-- A palavra ao meu marido --

 

O Marcelo, que corre o risco de ficar para a história como o hipócrita-desbocado -- já que seria  muito pouco sexy ficar com o extenso cognome de hipócrita-dissolvente-"marselfie"-o pior PR-desbocado -- disse, no meio de uma aula da universidade laranja, do alto da sua verve incontinente, que o Trump é um activo russo (por acaso até se enganou e primeiro chamou-lhe ativo soviético). 

Desta vez, concordo com o Marcelo. O Marcelo tem razão: pelas suas ações e omissões o Trump é, de facto, um activo russo. Não sei se não será mesmo um activo soviético porque, com a forma como actua, dá força ao objetivo do Putin de voltar às fronteiras do estado soviético. 

Tenho uma enorme repugnância em falar do Trump. É inqualificável o que ele está a fazer, tanto a nível interno como ao Mundo. Mas, neste caso, como em outros ao longo da história, o que é verdadeiramente insuportável e aterrador é que o Trump tenha sido eleito de forma democrática e continue a ser suportado pelos MAGA cuja acefalia demonstra até onde pode ir a manipulação, o populismo, o poder das redes sociais e a falta de educação. 

[Sofre da mesma acefalia dos MAGA quem recentemente comentou um post aqui do blog dizendo que o problema com o SNS, com os bombeiros, com isto e aquilo resulta do nosso apoio à guerra da Ucrânia. É absolutamente inconcebível que alguém possa pensar e escrever este tipo de coisas. Nada justifica este tipo de mentiras. A  manipulação dos factos e uma mentira muitas vezes repetida não alteram a realidade.]

Voltando aos activos, não me espantará nada se o Marcelo numa próxima universidade de Verão ou, quem sabe, numa tertúlia, disser que o Montenegro é um activo do Ventura, que a Mariana Leitão é um activo do Montenegro, que o Nuno Melo nem chega a activo, e que ele próprio é um hiperactivo. Vale uma aposta?

Nota: já aqui tinha referido o "êxito" que o governo tem tido no combate à inflação. Ontem soubemos que o valor da inflação subiu para 2,8% e que os produtos frescos aumentaram mais de 7%. Sendo conjuntural, como defendem os analistas inclinados para a direita, ou, sendo estrutural, o que é verdade é que esta enorme subida dos preços não é um activo para a bolsa dos portugueses.

quarta-feira, julho 16, 2025

Sobre a demolição de barracas

 

Vi, estarrecida, imagens horríveis de barracas a serem destruídas sem que qualquer solução fosse apresentada aos seus habitantes e destruído ficou o meu coração ao pensar na aflição daquelas pessoas. 

Fotografia de José Fonseca Fernandes

Hoje disse aos meus netos que se me saísse muito dinheiro no euromilhões, pegaria em parte do dinheiro e estudaria em conjunto com algumas das autarquias em que o drama é maior qual a forma mais expedita de dar casas com conforto e dignidade às pessoas que vivem em condições miseráveis.

Custa-me conceber que, por exemplo, se arranje dinheiro a rodos para a Defesa ou dinheiro para jorrar sobre os médicos do SNS (médicos ditos 'tarefeiros' num daqueles expedientes para fugirem ao fisco e a todo o tipo de controlo -- enquanto estupidamente se continua sem se perceber que o tema da Saúde tem que ser 'agarrado' a sério por gente competente) ou dinheiro aos montes para fazer cartazes que poluem as estradas e as rotundas de cada vez que há eleições ou, nas autarquias, dinheiro a perder de vista com assessores e parasitas partidários e, depois, não há dinheiro para encontrar uma solução para estes pobres coitados que não conseguem um tecto seguro e legal para se acolherem.

Não há muito vi fotografias de um parque de campismo gigantesco na Costa da Caparica. Não parecem tendas, parecem casinhas, ou tendas de campanha, não sei bem, todas iguais. Disseram-me que muitas pessoas vivem ali todo o ano. Perguntei se não poderia ser uma solução para instalar com um mínimo de conforto e dignidade as pessoas que hoje vivem em bairros clandestinos. Responderam que o problema destas soluções é que, em vez de provisórias, soluções assim tendem a ser definitivas. Claro que não sei qual a melhor solução mas parece-me que qualquer solução é melhor do que a indiferença perante a aflição de quem não tem onde viver, de quem não tem uma morada, de quem não tem onde se lavar ou de quem não tem um mínimo de condições decentes para ter filhos.

Não sei se o PRR previu verbas para alojar as muitas pessoas que, tantas vezes vindas de longe, tantas vezes completamente desenraizadas, desaculturadas, vulneráveis, e, ainda assim, trabalhadoras, não têm outra solução senão juntas chapas, cartões e o que encontram para fazer um abrigo mais do que frágil, mais do que impróprio para um ser humano. Se previu, previu pouco e virá tarde de mais. Se não previu, os irresponsáveis que não pensaram nisso deveriam ser corridos.

Há tempos vi uma reportagem com prédios devolutos que pertencem ás Forças Armadas. De que se está à espera para lá instalar pessoas? E quem diz isso diz muitas outras casas do Estado. Ou da Igreja. 

Marcelo, que tanto falava dos sem-abrigo, já se esqueceu? Ou só se lembra quando as televisões o filmam a distribuir a sopa dos pobres? Quanta hipocrisia.

E já nem falo no cagalhoças do Moedas, essa anedota que para aí anda a armar-se em bom. Mete-me nervos de cada vez que o vejo: um saquito cheio de nada, um daqueles sacos pequenos para apanhar o cocó de cão. Obra feita, zero. Real sensibilidade e capacidade de acção para o que é preciso, zero. Só conversa fiada, só, só.

E o de Loures, com aquela vereadora, insensível, empedernida, gente desalmada, que nervos que também me dão. Caraças.

Enfim. Fico-me por aqui. Sinto-me verdadeiramente impotente perante a desgraça desta pobre gente que precisa urgentemente de habitação social. Estão a trabalhar para nós. Não podemos ignorá-los nem deixar que vivam como animais. Neste caso o tema não é o arrendamento acessível nem sem ser acessível pois estamos a falar de pessoas que primeiro precisam de se organizar, de se estabelecerem decentemente, só depois se pensa em como poderão pagar alguma coisa -- neste caso o tema é mesmo alojamento social, urgente, dar tecto e meios de higiene, dar uma morada e uma ajuda àquelas pessoas, permitir que sejam cidadãos de pleno direito.

sábado, julho 12, 2025

Qual a razão para a Ministra da Saúde não ser demitida?
-- A palavra ao meu marido --

 

O que está a acontecer na Saúde é uma tragédia e existem dois responsáveis políticos pelo que está a acontecer, a saber, a ministra da Saúde e o Primeiro Ministro. 

Existe também um corresponsável: o Presidente. 

Em qualquer outro país em que os governantes tivessem um mínimo de decência, a ministra já se tinha demitido -- o Primeiro Ministro já tinha corrido com ela ou o Presidente já lhe tinha tirado o tapete. 

Em Portugal não. 

Não nos esqueçamos que o Montenegro, para ir para o Governo, prometeu que resolvia os problemas na Saúde em sessenta dias. 

A verdade é que escolheu uma ministra que todos os dias consegue agravar, e muito, a situação que herdou, que é responsável por situações que não se admitiriam como possíveis e que não resolveu nada, mesmo deitando dinheiro a rodos para cima dos problemas (já  alguém analisou o aumento dos valores pagos aos médicos?), aumentando os custos sem qualquer proveito para os Portugueses, antes pelo contrário.  

É uma ministra que diz que não se demite porque todos os dias trabalha para resolver os problemas. Admito que todos os dias vá ao ministério mas o único resultado é agravar os problemas.

Mas, então, qual será a razão para não ser demitida? E qual a razão para o Presidente respaldar situações inadmissíveis, como aconteceu com a adjudicação dos helicópteros para transporte de doentes? 

Posso estar enganado mas arrisco duas razões que me parecem prováveis. 

  • Uma tem a ver com o objetivo de passar a prestação de serviços de Saúde para os privados, nomeadamente, os serviços lucrativos. 
  • Mas existe, na minha opinião, uma outra razão, talvez a razão com mais peso. A ministra nomeou gentinha do PSD para tudo quanto era lugar, independentemente das capacidades. Assim, esta maltinha tudo fará para manter a ministra que sabem que os nomeia para as posições que ambicionam. 
Conclusão: a saúde dos portugueses que se lixe, o que é preciso é dar mais dinheiro aos privados e garantir que os boys têm jobs

Entretanto, o Governo atira para a comunicação social uns assuntos que fazem notícia na esperança que os verdadeiros problemas não sejam abordados. As questões da imigração, nacionalidade e (a urgência em despachar o assunto) TAP são bem um exemplo desta estratégia do governo. 

No entanto, foi nesta gente que muitos portugueses votaram. Pelos vistos é disto que gostam. 

quinta-feira, junho 05, 2025

Marcelo a agarrar uma jovem pelo pescoço e a sujeitar-se a uma tremenda humilhação -- um fim patético para um Presidente que, de tanto querer ser amado e de tanto falar e de tanto fazer e desfazer, vai acabar desprezado.
Mas, se me permitem, vou antes falar de javalis in heaven -- o que, não sendo surpreendente, é a confirmação que faltava

 

Hoje o dia começou com o meu marido a dizer que tinha visto um javali. Contei-o numa story no Instagram. 

Há um sítio em que a vegetação é um pouco mais fechada, um lugar sempre à sombra, sempre fresco. Há um grande cedro, uma azinheira, diversas aroeiras, erva diversa. A terra aí é fofa, negra. E frequentemente está remexida. 

O nosso cão anda sempre intrigado por ali. Põe o nariz no chão e anda de um lado para o outro. É frequente ver ali pegadas de bicho grande, terra levantada. Sempre me admirei: que bichos por ali andam e o que procuram? Dá ideia que desenterram coisas. Já pensei muitas vezes: trufas? Não faço ideia.

Esse lugar é numa extrema do terreno vedado (há uma outra parte, separada por uma estrada, que não está vedada). Ali, naquele sítio em concreto, a vedação não está danificada. Ou seja, não é por ali que os bichos entram. O javali que o meu marido viu estava ali, ao lado da vedação e ficou a olhar para ele. O meu marido diz que, pelo tamanho, não era adulto. 

O nosso vizinho que mora na entrada da rua, uma vez que falámos da nossa desconfiança, disse que de vez em quando acordavam com um grande barulho na estrada, animais a trote. Então, passaram a estar atentos e uma noite fizeram uma espera e conseguiram ver uma grande vara de javalis a correr na estrada, na direcção do vale, passando pela nossa casa.

Um conhecido já avisou algumas vezes: é preciso o máximo cuidado com as mães javalis ou com bichos que se sentem ameaçados. Por isso, hoje, ao andar por ali sozinha com o cão sempre por perto, pensei que se me aparecesse um bicho pela frente haveria de ser um festival, o cão aos saltos e a ladrar furioso e o bicho, assustado...

Bem. Não foi surpresa a constatação de que, na verdade, há javalis in heaven mas foi surpresa estarem à vista, de dia, tão perto.

Não tenho falado mas, em contrapartida, dos gatos nem sinal. Desapareceram todos. E dos esquilos agora não tenho visto vestígios, nomeadamente aquela fartura de pinhas roídas em baixo. Estive a informar-me e, nesta altura, as pinhas não estão boas para roer. Por isso, podem continuar residentes mas andarem a alimentar-se com outros acepipes.

Tirando isso e o expediente comum (o meu marido a roçar mato, eu em arrumações e varridelas e etc.), continuo, como sempre, fascinada com o efeito da luz através das flores. 

Que cores, que perfeição, que harmonia. 

Quanta beleza.

Nestes dias não se vê televisão, não se procuram notícias. Ao fim do dia, no carro, por acaso apanhámos o fim do noticiário, qualquer coisa sobre os novos ministros. Desejamos que, a bem do País, corra bem. Contudo, algumas escolhas parecem estranhas.

Quando chegámos a casa, já jantados, ainda demos, bem de noite, um passeio com o cão. Confesso que senti algum receio. O meu marido disse que não havia razão para isso e, por isso, confiei.

Com isto, a verdade é que não consigo ter disposição para falar de política. 

Só quero dizer uma coisa: quando a minha nora enviou para o grupo da família um vídeo com a cena do Marcelo a fazer um tristíssimo papel com uma jovem na Feira do Livro, ao ver tive dúvidas de que fosse real. Depois vi que é. E fiquei perplexa. Mau, muito mau, mau de mais. Começou por parecer um totó de roda da jovem, a querer rebater, a querer interromper, a não saber pôr-se no seu lugar. Depois, no fim, a forma como a agarrou pelo pescoço, com força, foi de uma agressividade inqualificável. Todo aquele comportamento foi de uma inconveniência inusitada, uma menorização da função presidencial como nunca antes se tinha visto. A jovem, de que não sei o nome, pelo contrário, manteve um sangue frio, uma atitude fantástica. Deixou-o nitidamente aos bonés. Se Cavaco acabou mal e retratado com a boca cheia de bolo-rei, Marcelo acabará ainda pior e retratado a agarrar uma rapariga pelo pescoço, acabando com ela a instá-lo a largá-la e a virar-lhe as costas. Cena mais macaca. Marcelo não se enxerga. Que fim mais triste.

A ver se amanhã me regressa a vontade para falar de política para me pronunciar sobre os membros do Governo e o que é que as escolhas podem significar. Preferia, contudo, esperar pelos Secretários de Estado, para ver se são melhores dos que os anteriores. Logo vejo.

E agora vou descansar, é tardíssimo. 

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Dias felizes

sexta-feira, março 14, 2025

Sobre o beco ético

 

Marcelo não queria eleições, claro. Vai acabar coroado de dissoluções e de ingovernabilidades. Mas não pensou nisso quando dissolveu a Assembleia quando havia uma maioria absoluta. Tivesse ele aceitado Centeno como Primeiro-Ministro e não estaríamos onde estamos.

Mas, enfim, leite derramado.

Também achou uma burrice sem tamanho (burrice ou cavalice, como se queira chamar) o Mentenegro ter avançado com a Moção de Confiança. Mas não foi ele que andou com o Mentenegro ao colo até o pôr lá? Claro que depois percebeu que tinha feito mal, que o Luís não é flor que se cheire. Mas tarde demais.

Agora, na comunicação ao País, tentou alertar o País para que se o Parlamento tinha mostrado que não confiava no Primeiro-Ministro, não era colocando o Luís outra vez na berlinda que o problema ficaria resolvido. Como muito bem disse, quando se perde a confiança e quando o que paira é uma dúvida ética, nada a fazer. A mácula está e estará lá.

As notícias sucedem-se, todos os dias um jornal traz uma notícia nova e a conclusão vai sempre desembocar no beco ético a que Marcelo se referiu: Mentenegro é o típico videirinho, pequeno chico-esperto, daqueles que pensa que sabe como fazer para passar por entre os pingos da chuva, que sabe como usar as meias palavras  para que, quando vierem dizer que mentiu, ele  dizer que os outros é que não perceberam bem. 

Vai acabar mal, claro que vai. E não estou a rogar praga nem a fazer futurologia. Estou apenas a ser racional. Trabalhei parte da minha vida em modelos, frequentemente modelos previsionais, modelos que tinham por base estatísticas e probabilidades. Quando a informação chega até mim, mentalmente estabeleço correlações, vejo padrões, analiso desvios... percebo onde é que a coisa vai dar.

Um indício é coisa pouca. Da mesma forma que com dois pontos se traça uma recta, dois indícios já são qualquer coisa, já desenham uma linha de pensamento ou de actuação. E se com três pontos já se traça um plano, com três indícios o esquema começa a perceber-se. A partir de quatro pontos passamos para outras dimensões e o mesmo se passa com quatro ou mais indícios.

E depois há outra coisa: o que é verdadeiro, explica-se facilmente. Quando há mil explicações e quase todas, para parecerem muitas, já não são senão palha, a gente começa a perceber que alguma coisa está a querer ser ocultada. Se eu quiser mostrar as obras que fiz na minha casa, dou uma explicação clara e concreta. Se eu quiser ocultar, apareço com um dossier enorme cheio de papéis que, obviamente, numa conferência de imprensa vai ler. Só uma auditoria experiente, capacitada para perceber de construção e de contabilidade e de legislação consegue entender. Da mesma forma, se eu quiser explicar o que faz uma empresa minha, chego lá e explico: fazemos isto e aquilo, temos x clientes que são estes e estes, o que fazemos para cada um é isto e aquilo, facturamos tanto e tanto, a nossa estrutura de custos é esta, as contas de exploração e o balanço são estes. Tudo simples e clarinho. Mas, se eu quiser lançar a confusão, vou dizer que tenho um terreno com não sei quantos metros quadrados, com duas oliveiras e mais outro que se situa em Rabal e que tem isto e aquilo. E se eu quiser falar da minha idoneidade e da minha moral, vou para a frente das câmaras e sozinha, sem uma corte atrás, explico tudo direitinho, não vou dizer que montei uma empresa com uma estrutura, quando toda a gente sabe que uma empresa que faz consultoria jurídica não se monta com uma educadora de infância e dois filhos adolescentes, mesmo que um deles tenha jeito para a informática. E se eu fizer obras em casa, furando a placa, para transformar dois andares num duplex, não vou dizer que fiz o que tinha que ser feito, quando afinal parece que disse que eram obras interiores que não careciam de licença e não disse que ia mexer na estrutura do edifício. E falam os jornais também nas contas dos dinheiros que não batem certo e depois ninguém percebe ao certo se há para ali dinheiro não declarado ou o quê.

E se eu quisesse que não subsistissem dúvidas, pedia à Autoridade Tributária (ou porventura, também a outro qualquer organismo) que auditasse as contas da empresa. Pois se Mentenegro diz que nunca tirou de lá dinheiro nenhum, seria interessante que se comprovasse que não é de lá que sai o pagamento da água, da luz, das comunicações, dos combustíveis, da limpeza da casa, dos restaurantes, de viagens, um 'ordenado' da mulher, se calhar também um 'ordenado' para um ou para os dois filhos, quiçá uma 'renda' da casa, e sabe-se lá que mais. Se eu não tivesse nada a esconder, teria imediatamente fornecido a contas descriminadas da empresa.

E mostraria também, com o consentimento dos clientes, qual o trabalho efectivamente prestado. Seria interessante saber que trabalho é que a Solverde e demais clientes (como a gasolineira que pagou 230.000 € quando tem 12.000€ de lucro e, pelas contas do ano seguinte, parece que não beneficiou nada de tal trabalho) contratam para ser feito pela Inês Patrícia. Seria interessante não numa de voyeurismo mas, sim, para esclarecer tão bizarro mistério. 

Há um acumular de dúvidas que mancham a credibilidade de Mentenegro. Vota-se em alguém em quem se confia. 

Um político a sério, perante estas dúvidas, demitir-se-ia e tentaria provar, fora de cargos de poder, que é inocente e impoluto. Não arrastaria o governo, o partido e o País.

A dimensão de um homem (ou de uma mulher) vê-se, sobretudo, na forma como enfrenta os desafios: se é com verticalidade, de peito feito, com grandeza.

Mentenegro escondendo-se atrás da mulher e dos filhos, depois atrás do Governo, a seguir atrás do PSD, mostra ser um pequeno homem, alguém que não deveria estar na política.

O outro, que é gozado por todo o lado, roubava malas no aeroporto. depois continuou a dizer-se inocente e a manter-se no Parlamento. Este, a ser verdade tudo o que tem sido noticiado e não desmentido, joga num tabuleiro diferente, porventura mais rentável e um pouco, apenas um pouco, mais sofisticado. 

Só espero que a campanha que vai ser feita, em que mentem, mentem descaradamente, se gabam do que herdaram do Governo do PS (do excedente orçamental e dos projectos e trabalhos em curso, muitos dos quais interrompidos com a interrupção do Governo socialista), em que se vitimizam, seja desmascarada. Julgo que o mais eficaz será através do humor, através de memes que circulem nas redes sociais, que estejam nas ruas. 

 A política deve ser deixada para quem a executa com grandeza, com verdade, com honestidade, com verticalidade, com carácter. E não é o caso desta gente do actual PSD. 

domingo, março 09, 2025

Uma palavrinha e um conselho aos desesperados do PSD a propósito da longa manus e do alter ego de Luís Montenegro

 

As televisões têm estado encharcadas de papagaios e começámos a perceber que os inteligentes da equipa de comunicação do PSD pariram um aborto mas, sem perceberem que o nado-morto infelizmente não tinha pernas para andar, puseram os ministros e os caceteiros com ele ao colo. 

(Imagem mais triste. Não vou aprofundá-la muito mais.)

Mas, ainda assim, deu para perceber que a ideia peregrina é atirar o enrolo criado pelo Montenegro para cima do PS. 

Como o PSD é assim -- um saco de gatos que, quando toca a reunir e a defender os lugares a que se alaparam, unem-se a sério e papagueiam a cartilha que lhes distribuem -- nem querem saber da triste figura que andam a fazer e repetem as parvoíces que os da comunicação engendraram.

Mas eu, que estou de fora, daqui lhes envio a verdade-verdadinha que a malta do lado de cá, os votantes, apreenderam:

1 - O PS deixou passar o programa de Governo

2 - O PS safou a macacada em que o PSD se envolveu ao não conseguir, sequer, eleger o Presidente da Assembleia da República

3 - O PS deixou passar o OE 2025

4 - O PS não deixou passar a Moção de Censura que o Chega apresentou, salvando o Governo

5 - O PS não deixou passar a Moção de Censura que o PCP apresentou, salvando o Governo

6 - O PS avisou profilaticamente que não deixaria passar uma Moção de Confiança, avisando que era sensato que o Governo não fosse por aí

7 - Tendo o PSD provocadoramente -- ou numa tentativa patética de evitar uma Comissão de Inquérito -- apresentado uma Moção de Confiança, o PS veio publicamente sugerir ao Governo que retirasse a Moção

Portanto -- branco é galinha o pôs -- o PS não pode ser, de forma alguma, responsabilizado pela crise que Montenegro está a provocar. Clarinho como água.

Se Montenegro e demais tropa fandanga insistirem nessa narrativa patranheira estarão apenas a demonstrar ao País aquilo que já todos sabemos: para além de tudo, padecem de uma grande desonestidade intelectual.

E a desonestidade intelectual em cima de todas as notícias que têm vindo a lume -- e não desmentidas -- que dão conta de esquemas e mais esquemas (sendo que o escrutínio de alguns  eventualmente poderá vir a passar para a alçada do MP), é coisa que costuma indispor severamente os eleitores.

Recomendo a leitura do inequívoco texto O caso Montenegro (7): A empresa "avatar", de Vital Moreira, cuja leitura integral recomendo e onde se lê, por exemplo: 

- não tendo nenhuma autonomia em relação ao seu fundador, a Spinumviva não era mais do que uma metamorfose na apresentação externa daquele, um "avatar" do advogado Luís Montenegro, para continuar a sua atividade profissional e beneficiar do seus proventos.

- a Spinumviva é uma ficção de sociedade comercial, sendo verdadeiramente uma longa manus ou um alter ego de Montenegro.

- Esta extraordinária declaração de Luís Montenegro, de que «não fez nem mais nem menos do que faz qualquer português» é uma confissão implícita. Na verdade, como escrevi no início deste "caso", aquilo que muitos profissionais liberais fazem - que é criar empresas pessoais/familiares para prestarem os seus serviços em nome delas, serem pagos através delas e beneficiarem de redução de impostos e da imputação de despesas pessoais - podia ser feito pelo advogado Luís Montenegro, mas não podia ser continuado pelo PM, sob pena de violação da exclusividade a que está obrigado e de conflito de interesses, entre o interesse público que lhe cabe de prosseguir e os interesses económicos dos clientes que lhe pagam as generosas avenças.  Ao contrário do que defende Montenegro, o PM não pode fazer o que "qualquer português" pode fazer, quanto mais não seja por uma questão de ética política, que neste caso foi manifestamente posta na gaveta.

Aqui chegados, eu poderia elencar todas as irresponsabilidades, incompetências e descaramentos em que o Governo Montenegro tem sido pródigo. Poderia até dizer que se cair, não se perde nada. Mas não é isso que agora está em causa. 

O que está agora em cima da mesa é que, fruto das trapalhadas do Montenegro (repito: do Montenegro, exclusivamente do Montenegro) e da impossibilidade de as defender, este está a atirar o País para uma crise que, muito provavelmente, nos vai atirar para novas eleições.

Ora, face ao desespero em que vejo as hostes do PSD, o que sugiro é o seguinte:

Hipótese A

a) O Montenegro, se é homenzinho (reparem que não falo em homem, não peço tanto, falo apenas em homenzinho), deve apresentar uma Moção de Confiança interna (isto é, no PSD), de votação anónima

b) Mais do que certamente, essa moção será chumbada. A malta do PSD por vezes parece que não tem os alqueires bem medidos (muito sinceramente, com todo o respeito, (sic), deixem que diga que, ao quererem atirar as culpas da cagada em que o Montenegro se deixou afogar para cima do PS, parecem completamente parvos), mas não são burros de todo. Por isso, devem estar furibundos, sentindo-se fornicados de todo com o caldinho do Montenegro e só por pudor não correm com ele a pontapé. 

c) Com o tapete tirado pelo PSD, Montenegro terá forçosamente que se demitir.  

d) Com o Montenegro de volta a Espinho, Marcelo poderá perguntar ao PSD se quer apresentar algum nome para Primeiro-Ministro. Havendo um, talvez a legislatura consiga arrastar-se por mais algum tempo

Hipótese B

Em alternativa, Marcelo, se resolver lembrar-se que ainda está em funções, pode chamar o Montenegro e dizer-lhe que já chega, que antes que se descubram mais cegadas, é melhor que desampare a loja, que vá enrolar clientes para Espinho. E pode chamar o que ainda se mantiver de pé do PSD e perguntar-lhes se há lá alguém que se aproveite para Primeiro Ministro.

Claro que os timings são curtos, que não somos como os ingleses que num dia votam e no dia seguinte os vencedores já estão a tomar posse, tudo na base de atar e pôr ao fumeiro. Mas, ainda assim, em querendo, alguma corda aos sapatos talvez se pudesse dar

Errata: Lá em cima, na alínea b da Hipótese 1, enganei-me a escrever uma palavra. Como sou uma pessoa bem comportada, aqui está como deve ser: caguada. Assim já não estou a dizer nomes feios.

terça-feira, março 04, 2025

O comentador e o chico esperto -- ou melhor, Marcelo e Montenegro
-- A palavra ao meu marido --

 

Sempre achei que o Montenegro é um chico esperto que, com maior ou menor falta de ética, tem enganado os portugueses. 

Recordemos, e só cito dois exemplos: 

  • o choque fiscal prometido e reprometido na campanha eleitoral e que nunca existiu 
  • e as prometidas "rápidas melhoras" na Saúde num prazo de 60 dias que, de facto, com a sua intervenção se tornaram num "estado muito grave" ao fim de dez meses. 

Agora descobrimos que o Montenegro também, na sua vida privada, usa e abusa, da chico espertice (e veremos se, em alguns casos, não será mesmo ilegalidade). A criação de uma empresa que está por provar se, entre outros objectivos, não será para pagar menos impostos, continuar a receber avenças sendo primeiro-ministro, entre as quais uma avença de uma empresa cuja  atividade depende de uma licença emitida pelo governo, comprar apartamentos através de contas bancárias cujo saldo parece ter sido criteriosamente gerido para as transferências não poderem ser escrutinadas vão muito para além da chico espertice. A olho nu parecem incompatíveis com a função de PM, parecem de uma falta de ética inimaginável e deverão, na minha opinião, ser investigadas por quem de direito (AT, Ordem dos Advogados e MP) para se verificarem se a legislação está a ser cumprida (por muitíssimo menos, e, na realidade, ainda está para se perceber porquê, o João Galamba foi escutado pelo MP durante quatro anos). 

Mas o Luís Montenegro ainda foi mais longe. Para tentar salvar a pele, meteu a mulher e os filhos "ao barulho", o que ultrapassa todos os limites (só o Marcelo se pode "orgulhar" de ter feito a mesma coisa). 

Por mais voltas que tentem dar, por mais vezes que digam que o País não aguenta outra crise politica 

(a referência ao Guiness feita pelo Marques Mendes é de gargalhada. As dissoluções que houve até hoje não foram da responsabilidade do seu amigo Marcelo que ele sempre apoiou na homilia semanal? Foram, foram!), 

o Montenegro ou se demite ou tem que ser demitido já!

Já agora, ao Marcelo aplica-se o ditado "quem semeia ventos colhe tempestades". Fez todos os possíveis para correr com António Costa (ainda está por esclarecer quem foi o autor "moral" do parágrafo metido â última hora no comunicado pela PGR que originou a demissão do António Costa) e saiu-lhe o Luís Montenegro que não lhe liga patavina (no caso do comunicado de sábado até me parece má educação) e só lhe cria problemas. 

E o tipo que comentava tudo e todos, corria ou tentava correr com ministros e secretários de estado, falava em "ramos pobres", visitou um beco e uma casa de gelados, saía por uma porta do palácio e entrava por outra "se calhar" só para fazer "comentários" â malta da comunicação social, agora não diz nada. Pelos vistos, acha que não dar posse a uma secretária de estado cujo marido estava a ser investigado é muito mais relevante do que o pântano atual causado pelo Luís Montenegro. 

Sr. Presidente, poupe-nos a esta novela faça alguma coisa: demita o Montenegro. E se lhe é difícil encontrar uma solução, o problema é seu. Ninguém o mandou demitir um governo que tinha maioria absoluta, ninguém. A sua atuação neste caso é mais uma confirmação para a opinião pública de que o Presidente Marcelo é o pior presidente da democracia portuguesa.

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Nota: o Público tem hoje um artigo sobre as nomeações na Saúde. De tudo o que se sabe, todas têm sido feitas pela cor do cartão partidário -- e a ministra, com a habitual cara de pau, diz que as nomeações não são feitas a pedido do PSD. Como dizia um colega meu, "mentiroso sou eu e não minto tanto". 

Gerir unidades de saúde que movimentam milhares de funcionários e centenas de milhões de orçamento sem qualquer experiência em gestão, seja em gestão hospitalar ou não, é caminho certo para o desastre. Mas os novos nomeados têm alguma dessa experiência? Basta por exemplo ver a experiência de gestão que tem, para citar um único exemplo, o novo CEO da ULS Almada/Seixal. 

Também valeria a pena os jornalistas investigarem:

1 - Os custos das demissões dos novos gestores 

2 - e se não existirão esquemas para os novos gestores auferiram mais proventos do que o salário. 

Não devem esquecer os esquemas "tipo" Gandra d`Almeida que, sendo dirigente do INEM, trabalhava como tarefeiro em Hospitais Públicos. Não haverá acordos desses com outros gestores contratados?

Depois das conclusões do IGAS sobre  a greve do INEM e depois do que a ministra disse no Parlamento qual a razão para não se demitir? Será porque, na realidade, em ética sai ao chefe, ao Luís Montenegro? 

E o Marcelo, achará que este caso também não  merece comentários? 

segunda-feira, março 03, 2025

Presidente Marcelo... cu-cu...!

 

Está escondido, Presidente Marcelo...? Ou anda a brincar às escondidas...?

É brincadeirinha destes tempos de Carnaval, é?  É que o seu amigo e correligionário Mentenegro também anda escondido dos palcos internacionais. Que saiba, nos últimos já é a terceira vez que se balda. Não convém também perceber que coisa estranha é essa? Estão os dois a brincar? Quiçá até a brincar um com o outro? 

E já nem falo das incompetências grosseiras do Governo do Mentenegro -- agora, cingindo-me aos últimos dias depois de todas as palhaçadas do 'seu' menino, depois das mentiras, das meias verdades, das chico-espertices, das cobardias, com o país inteiro perplexo com tamanha falta de coerência e de vergonha, o Senhor Presidente não acha que a sua palavra e a sua acção são necessárias?

Tanto e tão injustamente andou atrás de ministros competentes do Governo Costa, tantas demissões na prática exigiu, tantas dissoluções por razões só suas, e agora, perante um descalabro destes, fica calado? Passivo? Inerte? A assobiar para o lado?

Ou está à espera que a gente o encontre...?

Cu-cu...!

domingo, março 02, 2025

Chico-esperto. Manhoso. Cobardolas

 

Todas as opiniões são subjectivas. A minha também é. 

Sendo uma pessoa atenta e que tenta estar informada, é natural que forme uma opinião sobre os agentes políticos.

Sobre Montenegro desde há muito que tenho uma opinião. Contudo, agora que, fruto das suas funções, ele está mais exposto, passei a conhecer melhor a forma como actua. 

Em especial desde a campanha eleitoral e, sobretudo, desde que é primeiro-ministro, o que tenho visto é um daqueles videirinhos, chico-espertos, daqueles manhosos que acham que enganam os outros, daqueles que usam frequentemente a palavra 'sinceramente' para dizer coisas que sabemos que não são verdade, escuda-se atrás de questões familiares, e, como se isso não fosse já mau demais, foge. Desculpa-se com condições técnicas para não responder ou para não participar em videoconferências, balda-se a conferências internacionais, balda-se a responder às perguntas que lhe fazem, foge das perguntas, atira responsabilidades que são suas para cima dos outros e, mesmo num momento crítico em que se apresenta ao País numa comunicação na casa oficial do primeiro-ministro, consegue vir dizer coisa nenhuma e acabar sem que ninguém tivesse percebido qual a sua intenção ou o que vai fazer. Ou seja, porta-se cobardemente.

Claro que também avalio o desempenho deste governo como uma lástima. Apregoou como seu o que foi trabalho de outros, o que apregoou que resolvia em 3 meses não apenas não foi resolvido como está pior do que antes, etc., etc., etc.

Ou seja, quer as suas políticas são más para o País como a sua presença à frente do Governo é, sob todos os pontos de vista, uma desgraça.

E acabo com o que venho perguntando: e Marcelo? O que diz? Acha Marcelo que há alguma estabilidade? Acha Marcelo que Montenegro tem condições para continuar à frente do Governo?

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Quanto ao Pedro Nuno Santos fez a mesma coisa que fez em relação ao Orçamento: falou antes de tempo, neste caso a propósito da moção de censura que os comunistas, estupidamente, vão apresentar. Caraças. 

sexta-feira, dezembro 27, 2024

Ai Marcelo, Marcelo... Quem o viu e quem o vê...
Então, com esta Ministra, a Ana Paula Martins, as coisas funcionam desgraçadamente e V. Exª, em vez de criticá-la, elogia-a por pedir inquéritos?
Está a gozar connosco, não está?

 

Abro o Expresso online e a primeira notícia que me salta é que Marcelo elogia a ministra. Em vez de desatar a mandar bocas por tudo o que é canto e esquina a dizer que os ramos mortos têm que ser cortados, anda a elogiar a criatura? A dita incompetente manda fazer inquéritos... certamente para depois vir insultar e enlamear os menos culpados da desordem que reina na Saúde... e é isso que Marcelo elogia?

A criatura correu com o director do SNS, com vários do INEM, com vários administradores de hospitais, com não sei quantas pessoas, tudo para lá meter amigos ou malta do PSD (read my lips: em que o critério é ser malta do PSD), piora tudo na Saúde... e Marcelo ainda consegue arranjar motivos para elogiá-la?

É um brincalhão, não é, Presidente Marcelo...?

Não goze connosco, está bem?

sábado, novembro 23, 2024

Olhe lá, ó Pedro Nuno! Importa-se de atinar? Acha que o Seguro é coisa que se apresente para Presidente? Esqueça lá isso, ok...?

 

Não sei se é aquela coisa do fácies (coisa tramada, concordo) se é o que a gente já conhece dele, a verdade é que não pode ser. 

Ninguém merece ter uma criatura amorfa como o Tó-Zé Seguro à frente do País. 

Claro que o Assis, outro que tal, já veio dizer que o apoia. Estão bem um para o outro. O despenteado Beleza, que deveria preferir que o tratasse por Clooney Beleza, claro que também veio apoiá-lo. Portanto, os maleáveis do costume começam a perfilar-se em torno do putativo Tó-Zé. Estamos conversados.

E o que eu quero dizer é que, se o PS quer lançar algum nome, olhe, Pedro Nuno, não seja preguiçoso, puxe lá um pouco mais pela cabeça.

Hoje, talvez influenciada por tê-la visto no outro dia na Grande Entrevista, lembrei-me da Elisa Ferreira. Talvez, não é? Mas deve haver muito mais gente com arcaboiço, inteligência, honestidade, ponderação, tino, bom feitio, equilíbrio, amor ao País, boas maneiras, etc., que possa vir a ser apoiada pelo PS e com capacidade para ganhar eleições. 

É pensar. Mas pensar com cabeça, não com os pés. Ok?

sexta-feira, novembro 15, 2024

Aleluia, Senhor Presidente Marcelo!
Mas vamos lá a ver uma coisa...

 

Finalmente Marcelo falou sobre o descalabro a que estamos a assistir na Saúde. 

Disse que já antes tinha falado. Bem sei, mas falou en passant, de fininho. E, quando estava à vista de toda a gente a indigência a todos os níveis (a nível de competência, a nível moral, ...) com que o Governo estava a lidar com um problema que estava a traduzir-se em mortes atrás de mortes, Marcelo não deveria ter falado de fininho mas com voz grossa.

E bem pode Marcelo assobiar para o lado e respaldar-se no que é politicamente correcto (inquéritos, aguardar por relatórios, etc) que a população já não vai nisso: a incompetência de toda a equipa de Saúde envolvida é gritante e os resultados estão à vista.

Senão vejamos:

  • O presidente do INEM, coitadinho, (basta ver a ausência de CV dele em áreas de gestão de organismos desta responsabilidade), não deixa que tenhamos ilusões. Até a cara dele não engana.
  • A aérea Secretária de Estado Cristina Vaz Tomé que nem sabe a diferença entre anemia e amnésia nem deve ainda ter percebido bem a quantas anda. Face ao tremendo desacerto face à função que é a sua formação académica e a sua experiência profissional só gostava de saber quem foi o bronco que achou que era pessoa para ficar à frente da Secretaria de Estado da Gestão da Saúde.
  • E, finalmente, a ministra Ana Paula Martins -- que falta à verdade de cada vez que abre a boca, que é uma tangas, que se incompatibiliza com meio mundo e arranja problemas por onde passa -- é daquelas que, por ser tão tóxica, deveria ser mantida bem longe de qualquer Governo
Qualquer pessoa com dois dedos de testa percebe que esta gente não merece nem mais um dia da nossa tolerância.

E bem podem os tretas da AD vir agora desculpar-se com o anterior Governo que não somos parvos: 

1º - O Governo de António Costa foi apeado (e não se acha também responsável por isso, Senhor Presidente?) e a execução do programa de Governo foi interrompida. 

2º - Independentemente disso, não podemos esquecer-nos, e devemos atirar isso à cara do Mentenegro e de todos quantos nos tomam por parvos, que uma das bandeiras da AD foi que o problema da Saúde era de gestão e que a AD, em 60 dias, resolveria todos os problemas da Saúde. 

Ora onde é que já vão os 60 dias...? Mentenegro está em funções desde Março e daí para cá não apenas não resolveu nada como tudo se agravou. Tudo. É agora que estes dramáticos casos estão a acontecer. Agora. Agora, vários meses depois de estar em funções. Os mortos que não conseguiram auxílio quando mais precisaram dele estão e ficarão na nossa memória -- e o risonho Mentenegro não vai podê-los sacudi-los das suas costas.

E Marcelo que disse que é preciso saber se tudo foi feito para evitar a greve, sabe de antemão a resposta: sabe que nada foi feito. E sabe mais: sabe que o risonho Mentenegro veio, todo pimpão, dizer que não se pode andar atrás de avisos de greves. Ninguém fez nada, Senhor Presidente, e Mentenegro acha muito bem que não o tivessem feito. 

Portanto, Senhor Presidente, fale claro. Chame os bois pelos nomes. Não deixe que os chico-espertos e os Lentões desta vida o ouçam e digam que estão alinhados consigo e a fazerem tudo o que deve ser feito.

E perceba-se: quando, os do Governo AD e apoiantes, todos valentões, vêm apregoar que não vai haver demissões e que vão ficar até que tudo se resolva, só podemos ficar aterrorizados. É que o problema são eles, é a sua incompetência, a sua inconsciência. 

E, quando a consequência é a morte de pessoas, podemos ficar contemplativamente à espera que arranjem relatórios em que se desculpabilizem? 

Hoje foi o sistema informático do INEM que esteve em baixo. Não sei o que foi mas qualquer coisa me diz que devem ter feito alguma alteração às três pancadas e, sem a testarem, puseram-na em produtivo. Qualquer pessoa experiente sabe que não pode ser, que há cuidados a ter. Mas qual daqueles três sabe disso? E é que não é preciso ser técnico. Basta ter experiência em gestão de empresas/institutos/organismos/serviços. Mas algum daqueles a tem? Qual daqueles três inspira qualquer confiança?

E eu disse três...? Devia ter dito quatro. 

Tenho ou não tenho razão, Senhor Presidente?

É altura de agir. Mas agir com mão dura. Não chegam palavrinhas mansas.

sexta-feira, novembro 08, 2024

Alô, alô Presidente Marcelo! Então agora não vê ramos mortos na árvore que é o Governo Mentenegro? Quer que eu lhe aponte um, a título de exemplo?
-- A palavra ao meu marido --

 

Sra. Ministra da Saúde, se tem um pingo de vergonha na cara, demita-se. O que está a passar-se na Saúde em Portugal é uma vergonha, é inaceitável, é injustificável e só existem dois responsáveis políticos pelo que está a passar-se: a Ministra da Saúde e o PM que a contratou e a mantém no cargo. Será porque para o PM é preferível ter no governo alguém que distribui muitos "jobs for the boys" do que alguém que consiga gerir o ministério da saúde?

Os oito meses do Governo têm sido pautados por acontecimentos muito graves e por outros muito pouco abonatórios. 

Consigo lembrar-me, sem ter que fazer um grande esforço de memória, 

    • do episódio rocambolesco que foi a eleição do Presidente da AR, 
    • do Mentenegro a desdizer tudo o que tinha dito na campanha eleitoral sobre o choque fiscal, 
    • dos impropérios proferidos pelo Ministro da Defesa a oficiais da Força Aérea, 
    • da tentativa de "reconquista" de Olivença pelo Ministro da Defesa que também propôs "trocar" penas judiciais por prestação do serviço militar, 
    • da fuga de cinco presos em pleno dia, da quase entrada dos bombeiros na AR quando se manifestaram, 
    • dos fogos cuja dimensão foi assustadora e ainda não percebemos se a resposta foi adequada, 
    • da violência que alastrou na região da grande Lisboa  e que felizmente nunca se tinha visto em Portugal, 
    • da MAI  afirmar de manhã que ia negociar o direito à greve com os policias e à tarde dizer exatamente o oposto,
    • ... 

Na área da Saúde, a Ana Paula Martins 

  • começou por pôr os patins, tirar o tapete e apontar a porta ao competente e reconhecido Fernando Araújo, director executivo do SNS, 
  • tem destratado equipas de gestão de hospitais, tem feito uma razia, 
  • arranjou problemas com a anterior gestão do INEM, 
  • dá dinheiro a médicos sem perceber que apenas está a atirar dinheiro para cima 
  • e, ao contrário do que Mentenegro prometeu na campanha eleitoral, não apenas não resolveu problema nenhum em 60 dias como está tudo pior:
  • dezenas de grávidas já tiveram os filhos nas ambulâncias, 
  • inúmeras urgências têm estado fechadas, 
  • não têm conta as demissões nos hospitais, 
  • a FNAM diz que  a ministra não sabe o que está a fazer 
  • e a Ordem afirma que a situação é gravíssima 
  • e, finalmente, assistem-se agora às consequências mais do que trágicas que resultaram da incapacidade de planeamento de situações que mitigassem a greve dos técnicos do INEM.
  • Finalmente, agora foi preciso que numa semana morressem 7 pessoas por falta de atendimento para ter tido uma reunião (quando, segundo o Expresso, teve antes 10 dias para travar a greve e não o fez). 

Quando morreu uma grávida durante uma transferência entre hospitais, Marta Temido, exemplar Ministra da Saúde do Governo Costa (um modelo de civilidade, humanismo, conhecimento, capacidade de trabalho e competência), demitiu-se.

A esta Ana Paula Martins, aconteça o que acontecer, morram as pessoas que morrerem estendidas num passeio ou seja onde for sem que apareça uma ambulância do INEM para as acudir, nada lhe pesa na consciência? 

Por isso, Senhor Presidente Marcelo, é possível haver ramo mais podre do que este?

sexta-feira, outubro 25, 2024

Marcelo, o big Chief das Forças Armadas, não diz nada depois do pseudo-ministro Rangel, num dos seus bem conhecidos ataques de histeria, ter destratado o chefe do Estado-Maior da Força Aérea?
Não vai andar por aí a mandar recados e dizer que é preciso cortar os ramos mortos das árvores?
Depois de ter feito a cama ao Galamba (que a única coisa de que é acusado é de ser um bom Ministro e ter defendido os interesses do País), agora vai ficar calado perante as diversas maçãs podres que há no cesto do Governo do Mentenegro?
Pergunto.

 

As pessoas desclassificam-se quando se mostram não isentas, não objectivas, tendenciosas, manipuladoras (estou a aprender com o Lentão, enunciando palavras sinónimas ou afins para parecer que se referem a muitas coisas).

Como muito bem diz o nosso Presidente Marcelo, o mundo gira a grande velocidade e tudo ganha grandes proporções muito rapidamente, tão rapidamente quanto os mesmos factos caem no esquecimento e perdem relevância. Mas eu, como sou antiga e ainda não me deixei contaminar pelas sôfregas redes sociais, não me esqueço muito facilmente. E não me esqueço, nem perdoo, a vergonhosa campanha que Marcelo fez contra João Galamba. 

Contudo, como, ao mesmo tempo, sou optimista e ingénua, ainda espero que Marcelo venha retratar-se em público, pedir desculpa pelo que fez e condenar a forma indecorosa como Galamba viu a casa revistada, bem como pedir desculpa pela pouca vergonha de o terem escutado ao longo de quatro anos. Poderá dizer que não foi por ordem dele ou que não sabia. Não colhe. Marcelo mete-se em tudo, tenta influenciar todos. Se faz campanhas públicas para apear ministros (e um primeiro-ministro), bem pode fazê-lo quando o cumprimento dos mais elementares princípios do Estado de Direito estão em causa. Apearam o pobre Galamba, humilharam-no, condenaram-no na praça pública. 

Mas não foi só Galamba a ser crucificado por Marcelo. O que fez com a Ministra Constança Urbano de Sousa foi identicamente imoral, desumano e indesculpável. E também ainda não ouvi a Marcelo uma palavra de pedido de desculpas públicas.

E agora em que há ministros do seu Governo (sim, seu) a portarem-se vergonhosamente, ministros incompetentes, mentirosos e mal educados, não diz nada?

Nem no absurdo, caricato e estapafúrdio caso do Rangel vai deixar passar? Vai deixar que essa criatura (a ser verdade o que se lê em notícias não desmentidas) chame burros e camelos aos militares e diga que só fazem merda? Vai deixar que desacate e destrate altas patentes em frente a subordinados?

Não pode.

quinta-feira, setembro 19, 2024

Marcelo aprecia o estilo Rambo de Espinho de Montenegro?
Não percebe que estamos entregues à ramboiada?

-- A palavra ao meu marido --

 

Temos um governo que, como disse o Marques Mendes 'até agora só passou cheques e baixou impostos' (obviamente que estava a incluir a baixa de impostos decidida pelo PS), um primeiro-ministro  que julga que é o Rambo e um PR que é o pior dos últimos cinquenta anos como afirmou o José Miguel Júdice. 

De facto, não parece haver razões para optimismos. Os que votaram AD acreditando no que o Montenegro disse na campanha eleitoral -- e rapidamente se percebeu que existe uma enorme diferença entre o que ele disse em campanha e o que (des)disse quando chegou ao governo -- não devem estar satisfeitos. 

Este Verão, nas áreas em que a comunicação social e a AD mais criticaram o governo do PS e fizeram crer que tudo se resolveria com a mudança do governo, a situação piorou. 

  • Na Saúde, a ministra, incapaz de assumir qualquer responsabilidade e originando conflitos desnecessários, criou o caos. Fecharam muito mais  urgências e, no caso da pediatria e da obstetrícia, a situação tem sido desastrosa. 
  • Na área da Justiça assistimos estupefactos à fuga,  em pleno dia, de cinco presos usando escadas e lençóis, pasmámos com a demora com que a informação foi transmitida às forças de segurança e quase arrancamos os cabelos quando nos informaram que o mandado de captura foi emitido oitenta e três horas depois da fuga. A ministra apareceu passadas alguns dias culpando os serviços, falando em inquéritos mas não se pode dizer que, para variar, tenha assumido qualquer responsabilidade politica. O costume. 
  • Na Educação, o regresso às aulas foi o que se viu. Dezenas de milhares de alunos sem professores e o PR a dizer que não percebia qual a razão de concurso extraordinário (?) ainda não ter sido lançado. Há um ano o Montenegro dizia que, para não haver problemas com o 'início das aulas', bastava mudar de governo. 

Montenegro foi para primeiro-ministro e os problemas aumentaram. 

Com a coerência que lhe é reconhecida, agora afirma que para resolver os problemas com a falta de professores é preciso uma legislatura. De novo, o costume. 

Após várias anos em que felizmente a situação com os incêndios foi menos gravosa, nos últimos dias o País passou por situações terríveis. E faço notar que estranhei não ter havido uma presença da MAI nos media nem que fosse apenas para termos a certeza que existe e que não serve só para passar cheques aos policias, e isto independentemente de haver um conjunto de causas que também contribuem para a situação, nomeadamente atividades criminosas,  desleixo das pessoas ou condições climáticas,

No meio da incapacidade dos diversos ministros, temos um PM/ Rambo que se faz fotografar em botes de borracha (uma atuação absolutamente inqualificável) e que refere, passando um atestado de incompetência aos serviços, que foi ele que, num acesso à autoestrada quando viu o fogo, mandou cortar estradas e contactou as autoridades locais (só alguém que não tem nenhuma noção de como se actua nestas situações pode ter proferido estas afirmações) e que, de punho cerrado, ameaça perseguir os criminosos que ateiam fogos qual justiceiro desrespeitador da lei. 

Até o André Ventura fez comentários menos tendentes a originarem atitudes irrefletidas por parte da população. Com este discurso do PM corre-se o risco da população tentar fazer justiça pelas próprias mãos. Tomara que uma notícia que li agora de que um grupo de 20 populares perseguiu e ameaçou de morte uma mulher, incendiando-lhe a casa, não seja já fruto disso.

No intervalo, o PM vai desdizendo tudo o que disse quando era candidato a presidente do PSD sobre a aprovação do orçamento. Nessa altura referiu que jamais aprovaria um orçamento do PS. Agora pede ao PS que aprove o orçamento e que não faça o País cair numa crise política, embora, dia sim, dia sim provoque o PS e tente humilhar a oposição. O PM é capaz de afirmar com a mesma convicção uma coisa e o seu contrário (foi assim com a baixa de impostos, com a resolução dos problemas do SNS em sessenta dias e com o início do ano escolar sem problemas). Para além desta incoerência ainda é capaz de utilizar situações dramáticas para fazer política, o que deveria ser motivo de penalização por parte dos portugueses. Não tem perfil para PM.

E o PR, tão contundente para com o Governo de António Costa nos incêndios de 2017, o qual, segundo os especialistas, ocorreram em situações mais gravosas que as actuais, agora, quando a situação também não correu bem, só sabe apoiar o governo e nem consegue proferir qualquer critica. Ainda bem que está quase a chegar som fim do mandato.

Não se pode esperar nada de bom destes protagonistas. 


PS 1 -- Por curiosidade, recomendo que se veja o CV do Secretário de Estado da Protecção Civil (advogado, presidente da distrital de Setúbal do PSD, com experiência num cargo qualquer do Vitória de Setúbal, num Centro de Emprego durante um Governo PSD, deputado, vereador em Palmela, etc). Ou seja, do que se vê, conhecimentos de Protecção Civil: zero.

PS: Uma coisa me espanta: não ter visto o Montenegro na Ponte 25 de Abril a chefiar os agentes policiais que detiveram os assaltantes da ourivesaria de Fátima.

quarta-feira, setembro 18, 2024

Uma pergunta a Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência da sua participação no Conselho de Ministros extraordinário:
então agora não vai andar por aí a pedir a demissão de Constança Urbano de Sousa?
Então, afinal, não é ela a responsável por todos os incêndios e desgraças que acontecem em Portugal?
Ou essa sua apregoada beata solidariedade estratégica e institucional é só com o Montenegro e Cia.?

 

É que eu tenho memória, Senhor Presidente.

Da próxima vez que for a Fátima bater no peito e pedir desculpa pelos seus inúmeros e imperdoáveis pecados, não se esqueça de pedir perdão pela brutal injustiça, pela injustificável falta de solidariedade e pela vergonhosa desumanidade que, em 2017 e em idênticas circunstâncias, demonstrou para com a ex-Ministra Constança Urbano de Sousa.

E só espero, Senhor Presidente, que, tal como eu, os portugueses em geral também tenham memória e, também tal como eu, não tenham a capacidade de perdão de Nossa Senhora de Fátima que, de resto, também já deve estar pelos cabelos de o ver sempre a pedir batatinhas, reincidindo a seguir na leviandade, no cinismo, no oportunismo político.

O mínimo que podia fazer, o mínimo, seria apresentar um público pedido de desculpas a Constança Urbano de Sousa. O mínimo.


[E queiram continuar até A versão dantesca de Sol na eira e chuva no nabal]

quarta-feira, junho 19, 2024

O Ministério Publico continua com o bullying
-- A palavra ao meu marido --

 

Desde há muito que digo -- e já várias vezes aqui o escrevi -- que quem causa mais problemas ao País, que gera uma enorme instabilidade e potencia o crescimento da extrema direita são o PR, o Ministério Público e os órgãos de comunicação social. Felizmente já ouço alguns comentadores a partilharem total ou parcialmente esta tese. 

Nos últimos tempos, mais uma vez, estamos perante uma situação absolutamente nojenta que resulta da disponibilização cirúrgica de informação sobre os processos aos órgãos de comunicação social que, sem qualquer pudor, noticiam o que interesses obscuros pretendem que se noticie nesta altura. 

Naturalmente que me refiro às buscas que foram efetuadas dois dias antes das eleições (azar não conseguiram os objetivos que pretendiam) e às notícias, que nada tendo a ver com António Costa, aparecem sempre anunciadas como se tivessem, envolvendo o seu nome, e isto quando se discutem os lugares da Europa. 

E que não venham alguns pretensos jornalistas e vários comentadores televisivos dizer que são apenas coincidências. Só quem não quer ver, e o pior cego é o que não quer ver, ou não tem dois dedos de testa é que pode acreditar que isto são acasos e coincidências. Não são. Acasos e coincidências são situações que ocorrem ocasionalmente e estas situações são uma prática corrente. 

A reportagem da TVI, que mostra a estante, a secretária, os envelopes ou o dinheiro encontrado na busca ao gabinete de Escária mete nojo e não acrescenta absolutamente nada. No dia a seguir vêm a CNN e o Expresso com mais "coincidências". Isto cheira pior que uma lixeira. Já basta de tanta impunidade. 

Já não é só a agenda política, muito evidente, e os exacerbados ódios de estimação do Ministério Público, nem o desavergonhado conluio com parte significativa da comunicação social: é também o atropelo dos mais elementares direitos dos cidadãos, é o desrespeito pelo mais elementar comportamento cívico, é um atentado ao direito de qualquer cidadão ao respeito e ao seu bom nome, é o abuso reiterado do poder para achincalhar as vítimas na praça pública.

Como é possível que estes tipos continuem, em total impunidade, a fazer o que querem sem terem que prestar contas ou justificar-se? Não são escrutinados? Não são chamados à razão? Não são punidos quando violam a lei?

Já basta! 

O Prof. Marcelo que, provavelmente assolado pelo complexo de culpa e para tentar ver-se livre do António Costa, tanto tem, aparentemente, pugnado para que ele tenha um lugar na Europa, não acha "maquiavélico" o que está a acontecer? 

E mais uma vez não diz nada sobre o que de facto é importante? 

Depois de tantas asneiras, Sr. Presidente, faça alguma coisa de que se possa orgulhar e que os portugueses aplaudam. Acabe com este regabofe. 

quinta-feira, maio 30, 2024

O Dissolvente já aí anda outra vez a lançar a confusão...
Se queria tanto ter a prévia certeza da aprovação dos Orçamentos de Estado, porque é que dissolveu a Assembleia da República em que havia uma maioria absoluta?

 

Depois de meses a criar instabilidade política não falando noutra coisa senão na possibilidade de dissolver a AR, eis que o Dissolvente-Mor arranjou outro pretexto para começar a minar a opinião pública. Como sempre, tem como alvo preferencial o PS. Agora não se cala com a necessidade de se aprovar o próximo OE. Estamos em Maio, o OE deve ir a votação em Outubro e, com quase meio ano de antecedência, ele já não se cala.

Ainda o OE não está feito e já ele quer à viva força que os partidos (leia-se: o PS) o aprovem.

Alguém acha isto normal?

Eu não acho.

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Bem esteve André Ventura ao dizer que Marcelo andava com este Governo ao colo pois é um Governo, na prática, lá posto por ele.

domingo, maio 05, 2024

Que falta de atavio militar...!
-- A palavra ao meu marido --

 

O Governo atual revela uma falta de competência e de ética assustadoras. 

Quando comparamos com o Governo anterior, de que tantos diziam mal, este fica a muitas milhas de distância. Em todos os capítulos: da competência, da ética, do "savoir -faire" e da natureza dos objetivos e, sobretudo, da capacidade de os atingir. 

O António Costa e a maioria dos ministros do anterior governo dão, no mínimo, dez a zero ao Luís e aos atuais ministros. O PM não fala porque não sabe o que dizer, a única ideia que deve ter é "vamos a eles" -- ou seja, na sua óptica, é preciso é ser belicoso porque "a malta vai gostar". 

Cumprir as promessas eleitorais não deve ser coisa que passe pela cabeça do Luís. Antes pelo contrário, tenta é encontrar subterfúgios para não fazer o que prometeu. No caso das pessoas, mentiu descaradamente no caso do IRS. Conseguir diminuir o IRC para aumentar os lucros das grandes empresas parece ser a única promessa eleitoral da qual ainda não desistiu. 

O Ministro da Defesa, acompanhado pela MAI, pretende fazer das Forças Armadas um estabelecimento correcional para onde vão os jovens delinquentes. E, no intervalo, fala do Tratado do "Atlético" Norte. Como dizia ontem Pedro Vieira no final de 'O último apaga a luz', é surpreendente como um pequeno clube da zona de Alcântara é responsável por defender a Europa. 

A Ministra da Justiça, quando lhe perguntam sobre o documento para a Reforma da Justiça subscrito por 50 personalidades, responde com "a chuva que entra nos tribunais" e outras costumeiras trivialidades completamente irrelevantes para o caso. No entretanto, a primeira reunião que fez foi sobre a corrupção, para fazer  a vontade ao Chega e como se esse fosse este o principal problema da Justiça em Portugal. 

A Ministra do Trabalho exonera de de forma absolutamente inqualificável -- mas que revela  bem o carácter de quem praticou este saneamento -- a Provedora da Santa Casa e esqueceu-se que deveria ter alguém para a substituir. Agora vem com ameaças de processos se Ana Jorge não continuar a gerir a Santa Casa. Seria cómico senão fosse absolutamente trágico. 

A Ministra da Saúde, antecipando os procedimentos da Ministra do Trabalho, fez os possíveis para que o diretor executivo do SNS se fosse embora e quando ele se demitiu ficou surpreendia por ele não continuar a trabalhar. Afinal, depois de todo o estardalhaço que fez, parece que a responsabilidade pelo plano é da DGS e, por acaso, até já estava feito e publicado. É de gargalhada!

A cereja no topo do bolo é o Sarmento. Veio, com aquele ar de menino bem comportado apanhado em falta, dizer um conjunto de mentiras sobre o estado do orçamento português baralhando tesouraria com orçamento. Não pode ser apenas desconhecimento técnico, enquadra-se no padrão do governo. Para o governo vale tudo para tentarem atingir os fins em cada momento. Neste caso o Fernando Medina deu-lhe cinquenta a zero. Quando se compara o Sarmento com o Medina, qualquer pessoa sensata -- como deve ser um bom pai de família --, deve arrancar os cabelos e pensar que pior é impossível.

Não admira que os tradicionais apoiantes da AD, nomeadamente os comentadores que andaram os últimos anos a denegrir o trabalho do Governo Socialista, a empolar cada pequeno problema, a fazer crer que o país estava no caos, e, ao mesmo tempo, a preparar o caminho ao PSD, agora não consigam esconder a desilusão e a estupefacção perante a incompetência do Governo AD. 

Quanto ao Hugo Soares, talvez até pudesse ser um bom chefe de claque de uma equipa de futebol. Líder parlamentar é que não. Mais que isso, não estou a ver. Qualquer dia, ainda o veremos a atirar tochas na AR.

O descaramento do PSD alastra a todas as áreas. Até o Moedas perdeu a vergonha e vem agora acusar o PS dos maus resultados da Câmara de Lisboa, a Câmara da qual é presidente. Como é isto possível? O despudor é total. 

No meio disto, navega o Marcelo da forma mais irrefletida  e desajustada de que há memória. O José Miguel Júdice afirmou, e bem, que o Marcelo é o pior Presidente da história da Democracia mas uma coisa é certa: este Governo não lhe fica atrás.