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sexta-feira, agosto 15, 2025

Miguel Relvas, o Steve Bannon do regime Montenegrista

 

“Deixem o PS de fora”, diz Miguel Relvas, que defende entrada do Chega no Constitucional

Ex-ministro aponta caminhos ao Governo: para substituir os juízes do TC e, depois, para a revisão da Constituição (...)

O outrora conhecido por Vai-Estudar-ó-Relvas e agora, nestes tempos de miséria moral que vai grassando, se calhar já chamado de senador, é como todos os outros do mesmo calibre: está-se nas tintas para o que dizem ou pensam dele. Tem uma ideia, nem sempre a mesma -- mas isso não interessa, o que interessa é o rumo --, e vai atrás dela. Sempre com aquela pose de quem a sabe toda, de quem conhece muito podre, de quem tem muita carta na manga. E há quem lhe dê ouvidos, se calhar há quem lhe tenha aquele respeitinho que resulta do medo de que ele arregimente tropas, gente ressabiada, bolorenta, gente saída dos esquifes a espumar raiva, e apareçam aí para se vingar. Não se sabe se tem o Passos no bolso ou se é, ele mesmo, um alter ego do outrora conhecido por Láparo, não se sabe o que o move, se é apenas o gostinho rançoso de se sentir o verdadeiro estratega do PSD, se há alguma ambiçãozinha de ver os seus negócios alavancados, se tem esperança de ver o seu mérito reconhecido por alguma universidade. Não se sabe. Mas ele por aí anda.

À escala tuga, ele é o Steve Bannon dos laranjinas.

quarta-feira, abril 10, 2024

Será porque também é como o outro que, por se achar de linhagem superior, dizia que não largava pêlo que o Láparo agora anda de cabeça rapada?
Pergunto.

 

Na sequência do que ontem escrevi, abstendo-me de perder tempo e cansar a minha beleza a comentar as aberrantes e trogloditas afirmações daquele que já tanto mal fez ao País e que agora deu em desenterrar-se para nos vir assombrar, ocorreu-me agora a dúvida expressa em epígrafe: será por querer ser da mesma superior linhagem do coelhinho que se gabava de não largar pêlo...?

Será...?

É que se é por isso, alguém faça a caridade de o informar que a sua sorte pode ser idêntica à do outro, isto é, pode não servir para outra coisa senão para higienizar a componente anal dos ursos. E que eles por aí andam bem activos, lá isso andam

Só isto. Quem avisa, amigo é. Salvo seja.

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Ou, numa outra versão:


Mas, também, porque é mais fácil de limpar,  se calhar também é por isso que agora anda todo rapado

Não comento o que Passos Coelho disse no lançamento do livro "Identidade e Família" nem na alegria que ele e o Ventura mostraram ao conversarem um com o outro pois sinto um profundo desprezo pelas criaturas e pelas ideias que defendem

 

Foto de Tiago Miranda

Talvez haja uma maneira adequada para lidar com esta ressurreição de ideias retrógradas, ultramontanas, pior do que conservadoras, absurdas, ultrapassadas. Mas eu não sei qual é.

Só sei que, quando sinto um desprezo profundo, tenho a maior dificuldade em fazer conversa em volta disso. Só me apetece pôr-me a milhas.

Claro que me assusto, e muito, ao pensar que há muita gente que se revê em tamanho atraso de vida, uns por ignorância, outros por ressabiamento, outros porque são mesmo mal-formados, más pessoas. Mas receio que haja muitos jovens que se achem rebeldes ao apoiar estes reaccionários cujas ideias já deviam, há muito, ter morrido de morte natural.

Talvez os psicólogos, os sociólogos, os antropólogos saibam como lidar com pessoas ou grupos de pessoas que se deixam influenciar por ideias e pessoas que são contrárias ao desenvolvimento, à felicidade e ao bem comum da população. Eu não sei. Por isso, não vou falar mais do que isto que acabei de escrever.

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Convém não esquecer que antes de Ventura lançar a ideia da candidatura presidencial de Passos Coelho (com um apoio conjunto, PSD + Chega), já Marcelo tinha lançado a ideia da dita candidatura. Vale a pena fixar este dia, disse Marcelo nos idos de Fevereiro de há um ano. Não nos esqueçamos.

A direita não brinca em serviço.

terça-feira, fevereiro 27, 2024

Os 'meus' factos do dia: a importância que os excitados de direita (Maria João Avillez incluída) deram à aparição do Láparo no Algarve e a advertência feita pelo Luís Paixão Martins, na CNN, de que a tracking poll da dita CNN não representa a população votante pelo que os resultados apresentados podem não ser fidedgninos

 

Acordaram-me com um telefonema e já não voltei a adormecer. Com a necessidade de dormir de que sempre padeço, isto é grave. 

Acresce que finalmente vieram cá arranjar um depósito que estava a verter água. Vieram cedo e, claro, foi uma festa a nível canino. O cãobeludo ouve vozes, sente presenças estranhas, e, portanto, ladra, anda pela casa num virote, a avisar-nos do perigo e intrigado por o mandarmos calar em vez de irmos para os abrigos. Não houve sossego.

E se não acontecesse sempre aquilo de que o que pode correr mal, claro que corre sempre mal, teria sido bom. Mas correu mesmo mal e os homens estiveram cá até às nove e tal da noite pois, no fim de subirem e descerem ao telhado, de irem e virem ao sótão, de andarem dentro e fora, a coisa não funcionava. E o cão doido da vida. O meu marido já num desespero com vontade de os ver pelas costas. E eu na mesma. Mas, claro, não podíamos ficar sem água quente.

Com tanto entra e sai deles e tanto ladrar do pobre animal, esqueci-me de baixar o lume do fogão e só dei por ele quando me cheirou a queimado. Arroz queimado. O caldo veio por fora, queimando-se em volta do bico. Penso que foi só a camada inferior do arroz a ficar sacrificada pois, mau grado o intenso pivete a esturro, já o jantámos e estava bom. Como fiz para duas vezes, amanhã, quando formos mais fundo, é que devem ser elas. Mas, optimista que tendo a ser, ainda quero acreditar que, com sorte, o cheiro terá sido sobretudo do caldo queimado, que veio por fora, e não do arrozinho em si. 

De tarde, depois de almoço, estava com sono mas, com as movimentações e o barulho, não deu sequer para fechar os olhos. Mas bem precisava.

Depois dos homens terem saído ainda fomos fazer a caminhada nocturna com o cão de guarda. Um frio que só sentido, um vento antárctico, irrespirável de tão gélido.

Depois é que jantámos. Agora estou cheia de sono. E do cão nem falo: está aqui no chão, estafado, estendido, a dormir a sono solto. Quando é para dormir, costuma sair da sala e vai para os seus aposentos. Hoje não conseguiu, ficou a meio do chão, indiferente a quem entra ou sai da sala.

Não vi televisão senão agora. E pasmo com o relevo que os comentadores estão a dar à aparição do Láparo. Foi ao Algarve, nem sei se a Boliqueime, mostrar o seu sorriso sem lábios, foi lembrar-nos o seu ar malévolo. Um susto. Como se aquela criatura de má memória fosse mobilizadora para alguém. Por exemplo, apanhei um bocado da Maria João Avillez, numa excitação quase desvairada, pegada, imagine-se, com o Bugalho (que, honra lhe seja feita, lhe respondeu à altura), uma coisa que mostra bem a índole inflamada e facciosa das hostes laranjas.

Ouvi, depois, o Paixão Martins dizer que o Passos Coelho talvez mobilize aquela direita que anda indecisa entre o Montenegro e o Ventura. Talvez. Se, com isso, o Láparo conseguir fixar eleitorado laranja em vez de os deixar fugir para o Chega, menos mal.

Gostei foi de ouvir o Paixão Martins passar um atestado de incompetência à CNN por ter uma tracking poll deficiente, que, muito provavelmente, está a distorcer as análises feitas às tendências de voto. Imagino que, a esta hora, os da CNN andem a ver como remediar a situação. A menos que a intenção seja mesmo a de manipular a opinião pública. Já não digo nada.

Tirando isso, pouco ou nada mais tenho a dizer. 

Ainda tenho muita triagem a fazer nos livros que estão na cave, ainda a monte, (e preocupa-me, claro que sim, este acréscimo considerável de volumes pois se antes já tinha a perfeita consciência que nem que viva até aos 200 ou 300 anos conseguirei lê-los a todos, agora ainda mais difícil será -- até porque os livros antes tinham uma letra muito miudinha e uma pessoa a partir para aí dos 150 já deve ter uma certa dificuldade em conseguir entender-se com páginas compactas de letrinhas minúsculas; a menos que, daqui por uns anos, já haja maneira de fazer ligação directa entre as páginas dos livros e o cérebro, sem ter que esforçar a vista).

Para além dos livros mais antigos também terem um papel que agora já me parece um pouco desapropriado, alguns também já estão com a folhagem um pouco desconchavada. Mexo-lhes com mil cuidados mas a pensar que deveria dar-me ao luxo de gastar com eles o tempo necessário para recoser as folhas ou para colar as lombadas. Só que continuo a não conseguir dar vazão a tudo o que tenho em mente. Ou são coisas a mais ou tempo a menos ou, o que talvez seja provável, estou a ficar muito menos produtiva do que era antes.

Uma amiga contou-me que o marido, desde que teve covid, não voltou a ser o mesmo, que se cansa muito, que mal dá um par de passos a mais que o habitual fica logo com os bofes de fora. E ela é médica. Ou seja, pelos vistos ainda não descobriu maneira de o voltar a colocar nos eixos. Também tenho ouvido dizer que a gripe deste ano deixa algumas pessoas podres de sono. Ora eu, a seguir a ter covid, faz agora um ano, fiquei alguns meses pedrada de sono. E a gripe que tive há pouco tempo também me deixou com muito menos energia. Se calhar é isso tudo junto que ainda tenho agarrado a mim. Isso mais os anos que tenho em cima. Caraças.

E depois há este meu biorritmozinho do caneco. Podia escrever aqui durante o dia. Mas não senhor. Continuo a achar que o dia é para trabalhar ou fazer tarefas de outro tipo. Escrever aqui é hobby ou vício nocturno. Faça chuva ou faça sol só começo nisto às tantas. Portanto, só por isso, já era caso para ter sono. Agora imagine-se que, para além disso, há ainda o efeito cumulativo do sono e da quebra de energia pós covid e pós gripe. E já nem falo dos meses de stress agudo que vivi com a situação da minha mãe, o último dos quais totalmente arrasador. Conclusão: durante o dia, por vezes penso que quero falar disto ou daquilo. Depois chego aqui à noite e já estou com a bateria nos mínimos. Parvoíce, isto.

Bem.

E esta terça-feira vou ter uma agenda bem preenchida pelo que mais vale não ir muito tarde para a caminha.

Tinha aqui um vídeo bom mas fica para outro dia.

sábado, janeiro 06, 2024

O Ministério Público, o Tribunal de Contas, Montenegro, etc. [A porcaria continua]
A palavra ao meu marido

(a escolha da palavra 'porcaria' é de minha responsabilidade pois a que ele usou foi outra)
.

 

O MP continua numa senda autofágica. Tanta porcaria faz que acabará por implodir. O que aconteceu hoje relativamente à divulgação feita pelo MP sobre o inquérito ao António Costa repugna qualquer pessoa de bom senso. É absolutamente inqualificável. Que tipo de pessoas são estes magistrados? Que interesses defendem? Ninguém os põe na ordem? Ninguém poderá a partir de hoje dizer que o MP não tem uma agenda politica  e que não quer interferir na politica. Vai ser um fartar vilanagem até às eleições. Curiosamente, ou não, também o PR promulgou hoje o decreto lei que o MP refere estar na base do inquérito. Existem sempre umas "coincidências" curiosas entre a atuação do MP/PGR e a do PR. Claro que o Prof. Marcelo, que ia estar calado mas dá hoje uma entrevista, aos costumes disse nada. Até hoje nunca foi capaz de criticar esta 'bandalheira', sendo ele o responsável pela nomeação da PGR.

Também foi transmitido pelos diversos canais de TV o texto do recurso (lá se foi outra vez o segredo de justiça) enviado para a Relação pelo MP. É confrangedor. Afirmam que o mentor da "coisa" foi o Galamba. 

Pasme-se, parece que se preparava para apresentar no Conselho de Ministros documentos sobre o assunto. É "obviamente" um caso de polícia. Então agora os ministros apresentam documentos no Conselho sobre os assuntos que tutelam? Opinam sobre os assuntos que devem decidir? Dão instruções sobre os assuntos que estão na sua esfera de atuação? Onde é que já se viu isto? 

Abre-se um inquérito, escuta-se o tipo durante 4 anos, enxovalha-se o tipo e a família nos jornais e se possível mete-se o tipo na choldra, em preventiva, mesmo que ao fim de dezenas de milhares de escutas apenas meia dúzia possam, mesmo para a mente perigosamente persecutória dos MPs serem investigadas. É tão trágico que nem sequer dá para rir. 

Já agora, se o Galamba era o cérebro da coisa porque é que meteram todos na prisão durante uma semana para interrogatórios e ele não foi na leva? E se o Galamba se propôs esclarecer o MP, qual a razão para ainda não ter sido ouvido? Ainda por cima quando o MP estava a preparar o recurso ao despacho do juiz de instrução? A falta de respeito do MP pelos cidadãos revela-se nestes procedimentos. Quem os autoriza? Quem os sanciona?

Já agora hoje ouvi mais uma peça sobre o processo Vortex na TVI. O principal suspeito menciona o Montenegro vários vezes em conversas telefónicas. Então a PGR não abre um inquérito ao Montenegro e não faz um comunicado a dizer que abriu o processo como fez ao António Costa? Qual é a diferença nas duas situações? Parecem exatamente iguais. O MP atua de formas diferentes em situações semelhantes?

Devo referir que também não concordo com a violação do segredo de justiça no caso Vortex e que não sei se é caso ou não para abrir um processo ao Montenegro. Quero é frisar que a justiça só é justiça se for independente e proceder de forma semelhante em situações iguais. De facto, a reforma da Justiça a começar pelo MP é prioritária. Para além da reorganização do MP, da redefinição dos poderes dos magistrados e da definição de procedimentos e de  mecanismos de controlo também a seleção dos magistrados deve obedecer  a critérios rigorosos. Os recursos humanos são fundamentais em qualquer organização e os muitos magistrados do MP, pelas provas dadas, é óbvio que não prestam.

Outro assunto: hoje foi noticiado que o Tribunal de Contas desancou a privatização da ANA feita em 2012. O que dirá a direita que louva o Passos Coelho desta "corrida em osso"? Mas como conseguirão os Senhores Magistrados do Tribunal de Contas explicar que levaram onze anos para analisar a privatização? É de loucos!

Também hoje o Montenegro disse uma piada de ir "às lágrimas". Referiu que o José Luís Arnaut não se pronunciará sobre a localização do novo Aeroporto nem influenciará a decisão do Montenegro & Companhia. Boa piada, "só contaram p`ra você".

quarta-feira, fevereiro 09, 2022

O que tem a UJM a dizer sobre isto do Relvas já andar outra vez por aí a dar palpites sobre uma nova liderança para o PSD? E sobre os líderes serem como os melões?
E sobre as pegas entre o Cardeal Louçã e Pedro Frazão, vice-presidente do Chega?
E sobre o copinho de leite branco, caucasiano e datado, Pacheco de Amorim?
E sobre as baboseiradas do acéfalo* João Miguel Tavares?

Nada. Tenho mais que fazer.
Chorar por causa deles era o que faltava e, para me rir, prefiro este maluco aqui abaixo.

 


Não vou falar de pategos, palermas, gente encardida, totós, ocos da cabeça aos pés, racistas, chico-espertos, videirinhos, etc, mesmo que um deles já tenha merecido honras inauditas, inexplicáveis e absurdas sob qualquer ponto de vista e mesmo que a comunicação social ande com eles ao colo. Não quero saber de nada que venha dessa gente. A única coisa a fazer é ignorar e, se tentarem passar, bater-lhes com a porta na cara. Gente dessa laia não entra. Não passa. Não merece sentar-se à nossa mesa.

Portanto, segue o baile. 

O meu dia de hoje não teve muito que se lhe diga. Ando cansada e com sono. Estou precisada de umas doze horas de sono de seguida. Na primeira noite que o ursinho peludo passou no hospital mal dormi. E não deve ter sido apenas a falta de sono, deve ter sido também a angústia a consumir-me. A noite seguinte foi melhor mas, ainda assim, em défice. Um défice que se juntou ao défice anterior. E logo de seguida acabou o fim de semana. E a segunda-feira começou cedo de mais, com uma reunião mal o dia estava a romper. Começar a semana com uma reunião quase de madrugada desequilibra-me o biorritmo. E foram reuniões de seguida. E esta terça-feira não aliviou. 

Por isso, hoje estou sem pilhas. Off.

A pequena fera continua a dormir de gosto mas, à tarde, estava eu numa reunião, foi pôr-se ao pé de mim. Nada de mais. Só que eu estava num daqueles meus espaços, abertos, comunicantes (que é onde tenho melhor rede e melhor luz) e, de repente, o grande cão de guarda deve ter ouvido alguma coisa no exterior e, para provar que com ele ninguém faz farinha, desatou a ladrar. Mas a ladrar a bom ladrar. Ladrou, ladrou. Tirei o som ao microfone e mandei-o calar. Parou, olhou para mim e foi para a janela a ladrar ainda com mais força. Queria que eu fosse validar o alerta. Como estava sem som, chamei o meu marido. Felizmente estava em casa. Chamou-o e ele nada, só ladrar à janela. Eu a ter que falar e ele a ladrar à bruta. O meu marido disse para eu tirar a imagem. E, então, passou por trás de mim para o ir apanhar. Ele fugiu. Enfureci-me: 'Resolve isto, tira-o daqui'. O meu marido quase voou para o agarrar, praticamente caindo-lhe em cima. Saiu de lá com a fera cabeluda ao colo. Pedi-lhe: 'Vai para a rua com ele'. O meu marido protestou: 'Como se eu não tivesse que trabalhar!'. É que agora não queremos deixar a fera sozinha no jardim não vá voltar a haver algum problema com as lagartas peludas que, segundo todos me dizem, andam por aí aos montes, em procissão, afobadas com este calor antecipado.

Depois do trabalho, fomos fazer uma rápida caminhada e, a seguir, tratar de uns assuntos à cidade. Levámo-lo, claro. Resultado, chegámos a casa tarde. Quando aqui me sentei a ver o novo episódio da Gilded Age caí no sono. 

Quando acordei, fui espreitar as notícias. Tudo fantasias sem sentido. Não percebo porque há por aí tanta gente a gastar latim com tão fracas figuras.

Para eles só vejo um préstimo: podia fazer-se uma sitcom, na base do reality show, com eles todos juntos: o Vai-Estudar-Ó-Relvas, a galinha Rangélica, o Láparo Careca, o Cardeal Louçã, o destituído João Miguel Tavagues, o grande filósofo Pacheco de Amorim, o beato Ventura e, para arbitrar o forrobodó, the most important portuguese influencer, o famoso Self-Marcel. Nem precisavam de guião. Era metê-los na 'Casa' e deixar que a coisa acontecesse. 

Só acho que fazia falta ter ali umas mulheres. Talvez as manas Mortáguas. Devia ser giro. Talvez também a perene Lili Caneças. Acho que a Lili ligaria bem com as manas urubus (como a minha mãe lhes chama). E o José Castelo-Branco que transforma tudo num happening. Portanto, era metê-los na Casa e esperar que a coisa pegasse. Era vê-los a 'dar canal'. E uma ou duas vezes por semana havia gala com a esganiçada narcisista a fazer a festa, a atirar foguetes e a apanhar as canas. Havia de ser um festival. Ah, agora me lembrei: para a coisa ser ainda mais apimentada era de lá meter também o P. Gonçalo Portocarrero de Almada. 

E um aviso à navegação: se alguém da TVI usar esta minha brilhante ideia, V. são testemunhas que me são devidos direitos de autor.

Mas está a parecer-me que ainda faltam ali umas mulheres. Talvez a Clara Ferreira Alves. Acho que a CFA ficava ali a matar. 

Com a ex-arrumadinha Pipoca e a também perene Cinha a comentar as cenas, os casos de amor, o Relvas a seduzir uma das manas, a galinha careca a ensinar a outra galinha a fazer tricot, o Láparo e o Cardeal a conspirarem pelos cantos, o Castelo-Branco a rezar às escondidas debaixo da batina do P. E aviõezinhos a sobrevoar a Casa, a desejar um amor feliz ao Tavagues e ao seu amor seguegueto.

Bem. Não dou mais tácticas. Melhor: só mais uma. Acho que a Helena Matos também lá era bem metida. Só de imaginar já mal posso esperar. 

Mas, pronto, ainda tenho que ir ler umas coisas antes de ir para a cama. Mas, antes, deixo-vos com um que é muito cá de casa, um daqueles que me provoca gargalhada garantida, um que me faz bem à saúde. Um que é eterno, sempervirens. Leslie Nielsen.




* Escrevi que o João Miguel Tavares é acéfalo mas, calma, escrevi por escrever, na base do que parece, do que dizem por aí. De facto, de facto, não sei de fonte segura pois nunca vi nenhum RX que comprove que a cabeça dele é um daqueles melões de que o Relvas fala, daqueles que, por dentro não tem nada.
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Pinturas de Sang Ik Seo na companhia, lá em cima, de uns meninos que dançam: Jerusalema no Top Africana Best Dance Challenge 2021

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Desejo-vos um belo dia

Humor. Boa disposição. Saúde. Vontade de fazer coisas. Acreditar.

domingo, dezembro 27, 2020

Tino de Rans e Marcelo e os que acham que é um debate que faz muita falta.
Passos Coelho e os que acham que ele faz cá muita falta.
Gente que, numa era de vacinas-vacinas-vacinas, me fazem dizer como o outro:
contra a estupidez e a burrice, tomo até injeção na testa
.

 

Sobre o estado da política em Portugal pouco tenho a dizer a não ser que me faz alguma espécie que qualquer um possa candidatar-se a Presidente da República. Quem imaginou a democracia (gente dada a dramas e tragédias, teatros, filosofias e exercício de dotes de oratória e, portanto, com certeza com pouco sentido prático), não sonhou que, com o tempo, a coisa se fosse avacalhando (pardon my french). E é por todo o lado. Em vez de se apresentarem a votos os melhores de entre os melhores, não senhor, tudo o que é cão, gato, pato, sapo ou porco pode pôr-se em bicos de pés e dizer que quer ser Presidente da República. E, em vez de haver uns testes psicotécnicos ou, até, umas vulgares provas de aferição ao nível para aí do 9º ano de escolaridade para que grande parte se ficasse logo por aí, não senhor, vai tudo adiante. E não falo especificamente de Portugal, falo em geral. Veja-se o Trump, veja-se o Bolsonaro. E tal a brincadeira, sancionada pela letra da lei, que depois temos que gramar com eles armados em candidatos a sério. Por cá, entrámos já no período das entrevistas (não vi uma única) e daqui a nada vamos para os debates (não sei se verei algum, duvido). Parece que algumas televisões não querem Vitorino Silva, aka Tino de Rans, nos debates e já por aí há quem se insurja, como se houvesse pitada de ponta de hipótese do simpático Tino ser levado a sério como presidente da República. Marcelo Rebelo de Sousa com Tino de Rans. Dir-se-ia que é daquelas brincadeiras que seria desmascarada como a anedota que é. Mas, não senhor, capaz de haver debates destes em algumas televisões e quem já se prepare para armar um pé de vento se não houver carnaval em todos os canais. E haveremos de ter o putativo coveiro, o Ventura, também a usar o palco que a democracia que lhe dá, para tentar minar os seus alicerces. E a malta aceita estas coisas sem reflectir no disparate que é tudo isto. Pior, há malta -- certamente com algumas questões que Freud explicaria (e talvez nos explicasse que é malta ainda na fase anal) -- que não apenas gosta de assistir, e quanto mais desconforme melhor, e que até vibra com os entrevistadores a quererem sangue e tanto palco como os entrevistados como, na hora de escolher, até vai e vota é nos mais impreparados, nos mais coveiros, nos mais anti-democratas. 

E, se a campanha é para ser assim, na base de obter share, mais valia entremear os debates supostamente a sério com outros a fingir só para aumentar o frisson (e, já agora era bom ir fazendo sondagens a ver se a malta estava com atenção): por exemplo, depois do Tino com o Marcelo, um da Marisa com o Emplastro, depois um da Ana Gomes com o Manuel João Vieira, outro do Tino com a Teresa Guilherme, um do Ventura com o não-sei-quantos da coisa liberal, outro do Manuel João Vieira com o Emplastro. Na volta, a malta papava tudo como candidato de lei e ainda dava a vitória ao Emplastro. Sorte macaca.

Faz-me ainda alguma espécie que, depois dos anos de láparo-burrices de alto calibre a que assistimos -- com o país a ser vendido ao desbarato, a ser deliberadamente empobrecido e os portugueses tratados como se fossem asnos, querendo a criatura ser o bom aluno mas não passando de um daqueles marrões broncos que estão sempre dedo no ar, trabalhando que se esfalfam sem fazerem a mínima do que aqui se fala -- ainda haja gente que deseje o seu regresso. Parece que há um clamor que vem do vespeiro, do ninho de baratas, da tumba de onde até a múmia cavaquítica se levantou, parece que chamam pelo láparo. Dirão os mais distraídos: não se pode generalizar, nada de confusões, quem o quer de volta são as laranjas podres, só essas. Pois não sei. O que digo é que, podres ou não, devem ser outras laranjas que tais, outras sobre quem Freud também deveria ter algo a dizer, quiçá que se trata de malta FAS, ou seja, também ainda na fase anal, forever anal stage. Só falta mesmo a Albuquerque dos Swaps, o Vai-Estudar-ó-Relvas, o Gaspar-primo-do-Louçã e outros artistas que tais (e que o We Have Kaos in the Garden, de quem sinto tanta falta, sempre tão bem ilustrou) também saírem à cena a dizerem que querem o láparo de volta para nos presentear com mais proezas como as que fizeram nos desépicos tempos em que enterraram o país sem dó nem piedade.

Tirando a política, penso que também não há muito a dizer a não ser que a palavra de ordem do ano da graça de 2021 já começou a invadir o 2020: "vacina", essa pomada a que muita malta gosta de chamar väcina, com um a tão aberto que a palavra quase vira esdrúxula. Quem toma, quem tomou, onde tomou (e, por falar em anal, ao ler este 'onde tomou', nada de relacionar com aquela erudita expressão usada pelo saudoso Viegas, na altura Secretário de Estado justamente da Cultura), quando posso eu tomar, quem tomou ficou com brotoeja? ou, como diz o bolsoburro, 'virou jacaré'? e o Marcelo tirou tudo ou só a camisa?

Vacina, vacina, vacina, vacina -- vai ser a nossa triste sina. 

Li no outro dia um artigo que tinha um título que acho que deveria ser emoldurado: Contra a estupidez e a burrice, tomo até injeção na testa. Assim eu. Tanto cientista junto, remando no mesmo sentido e com a cenoura de lucros faraónicos na mente das farmacêuticas, conseguiram arranjar vacina contra o corona. Mas contra a burrice e a estupidez está quieto. Essa eu até referendava para tornar o acto obrigatório. E não era só por cá, era por todo o mundo. Onde houvesse um exemplar da besta humana, toma, já levaste, uma injecção bem no meio da testa.

E é isto. Nada de jeito a acontecer. Uma seca. 

O que me vale é que, nisto de Natal ser quando a gente quer, hoje fomos com a família caminhar ao longo do mar e depois viemos cá para casa e demos cabo do que tinha sobrado da véspera. Tive que fazer mais umas massas recheadas, o meu marido fritou umas alheiras de caça e mexeu uns ovos. De resto, com o que havia de batatas no forno, outras massas recheadas, salmão selvagem, entrecosto, salada de tomate, carnes frias, queijos, tostas e etc, a coisa fez-se. Doces era o que não faltava pelo que foi outro brunch natalício, esse clássico, à maneira -- com a vantagem de que foi ao ar livre. Estava sol e, com a mesa grande toda aberta e uma outra mais pequena, assegurámos o distanciamento.

E brincaram que foi uma alegria. Da parte que me toca, o que posso dizer é que gosto do arco e flecha e não sou totalmente desprovida de pontaria. Numa das vezes, para que saibam, até saiu uma potente flechada directinha à mouche. Ao passar as fotografias para o computador, vi também vídeos feitos ontem e antes de ontem, uns feitos por mim, outros pelos meninos. Até estou a chorar de tanto rir. Gandas malucos. Contudo, para parecer que é tudo gente muito compenetrada, a começar por mim, escolho a fotografia de uma das novas yellow roses, fenómeno que me traz encantada (e intrigada).

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E, vá, como ainda estamos no período natalício, encerro o expediente com um medley de músicas de Natal, apenas protestando pelo facto de os músicos estarem a usar boxers -- para um melhor desempenho, todos os instrumentos se querem a descoberto, sempre ouvi dizer.

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Desejo-vos um belo dia de domingo.

😇😎😇

sábado, dezembro 19, 2020

Falar de cherne já a cheirar a peixe podre, de uma múmia paralítica recozida em fel, de um láparo burro e ressabiado e de um mangas de alpaca armado em parvo...?
Eu heim...
Vou mas é tentar perceber para onde vão os sonhos de que não me lembro ou aprender a dançar flamengo com a Irene

 




No outro dia entrei na mini-estufa que está ao fundo, na horta, e que está meio destruída. O chão cheio de erva alta, a erva a encobrir não sei o quê, uma prateleira meio caída, umas latas não sei com quê. Aventurei-me admitindo que não haveria de sair uma cobra azul com duas cabeças de debaixo da relva ou um rato gigante a rir às gargalhadas de dentro de uma lata. Então, entre restos de meias coisas, vi uma floreira rectangular, com terra e, sobre a terra, não sei o quê, se ovos de bichos hediondos, se larvas nojentas, e umas meias flores, meias vivas (que é a mesma coisa que dizer meias-mortas). Peguei na floreira, pesada, e com os pés pousados sobre não sei o quê, tentei trazê-la cá para fora. E, então, de lá começaram a sair bichos, talvez formigas gigantes, talvez apenas uns bichos meio aterradores. Suportei a agrura, projectei-me cá para fora e consegui pô-la em terra. E, cheia de comichões e brotoeja de toda a espécie, sacudi-me e sacudi de mim toda a bicheza saída daquela terra estranha coberta por coisas esquisitas e meio tenebrosas.

A seguir, com a mangueira lavei tudo, a terra, a flor, tudo aquilo que tinha sobrevivido sem água e entregue àqueles urubus.

E isto é verdade, que ninguém pense que estou a criar aqui uma história armada em fábula.

Pois bem. A fenómeno idêntico tenho assistido nos últimos dias: tudo o que é bicheza infecta parece que está a sair de debaixo da terra para vir chatear a malta. Primeiro foi o seboso do cherne Barroso, a criatura mais inútil e mais informe que a política portuguesa conheceu e que estranhamente conseguiu aguentar-se à tona de uma Comissão Europeia então paralisada. Depois, nem percebi a que propósito, dei de caras (na televisão, bem entendido) com a cavaquítica múmia paralítica a exibir o seu crónico ressabiamento e mau feitio, respondendo ao que ninguém lhe perguntou. E agora, respondendo ao apelo do seu pupilo, o popufacho ventoso, eis que deu à costa o láparo mais burro que a terra alguma vez pariu; apareceu disfarçado mas, ao falar, logo mostrou que mudam as aparências mas não as substâncias. 

De onde é que esta gente anda a aparecer? O que deu neles? O que anunciam estas sinistras aparições?

E o mais estranho é que, parecendo querer competir com a zombiada que anda a sair de debaixo das tumbas, quais fantasmas a sair de armários escaqueirados, o alpacas, esse apertadinho e sempre maldisposto rio, resolveu armar-se em engraçadinho fazendo piada com morto, com desgraça, com vergonhas alheias. O psd está em decomposição acentuada. Como as minhas romãs pelos vistos devoradas pelos ratos de que só sobrava a casca, assim o clube da laranja. Os fantasmas e os ratos que se pensava estarem defuntos andam a devorá-las por dentro. 

Brotoeja é o que sinto só de ver. Fará os sociais democratas de gema que ainda andam iludidos acreditando que ainda têm hipótese... Talvez até tivessem. Mas, para isso, teriam que renegar a maioria dos estafermos que o dirigiram. 

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Já não chega o corona a dar conta disto tudo, ainda aparecem agora estes vírus bactéricos e putrefácticos. Caraças.

Mas vou estar para aqui a falar de múmias ressequidas e bicheza abutríca no fim de uma semana como a que tive....? É o vais.

Portanto, vou mas é aplicar aqui ao texto umas flores e coisas de natal cá de casa à laia de defumação para ver se afasto a mente dessas avantesmas.

E, olhem, vou pôr-me aqui a olhar estes vídeos a ver se aprendo a dançar, revoltear e sapatear ou, até, a ficar com os cabelos em pé mas com graça.




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Ah, e já contei que tenho andorinhas residentes? 

Um dia mostro o ninho.

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E um bom sábado.

sábado, julho 18, 2020

Jorge Jesus, Cristina Ferreira, Ferreira Fernandes - começou a época das transferências e, ao mesmo tempo, a silly season





Jorge Jesus vai e vem, faz e desfaz, salta de clube em clube, é aplaudido e vaiado, sai em ombros ou ao estalo, passa de rival em rival, atravessando a segunda circular ou o atlântico, dancing for money e cagando para o resto. Pelo caminho vai abichando uns milhões. Não há cá amor à camisola, conversa mais fajuta, há é profissionalismo. E os $$$$$ a crescerem na conta bancária (nas muitas contas bancárias) e quem o achar traidor que pense duas vezes: quem trai traidor deve ser como o ladrão que rouba ao ladrão, mil anos de perdão. E nham-nham-nham, rebenta o balão. (O balão do pastilhão, bem entendido)


Cristina Ferreira, outra caga-milhões, salta da TVI para a SIC e na SIC é recebida em ombros, deitam-se no chão para ela saltar em cima, o pastor Rodrigo fecha o noticiário com 'o país, o mundo e o bolo da mãe da Cristina Ferreira' e as engraxadoras da Arrastadeira Vermelha lambem as botas e os próprios pés da Cristina, e a Cristina guincha e escaganifa-se com risinhos escaganifobéticos e toda a gente aplaude, e vai aos globos de ouro armada em nossa senhora de fátima e toda a gente ajoelha e agora, sem mais nem ontem, a dita Cristina, santinha no altar das vaidades, caga de alto para os devotos da SIC e baldeia-se outra vez para a TVI. Cristina e Jorge Jesus, grandes profissionais do espectáculo e da carteira recheada. Diz que vai agora para accionista. Quem a venerou, babando-se enquanto a venerava, que vai agora dizer? (Pergunta retórica esta minha). 

E, provando e reprovando que abriu a época das transferências, eis que me cai o queixo ao chão. Na mesma onda dos anteriores, dou com mais uma troca-sensação. Ferreira Fernandes, ex-Público bandeou-se para o Diário de Notícias onde chegou a Director. E se eu gosto de lê-lo, caraças. Pois bem, bandeou-se outra vez para o Público. Faz sentido? Eu diria que não. Mas a minha segunda consciência diz-me: 'Define sentido'. Não sei. Dou-me uma segunda oportunidade: 'Define faz sentido'. Mas também não sei definir pelo que, na volta, isso de 'fazer sentido' não existe. Portanto, trocas e baldrocas é o que está a dar e que se fornique essa coisa do sentido. E eu, que não gostaria nada de estar a servir o FF na mesma travessa em que apresento o JJ e a CF, face às insólitas circunstâncias, vejo-me forçada a fazê-lo. Ele há coisas.

Depois disto, só falta o Durão Barroso, esse perfeito-nulo, porteiro das Lajes, nos aparecer como grande educador da classe operária, liderando o MRPP,  ou o Ventura, esse pintarolas manhoso, aparecer no PSD de braço dado com o Passos Coelho, esse grande estadista que, apesar de só ter feito merda, agora por aí anda ao colo de tudo o que é burro neste país e, para cerejar o topo do bolo, nos aparecer o Carlos Costa, essa mítica figura que esteve cega, surda e muda enquanto o sistema financeiro ruía, como gestor de offshores. 

Não sei porquê mas parece que só me apetece exclamar: Eh Lecas.

Tirando isto... que mais?

Quarenta e tal graus por aqui, uma temperatura desumana. Deve ser isso. Estas temperaturas de assar pimentos ao sol estão a virar as casacas do avesso, estão a virar frangos às cegas, estão a fazer cambalhotear as mais gradas figuras desta grande nação.

Eu própria tenho que pensar bem. Qualquer dia destes, se a coisa é pegajosa como o corona, ainda pego a pandemia e ainda vos apareço a assinar posts aí num outro blog, num daqueles que vos deixaria de cara à banda: What?! Esta aqui?!?! Não... Não é possível...

 Ah pois não, violão.

E vai daqui um beijinho para vocêzes. Com máscara, claro, que eu, noblesse oblige, com isto do corona, não facilito.


Um bom sábado. 

(E bebei água com farturinha, está bem?)

terça-feira, junho 25, 2019

As inteligentes perguntas do PSD a Sócrates.
As úteis e inteligentes Comissões Parlamentares de Inquérito


Ouvi na televisão que os deputados da Comissão de Inquérito à CGD querem lá o Sócrates e, não querendo ele oferecer-lhes o pratinho e optando por responder por escrito, vão enviar (ou já enviaram) perguntas.

Uma coisa meio maluca. Tudo isto é maluco, desprovido de senso. Ao fim de não sei quantos anos, os deputados resolvem acordar para a vida e, virgens de primeira viagem, ficam numa excitação, coisa adolescente, pueril, parvoíce de juventude retardada e bobinha.

Nos tempos áureos da alavancagem financeira, em que as universidades (e polvilhem tudo de um bom catolicismo) ensinavam que bom, mas bom mesmo, era as empresas endividarem-se, endividarem-se até ao tutano, com ou sem garantias palpáveis, em que a publicidade invadia todos os espaços com empréstimos para toda a gente, empréstimos a perder de vista, até para quem não tinha dinheiro nem para mandar cantar um cego  -- nessas alturas, os senhores deputados não viram nada, não juntaram dois e dois. Olhinhos wide closed, como é seu costume. Nem o fizeram os comentadores económico/financeiros que sabem tudo mas só depois de toda a gente o saber. Nessa altura, os senhores deputados haveriam de andar entretidos com outras questões póstumas porque só reagem muitos anos depois, quando do morto já nada resta, só memórias esfumadas.

Nesta altura há questões presentes, profundas, que se não agarradas a tempo impactarão intensamente os tempos futuros mas que é lá isso...? Não são temas mediáticos, não são a espuma dos dias. E os senhores deputados só se interessam pelo que já lá vai. 

Agora que os bancos até já estão razoavaelmente sanados, em que os tempos dos créditos à tripa-forra já lá vão e em que os bancos até se uniram para tentaram, pelas vias normais, ressarcir-se dos buracos causados pelos grandes caloteiros do regime, é que os deputados acordaram e querem saber, ao pormenor, quem é que fez ou desfez nos idos de já nem sei quando. 

Não digo que não haja coisas a saber agora. Há. Por exemplo, seria interessante como foi possível dissolver um grande banco da forma como foi, com ministros de férias e a assinarem de cruz. Ou como foi aquela divisão entre o bom e o mau, em que o bom ficou cheio de coisas más que parece que não cabam e que, agora que o banco foi vendido nem sei bem a quem, é preciso continuar a meter lá dinheiro. Isso seria interessante saber. E não foi assim há tanto tempo. Agora é que seria de questionar a Marilú e o Láparo, ou até a Cristas, amiga, assina lá, enquanto a memória deles ainda estiver fresca. Ou a nulidade do Carlos Costa, esse que passou por todo o lado em que houve buraco sem nunca se ter dado conta de nada e indo acabar no Banco de Portugal onde elevou a sonsice até a um nível de manhosice insuportável.

Mas não. Os senhores deputados armam-se em investigadores, em juízes fora de água e, para ali estão, horas a fio, entretidos com um exercício de auto-exibicionismo e onde também oferecem palco a exibicionistas falhados, a gente que já não se lembra de nada (* e já vos explico porque é que acredito que não se lembrem mesmo), um exercício que volta e meia é de pura prepotência, maldade gratuita e humilhação dos inquiridos, um exercício que dá canal, que garante partilhas nas redes sociais, que alimenta a indústria do comentário político, que alimenta a rábula, a graça fácil -- e que, em termos práticos, não passa disso.

E tudo isto culmina na parvoíce mais completa ao quererem que Sócrates, que deixou de ser primeiro-ministro há oito anos e que, desde então, tem sido escrutinado, virado do avesso, inquirido, inspeccionado, trespassado por raios x e ressonâncias magnéticas, scanneado, espiolhado, bisbilhotado, trespassado, passado a ferro, posto atrás de grades, vigiado à distância e à lupa, agora responda a puerilidades como esta:
Sr. Eng. recebeu quantias monetárias ou outros bens por parte do Grupo BES, Grupo Lena ou Vale do Lobo?
Agora, meus Caros, digam-me: isto não é de gargalhada? Estarão à espera de que resposta? 

Olhem, só me ocorre isto: LOL 😂😂😂😂😂 (a ponto de ir às lágrimas)


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* Por razões que agora não vêm ao caso, não devo conseguir escapar de ser testemunha de um caso que se passou há uns quatro anos. Quando chegou a notificação, chutei para canto. Quando me perguntaram o que sabia eu do caso, a minha primeira reacção foi que pouco ou nada sabia, que tinha acompanhado a coisa já no rescaldo. Foram-me fazendo perguntas e eu fui puxando pela cabeça e, aos poucos, fui-me lembrando de alguns episódios. No outro dia, numa reunião com advogados, tentaram que me lembrasse de mais coisas. Às tantas eu disse que só tinha tido algum envolvimento já o caso estava consumado, para aí a partir do verão de há uns três anos. Uma das advogadas olhou-me como se não acreditasse, dizendo-me que não lhe parecia provável que no prazo de um ano não tivesse havido nada e que eu não soubesse de nada. Um hiato de um ano? Fiquei a pensar que, de facto, era estranho. Mas não me ocorreu nada em que eu tivesse participado nesse período. Fiquei de procurar mails antigos. Pois bem. Resmas, paletes. Tive conhecimento, participei durante o dito ano em que juraria ser-me totalmente alheio. Estive a reler os mails e fiquei perplexa. Não me lembrava de nada de nada de tudo aquilo. Ao reler, claro que as memórias se foram reconstruindo mas, antes, juro: zero. Como explicar isto? Penso que é simples. Para mim, aquilo era marginal. Sendo caso grave, muito grave mesmo, para os lesados e para os directamente envolvidos, para mim aquilo era coisa em que participava sobretudo como expectadora. E, de lá para cá, todos os dias acontecem coisas. Quantas outras crises, quantos outros problemas? Mal de nós se mantivéssemos vivos todos os registos de tudo o que fazemos em todos os dias da nossa vida. Acho que até tenho boa memória e, no entanto, apesar de todo o meu envolvimento naquele caso durante um ano, só me recordava, e sem grande pormenor, do que se passou de há três anos para cá e apenas porque passei a ter intervenção na primeira pessoa. Portanto, acredito e mais do que acredito que aquela gente que vai à Comissão e que não se lembra do que se passou há oito ou dez anos, em reuniões iguais às que se têm todos os dias de todos os meses e de todos os anos, está a falar verdade.

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As duas últimas imagens provêm do mui saudoso We have kaos in the garden

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terça-feira, maio 21, 2019

Desenterraram o Passos Coelho para mostrar que não aprendeu nada e, cá para mim, para enterrar ainda mais o Rangel.
Coisa esperta.
O PSD está a especializar-se em dar tiros nos pés.


  • Se um País tiver muitos desempregados, que não descontam para o fisco e não contribuem para a Segurança Social, e, pelo contrário, recebem subsídio de desemprego, 
  • se, além disso, houver muita gente a emigrar e, portanto, sem fazer descontos no seu próprio país, 
são os que ficam e trabalham que descontam por todos. Ou seja, havendo menos gente a descontar, são os poucos que descontam que terão que suportar taxas de impostos e contribuiçãoes mais elevadas. Foi o que aconteceu na era do Láparo. Em especial a classe média foi esmifrada até ao tutano. Com  cortes de ordenados, agravamento de taxas e com taxas suplementares, penaram a bom penar. 

Em contrapartida, em era de maior desafogo, há menos desempregados, há menos subsídios a pagar e há mais gente a trabalhar e, logo, a descontar. E, se muitos emigrados voltarem, mais gente ainda haverá a fazer descontos. Mesmo que cada um pague menos impostos, e, portanto, sofra menos, quando tudo é somado, o 'bolo' total é superior. E é isto que se pretende, que mais gente pague e que cada pessoa pague menos. É o que acontece agora.

E é isto, caraças, que o Láparo (o campeão dos orçamentos rectificativos, o campeão do não-acerta-uma, o campeão dos insultos aos portugueses) não consegue perceber.  Apareceu agora na campanha eleitoral, ao lado do Rangel, a atacar o actual governo pela maior carga fiscal de sempre, sem perceber que houve um alívio a nível individual. 

E o PSD, um partido de gente doida varrida, parece também não conseguir perceber que, desenterrando o Láparo para ele exibir o que tem, ou seja, a sua proverbial ignorância e o seu deselegante e desagradável ressabiamento, só consegue uma coisa: enterrar ainda mais o incapaz Rangel. 

Andavam a cantar de galo, e nunca percebi porquê, dizendo que a campanha do PS estava a correr mal. Nunca percebi em que é que se baseavam. 

No fundo, apregoavam o que desejavam como se fosse uma verdade -- e os jornalistas-papagaios e os comentadores-papagaios, que nunca validam nada, repetiram a boutade como se fosse um facto. Mais: em cima da pueril parvoíce, construiram uma narrativa. Ficção, claro. E, claro!, enganaram-se em toda a linha.

E o que tudo isto revela é a triste falta de tino desta descomandada tropa fandanga laranja. 

O Rio, como sempre, pouco aparece. Deve andar a processar a informação -- sempre com um delay de dois dias. Como todos os dias há novas cenas, todos os dias precisa de mais dois dias. Ou seja, não consegue sair da fase de reflexão. O partido perde relevância de dia para dia e ele népias, tem mais que fazer.

Não vão longe, claro. Mas no dia 26 à noite logo falamos.


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Os cartoons do Kaos são do Kaos e eu, para não me repetir, só digo que muito gostaria se o dito We Have Kaos in the Garden regressasse. Faz tanta falta.

Onde andas, Kaos? Volta...

sexta-feira, março 02, 2018

Rui Rio, o pobre Negrão e os deputéticos do PSD fizeram as pazes, juraram amor eterno e deram beijinhos na boca.
Mas eu prefiro ver o Hamlet no psiquiatra.


Como é bom de ver, o clima político entrou num ciclo de saudável acalmia. Saíram de cena algumas ervas daninhas e o ambiente desanuviou. Não foi tanto o termo-nos visto livres do Cavaco e do Láparo:  foi, sobretudo, ter saído de cena tudo o que eles representavam. Criaturas negativas, ressabiadas, bafientas, possidónias, mal-encaradas, ultrapassadas e o mais que agora nem me apetece enunciar -- foram respirar para longe de nós e o ar ficou inegavelmente mais limpo.

O que ainda não entrou nos eixos foi a justiça em Portugal. Aí a coisa continua terceiro-mundista. As rábulas joana-vidalistas, saloio-maçoianos, correio-damasianas e etc. com tudo o que envolvem de promiscuidade, calhandrice e espírito vingativo sucedem-se e não podem deixar tranquilos o vulgar cidadão.

Acresce que os tugas continuam a colocar o diz-que-diz-que ao nível da verdade comprovada e continuam a pensar apenas com a metade do cérebro associada à sua paixão clubista -- sejam os clubes de futebol, sejam os clubes pró e contra o Sócrates, sejam os a favor e os contra a medicina chinesa, sejam os que se babam com os textos do Luís Miguel Rosa, sejam os que o acham um bocadinho too much. Por isso, os tugas tendem a condenar quem ainda não foi julgado e tomam de ponta quem apenas quer que o Estado de Direito democrático funcione, ou, até, em especial os que têm mau feitio, desatam a espadeirar quem gosta de espanejar just for the fun of it

Claro que isso me cansa.

E eu não sei se é por tudo isso, se é porque tenho tido que madrugar e ando com sono, se é por umas coisecas cá minhas, se é porque tudo o que é déjà-vu me maça até à medula, mas a verdade é que me falta pica para falar das banalidades quotidianas. Nem mesmo a pirosice do Negrão ter ido pedir desculpa aos deputados por lhes ter dito que havia ali um problema de ética me estimula a verve. Tudo muito brega naquela bancada, tudo muito pífio. 

Não vejo ali criança terrível, não vejo pequeno génio, não vejo dama de ferro, padeira de aljubarrota, guru encartado, artista de variedades -- nada. Só funcionários, burocratas, desengraçados. Não vão longe. São muito maçadores. Ainda se algum seguisse o exemplo do Adolfo e saísse do armário... isso ainda poderia inspirar alguma converseta a la Guerreiro. O Amorim, por exemplo (se é que o Amorim ainda é deputado; parece que não o tenho visto por lá). Ou a loura ex-minister. Uma cena de coming out para fazer a do Adolfo parecer uma irrelevância. Mas nem isso. 


Por isso, chego aqui à noite e não consigo comentar as vacuidades do dia-a-dia.

Claro que poderia enaltecer o baixo desemprego, as altas exportações, a boa economia, as favoráveis notícias do que o governo vai lançando. Claro. Mas a esta hora eu estou mais para o disparate do que para o louvor. Um dia que aqui chegue a horas decentes talvez me dê para falar na muita coisa boa que, paulatinamente, se vai construindo.

Mas hoje não. Hoje estou mais para dizer que não sei se aqueles ali que nunca abrem a boca e que não sei se têm miolos (porque nunca dali vi sair ideia que se apresente, passarinho ou rosa florida)  me fazem lembrar os psiquiatras do Hamlet. Não que, entre eles, falem das mulheres que se põem deitadas de pernas para o ar. Isso eu não sei. O que sei é que mais me parecem deputados a fingir, coisa que alguém há-de aparecer para desmascarar: saia daqui, representar o povo é que você não representa -- chispa daqui.



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E queiram descer caso queiram ver uma reunião de Board lá no céu, com Deus, Director de RH e demais executivos.  É a rapaziada da Porta dos Fundos em grande estilo.

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domingo, fevereiro 18, 2018

Recebi um mail da Autoridade Tributária a lembrar que o mato é para ser cortado mas, como aqui posso provar, já estamos a dar cabo dele.
Isto em dia de Congresso do PSD com as traições, bajulações e encenações típicas do mais do que ultrapassado mundo laranja.
E isto também em dia de confirmação do inqualificável Bruno de Carvalho à frente do Sporting.
[Este é mesmo um mundo cheio de coisas desencontradas, umas boas, outras burras e outras completamente malucas].


Senti que o meu marido se levantou ainda de noite. Voltei a adormecer. Passado um bocado veio dizer-me: 'O homem já lá anda'. Arranjei-me, tomei um rápido pequeno almoço e, armada com a máquina fotográfica, dirigi-me apressadamente para lá. 


Pelo caminho reparei no orvalho, fina rede de névoa sobre as folhas secas, entre ramos. Em Serralves, na véspera, tinha visto vários trabalhos de Marisa Merz cobertos por fina rede em tom acobreado. Pensei: mais bonito o acaso ou a ordem natural das coisas que depositou tão delicado e efémero tule sobre as folhinhas in heaven.

Quando cheguei lá ao fundo, ao pé do portão que dá para a serventia, tirei uma fotografia ao terreno do lado de lá, sabendo que provavelmente não voltaria a ver aquela barreira de vegetação. 


Fui ter com o homem. Ainda relativamente novo, alto e encorpado, e, percebi-o depois, cem por cento asssertivo. Disse-lhe: tente poupar as árvores. Resposta dele, com ar afirmativo: Vou tentar poupar as azinheiras maiores, algum carrasco que esteja mais enformado. Mas preciso de espaço para a máquina circular e para ir pondo o mato cortado. Andar a escolher árvore a árvore, só à mão e, para isso, vocês iam precisar de um ano. Ainda insisti: Mas tente não cortar o que puder ficar. Resposta dele: Vou fazer o melhor mas a lei diz 'árvores espaçadas de quatro em quatro metros' -- e lá foi ele à sua vida.

Fui ter com o meu marido, preocupada: acho que se prepara para deitar tudo abaixo. O meu marido tranquilizou-me: deixa-o trabalhar, esta malta sabe o que faz, e é bom que fique limpo para ser fácil de manter.

Ele estava a cortar, em pedaços para a lareira, os troncos grandes que tinha cerrado ao cedro e, depois, a arrumá-los no abrigo que fica a meio caminho; e eu fui podar árvores.

Passado um bocado, foi ver como estava a correr a limpeza e, na volta, foi ter comigo para me dizer: o gajo diz que o melhor é ir-se já queimando mato, diz que com a máquina vai controlando. Fui espreitar. O mato cortado era já uma montanha imensa. Receei. E se aquilo se propaga? O meu marido, que já tinha dito que sim ao homem, voltou a tranquilizar-me: o gajo sabe o que faz.


E logo se ergueu uma enorme labareda que crepitava intensamente. E, ao longo de todo o dia (e foram mais de dez horas de trabalho, apenas interrompidas à hora de almoço), ele foi pondo mato na fogueira.

Aos poucos, o terreno foi ficando desarborizado. O vizinho lá de baixo, que tem um terrreno muito grande e muito bem cuidado e que confina em parte com o nosso, também tirou a semana de férias e andou todo o santo dia de roçadora ao peito, limpando o terreno dele e pondo o mato na nossa fogueira. O vizinho lá do fundo da rua veio ver algumas vezes. Andava entusiasmado. Nunca tinha visto aquele terreno tão limpo, nem sabia que era assim. E apareceram dois homens (separadamente) que tinham sabido que estava ali uma máquina a limpar o mato e que queriam contratar o destemido condutor para ir limpar o terreno deles.

E digo destemido porque é mesmo destemido: meteu-se com a máquina numa zona de acentuado declive e fez para ali umas manobras que eu reecei que a máquina desse uma cambalhota lá para baixo. E, no fim, fez cavalinho com a máquina para sacudir a terra das lagartas.


Já anoitecia quando se foi embora. Enviei uma fotografia aos meus filhos. O meu filho respondeu: parece um deserto. Mas a verdade é que não desgosto. Os meninos vão gostar de brincar neste bocado de terra que parece que cresceu in heaven

Tal como O Jumento, tembém eu recebi um mail com uma comunicação do Ministério da Administração Interna e do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural sobre a necessidade de limpar os terrenos. Como somos donos de parcelas rurais, parece-me muito bem que seja emitido este alerta. Limpar os matos parece-me um dever cívico. Sempre o foi, não é de agora. Mas a verdade é que a falta de divulgação ou a falta de insistência pública ou a nossa pouca conscencialização colectiva, não sei ... parece que tudo convergia para que não nos apercebessemos do muito que temos a fazer. Tomara que toda a gente faça a limpeza dos seus pedaços. O pior é que, pelo que sei, metade dos terrenos não está cadastrada e, portanto, está ao deus dará. E é aqui que reside o problema. Ao contrário do que alguns débeis mentais pareciam pensar, as desgraças que aconteceram não foram da responsabilidade da Ministra Constança (que Marcelo forçou à demissão): os brutais incêndios do verão tiveram mão criminosa, foram fogo posto, e avançaram como lava sobre a vegetação ressequida num verão quente e seco como poucos, em terrenos de que, em parte, não se sabe a quem pertencem. Mas, enfim, a verdade por vezes é menos interessante do que novelas de tipo mexicano.


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Tirando isso, o Congresso do PSD. Caras gastas, ressequidas por muitos anos de caciquismo laranja. Do pouco que vi, várias figuras do pior que o cavaquismo e passismo tiveram continuam a ter todo o protagonismo. Até aquele insuportável Fernando Costa lá estava a botar faladura. Não se aguenta.


E os comentadores do costume a especularem sobre nulidades sem ponta em que se pegue. Tudo tão déjà-vu.

Montenegro a quem nunca se conheceu ideia que se aproveitasse resolveu fazer de conta que é um puro e, como se estivesse a bater a porta, avisou que vai ganhar a vida para outro lado. E logo ali se levantou um coro de espanto e, sobretudo, de tema para debate e comentário. 


Depois, oh suprema afronta, Rui Rio, essa fera, resolveu desafiar as hostes passistas e pescou a Elina Fraga para sua vice-presidenta, e isto depois de ela, quando bastonária, ter movido um processo ao Governo do Láparo e de ter feito a cabeça em água a essa ministra extraordinária que foi a exemplar Paula Teixeira da Cruz. Traição!, já gritou esta. E o inteligente Hugo Soares, apanhado de surpresa à saída da sala, mostrou que ainda nem está nele, até perdeu a pose de putativo estadista e, enquanto dava a entrevista, pôs-se a coçar a cabeça --  e a única coisa que lhe ocorreu foi dizer que a dita Paula foi do melhor que há. Então não, ó menino huguinho, inho, inho,

E isto tudo depois de Passos Coelho, ressabiado e mostrando que ainda não percebeu nada de coisa nenhuma, ter discursado sobre as vacuidades do costume e, de caminho, ter avisado que é difícil dizer mal da so called Geingonça. E depois de Santana ter elogiado Rui Rio, ao qual agora já detecta bastas virtudes e depois do dito Rui Rio ter elogiado o Láparo, que nunca houve tão grande e tão bom líder, que tudo o que fez fez bem feito,  e ter sossegado as virgens e as puras do seu partido, jurando a pés juntos que centrão nem pensar, que isso é coisa de anjos a pensarem em sexo. Talvez no encerramento da coisa até faça a vontade ao Hugo Alexandre Soares (a quem mimosamente gosto de tratar por Hugalex), e anuncie já que, ah leão!, vai votar contra o OE 2019. 


E, por falar em leão, parece que o inqualificável Bruno de Carvalho -- que envergonha todos os sportinguistas que conheço -- voltou a ganhar (não sei o quê) e que vai continuar a infectar o ambiente leonino. Não percebo nada nem de futebol nem do mundo do futebol. Diria eu, que conheço montes de sportinguistas e todos gente decente, que jamais uma criatura como este Bruno de Carvalho poderia ser presidente. E, no entanto, é.


Lá está: é bom a gente, de vez em quando, olhar para estas realidades para perceber que nesta vida tudo é relativo -- até as verdades. E que chatos, gente datada, burros, oportunistas, chicos-espertos e malucos é o que há mais.

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E pronto é isto. Permitam que vos recomende agora uma ida até à Flâneur, a nova livraria do Porto.

quinta-feira, fevereiro 15, 2018

Passos Coelho vai ser professor universitário...?
A sério...? Onde...? De quê?
Acho que deve ser afixado em edital para a malta ter o cuidado de evitar.
Foge...
A menos que, qual João Vuvu, vá ensinar a arranjar fundos comunitários para tecnologias de ponta


Li essa notícia mas, como abaixo referi, a net aqui anda a pedal pelo que, na volta, isto é notícia de há dois dias, notícia de carnaval. É que se for para a gente se rir, acho bem a notícia. O Láparo professor universitário...? É de gargalhada, de facto. E seria professor de quê? De contas mal feitas, de orçamentos inconstitucionais, de pôr a economia a descer? De pôr o desemprego a subir? De correr com a malta qualificada do país?

Pois não sei. Ensinar filosofia, acho que não irá. Nunca o vi capaz de filosofar, nem que fosse filosofia de bolso. De poesia também não. Aquilo lá mostrou ser mais calhau que as pedras da calçada. De medicina, muito menos. Não curou uma única maleita do país e, quando tentou, enganou-se na prescrição e nas doses e ia matando os doentes todos. De engenharia também não lhe vejo jeitos. Nunca mostrou ser capaz de química com quem quer que seja; mecânica, civil ou eléctrica então é que nem pouco mais ou menos. De direito olha lá. Aquilo ali ou anda nas franjas da legalidade ou, mal a malta se distrai, já está mesmo com o Constitucional à perna. De cenas de Cultura nem pó. Mostrou que cultura não é bem a praia dele. De canto coral já se viu que também não. Nem o La Feria o aproveitou. De contabilidade claro que também não. Não acertou uma, rectificativos atrás de rectificativos. 

Enfim... 

Só se, com a sua vasta experiência naquela cena da Tecnoforma e adjacências, vai ensinar a malta a sacar umas massas lá dos fundos... Talvez ensinar a arranjar fundos para formação a costureiras? Ou fundos para não sei quê de aeroportos de aldeia? Ou a abrir portas? Lembro-me de ler que o patrão da Tecnoforma gabava muito o Pedro por ser bom a abrir portas. 

Na volta já anda a ter explicações com a fada-madrinha, a Rainha Cavaca, sua indefectível protectora. Aulas de ressabiamento, aulas de paranóia. Por exemplo.

Mas se calhar estou a subvalorizar a criatura. Na volta, capaz de já ter evoluído para tecnologias de ponta e produtos asiáticos. Já estou a ver uma Universidade Privada, coisa como, por exemplo, a UPGRPV, coisa de que ninguém ouviu antes falar, a publicitar:
Inscrevam-se! Inscrevam-se! Últimos dias! Saldo! Saldo! Propinas a um sexto do preço! Venha aproveitar a experiência: Passos Coelho à frente da cátedra de Arranjar Fundos para Tecnologias de Ponta! Aprendeu com o Grande Mestre Dr. João Vuvu! Garantia de qualidade. Inscreva-se! Não perca mais tempo! Venha já!


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Bem.

Caso lhe apeteça ficar in the mood for love ou saber das minhas prosaicas tarefas in heaven, queira, por favor, descer até ao post que se segue.

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