Mostrar mensagens com a etiqueta Praia de S. Bernardino. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Praia de S. Bernardino. Mostrar todas as mensagens

terça-feira, setembro 08, 2015

Quem é que fez isto?


No post abaixo deste estive pela pintura abstracta, apontamentos de cor e de luz, manchas, riscos, nada que se compreenda, coisa que qualquer criança de 5 anos seria capaz de fazer. Ou um deus que por aí ande na brincadeira.

Aqui, agora, salto para as obras com algum volume. Não sei se lhes chame esculturas, se pinturas 3D. Não sei, sequer, se tenho que as encaixar num género. 

À complexidade eu prefiro a simplicidade, as formas depuradas, a perfeição decantada. E é isso que encontro nestas peças que aqui vos mostro.

E de novo me interrogo: quem as fez? Quando as vi, o mar tinha-as deixado à vista mas, se lá voltar amanhã de manhã, estarão cobertas por um mar frio, perfumado, transparente. E, quando o mar as deixar de novo expostas ao vento, ao sol, às intempéries, elas permanecerão assim, elegantes, belas.

Sobre algumas, onde as cores ondulam suavemente, pequenas aflorações douradas. Talvez seja ouro puro. Nunca tinha visto uma coisa assim, pequenos corpos reluzindo ao sol. Noutras, pequenos orifícios onde se alojam pequenas esferas de uma pedra diferente, feitas à medida. Noutras ainda, pequenas franjas negras, delicadamente recortadas. Tudo imaculadamente belo, perfeito na sua indecifrabilidade. O mistério e a atracção do que é inexpugnável.

O que são? O que significam? São meras abstracções? Imaginação de quem as concebeu?

Sei que sou lida por historiadores, advogados, estudantes, donas de casa, professores, escritores, filósofos, antropólogos, engenheiros, médicos e, até, por biólogos-amadores. E também, certamente, por leitores de muitas outras profissões. Gente entendida, múltiplas valências, saberes de todo o espectro do conhecimento. Pois bem, haverá por aí alguém que me diga quem pode ter feito coisa assim?


















....

Sonho dos Outros

Bernardo Sassetti



(Sobre fotografias de Robert Mapplethorp)

..

E desçam, por favor, para pinturas muito elas feitas por não sei quem: talvez o mar, talvez os deuses, talvez o tempo.

E, mais abaixo, poderão apreciar uma das outras minhas veias: a de cabeleireira.

...

Tenho aqui outras imagens onde dois seres vivos penetram nas obras de arte e onde se vê o lugar onde o mar a ocidente é belo para além da conta e onde a arte abstracta é afinal o retrato da natureza mas já é muito tarde e o meu dia hoje foi preenchido que só visto.

Talvez amanhã, durante o dia, consiga tempo para vir aqui mostrar-vos isso e, quem sabe?, até para falar das próximas eleições. Vou tentar, nem que seja lá mais para a tarde.
...

Desejo-vos, meus Caros Leitores, um belo dia. Terça-feira - será? 
(A sério, ando meio perdida no tempo)

..

Até uma criança poderia fazer isto?


Conheço pessoas cultas, de mente aberta, que se deliciam com os pintores que retrata(va)m com uma quase assustadora perfeição a natureza, as pessoas e os santos e anjos imaginados e que, pelo contrário, ficam indiferentes perante a abstracção. Uma pintura que se resuma a manchas cromáticas ou movimentos de luz deixa-os tão neutros como se olhassem para o vazio.

A mim é o contrário: passo pelas pinturas muito fiéis à realidade, muito bem desenhadinhas, e sigo, indiferente. Em contrapartida, vejo uma tela cheia de cor em formas não identificadas, parecendo resultar do puro acaso, e a emoção transporta-me para dentro do desconhecido -- e é lá que me sinto em casa.

No fundo, acho que, sem querer, penso sempre isto: tudo o que se pinta -- mesmo que resulte de pinceladas ao acaso, de despejar tinta para a tela, de salpicar pincéis ou de fechar os olhos e deixar que a mão siga o trilho inexplicável da alma -- é o espelho de qualquer acaso que exista algures. Pode ser uma parede mil vezes graffitada, pode ser o efeito do tempo no casco de um barco, pode ser qualquer coisa mas, algures, haverá uma coisa 'de verdade' que é parecida com a abstracção que um pintor um dia pintou. E mesmo que não haja. O que é belo é belo independentemente do seu sentido imediato. O óbvio é inimigo do que é intemporal.

O que aqui vos vou mostrar pode parecer uma coisa inventada, coisas sarapintadas sem sentido mas eu acho-as extraordinariamente belas. Com elas me tenho deleitado. Olho-as com emoção, fotografo-as para depois, vendo o que fotografei, ter a certeza que não sonhei.. 

Que pintor as pintou? Foi um deus invisível que, sem que as pessoas os vejam, se entretem a fazer magníficas obras de arte? É o espírito de Pollock  que por aqui anda, salpicando tintas pelas noites, pelas longas marés? Vieira da Silva pacientemente urdindo fios sobre as ondas? Kandinsky a experimentar símbolos, cores, luzes? Franz Kline continua a ver como há-de depurar as imagens?

Não sei. Mas acho que não interessa o que significa a beleza. O que interessa é se a beleza nos toca, se é tangínvel dentro de nós. E talvez que, se isso acontece, é porque estamos perante uma obra de arte. A mim isso chega-me.














------

Ascent

Bernardo Sassetti


(Sobre pinturas de Christian Schloe)

...

NB: Não tem nada a ver mas, caso queiram saber como corto, seco e penteio o meu cabelo, é só descerem até ao post já a seguir.

..