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sexta-feira, dezembro 06, 2024

E o Oscar para o melhor tricot no comentariado político vai para...

 

Começa as frases a defender uma coisa e, à medida que vai observando a reacção estupefacta ou desdenhosa dos colegas comentadores, inflecte, faz agulha e acaba-as a defender o contrário. E isto é o pão nosso de cada dia. 

Vê-se que vai para ali com os assuntos pela rama, geralmente é claro que não faz ideia do que diz, é leviana e superficial, diz-se e contradiz-se. Os colegas, por vezes incrédulos, por vezes incomodados, a maior parte das vezes mostram-se ansiosos por que acabe o chorrilho de asneiras que torrencialmente brota da sua arrogante boca.

Aliás, não é só a boca que é arrogante. É todo o fácies, desde o platinado e aparado penteado até aos olhinhos que tantas vezes revira, como se desprezasse o mundo ou os seres inferiores que o habitam.

Em síntese: quase nada do que diz faz grande sentido até porque enferma de labilidade extrema. Não dá para levar a sério.

E, contudo, exprime-se com grande cagança, vê-se como o supra sumo da batata doce, como se estivesse a opinar lá de cima, do olimpo. Não se enxerga.

Se há vezes em que vai com casaco de homem dez números acima ou com blusão de cabedal altamente coçado, a verdade é que é frequente ir com camisolas ou casacos de malha. Não sei se são confecção própria ou aquisição. Mas, seja como for, nos tricots é imbatível. 

E é por isso que o Oscar para os melhores tricots no comentariado político vai para... Clara Ferreira Alves. Of course.



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Caso queiram conhecer o Oscar para o penteado mais artilhado do comentariado, desçam um pouco mais.

E, caso também queiram conhecer o Oscar para a comentadora mais fofinha, é descerem ainda um pouco mais.

domingo, outubro 23, 2022

Tricot ou podcast?

 


Passou por aqui uma antipática e controversa criatura que opina sempre com enervante sobranceria. Estava a falar dos mercados, pareceu-me. O meu marido, que é quem estava com o comando, tirou-a logo da nossa sala. Mas disse que ela era capaz era de ter jeito para filmes pornográficos. Dei-lhe razão. Uma impiedosa dominatrix. Não consigo perceber qual o racional que justifica que alguém contrate tal pessoa para falar em televisão. É má, antipática, tendenciosa e, receio bem, algo perversa. Poderia dizer 'parva' mas não digo, estou em dia bom.

Estou é com muito sono. Levantámo-nos cedo para irmos com a fera à sua aula. De quinze em quinze dias vai mostrar os progressos que fez e aprender novas técnicas. As aulas são mais para nós que para ele. Ele aprende logo. Nós é que nem tanto.

Depois de ter começado, no primeiro dia, por querer atacar e, à bruta, fazer de tudo para afugentar o instrutor, pessoa com pós graduação em comportamento canino (coisa que desconhecia que existisse), agora está amicíssimo dele. A gente queixa-se que é um urso, implacável com estranhos, e... ele derretido e aos beijinhos ao homem. A gente diz que ele é um teimoso e um maluco e... ele obedece a todas as ordens e porta-se como um fofo. Só visto. Contado não se acredita.

A seguir demos um passeio pelo parque, grande parte do tempo debaixo de água. Bonito mas molhado, o passeio.

Dali seguimos para casa da minha filha para ajudarmos em tarefas de arrumações e decorações. Os rapazes crescem, precisam do seu espaço, têm as suas coisas que já não são de criança. 

Viemos de lá à tarde e eu achei que estava merecedora de um gelado, daqueles maravilhosos. Ocorreu-me, até, que poderíamos ir passear ali perto, para a Guerra Junqueiro, lugar de que muito gosto e que, em tempos, esteve elencado para lá arranjarmos casa. 

Não descobrimos, na altura, mas descobrimos ali perto, na Avenida da Igreja, muito perto do jardim. Era um apartamento com seis assoalhadas, grandes, e que tinha até um logradouro, transformado num jardinzinho simpático. Entusiasmados, apalavrámos. Nós dois na maior alegria. O pior era em casa. Enfrentámos uma resistência tão forte por parte dos nossos filhos, uma frente unida, que não tivemos outro remédio senão desistirmos. Eu e o meu marido achávamos que viver ali, numa zona tão simpática e tão perto dos nossos trabalhos era o máximo. Eles, conservadores, não quiseram mudar de sítio. Ela já namorava e nem pensar em deixar de morar ao pé do namorado. Ele praticava um desporto cujo pavilhão era perto de casa e da escola e recusava-se a mudar. Cedemos. Pouco tempo depois ela mudou de namorado e ele fartou-se daquele desporto. É no que dá irmos na conversa dos filhos...

Mas dizia eu que me tinha ocorrido ir até à Guerra Junqueiro. Afinal desatou a chover que deus a dava. Ainda comi o gelado. Duas bolonas: gianduja e cheesecake. Se era para a desgraça, que fosse das valentes. Bom, de morrer a chorar por mais. Quanto ao passeio, desistimos. Voltámos para casa, fui ao supermercado e, depois das coisas arrumadas, fizemos o passeio do costume, por aqui mesmo.

Quando regressámos era de noite. O dia inteiro fora de casa. E um sono...

Outra coisa. Chega o mau tempo e a gente que anda o ano quase todo de manga curta, fica com vontade de aconchego. 

A minha mãe, por exemplo, anda com alguma vontade de fazer um casaco de malha para ela. 

Escolheu um modelo que nos mostrou e que não mereceu o nosso apoio. A minha filha disse que era um casaco à velha. Eu também achei, sobretudo pelo cor de castanho acinzentado escuro, coisa deprimente. Está a caminhos dos noventa mas não a vemos, e não queremos ver, como velha. Ontem disse que viu um, numa loja, que era bonito. Pensa aquilo que eu pensei quando me desmotivei de fazer camisolas e casacos de malha: há tanta coisa à venda a bons preços que, na volta, não faz muito sentido gastar-se dinheiro em lãs ou gastar tempo a fazê-los. E já falava era de fazer-me mais um poncho. Não me desagrada a ideia pois gosto imenso de ponchos. Mas há casacos de malha tão bonitos que resolvi fazer uma pesquisa e enviei-lhe uns quantos por mail. Casacos elegantes, modernos, com cores de gente que gosta de viver e de confecção pouco complexa. Gostou. A ver se a convenço a fazer um que é lindo.

Só que, ao pesquisar casacos e ponchos, também eu fiquei com uma vontade danada de pegar em lãs e desatar a improvisar, a fazer peças originais, com modelos coloridos, com um toque macio. Que vontade... Há quanto tempo... Até uma manta macia, linda, com um mescla de cores fluida. Que vontade de fazer.


Ando nisto. Com vontade de apagar mails de trabalho até que a caixa de correio fique no osso e com desejo de artesanato, tricot, crochet, tapetes. Penso que Freud explicaria isto. Mentalmente já estou a fazer a transição, não será?
Mas entre a vontade e a concretização vai uma grande distância. Já sei que não vai dar. Para me atirar às coisas tem que ser com dedicação e foco. Não dá para andar a pensar em criatividades e, ao mesmo tempo, com a cabeça enrolada em mil problemas. Ou então faço como antes: à noite. Só que, se me atirar a isso à noite, bye bye blog. 

Também posso enveredar pela versão podcast. Com as mãos vou fazendo casacos, ponchos e mantas e com a boca vou falando estas coisas que para aqui escrevo. Será que funcionaria?


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A música chama-se The heart asks pleasure first e é da autoria de Michael Nyman e faz parte da banda sonora do magnífico O piano

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Um bom dia de domingo

Saúde. Tudo de bom. Paz.

terça-feira, setembro 24, 2019

No debate da RTP, a Catarina Martins perdeu uma boa oportunidade de estar calada.
Resolveu lavar roupa suja em público mas acabou por ter que pegar na sua própria roupa, fazer a trouxa e ficar com ela à frente da sua cara.
[E, de caminho, uma palavrinha a propósito sobre Jerónimo, sobre Rui Rio, sobre a Cristas e sobre o André.
E, claro, sobre o Costa]


Acabo de ver mais uma má jogada da Catarina no debate que está a passar na RTP 1. Resolveu armar peixeirada, atirar-se ao Costa da forma traiçoeira e deselegante e acabou por levar uma lição dele. Ficou mal, mal, mal na fotografia, esta Catarina. Acha que vale tudo, que os golpes de teatro são sempre eficazes e, afinal, ao ir longe demais, ao exagerar na forma e no conteúdo, estatelou-se a ao comprido. E, depois de levar uma valente e justa ensaboadela do Costa, em vez de enfiar o barrete e ficar caladinha, voltou à carga com uma regateirice que não lembra ao diabo. E agora, no final, vendo que a peixeirada lhe saíu mal, voltou ao tom da boa menina, de amiguinha do PS, de sonsa. Uma artista, em plena actuação. Para ela, a política é um palco e quer é receber palmas.
Não sei se há muita gente a ver o debate ou se há ainda gente oscilante quanto ao sentido de voto, mas, se houver, é bem capaz de a brincadeira lhe sair cara, é bem capaz de esta sua actuação, por mostrá-la como uma artista com défice de credibilidade, fazer perder votos ao BE. Seria bem feito.
Melhor, bem melhor, Jerónimo de Sousa. Um senhor. Tomara que o PCP fique acima do BE nas eleições. Pode defender uma ideologia datada mas uma coisa é certa: este homem é um homem honrado. E isso conta. E é sensato. E isso também conta. E o PCP é, todo ele, um partido de gente séria, gente de palavra. E isso, para os portugueses, é importante. Ou, pelo menos, devia ser.

Quanto ao Rui Rio, vejo-o divertido a assistir ao debate mas não sei se isso é determinante para alguém decidir votar nele. Talvez seja um homem espontâneo e honesto mas falta-lhe foco e sentido prático e, sobretudo, não tem mão no saco de gatos que é o seu partido e tudo isso, nas funções que desempenha, é grave.

Quanto a Cristas, nada de novo. Irrelevante. Fala, fala, mas nada de novo sai dali. Continua a ser uma flausina que debita casos, a verdadeira picareta falante. Ainda por cima, de dedo espetado. Incomoda. Cansa. Os portugueses estão cansados dela. Por isso, ou muito me engano ou, não tarda, fará parte do passado do CDS.

Sobre o André do PAN, nada a dizer. Tudo espremido, pouco sumo deita.

Escuso de fazer uma declaração de interesses. Como é sabido por quem por aqui me acompanha, não sendo eu filiada em nenhum partido, sou, em geral, votante no PS -- em especial nas legislativas. E António Costa é um grande líder, um socialista inteligente, muito inteligente, ágil e hábil, perspicaz, corajoso, paciente e determinado. E é um excelente governante. O que ele tem feito no País é notável. Portanto, será com todo o gosto e inteira convicção que votarei, uma vez mais, no PS.

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Uma palavra final para Maria Flor Pedroso: uma grande jornalista. Uma mulher de pulso. 
Ganda pinta.

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Costumo ter imagens nos meus posts e, desta vez, também as tenho. Não sei se têm a ver com o debate ou com as duas senhoras partidárias, uma conhecida peixeirona encartada e outra que, achando que os espectadores gostam de novelas que metam traições e cenas de faca e alguidar, resolveu lavar roupa suja em público, armando uma peixeirada que deixou a outra, a sister in populism, armada em superior perante tais sinais de baixeza.

Mas, se as imagens não tiverem a ver com isto ou com aquilo, também não faz mal. Vi no Bored Panda esta moda outono/inverno para galinhas e achei graça. Quem sabe não vai dar jeito a muita galinha desmiolada que por aí anda.

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E uma boa terça-feira a todos.