Dantes tinha máquina de secar roupa. Uma vez meti lá dentro uma coisa pesada (cobertor?) que ficou ainda mais pesada estando molhada e, com o peso, partiu-se a fita (ou a correia?) que sustinha o tambor. Pelo menos é o que me lembro de quando o técnico lá foi. Deu a explicação, disse que ia ver se arranjava uma peça, depois nunca mais dizia, depois disse que não tinha arranjado mas que ia falar com um colega a ver se arranjava, depois nunca mais disse... e fui-me habituando a prescindir dela.
Quando mudámos de casa, desfizemo-nos da dita cuja. Problema resolvido.
Mil vezes melhor secar ao ar livre. Há o trabalho de estender e apanhar mas é uma espécie de exercício e eo exercício faz bem. No campo, então, quando está vento e sol é uma maravilha, a roupa é como se levasse uma lavagem suplementar.
E gosto de a dispor certinha, direitinha. De vez em quando o meu marido, acelerado como é, começa a tirar a roupa da máquina e a estendê-la antes de eu chegar. Frequentemente tenho que retirar as molas e voltar a estender como deve ser. É que poucas coisas são passadas a ferro para além das camisas dele pelo que, se estender a roupa com 'preceito' (como diz a minha mãe), ela acorda seca e aprumada.
Mas uma coisa é estender a roupa de modo a não deixar marcas e outra é estendê-la artisticamente.
A artista russa Helga Stentzel, agora a viver em Londres, tem essa pontinha de graça que faz com que, com duas ou três peças de roupa, dê à luz toda a espécie de animais. Depois fotografa-os. E a gente fica a sorrir.
Desejo-vos um bom dia