Mostrar mensagens com a etiqueta Malomil. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Malomil. Mostrar todas as mensagens

sexta-feira, fevereiro 07, 2020

O Malomil é sensacional


Lugar de cultos múltiplos e de verdadeiras orgias visuais ou linguísticas, no Malomil encontramos de tudo. Desde o sagrado ao profano, desde o recto ao obtuso, desde o grave ao agudo -- de tudo. Podia ser um bazar chinês ou um bolhão, uma biblioteca ou um templo, a esquina da rua ou uma escadaria no meio da selva -- qualquer coisa. Quem lá entra não tem por que se queixar.

O caso que hoje me leva a aqui colocar um carrinho para esse lugar sensacional é, ali, apresentado sem acompanhamento. Percebe-se: o pitéu é de tal monta que não precisa de explicações mas eu, que sou menos contida, vou já dizendo que tem a ver com uma queca à aviador, queca essa que, pelo que a (des)notícia dá conta, não apenas não foi consumada como deixou os putativos (des)intervenientes em mau estado. Ver para (des)crer. 






terça-feira, junho 13, 2017

As boutades de Passos Coelho são os ossos de que os caniches da comunicação social gostam de ir, acefalamente, atrás.
[Parafraseando o ilustre láparo: uma vergonha para quem diz e outra igual para quem diz que ele disse]



Esta segunda-feira em Lisboa, metade das pessoas esteve de férias. Trabalhar assim é uma maravilha. Pouco trânsito, uma calmaria por todo o lado. De tarde tive a sorte de estar numa reunião numa sala envidraçada de frente para o rio. Estava a falar e a ouvir argumentar sobre temas relevantíssimos para o futuro da humanidade e, discretamente, vendo os veleiros e os passeadores que por ali caminhavam. Constato frequentemente que tenho uma grande facilidade em mudar de registo interno e, assim foi que, por um mecanismo de transposição mental, quase me sentia ali a passear, a sentir a aragem, a aspirar a maresia. E, no entanto, estava uns belos andares acima da linha de água, ocupada a discutir cenários, cada qual mais arriscado que o outro. Mas, por dentro, oh sim, sim, a desfrutar o azul fresco das águas do rio e o azul limpo do céu. Só espero que nunca se invente maneira de ler os pensamentos dos outros. Imagine-se que, na parede atrás de mim, passava o descritivo dos meus pensamentos. Dava cabo da seriedade da situação. Haveriam de dizer: 'É o que dá a gente meter-se com mulheres'.

Mas pronto. Uma maravilha de tempo e de cidade.

Consegui sair mais cedo. Fui ao supermercado. Comprei entrecosto e legumes. Estufei legumes e coloquei o entrecosto -- temperado com sal, alhos laminados, alecrim e azeite -- no forno a 110º e fui caminhar para um parque frondoso enquanto a carne ficou a assar.

Quando chegámos, estava a paparoca feita. 


E agora que cheguei ao meu sofá de estimação fui espreitar as notícias e o que vejo é que as boutades rançosas de Passos Coelho são o fuel que alimenta a pasmaceira pré-estival.

O láparo saíu-se com uma daquelas suas abardinices*, em que revela não ter memória, não ter vergonha na cara, não ter inteligência e não ter respeito por quem o ouve e, de imediato, a comunicação social em peso pega naquilo e faz debates, notícias breves, notícias longas, reportagens, entrevistas. A sério. Parece impossível mas é verdade: o láparo brinda os correlegionários com uma defecação em três actos e a comunicação social rejubila -- o dia está feito!


Se sujeitarmos aquela atoarda do láparo sobre o tal vogal para a TAP (aquela em que ele se refere à nomeação como uma nódoa e como uma vergonha) a uma análise silogística, chumbará em toda a linha. Aliás não passará nem dos pressupostos. Não há ali raciocínio que funcione. Se o homem, o tal Lacerda Machado negociou ao serviço do Estado e agora foi nomeado pelo Estado, não há conflito de interesses, haverá é consistência na defesa de interesses (do Estado). A bem da sanidade mental de quem o ouve, aquele láparo devia receber explicações de lógica. Claro que antes teria que estudar alguma coisa já que não se entenderia com a lógica, desconhecendo o bê-a-bá (aritmética, vocabulário, etc).


Mas o que incomoda nisto é a comunicação social portar-se sempre como um bando de caniches. Atiram-lhes um osso e aí vão eles, béu béu, béu béu. 

Não haverá no país outra coisa que se aproveite? Só as afirmações de Passos Coelho?

É que, tirando disso, do que vi, só mesmo aquelas afirmações de um senhor que acha que os postos de comando têm que estar à porta de cada casa e à beira de cada rua. Como o posto de comando das Estradas é em Almada já ele acha que, se fosse em Vila Real, o fogo do autocarro no túnel tinha sido apagado em dois segundos. E com isto logo as estações salivam: temos polémica! Mais entrevistas, mais reportagens, mais debates.

Uma indigência.

E eu pergunto: então a Madame Cristas da Coxa Grossa andou por aí a cantar o fado e a comunicação social não promove um debate?


E anda o ilustre Malomil a divulgar as maravilhas do Portugal Local Sensacional e, quando quer mostrar os fervores centristas em todo o seu fulgor, em vez de escolher uma imagem da Madame do CDS que a mostre como ela é, dilui a pimbice e mostra-a quase normal...? Não está certo.

Assim é que ela era bem mostrada, ó Caríssimo Senhor Malomil Blogspot.

E o Isaltino já anda em cartazes a fazer-se ao piso junto dos habitantes de Oeiras e ninguém quer saber disso para nada?



Está mal. Assim não dá. 

Tenho que ir pregar para outra freguesia. Olha, se calhar vou mudar o outfit ao Um Jeito Manso.

____________

terça-feira, maio 31, 2016

António Araújo e José Rodrigues dos Santos
- fascismo, marxismo, O Pavilhão Púrpura, pancada na cabeça e faz de conta que é literatura


Ao dar uma circulada pelos blogs, passei pelo Malomil. Aí, José Rodrigues dos Santos, com o seu cérebro de plástico na mão, parece perplexo talvez porque António Araújo, autor do dito blog, escreve sobre a sua mais recente obrícula no Público. António Araújo deu ao artigo o título Fascismo é quando um homem quiser.


Comecei a ler, mas o texto era dose: tinha amuse bouche, entrada, sopa, prato de peixe, prato de carne, doce, fruta, café e digestivo e, portanto, estando eu a ver se faço dieta, dei uma atravessada um tudo nada rápida pelo texto, gabando a paciência de António Araújo.

É certo que António Araújo, ex-assessor cultural do ex-Cavaco, só pode mesmo ter uma resiliência notável. Senão como perceber que tenha aguentado tantos anos em vão a tentar enfiar alguma cultura na empedernida cabeça do seu ex-presidente?


Para além disso e para além de ser Jurista e Historiador (conforme comprovo no Público), é pessoa de uma prolixidade ímpar. Tenho-o também por pessoa com algum pendor obsessivo pois, volta e meia, se lhe dá para embicar com alguma pobre alma, desencanta dúzias e dúzias de fotografias para ver se avacalha a imagem do coitado (como recentemente fez com Boaventura de Sousa Santos lá no Malomil).
Não gosto do verbo avacalhar mas estou com falta de imaginação. Também me lembrei de ajavardar mas não me parece melhor. Abardinar não sei se existe. Enlamear parece-me excessivo. Bem, se me ocorrer melhor já cá volto para edulcorar a coisa. Para já, fica assim.
Outra vez, lá no seu Malomil, num assomo de completa maluqueira, escreveu um tratado a propósito da capa da revista do Expresso na qual se via Fernando Medina com um smartphone. Não consegui ler tudo, achei que aquilo, mesmo para alguém com uma grande pancada na cabeça, já era delírio a mais e, portanto, preferi não testemunhar tal exercício de tresleitura a propósito de uma simples fotografia.

Bom, mas dizia eu que o bom do António Araújo lhe deu desta vez para gastar o seu provecto latim com um assunto que, em meu entender e às cegas, não mereceria sequer um parágrafo. Deu-lhe, imagine-se, para desmontar as balelas do José Rodrigues dos Santos no seu O Pavilhão Púrpura:
O texto de José Rodrigues dos Santos representa um lamentável exemplo de como uma amálgama confusa de referências e factos históricos pode conduzir a conclusões erradas (...)
Já o contei aqui uma vez. A única coisa que comprei do dito histriónico apresentador de programas alarachados de televisão foi um livro de entrevistas que o dito fez a escritores. Ingenuamente pensei que não tinha muito que enganar. Mas oh oh, se tinha. Eu deveria era ter ido devolver o livro: que coisa mal escrita, mal pontuada... Intragável.

Portanto, que o prosápias dos santos, a quem nitidamente falta metade da cabeça (capaz de ser, justamente, porque acha que o cérebro é para usar na palma da mão), lhe dê para encher páginas e páginas de tretas é lá com ele e com as mariazinhas que gostam do género. Agora que um senhor doutor jurista e historiador se ponha ao mesmo nível e se ponha a rebater as balhelhices do outro é que me parece incompreensível.

Alguém, em seu pleno juízo, liga alguma importância às rocambolescas deduções que uma criatura quem nem um gráfico sabe ler e que nem uma entrevista sabe fazer? José Rodrigues dos Santos sabe alguma coisa de marxismo, fascismo, codex, sexo de Cristo ou como dar banho ao cão para que alguém se ponha a ler o que ele diz e depois a rebatê-lo...?


E, portanto, com vossa licença, deixem que confesse: depois de ler o texto de António Araújo sobre as teorias de cão de caça do José Rodrigues dos Santos só me ocorre dizer que tão maluco deve ser um como o outro.

E, no fim de tudo, só retiro mesmo, mesmo, uma conclusão: que o António Araújo está melhor agora do que quando andava a ver se conseguia fazer alguma coisa do Cavaco. Via-o nas fotografias muito penteadinho, muito enjoadinho, muito cinzentinho, Aliás, nem sei se não estou a fazer confusão. Olho para o antes e para o depois e não me parece o mesmo. Este agora, colorido, bronzeado, mais despenteado, com ar mais desempoeirado, parece-me outro.

Seja como for, o António Araújo que vejo agora com ar malandreco na fotografia do Público mostra que está a caminho da regeneração. Só falta fazer uma cura qualquer para ver se deixa de andar a perder tempo com nulidades.

_________________

O oposto: um exemplo de contenção e pontaria, reduzindo tudo ao título do post, é este delicioso post do Valupi no Aspirina B:


Sócrates, não mates o procurador, pá


Delicioso.

_________

E já cá volto para mostrar graffitis, casais e outras coisas. Até já.
Isto se conseguir que o computador desenvolva, o que, digo já, me está a parecer muito difícil. Esta coisa de eu não querer perder tempo a limpar o disco está a tornar-me a vida complicada...

...