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domingo, janeiro 23, 2011

Cavaco Silva: mais do mesmo. E o rescaldo e os festejos de uma eleição.

Neste momento em que é certo que Aníbal Cavaco Siva foi reeleito e que, na televisão, o vejo ressabiado, quase vingativo, quase desagradável, a agradecer a vitória a todos, mas em especial à sua senhora (a quem ele sustenta, como fez questão de dizer durante a campanha eleitoral), anunciando um segundo mandato sem chama, sem uma ideia que revele algum sentido de modernidade, não tenho para já mais nada a dizer senão que tenho pena que não tenha aparecido um candidato capaz de mobilizar a população.

Uma abstenção enorme - que mostra bem o desinteresse e o desapontamento que as pessoas sentem perante tão triste panorama - é, para mim, o dado mais marcante destas eleições.

Um centro/esquerda pulverizado por vários candidatos que, em conjunto, se uniram (ainda que sem o combinarem - porque não são suficientemente hábeis nem para isso) para dizer mal do Governo, deu nisto. Por ausência de alternativa, Cavaco, no seu provincianismo, falta de sentido de democracia, arrogante e com um historial recente (relativo a investimentos e a amizades) muito pouco abonatório, lá conseguiu ganhar. À tangente mas ganhou.

Manuel Alegre e Louçã (a cara num esgar) mostraram há pouco que estão a saborear o sabor amargo da derrota em toda a linha, enquanto Fernando Nobre feliz, rejubilante, com a Margarida Pinto Correia atrás, completamente babada, deliciada e embeiçada, Luís Osório, o Luís Represas e outros festejaram não percebi o quê.

Os confundidos senhores cinzentos do PCP lá apareceram a fazer o número do costume, certamente felizes por terem garantido mais 5 anos de Cavaco em Belém. Dá-lhes sempre muito jeitinho ter um adversário para garantirem que têm clientela nas manifestações e greve.

Bem, apesar de tudo, estiveram Defensor de Moura e o impagável contra-poder Coelho que conseguiu um inimaginável resultado na Madeira, quase 40%. Mostraram realismo no que disseram e foram dignos nas suas conclusões.

(Ouvi censurar Defensor de Moura porque não deu os parabéns ao vencedor e relembrou as acusações feitas durante a campanha. Mas para que havia ele de ser hipócrita? Para ser politicamente correcto?)

Mas, em síntese: 'um fraco rei faz fraca a forte gente' e com este fraco nível político não admira que o País esteja como está.

No entanto, como tristezas não pagam dívidas, aqui vos deixo um filme de festejos de eleições. Já há tempos aqui o coloquei e hoje a ele retomo. Não tem nada a ver com o  reeleito e requentado Presidente da República, até porque trata de eleições para primeiro-ministro. Lamento, pois, mas não tenho para vos mostrar as comemorações de Cavaco Silva: não é Aníbal e Nunes Liberato que aqui aparecem felizes e festejantes. Nada a ver. Apenas um filmezinho para nos divertirmos. Little Britain, com Sebastian and the Prime Minister.




PS: Inadmissível e desmazelada a questão dos cadernos eleitorais, das mesas de voto. Não dá para entender.

sexta-feira, janeiro 21, 2011

O Any Avoila, o Bardo, o Fantástico Coelho, o AMI, o João Semana, o Pipi Cagão - e a falta que fez o Coração de Atum Candidato Vieira


Análise profunda sobre a prestação dos candidatos na campanha para as eleições presidenciais

(A ordem é aleatória)


Cavaco Silva, o Presidente da República em funções, hoje, uma vez mais, tirou o tapete ao Governo e lançou mais uma, que 'o corte nos ordenados era escusado, que bastava aumentar os impostos aos ricos'. Desleal, desleal, desleal.´Que coisa mais feia. 

A Any Avoila parece uma gaiteira maluca, diz-se e desdiz-se, lança intrigas, diz parvoíces, põe-se aos saltos no meio da rua como uma histérica, e depois tenta sair de fininho.

Mas agora, no Coliseu, Cavaco já estava outro, que 'nunca disse mal de ninguém', que só ele pode aguentar os tempos difíceis, de neto ao colo, com a 'minha senhora' ao seu lado, a teúda e manteúda D. Maria.

Tão cínico, senhor Presidente. Tão desagradável. E o desconforto que, com as suas dangereuses liaisons e este populismo bacoco, tem causado ao PSD mais cosmopolita, mais politizado...?

Cavaco Silva, um homem que, nestas eleições,  revelou à saciedade o seu lado negro

Depois temos o Bardo, rosto bom para retratar, voz cheia, um idealista preso à memória da resistência, típico revolucionário inquieto, nostálgico das crises académicas coimbrãs, que grita que é um homem livre, que não é refém de ninguém e se inflama com a sua própria voz, que, em crescendo, vai gritando pela liberdade, pela independência. Entalado entre o Bloco de Esquerda, feroz opositor do PS, e o PS com quem vem mantendo uma relação ambígua, Alegre andou com uma permanente saia justa. Não dá para entender como se meteu nesta contradição dos termos.

Manuel Alegre tem ao seu lado uma bonita mulher, Mafalda, sóbria, serena e, nesta campanha, tenho apreciado a sua presença... e pouco mais que isso.

Mafalda e Manuel Alegre, um bonito casal

E o divertido Coelho, o mais inovador, mais criativo, mais irreverente? Farto-me de rir com ele. Hoje andava de coelho ao colo, gozando que nem um perdido com a casa da Quinta da Coelha, com o gang do BPN, com os amigos de Cavaco. No outro dia andava à porta do CDS com um submarino debaixo do braço, a provocar o Paulo Portas. O fulano tem sentido de humor e uma descontração que me agrada.

Coelho ao Poleiro - Basta de Pastéis: Coelho a Belém

Temos também Fernando Nobre. É-me indiferente. Acho que não sabe bem o que é ser Presidente da República, acho que pensa que organizar uma missão em local de catástrofe é CV suficiente para o habilitar às funções a que se candidata. É o congregador do contra-poder, dos intelectuais e artistas descontentes, dos católicos que acham que 'ainda há esperança', dos bem-intencionados que andam de causa em causa, flutuando em torno de quem se apresente contra o regime, que tenha uma certa aura e, não menos importante, que tenha bom ar.

Fernando Nobre, uma pessoa simpática que se meteu nisto não se percebe bem porquê
Temos também um senhor que me foi simpático, um homem que parece sério, médico de província, um político à antiga, bem formado, com exepriência autárquica, deputado da República, com um discurso simples, directo, um homem muito firme, afável. Claro que não tem qualquer hipótese mas gostei dele e gostei também da simpática mulher que o acompanhou toda a campanha, um sorriso simples e franco.

Defensor Moura, a segunda surpresa nesta campanha. Uma forma diferente de estar na política.

Falta o Senhor Lopes, um senhor cinzento que o PCP retirou do armazém de senhores cinzentos. Este tem a particularidade de ter uns olhinhos pequeninos, piscaretas, não sei se raiados de encarnado ou apenas muito brilhantes. Faz-me lembrar os olhinhos dos peixes pouco frescos. De pessoas com olhinhos assim, diz-se que têm olhinhos de pipi cagão. Por isso, para mim, quando o vejo, mentalmente penso, 'olha cá está o Xixo Pipi-Cagão'. Mas isto dos olhinhos pequeninos e encarnados, em si, não é grave. Disso, a gente apenas pode concluir que o Xico Lopes já não é fresco. O pior é o resto. O pior é ele ser o PCP no seu pior, a irracionalidade, o autismo, a demagogia, a falta de seriedade.

Pois, não é que o Senhor Pipi-Cagão, em Almada, com a quase mumificada no lugar Maria Emília de Sousa, hoje apelou ao 'voto contra quem vos baixa os salários', 'contra quem vos aumenta os impostos'?

Ou seja, numa campanha para a Presidência da República, este par de jarras apela ao voto contra o Governo?

Mas será que ainda não perceberam para que é que são esta eleições?


Francisco Lopes, sem ofensa o Pipi-Cagão do PCP
Será possível que o núcleo pensador do comité central do PCP não percebeu que, com este discurso contra o governo, de forma demagógica e mentalmente desonesta, está a polarizar o descontentamento das pessoas contra o governo e que, na hora de votar, os descontentes vão votar não no Pipi-Cagão (que ninguém conhece) mas, sim, no mais comunista desta campanha, o 'Aníbal Cavaco, sempre, sempre ao lado do povo'?

O que é que o PCP ganha com ter lançado este Sr. Lopes? Não dá para perceber. Fazem sempre esta espartalhice-saloia e, ao fim destes anos todos, ainda não perceberam que não leva a coisíssima nenhuma?

E será que estes senhores cinzentos e naftalinados do PCP não conseguem perceber que, com demagogias ocas e discursos mil vezes rebobinados, já ninguém os ouve?

[Por exemplo, aquele rapaz que nasceu velho não percebe isso? A única coisa que no Bernardino Soares teria graça seria se, qual Benjamin Button, agora começasse a rejuvenescer, a perder aquele ar de sexagenário precoce, de maçador encartado.]

Que falta que nos fez, nesta campanha, o Manuel João, o insubstituível Candidato Vieira...!

Nesta triste campanha, nenhum dos candidatos se dedicou aos assuntos profundos da Nação. Ele, ao menos, prometia fazê-lo

PS: Não seria engraçado se Any não ganhasse a 1ª volta?

quinta-feira, janeiro 06, 2011

Presidenciais: Cavaco Silva e o BPN, Manuel Alegre e o BPP, Teggy e o populismo, Defensor Moura e a sua simplicidade

Nesta matéria das presidenciais acho que sou isenta pois, até à data, não consigo ter preferência por nenhum dos candidatos, pelo menos pelos do mainstream. A votar em alguém, estou capaz de votar no Defensor Moura.


Não conhecia o senhor de lado nenhum, não tem o apoio oficial do partido a que pertence, logo, as chances devem ser reduzidas, mas, de todos – e talvez porque mal o conheço - é o que me merece mais simpatia. Tenho gostado do seu desempenho nas entrevistas e debates: sério, simples, conciso, objectivo, firme, informado, sensato.

Sobre a lhaneza de Cavaco Silva depois de se conhecerem um pouco dos contornos da compra e venda de acções SLN já escrevi no outro dia.

Já depois de eu ter escrito, as coisas azedaram-se com os candidatos a pedirem-lhe mais explicações: ‘a quem vendeu?’, ‘como foi apurado o preço de compra e o de venda?’

Cavaco Silva não explica e, sendo um assunto do seu foro privado, numa altura em que não exercia cargos públicos, em termos gerais, poderia dizer-se que é um assunto que apenas a ele pertence, que nada tem a explicar.


Contudo, quando queremos escolher uma pessoa que seja um exemplo de honestidade, respeitabilidade, o axis mundi da rectidão moral do País, temos dificuldade em aceitar que uma pessoa que diz queos outros têm que nascer duas vezes para serem tão sérios como ele, tenha arranjado maneira de ganhar dinheiro fácil (e não é uma quantia imaterial…não: é muito dinheiro), fechando os olhos sobre a forma como o dinheiro se reproduzia tão facilmente.

Quem prega sobre a má moeda ou sobre a imoralidade que é uns ganharem tanto e outros tão pouco, fica com a sua legitimidade ferida quando suspeitamos que aquela operação, foi basicamente uma negociata entre amigos, uma maneira ‘legal’ de ele ganhar dinheiro sem mexer uma palha. Tudo poderia até ser legítimo: um amigo arranja uma forma de dar dinheiro fácil a alguém influente. Só que, azar dos azares, esse amigo afinal está agora indiciado pela prática de vários crimes, esse amigo, com essas e com outras negociatas, levou o banco para um buraco tal que agora os contribuintes (entre os quais os pobrezinhos, os remediados, e todos os milhões de pessoas que não beneficiaram um cêntimo com negociatas do género), andam a suar as estopinhas para, com o dinheiro dos impostos que o estado lhes arrecada, pagarem esse monumental buraco.

Mais: como já referi no outro dia. Se o beneficiário da operação fosse, por exemplo, o senhor Manuel motorista da Carris, ainda poderíamos pensar: não tem conhecimentos suficientes, ouviu falar que ali se ganhava bom dinheiro e fez uma negociata bem sucedida.

Mas agora o Senhor Professor Universitário? O Sr. Ex-Ministro das Finanças? O Sr. Ex-Primeiro Ministro? O Sr. Ex- Conselheiro do Banco de Portugal?

Nunca em momento nenhum suspeitou que naquela sociedade e naquele banco se passavam coisas esquisitas? Nunca suspeitou que os seus amigos Oliveira Costa e Dias Loureiro, personificavam também a má moeda? Estranho. Ou Cavaco Silva afinal não é inteligente, lúcido, informado?

Enfim. Uma coisa triste.

Outra coisa que agora também não é bonita. Teresa Caeiro tem, de facto, uma boca de tamanho generoso. Portanto, talvez não seja de estranhar que tenha lançado a atoarda do Manuel Alegre ter colaborado com o BPP. Ou é tonta ou está a fazer um frete ao Cavaco Silva ou ao Cavaco Silva através do Paulo Portas, exímio nestas ondas de poeira.

Manuel Alegre já explicou. Pediram-lhe um texto literário sobre a sua relação com o dinheiro como pediram a muitas outras figuras públicas. Escreveu e recebeu direitos de autor. Quando soube que era para efeitos de publicidade, mandou suspender a publicação do anúncio e devolveu o cheque (mesmo que não tenha sido descontado - não explicou bem... mas estamos a falar de detalhes face à natureza insignificante e inofensiva da questão). Basicamente foi uma coisa inócua, transparente e onde houve lisura. Nada que se compare com a operação financeira do Senhor Professor na SLN.

Contudo, demagogia é isto: lançar umas bocas, lançar confusão, ficar no ar a ideia de que ‘este não pode atirar pedras porque afinal também há coisa entre ele e com outro banco de gente pouco séria’ e quem conta um conto acrescenta um ponto, às tantas já se fala só de parte do assunto e a barafunda está armada.

Estou curiosa por saber o que pensa o Miguel desta atitude da Teggy. Ele é conhecido pela seriedade e inteligência das suas análises. Não poderá concordar com esta populice desonesta. Há bocas que deveriam aprender a comedir-se.